sábado, 27 de janeiro de 2018

Precisamos falar. E não é do Kevin


O que é esse texto enviado pela assídua colaboradora?

Foi encontrado no Globo, é claro, e teve dedo humano na tradução disparatada, pois alguém tascou "RIO" como procedência da matéria que, logo se lê, é do tabloide The Sun.

Também é bem no início que o leitor acha um baita "lhe estuprou", quando qualquer pessoa com um tiquinho de conhecimento do Português sabe que tinha que ser "O", porque o verbo é transitivo DIRETO.

O que dizer da "quarta pergunta" do irmão de Kevin Spacey, o "FILHINHO da mamãe" (é assim que dizemos, não é "menino", OK?):

"Eu faço parte DAS SUAS VONTADES?"

"Will", "testamento"? É isso, tradutor?

E, tempos verbais à parte, de onde saiu o "ele teria que SE RESTITUIR comigo"?

Acho que "atone" pode ser "indenizar", mas...

Alguém aí tem outra sugestão?

Jardim Jornalismo Infantil

No "prezinho" O Globo, tatibitate é a língua corrente.

Ninguém pensa um segundo antes de escrever besteira — muito menos relê as bobagens que escreve.

O atento amigo continua encontrando dubiedades como as primas de um rapaz morto mostrarem uma foto dele "depois do enterro".

Se soubessem fazer uma frase sem usar "antes", "durante", "após" etc., não dariam margem para o leitor imaginar um ectoplasma ou coisa do gênero, não é?

Outro exemplo de texto infantiloide foi achado hoje pela assídua colaboradora.

Logo no início, tem "filias" no lugar de "filiais", o que denuncia a ausência de revisor, e o subtítulo é um "primor" de construção:

"Empresa recebe para prestar serviço que (o inominável) sugeriu que diretores fizessem".

Detalhe: tudo isso saiu IMPRESSO, não foi só no online, não.

Não demorou nada


Pelo visto, não demorou nem uma década para o Airbnb desistir de contratar revisores nos países onde atua.

Uma querida amiga veio passar uns dias no Rio e vejam só a listinha que encontrou no apartamento.

A intenção, acredito, é facilitar a vida do viajante.

Mas, no quesito "INTERFONE", quase expulsam o cliente e não acertam o texto em idioma algum.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Aberrações em terra e no ar

O declínio do país, do ensino, do jornalismo e das assessorias de imprensa salta aos olhos.

A gigantesca rede de drogarias Venancio, por exemplo, há meses não aceita pagamento com boleto bancário.

E se explica assim, para o infeliz cliente internauta:

"Nosso site está passando por reformas e por isso, a opção de compra no boleto está em manutenção para melhor atendermos á todos. Pedimos a compreensão de todos e em breve voltaremos com a opção". (sic, com crase, todos os "todos" e o escambau.)

Mas isso é pinto perto do que a assídua colaboradora leu nos assentos do voo da Gol em que está.

O "reclínio", que ainda vira feminino na frase sem pé nem cabeça, não existe nem no tradutor do Google, pessoal.

Quem delirou essa aberração?!?

"It's ugly the thing"... (a ironia desolada pode não ter nexo em Inglês, mas só contém vocábulos reais, OK?)

Assim meu coração não aguenta



O que vem a ser, em bom Português, a expressão "coração completo"?

Nada. Não faz sentido.

Provavelmente leram "My heart is full" e inventaram essa bobagem — que está, também, na "casinha" do Globo online.

Não entendeu a "casinha"?

Foi meu jeitinho de traduzir a "home" do site.

"A casinha do sítio" ficaria ainda mais simpático, mas aquele trem, feito sem o mínimo cuidado, não merece.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Parto difícil é ler os jornais

O Globo já vinha descendo a ladeira a passos largos quando criou a editoria genérica Sociedade, em que enfiam qualquer matéria, de qualquer assunto.

Foi lá que a assídua colaboradora achou mais uma pérola, em texto que tem o esdrúxulo título "Parto de polêmicas" — aliás, vai gostar da palavra "polêmica" assim lá em... Eu ia dizer em Caixa Prego, mas os baianos daquela cidade não merecem.

Digressões à parte, além de criarem um "deslocamento" de placenta — não sou médica, mas acho que o correto é "DESCOLAMENTO" —, reinventaram o verbo "ADERIR", transformando-o em pronominal:

"(...) quando o órgão se adere de forma anormal (...)".

De onde tiraram essa "anormalidade idiomática"?

Certamente copiando e colando a primeira definição que encontraram na internet, usando o mesmo recurso com o qual poderiam ter consultado o verbete "aderir" e evitado o erro: um simples clique.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Novos monstrengos do 'Globo'

Coisas de arrepiar CONTINUAM aparecendo no Globo. Sim, CONTINUAM, do verbo CONTINUAR, hoje tão esquecido.

