quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A bruxa está solta

Não é de hoje que eu sei que a Wikipédia pode ser um excelente quebra-galho, desde que usada com cuidado, pois contém furos horríveis.

Mas não é só: seu Português também pode ser assustador!

Vejam o que achei no verbete do filme "Karla":

"Exceto por (Fulana de Tal), os nomes das vítimas foram alterados devido as poucas idades das adolescentes, embora as circunstâncias de suas mortes continuem a mesma."

Devido "as" sem crase: "Poucas" idades? "Mesma" circunstâncias

Eu juro que não é pegadinha de Halloween!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Conduzindo Mr. Russo

Não é só jornalista que diz bobagem no "Hoje".

Pouco antes da reportagem de NY, um vereador tentou explicar uma declaração inexplicável que fez a respeito de mendigos e disse que ela "não CONDUZ" com o que ele realmente pensa.

Eu já acho que "condiz", ou ele não teria se atrapalhado tanto na "direção" da língua.

Como diria o Bolinha, num inesquecível caso do seu detetive Aranha, "pior a amêndoa que a sineta".

Comendo mosca em NY

Uma carrocinha de de alimentos vendendo "u-êi- fous"?!? E isso na boca do correspondente da Rede Globo em Nova York?!?

Recomenda-se dar umas aulinhas do idioma da terra para onde mandam um jornalista.

A pronúncia correta de waffles é algo como "u-ó-fous", tá?

É perfeitamente aceitável que um turista não saiba. 

Mas um repórter que está vivendo nos EUA não pode falar bobagem no ar.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Isso é que é disfarce!

Enquanto no Globo as pessoas "acessam" salas, escolas e o escambau a quatro, a CBN dá mais um passo na direção do nonsense total.

De acordo com a rádio, quem ocupa ("acessa"???) um lugar (ou objeto) torna-se um pedaço dele.

Não entendeu? Vou tentar explicar.

De acordo com uma reportagem ouvida hoje cedo por um amigo, a cabeça do marido de uma PM foi deixada na porta de sua casa por "integrantes do Astra".

Cheguei a imaginar que havia nascido mais uma facção criminosa no Rio, mas trata-se mesmo da marca do carro usado pelos bandidos — que, de ocupantes, passaram a partes do veículo, como pneus, capô, bancos etc.

Depois reclamam quando eu falo da República Federativa do Bobajal.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Não dá pra 'entrar' no local?

Gente, o que é isso? Acabo de ler na página de uma amiga que o Globo inventou mais uma de lascar: o abuso do verbo "ACESSAR” — ou seu uso em momentos absolutamente inadequados.

Já que não dá pra pagar o salário do copidesque, custa fornecer dicionário pros repórteres e ensinar a eles como se acessa a informação?

Segundo a postagem, a matéria (de ontem) contém frases como “(Fulana) não levou os documentos necessários para acessar o local da prova” e "quando foi acessar a sala de aula (...)".

Acho que vou ter um acesso!

domingo, 27 de outubro de 2013

Tempo do Onça

Outro amigo encontrou, na página 23 do Globo de hoje, uma pérola em forma de legenda:

"Encravada no Leblon, a Cruzada São Sebastião ATRAE novos moradores".

A matéria, que traz o desleixo, como ele define, ainda cheira a informe publicitário da prefeitura.

Bem, ou é desleixo ou o redator apendeu a escrever no tempos dos meus bisavós, quando se usava o "e" no lugar do "i" — em "atrae", "papae"... —, o "f" era "ph" etc. etc.

Caixas para todos os fins

O amigo fez a foto no estacionamento do Aeroporto de Goiânia e me enviou por e-mail, com o comentário:


"Imagino que eles tenham também um caixa para recebimento..."

Eu não duvido de mais nada. E, como estamos no fim do ano, acho que já devem ter caixinha de Natal pros funcionários, caixa para doações de presentes e o que mais conceber a imaginação fértil dos habitantes da República Federativa do Bobajal.

PS: no dia em que criarem uma caixa de coleta de "animadores" de festa infantil, por favor, me avisem. Agora mesmo tem um aqui no prédio que eu estou com ganas de mandar pra lugar bem pior.

sábado, 26 de outubro de 2013

Coisa de contorcionista

O que será "um papel sobre si mesmo"? Um passo a passo de origami, talvez?

