sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Apesar de qual sexo?


Acho que acordei implicante.

Talvez seja o efeito do festival de "por conta" do RJ-TV (não aguento mais ouvir a expressão, argh!), ou do calorão, ou da zoeira da obra que estão fazendo no meu prédio, sei lá.

O certo é que não consegui engolir (ou entender) este título do Segundo Caderno do Globo de ontem (que só estou lendo hoje):

"Apesar de sexo, 'Ninfomaníaca' sairá em Blu-Ray".

"Apesar de sexo"?!? O que significa isso?

Se não cabia no espaço "apesar das cenas de sexo" ou coisa do gênero, que tal ficar apenas com "apesar do tema"?

Acho que o título do filme é mais do que explícito. Ou não?

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Não dá pra acreditar na Band



Tendo Rachmaninoff ao fundo, escuto a seguinte pérola no canal BandSports, do narrador/comentarista da festa de encerramento das Olimpíadas de Sochi:

"Estamos vendo uma festa no sentido literal: uma festa!"

Pois é.

Faço minha a expressão do compositor russo na foto ao lado.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Se a Band mantiver esse nível...

Acabo de ter decepção dupla com o BandSports.

Primeiro, porque o canal não calculou bem o tempo de exibição das meninas no programa livre (ou longo) da patinação artística.

Resultado: botei pra gravar na Net e, mesmo dando uma folga, fiquei sem as apresentações das três melhores patinadoras, classificadas na véspera (dia do programa curto) — e, claro, sem a pontuação final, a emoção da disputa etc.

Depois, porque os colegas da emissora, entre outros escorregões feios, não conhecem outro tempo mais que simples: o “futuro”.

E tome de “se ela NÃO MANTER a posição” e similares.

Se alguém faltou a essa aula de conjugação verbal e não aprendeu que o certo é “se ela não mantiver etc. etc.”, que tal apelar para uma “muleta”?

Algo como “se ela não conseguir manter”, talvez. Pega menos mal. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O que é isso, professor?!

Meu atento amigo pegou uma "magnífica" legenda no Globo de hoje (eu, ligada na patinação artística, "deslizei" por ela):

"Temperaturas de bairros da Zona Sul são 10% MENOR do que as registradas (...)".

E dizer que é esse tipo de concordância (?!) enlouquecida que defende o professor Sérgio Nogueira, o mesmo que ele viu à tarde no Estúdio I, dizendo que não há regras para determinar o uso de "em" ou "no(a)" diante de nomes de cidades e estados.

O professor confessou ter sido vaiado no Tocantins ao dizer "EM Tocantins" — e, pelo visto, desconhece a regra que meu amigo sabe explicar muito bem:

"Quando o nome deriva de um acidente geográfico, usamos 'no' (ou 'na'). Nos demais, usamos 'em'."

Alguns exemplos do primeiro caso: Paraíba e Tocantins (que são rios), Bahia, Recife e, claro, Rio de Janeiro.

Maçã é para comer ou...?

Gente, eu ainda nem abri o Globo e já sei que hoje está recheado de besteira — a julgar pelas colaborações que encontrei à minha espera nos e-mails.

Melhor nem comentar muito a crase horrorosa (e inexistente) que o atento amigo pegou em título (!) da página 23:

"Governo recorre À solução caseira para Desenvolvimento". Ui!

Mas o "melhor" está três páginas adiante.

A matéria em questão informa que a loja da Apple que será inaugurada no sábado terá 140 aparelhos à disposição do público "PARA DEGUSTAÇÃO". Que tal?

A querida amiga que me escreveu pergunta:

"Será que vai muita gente lamber um IPad ou dar uma mordida em um IPhone? Socorro!"

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Jogo de cintura — e de quadril

Minha vida como fã da patinação artística melhorou muito com o conselho de uma amiga, de sintonizar no canal Band Sports.

Não só eles respeitam os horários e mostram todas as apresentações, como cometem muito menos erros de Português que o pessoal do SporTV, cujo nível de (não) conhecimento do idioma pátrio é assustador.

Entre os deslizes de atletas e colegas, apenas um é recorrente e deve ser corrigido com urgência: o inexistente plural QUADRIUS.

Gente, dói mais do que ver o patinador se estabacar no gelo (de bunda ou de quadril).

Peço desculpas pelo Google

Aos leitores do Na Ponta da Língua, peço desculpas pelo Blogger (que é do Google), porque o serviço não permite que eu responda aos comentários já há algum tempo.

Ao Magno, por exemplo, que não sabe se usa "alergia a" ou "alergia de", queria poder dizer:
"Eu sou alérgica a vários produtos.
É alergia 'a', sem crase.
Abraços."

Espero que ele leia minha resposta aqui, pois o espaço reservado a ela, simplesmente, não funciona.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Jornalismo no reino animal

Gente, mal cheguei da rua e já encontrei uma bicharada enlouquecida me esperando.

Já me explico.

Em primeiro lugar, uma amiga questionou o "PARTO VIRGEM" de uma jararaca.

Eu, de cara, me impressionei mais com o destaque dado à partenogênese do bicharoco no Globo online.

E sabe-se lá se o jargão veterinário, apropriando-se de termo que julgávamos exclusivo da obstetrícia, chama isso de "parto".

Mas vamos em frente que o festival zoológico não acabou.