A assídua colaboradora encontrou uma tal de "rotina diletante" — de "mais uma vítima da rotina de violência do Rio" (sic) — que estamos tentando decifrar desde cedo.

Quem sabe alguém nos ajuda a entender a primeira "rotina", que vai dar na segunda, lendo a frase:

"Ela foi baleada ontem, na Praia da Reserva, entre a Barra e o Recreio, nos raros momentos de lazer de sua rotina diletante". (sic, mais uma vez)

Uma pessoa levar um tiro "nos raros momentos" do que for já é difícil de imaginar.

Onde estava a cabeça do editor que deixou passar isso e o resto é outra incógnita.

Aí, vem o atento amigo com mais uma frase estrambótica — destacada na página porque, certamente, alguém achou maravilhoso o tal de "sigo tendo em ser é quando quero fazer".

Isso ainda vira verso de música de sucesso, sei não.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O maravilhoso polvo das neves

Hoje deve ser um dia especial de celebração do antigo programa de rádio e TV "Incrível! Fantástico! Extraordinário!".

Alguém aí se lembra do "Abominável Homem das Neves"?

Pois o atento amigo descobriu, no Globo, criatura ainda mais espantosa: o maravilhoso polvo que vive a nada mais, nada menos que 2.400 metros acima do nível do mar!

Segundo o jornal, ele é um dos ingredientes fresquinhos da região servidos num restaurante de Aspen, famosa estação de esqui. Uau!

Um após o outro, após...


Viu a nota abaixo?

Achou o fim a mulher baleada depois do assalto?

Pois os absurdos "após" do novíssimo jornalismo fizeram mais uma vítima: o incrível avião que passou mal!

domingo, 21 de janeiro de 2018

Acredite se quiser

A assídua colaboradora encontrou isso aí no Globo online e me mandou, com o pertinente comentário:

"Isso é que é azar. Acaba o assalto e a mulher é baleada em seguida!"

Pois é, colegas.

A mania de usar a absolutamente desnecessária bengala — "após" isso, "após" aquilo — cria títulos e textos capengas.

Está mais do que na hora de abandonar o trambolho inútil e aprender a escrever bonitinho, com a informação correta e clara, não é, não?

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O valor da coerência

O problema de a nossa imprensa não cuidar mais do que publica não está apenas nos erros de Português, mas também na falta de clareza e no uso inadequado de alguns vocábulos.

Basta o entrevistado falar qualquer bobagem que o repórter reproduz e o editor não questiona — justamente numa época em que pesquisar ficou tão fácil!

A assídua colaboradora encontrou exemplo disso no Globo online, em matéria sobre o verão infernal do Rio (desculpem o pleonasmo).

Copiar o jargão da meteorologista deu na seguinte tolice:

"Para quem fica no sol, a sensação pode ficar um pouco maior do que esse valor (...)".

É forçar muito a barra usar a palavra "VALOR" pra descrever sensação térmica, não é, não? E o "fica ficar" só confirma a grave crise de preguicite aguda. Custa dar um clique e abrir o verbete?

Um caso de dubiedade é "Botafogo só empata na estreia".

 O título, do Globo impresso, foi enviado pelo atento amigo, que pergunta:

"Se o time só empata na estreia, nas outras partidas deve ganhar ou perder, certo?"

Quem deixou passar essa merece a ironia.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Pão-durismo inexplicável

A gente sabe que Globo e Facebook são negócios lucrativos.

E esta é apenas uma das razões pelas quais a assídua colaboradora e eu não entendemos por que essas empresas são tão sovinas na hora de contratar redatores, revisores e que tais.

Na rede social, a amiga não aguenta mais ler que alguém "comentou SOBRE" a foto que ela compartilhou, "comentou SOBRE" um link etc.

Funcionários do Sr. Zuckerberg no Brasil, aprendam: a gente COMENTA ALGUMA COISA, COMENTA UM LINK, COMENTA UMA FOTO, sem se debruçar ou deitar em cima de ninguém, OK?

No jornal online, hoje me saíram com um "MENOS DE um mês para o carnaval, prefeitura divulga (...)". 

Como no site o título pode ser gigantesco, parece coisa de quem ficou na dúvida se usava o verbo haver ou a preposição.

Esqueceu que "" um mês é passado e "A" um mês é futuro? Tasca um "Faltando menos de (...)". Assim, não tem erro.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Pode piorar, eu garanto


Como tudo que está ruim pode ficar ainda pior, O Globo resolveu brincar com o título do novo espetáculo do Cirque du Soleil.

Resultado do "malabarismo": a grafia incorreta — com "M" no lugar do "N" de "Amaluna" — foi parar no alto da matéria.

É muito relaxamento, viu?

O apanhador no campo de...