O que não dá pra entender é como alguém "interpreta um papel SOBRE si mesmo", como quer o autor do obituário de Jaiminho, o "papagaio de pirata oficial" do Rio, hoje, no Globo.

Perto dessa ginástica idiomática e corporal, a coisa feia "Ele não poupa a obra, em fase final e que terá 998 apartamentos" quase passa despercebida ali pertinho, na página 27.

Mas não custava nada arrumar melhor a frase. Que tal "Ele não poupa a obra, que está em fase final e terá 998 apartamentos"?

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Informação extra ou 'Extra Large' ?

Recebi hoje um convite pra lá de tentador: assistir a uma sessão especial do Doctor Who, no seu 50º aniversário.

Os responsáveis pela promoção do evento (não pelo convite feito a mim, bem entendido) só se esqueceram de um detalhe importante: não se diz "Em breve MAIORES informações sobre horários e ingressos".

Diz-se: "Em breve, MAIS informações (...)".

Ou elas virão em tamanho GG? Com o Doutor, nunca se sabe...

Péssimas escolhas

A distribuidora do Globo insiste em não entregar o jornal aqui em casa, mas tenho amigos atentos, que ajudam a manter o blog recheado.

Um deles achou o título abaixo, do qual diz não ter gostado "por alguma razão":

"Chacina termina com sete pessoas mortas em Realengo, na Zona Oeste".

Vamos tentar entender.

A rima "chacina termina" é horrorosa.

A escolha do verbo para o sujeito também soa mal (ou queriam a chacina fosse como maratona de seriado de TV ou minissérie?).

Além disso... Sabe do que mais? O conjunto da obra é péssimo.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Aprenda a usar mais e melhor

Não tem jornal de papel (que não recebi), mas tem jornal na TV.

E foi no "Hoje" que acabei de ouvir que as imagens de um fenômeno espacial "ainda precisam ser MELHOR analisadas".

Nananinanão, pessoal!

As imagens precisam ser mais bem analisadas.

Que tal estudar melhor o Português, para criar frases mais bem construídas?

domingo, 20 de outubro de 2013

Caminhando e cantando e...

Segura o buraco!
Gente, o que é isso que um amigo me mandou por e-mail e eu achei no Globo online?

"Buraco em calçada do Centro segue sem reparo por duas semanas".

Indignado, meu amigo pergunta: "Segue pra onde?"

Sugestões para a redação do jornal, por favor.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Uma noite assim, assim

A distribuidora do Globo não entrega meu jornal, mas os amigos que o recebem mandam contribuições.

Como esta fala de um bartender, encontrada no Zona Sul de ontem e ainda destacada em "olho" da matéria:

"Não há nada mais satisfatório do que a pessoa provar e passar a noite tomando aquele drinque."

Provar a noite é até poético, mas o que repórter, redator etc. não perceberam é que "satisfatório" não é exatamente o mesmo que "prazeroso" — o entrevistado devia estar buscando esse sentido, né? Ou não?

Aproveitando, perguntar não ofende: falei em "repórter, redator etc."; será que ainda tem tudo isso no Globo?

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Enquanto isso, na capital federal...

Recebi há pouco mais uma fantástica colaboração de um amigo querido.

Vejam, na imagem, a "preciosidade" que ele achou num folheto da empresa Mar de Brasília (huuummm...), distribuído no balcão de turismo da Praça dos Três Poderes.

Sucinto, ele diz: "Mar agitado esse..."

Tremenda batatada!

Este presentinho por blog foi enviado ontem por uma amiga jornalista, que o encontrou no jornal Destak.

Como ela define, a "batatada" (delicioso termo do qual eu andava esquecida) está em matéria do assassinato de uma estudante por um colega de turma:

"Ele confessou ter matado a vítima na frente da esposa e de seu advogado, rodando depois com o corpo no porta-malas do carro por mais de dez horas."

Juro que não entendi nada, assim como a minha amiga, que pergunta:

"Quem é mais culpado aí? A mulher e o advogado, que, transformados em cúmplices do crime, teriam assistido a tudo sem fazer nada, ou o autor desse texto lamentável?"

Difícil, viu?

