terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A economia é a base da porcaria

Sempre novidadeiro, O Globo chama fusão de duas redações e demissão em massa de "Revolução Digital".

O resultado desse enxugamento geral é uma péssima distribuição, falhas graves nas cobranças e muitos erros de Português, alguns deles primários.

Vejam este que o atento amigo encontrou.

Para dar uma ajudinha, acresci alguns exemplos de locuções adverbiais que pedem crase, como "à exceção de", que saiu errada em subtítulo do jornal.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Descendo a ladeira

Estou muito preocupada com o destino do Jornalismo no Brasil.

O atento amigo me enviou há poucas horas dois e-mails que só agora eu li.

No primeiro, ele, sucintamente, copiou o que ouviu do apresentador de um programa de Economia, na Globonews:


"(...) o corte de energia do Maracanã foi motivado por causa (...)".

Uau! E nós achando que motivo e causa fossem a mesma coisa...

No outro, meu amigo (como eu) já começa implicando com o absolutamente desnecessário "após" (ô praga!).

Como se não bastasse, alguém pode me explicar esse "segue" (veja a imagem no alto)? Qual é sentido de "seguir parado"?

Eu sei, você sabe, eles sabem que O Globo detesta o PT, mas nem por isso o jornal pode fazer um título desses em matéria sobre a saúde de Dona Mariza, que esperamos que CONTINUE se recuperando bem e SIGA para casa em breve.

Entenderam, colegas?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Muito equívoco em poucas palavras

A besta do "após-calipso" volta a atacar, juntamente com o erro de regência — acho que a pobre está em extinção devido à destruição de seu habitat, a Língua Portuguesa.

No site da Folha, o amigo encontrou os seguintes título e subtítulo: 

"Presidente mexicano cancela visita a Trump após disputa sobre muro

 Americano disse que Peña Nieto não deveria de ir aos EUA se não quiser pagar barreira".

O amigo questiona o uso do "após" não apenas por ser uma praga horrorosa, mas porque, afinal, a citada disputa continua firme, não é?

Passando ao subtítulo, o que faz a preposição DE depois do verbo DEVER?

É DEVER DO JORNALISTA saber seu idioma — e, portanto, conhecer a regência verbal, que não comporta o "penduricalho". Na dúvida, consulte o dicionário e comprove (DEVE-SE sempre FAZER a pesquisa).

E já que falei em verbo, aproveito pra perguntar: que bagunça é essa de presente (cancela), pretérito perfeito (disse), futuro do pretérito (deveria) e futuro (quiser)?

A coisa está feiíssima, senhoras e senhores.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Dê parabéns pra pessoa certa

Esta nota foi enviada ontem pelo atento amigo, que viu suas previsões se confirmarem: de tanto o erro ser repetido na TV, O Globo embarcou na onda e me saiu com esse "Parabéns A você". 

O Paulinho pode ser "fofo" — embora eu ache o adjetivo meio ridículo para o elegantésimo cantor e compositor —, mas não há fofice alguma em não saber que se canta, se dá etc. "parabéns PRA você".

Da mesma forma, mandam-se beijos PRA família, abraços PROS amigos e a Light, que deixou toda a minha região sem luz de ontem à noite até agorinha há pouco, PRO lugar que acharem mais adequado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Lucro maior, lucros maiores

O atento amigo me mandou a foto do título (do Globo, obviamente) com o sucinto comentário:

"Concordância zero".

Pois é, colegas.

O singular é "royalty" e seu plural é "royalties".

Portanto, são ROYALTIES MENORES, combinado?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Pesquise antes de publicar

Por e-mail, uma amiga me conta que leu a seguinte frase em Gente Boba (eu não li, porque não recebi o jornal de novo!):

"Foi considerada 'inusitada', para não dizer surpreendente (...)".
Ela pergunta:

"'Inusitado' e 'surpreendente' não são a mesma coisa?"

Pois é.

As duas palavras querem dizer "inesperado, que causa surpresa etc.".

A coluna, mais uma vez, mostra-se absolutamente previsível no desconhecimento do idioma.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Aqui não é permitido

Meus agradecimentos aos colaboradores deste blog.

Agora foi um ex-colega de redação que me mandou outra falha do Segundo Caderno, em matéria da estreia de "Desventuras em série", amanhã, na Netflix.

Está na segunda fala de Neil Patrick Harris (que, obviamente, deu a entrevista em Inglês):

"Jim Carrey (...) escolhia filmes QUE O permitiam ser 'Jim Carrey' (...)".