Ontem, pelo visto, ninguém estava muito a fim de trabalhar no Globo.

A preguiça atingiu várias editorias — e as besteiras que ela gerou foram generosamente pescadas e enviadas pela assídua colaboradora.

No Morar Bem — que deve ter sofrido com a modorra de outro dia, pois suplementos são fechados com antecedência —, a dica para reduzir a conta de luz é um espanto!

A pessoa encurta o banho e... ECONOMIZA R$ 20 A MENOS! Ou seja, podia economizar muito mais, porém, do jeitinho sugerido pelo jornal, economiza menos.

No Ancelmo, a turma que manda beijos e abraços com XOXO no fim do texto deve achar que é assim que se grafa CHOCHO, adjetivo de muitos significados, como "choco", "murcho" e outros que não exigem o "CH".

Na página 25, criaram uma "assumidade", provavelmente uma SUMIDADE QUE ASSUME coisas impensáveis — tais como um boca a boca com hífen, que não existia sequer na era pré-(des)acordo ortográfico.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Larga a bengala, pessoal!

Fico muito incomodada com a indigência do jornalismo atual.

Um dos seus tristes exemplos é o abuso do "após", como se fosse raríssimo uma coisa acontecer depois da outra.

Sintam o nível do "fenômeno" no apanhado que eu fiz, agorinha, na primeira página do Globo online. É de doer!

Segura a intimidade!

Mal acordei, já dei boa gargalhada com a novidade que a assídua colaboradora encontrou hoje, em entrevista com o Washington Olivetto.

Criaram uma imagem na qual eu nunca havia pensado: a "evasão de intimidade"!

Ingenuamente, sempre achei que a gente se preocupava com a EVASÃO escolar — ou de presídios etc. — e com a INVASÃO da privacidade, mas O Globo me mostrou que a intimidade, essa danada, é cheia de subterfúgios e pode escapar a qualquer momento.

Vivendo e aprendendo.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Já houve quem soubesse

A assídua colaboradora encontrou hoje, no Ancelmo, coisas que meu pai talvez chamasse de abracadabrantes.

Em "Adão e Eva na folia", criaram o "colã"!

Pois é, assim mesmo, acreditem: "cola" com til.

Como certas traduções comentadas aqui, o absurdo é típico de quem não conhece o idioma e ainda tem preguiça de abrir o dicionário — como esse Houaiss aí da imagem, em que se vê a grafia correta, mais que aceita: COLLANT, comme il faut.

Em "Filme tenso", encerraram o texto com a seguinte frase:

"Teve quem recebeu cobrança de R$ 1 milhão".

Aprender a usar o pretérito imperfeito do subjuntivo (houve quem RECEBESSE) é tarefa um pouco mais complexa do que consultar um dicionário, mas a abertura da minha nota já dá uma pista, com TALVEZ CHAMASSE.

Se todos prestássemos atenção às aulas de Português, o jornalismo iria muito bem, obrigado.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Criatividade é outra coisa


Ainda não acredito que, a cada intervalo dos Globos de Ouro, ouço o seguinte disparante:

"É o filme mais INSPIRACIONAL do ano!"

Caramba, pessoal! Não esculhamba "O Rei do Show" — tradução bem razoável para "The Greatest Showman".

"INSPIRATIONAL", em Português, é "INSPIRADOR".

Onde estavam as musas, essas criaturas INSPIRADORAS, quando os responsáveis pela peça publicitária deixaram passar essa invencionice de quem desconhece a língua falada no Brasil?

sábado, 6 de janeiro de 2018

Os delegados ampliados

Vejam o título do Globo.

Quem encontrou foi o atento amigo, que pergunta, cheio de razão:

"De que tamanho ficaram?"

Arrisco dizer que, se as festas de fim de ano da PF foram fartas, os delegados ampliaram um bocado. É de GG pra cima!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

No Globo, 2018 começou mal

A matéria do Globo online (sobre a festa de fim de ano carioca) começa com um horroroso nariz de cera, aquela encheção de linguiça típica de quem não sabe o que dizer de forma clara, direta, como exigiam os jornais.

De cara, não bastasse o lugar-comum "tudo começou (...)", transformaram "o verbo francês réveiller" em LUGAR, acoplando-o ao advérbio ONDE.

A assídua colaboradora também encontrou coisas feias lá dentro, como esta:

"A costureira (Fulana) nem parecia carregar o peso da idade ao chegar à Praia de Copacabana carregando flores à Iemanjá".

Fiquei curiosa pra saber como é esse jeito especial de carregar flores, à la Iemanjá.

Antigamente, as pessoas levavam flores PARA Iemanjá. Pelo visto, isso mudou, bem como a forma de se fazer jornalismo.

Quem quiser mais bobagem em texto indigente, é só ler o texto até o fim.