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Besteira além da conta

Meu atento amigo jornalista descobriu que a gracinha do Facebook adora seguir uma moda, sem se preocupar em verificar se ela é apenas mais uma invencionice da República Federativa do Bobajal.

Foi assim, certamente, que deixou de usar o correto "(Fulano) comentou o post tal" para usar o errado — e ridículo — "comentar SOBRE".
Queria muito saber de onde surgiu essa praga de "discutir SOBRE", "comentar SOBRE" e tantos outros maus usos da preposição.

Desconfio que veio do mesmo lugar em que se decidiu que "causa" é démodé e "conta" é mais chique.

Quando tiver um tempo livre, vou me debruçar sobre a causa dessas idiotices. Agora, sigo pra caminha pensando num "Rebelde sem conta" (vou sonhar — e rir — com James Dean).

Frase sem sujeito (e sem sentido)

Esta chegou da Austrália, onde vive um querido casal de primos, mas saiu no brasileiro Lancenet:

"O nome Lasmar é algo forte na medicina esportiva. E são nas mãos do pai Neylor e do filho Rodrigo que Ronaldinho Gaúcho tentará surpreender a todos e se recuperar da lesão muscular no adutor da coxa esquerda."

"SÃO" nas mãos?!?!?

Fiquei preocupada com o jogador, que já passou pelo meu time.

Se os citados médicos forem "bons" de bisturi como o repórter no Português, ele corre sério risco...

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tremenda perda de tempo

Vai mal a relação dos jornalistas com o tempo.

Meu atento amigo, que não perde uma, pescou hoje duas de lascar.

A primeira no Globo, que diz:

"O enterro da jovem terminou às 13h, no Cemitério (Tal). A cerimônia reuniu cerca de 30 pessoas, entre amigos da escola e a jovem que estaria em companhia dela no sábado, uma vez que (Fulana) disse que iria para a casa dela. A jovem não quis falar com a imprensa."

Como se não bastasse tanta informação "relevante" e "bem escrita", agora mais essa: o horário do fim do enterro!

Vai concorrer com as mortes "durante" capotamentos, os ferimentos que ocorrem "após" as pessoas receberem tiros... e por aí vamos.

Pensa que é só? Pois tem essa aí no online:

"Marquise desaba, mata um e fere seis em Madureira
Bombeiros chegaram ao local do acidente por volta das 20h30m"

Com razão, meu amigo chamou essa coisa de encheção de linguiça: "Pra que isso se não se sabe ainda, pelo título, a que horas foi o acidente?"
O que dizer, então, do "preciosismo" de "por volta das"?!?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O naufrágio do Português

Os colegas da Agência Brasil precisam tomar mais cuidado com o idioma que representam. Um amigo que é leitor atento do site encontrou duas escorregadas feias por lá.

Um título informa que "(Fulana) abre semana comemorativa aos 40 anos do Laboratório de Produtos Florestais".

Comemorativa "AOS"?!? Alguma implicância pessoal dos redatores e editores com a preposição "de"?

O outro ficou até engraçado:

"Brasil poderá regulamentar atividades em navios de cruzeiros".

Bem-humorado, meu amigo pergunta: "Que tal uns navios de dólares ou de reais?"

Afinal, os cruzeiros afundaram faz tempo — e também, ao que parece, as lições de singular e plural.

De volta, aos pouquinhos

Estou chegando devagarinho, "aterrissando" aos pouquinhos.

Hoje, o jornal homônimo me deu uma "acordada", ao me sair, em texto que complementava a fala da locutora, com uma crase em "tanto quanto À (qualquer coisa)". Não resisto. E vou tentar explicar.

O "quanto" pede crase (antes do feminino) quando tem sentido de "em relação" a isso ou aquilo. Exemplo: "Quanto à Educação, o prefeito disse que... Já quanto à Saúde, explicou que...".

Experimente o masculino plural: "Quanto aos projetos que não saem do papel...". Tem artigo e tem preposição.

O mesmo não ocorre em "tanto ela quanto ele", "tanto a casa quanto o apartamento" etc.

Deu pra sentir a diferença?

Falando em diferença, descobri, em vários telejornais argentinos, que tanto lá quanto cá as vítimas são perigosíssimas e incansáveis: matam em série, sem parar. Todo dia tinha notícia sobre as "vítimas fatais"!