Nananinanão.

O ator queria filmes que PERMITISSEM A ELE ser ele mesmo.

Portanto, Carrey escolhia filmes QUE LHE PERMITISSEM etc. etc.

Acho que deu pra entender por que o verbo não é transitivo direto quando usado dessa forma, não deu?

Quem falou em julgamento?

O Globo não entrega meu jornal, mas tenho amigos que recebem seus exemplares, leem bobagens e mandam pra mim.

Esta, por exemplo, foi encontrada por uma colega na primeira página do Segundo Caderno:

"Minha ideia foi transferir esse conflito para a Coreia sob o JULGO japonês". (sic, com destaque meu.)

Pessoal, o Japão não estava JULGANDO a Coreia nos anos 1930.

JUGO é aquela peça, também chamada canga, que é colocada sobre a cabeça dos bois para atrelá-los a uma carroça ou um arado.

Por extensão, passou a significar, também, "sujeição imposta pela força ou autoridade; opressão". No caso, a sujeição da Coreia aos invasores japoneses.

Ficou claro?

domingo, 8 de janeiro de 2017

Cuidado com o verbo 'alertar'!

O pessoal da coluna do Ancelmo insiste em usar o tal do "alertar para", criando uma regência inexistente em nossa língua (nota "Yes, nós temos máfia").

Revisores são "raça" em extinção, eu sei e lastimo, mas não consigo acreditar que a Redação do Globo esteja na penúria, a ponto de não ter mais dicionários, eletrônicos ou de papel.

O velho e bom Houaiss que tenho no meu computador informa:

"alertar - verbo
transitivo direto, bitransitivo, intransitivo e pronominal
pôr(-se) alerta
Ex.: <o tenente alertou os soldados (do perigo de novo ataque)> <a tropa alertou ao primeiro tiro> <alertou-se ao primeiro ruído>".

Viram algum "para" no verbete?

sábado, 7 de janeiro de 2017

Onde é que foi filmado?



Queridos colegas da coluna do Ancelmo, não confundam o Cinema, chamado de a sétima arte e ensinado em universidades, com o cinema em que os filmes são exibidos.

Este último é, de fato, um LUGAR, ONDE há projetor, tela, poltronas etc.

Já o primeiro.não é nada disso, o que torna horrorosa a construção da frase encontrada na triste nota da morte da atriz Irene Stefânia:

"(...) preferiu se dedicar ao Cinema, onde fez mais de 20 filmes".

Está errado, OK? Ela não fez dezenas de filmes num cinema qualquer.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Tira o penduricalho!

O que faz a crase no título do Globo reproduzido aí na imagem?

Rio das Ostras vai ATÉ A cidade não sei das quantas?

O balneário foi AO fundo do poço?

Vai-se de uma condição A outra com uma preposição, só isso, nada mais.

Novo-rico (com hífen, por favor) é que gosta de ostentar badulaque desnecessário (com perdão do pleonasmo).

Até tu, 'Valor'?!


A praga do "antes, durante e depois" parece que veio para ficar.

O "vírus" se alastra em ritmo alarmante e contamina todos os jornais que encontra no caminho.

No site G1, já não é novidade, mas o trem está evoluindo por lá, criando cacófatos: "APÓS POSTAR" estava em título de ontem, em letras garrafais.

No mesmo dia, a elegante colaboradora descobriu a "contaminação" do Valor, que me saiu com essa coisa horrorosa aí da imagem.

"Depois de ficar no exterior", colegas?!

É a tal (triste) história: não basta não saber escrever, tem que esculhambar.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

'A Folha' rouba os holofotes

"Abro os trabalhos" de 2017 com A Folha, que mudou todo o sentido da frase ao escolher a preposição errada.

Queridos colegas, o Papa não pediu AOS PRESOS coisa alguma!

Francisco pede é AOS NOSSOS GOVERNANTES que deem condições dignas PARA OS DETENTOS, deu pra entender?

Aproveitando, o mesmo jornal já devia estar aqui, em destaque, no primeiro dia do ano.

Um amigo leu a besteira na versão online e me mandou, com o comentário irônico:

"Acho que eles não sabem onde fica a Câmara de Santana do Piauí".

Confiram na imagem o absurdo da última frase, que informa:

"A Câmara dos Vereadores não foi encontrada para comentar o caso".

Começamos bem...