Outro amigo ouviu na rádio CBN que "seis cachorrinhos nasceram DEVIDO a inseminação".

Ainda estou tentando entender isso, porque a inseminação pode ter provocado a prenhez, mas duvido que tenha induzido o parto.

Acho que o calor está provocando coisas estranhas no mundo animal — e no jornalístico, também.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

SporTV só perde pontos

E o festival de besteira continua (no SporTV, pra quem não pegou a nota de ontem).

Alguém faria a gentileza de explicar para a equipe que cobre a patinação artística que o advérbio "ONDE" não é curinga pra ser usado em qualquer frase?

É um tal de "vamos torcer para que ele não caia, pois hoje é UM DIA ONDE não dá pra perder pontos", "O MOMENTO ONDE ele perdeu o equilíbrio", "QUEBROU OS MÉRITOS ONDE AJUDOU BASTANTE a composição" (?!?)...

Gente, até onde vai a ignorância dessa gente? Para merecer ser mandado para as olimpíadas, devia ser profissional gabaritado, não?

Ou estou sendo muito ingênua?

E hoje eu ainda ouvi no canal um "vão SE SOMANDO-SE os pontos", acreditem! Quase engasguei com o café.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Bobajal nas Olimpíadas de Sochi

Adoro patinação artística, mas é duro ver as competições nos canais que exibem o esporte nas Olimpíadas de Inverno.

Hoje, botei pra gravar à tarde, no SporTV, e decidi assistir há algumas horas.

Em pouquíssimo tempo, estava com o dedo no controle remoto, acelerando a imagem pra não ouvir o festival de besteira.

Definitivamente, ninguém mais sabe fazer televisão ao vivo!

Além dos erros de pronúncia, de concordância ("o óculos", "a dupla apresentaram", "os atletas, aqui, fez um levantamento curto" etc. etc.), jornalistas e comentaristas pecam por falar demais — o que aumenta o risco de tropeços.

Em vez de construir frases sem sentido ("Fulana é praticamente a melhor do mundo"), enumerar sinônimos ("a japonesa vai apresentar, dançar, executar a música...") e fazer correções constantes (essa "japonesa", por exemplo, era chinesa), que tal ler o roteiro antes de usar o microfone?

Ou são todos parentes da Ofélia, aquela do Fernandinho, que só abria a boca quando tinha certeza?

'Marketinguês' no seu telejornal

A TV Globo devia ter mais cuidado com o que põe no ar em seus telejornais, para não ficar ensinando o Brasil a dizer besteira.

O pobre cinegrafista da Band, por exemplo, "segue em estado grave" — segue pra onde, caro colega?

A "causa", pobrezinha, foi banida do vocabulário e substituída pela maldita CONTA — o que diriam Aristóteles, Newton, Descartes e outros a esse respeito?

E ainda deixam assim, sem mais, o "marketinguês" invadir o texto jornalístico — que se pretende claro — até em matéria de decoração!

Pois é, acredite.

No JH, a apresentadora do quadro sugeriu, em locais com plantas, o uso de "pedras, madeira e tijolos para AGREGAR VALOR AO TRABALHO".

Vamos deixar esse palavrório horroroso nas reuniões de gerentes de empresas?

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Eu 'mito', tu 'mitas', ele 'mita'

A amiga encontrou o texto no Portal do Amazonas.

Como título, "Conheça a vida trágica, e heróica, de Keanu Reeves, o astro de Matrix", com estranhas vírgulas e acento inexistente (em "heroica").

Mas o que a deixou espantadíssima foi o verbo "MITAR". 

Alguém conhece? Pois está lá:

"Keanu Reeves mitou Hollywood com filmes como Matrix, Constantine, Velocidade Máxima e muitos outros. Tem dinheiro de sobra, consegue a mulher que quer. Mas quem disse que isso é sinal de felicidade? Apesar de todo o sucesso, ele vem de uma família gigamos…problemática." (sic)

"Gigamos" que tenham tenham pensado em "mitificar", o mais próximo que posso imaginar.

Nem assim faria sentido: o ator pode até ter sido mitificado por seus papéis no cinema, mas não mitificou Hollywood, obviamente.

Outra amiga, com razão, comentou que está cada vez mais mais difícil entender o idioma da República Federativa do Bobajal.

Como Keanu parece querer dizer na foto acima, para com isso!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cadê as aspas? Ou o itálico?

Conversava ao telefone com uma grande amiga que, como eu, estudou em colégio de freiras.

Lá pras tantas, ela me perguntou se eu tinha lido, no Globo de ontem, um obituário escrito pelo Frei Betto, pois queria tirar uma dúvida:

"Transvivência existe?"

Consultei a memória e o mais próximo que me veio à cabeça foi a tal da "transubstanciação".

Parti, então, para os dicionários e... nada!

Com algum esforço, imagino que o autor tenha tentado ser poético.

Afinal, o neologismo não pode ter sido criado por falta de sinônimos (igualmente horrorosos) para a morte, tais como: acabamento, decedura, decesso, defunção, desaparecimento, desaparição, exanimação, exício, extinção, falecimento, fenecimento, finamento, libitina, limoctônia, óbito, ocaso, passamento, perecimento, transpassamento, transpasse, traspassação, traspasse, traspasso e trespasse.

Este último, aliás, minha mãe usava em alguns tipos de roupa que costurava pra mim — disso eu me lembro.