domingo, 30 de junho de 2019

Mais feio a cada dia

Cada vez entendo menos o que dizem os colegas da tal da mídia — em forma e conteúdo.

Abri novamente aquela coisa intitulada MSN Notícias, aqui em parceria com um site de que eu nunca tinha ouvido falar: Purepeople, que, apesar do nome Inglês, foi criado na França (viva a Wikipédia!).

Ele (o site) põe fãs (de gente que eu desconheço) "cismados" com a gravidez de uma moça "após post" de um cara.

Enquanto vocês "mergulham em reflexões" e "meditam", eu penso em aliterações, como o rato roeu a roupa do rei de Roma — provavelmente "após" Sua Majestade deixar o recinto.

Coisa de louco!

Rodrigo Santoro vive o Louco em "Laços"
Vejam só o que o querido amigo encontrou na página 15 do Globo:

"O projeto de (você sabe quem) pode tornar as vias ainda mais perigosas para quem mais morre hoje no trânsito".

Com toda a ironia que a besteira merece, ele recomenda aos falecidos que tenham muito cuidado.

Nem o Louco do Maurício de Sousa diria (ou entenderia) um trem desses.

Desconhece as preposições? Não use

Essa bobagem veio de Minas, via São Paulo — Rádio Itatiaia com Agência Estado.

Onde terá nascido a "brilhante" ideia de inventar os "destaques à"?

Além de não termos essa regência, qual é sentido de "destaques à reforma"?

Seriam "destaques À MODA da reforma"?!?

Ah, sim. Pra não dizer que não falei do "sobre", ele é absolutamente desnecessário na frase.

Sejam diretos: DECIDAM ALGUMA COISA (os destaques DA reforma, o que for) e ponto final. O Português agradece.

sábado, 29 de junho de 2019

Sem indulgência

A amiga que é leitora voraz e escritora não acreditou quando viu a frase em "O futuro de nós dois ", de Jay Asher e Carolyn Mackler, e se perguntou:

"Seria 'preciso do seu humor um segundo' a tradução (porca) de 'humor me a second'?"

Pois é, editores. Se vocês quiserem pôr no mercado uma boa tradução, não dá pra usar tradutor eletrônico e/ou pagar uma miséria pelo trabalho.

"Humor me a second" (ou "humour me", se você prefere o Inglês britânico, como eu) pode ser "satisfaça a minha vontade por um momento", ou "seja indulgente", ou "aceite meu argumento" ou "concorde comigo" ou...  

Tudo depende da situação. 

No caso, parece que a personagem quer apenas "um minuto de atenção".

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Reunião de baixíssimo nível

Acho que consegui zerar o estoque de besteiras jornalísticas recentes em uma imagem.

Tem contribuição de leitor e da assídua colaboradora, tem coisa que eu vi, tem os prometidos "apóses" imbecis, um "sobre" correto (viva!) e um "sobre" errado... Enfim, há um pouco de vários cacoetes da imprensa atual.

A superlotação dá liberdade a jovens, como se fosse o advogado que parece estar preso — mas não para de trabalhar e, mesmo atrás das grades, defende hackers (?!?).

Uma pessoa pode SE PRONUNCIAR SOBRE qualquer bobagem, mas NÃO se "avisa nada sobre" coisa alguma, OK?

A gente vê tanto "sobre" mal usado que eu sugiro que os colegas evitem a preposição por uns tempos.

O que nunca vimos foi alguém ter alta ANTES de ser hospitalizado.

Falando em hospitais, a expressão "visita de médico" é antiga, mas eu desconhecia a "visita de empregada". É curtinha também?

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Historinha assustadora

Estranha língua falam os atuais editores e redatores do Globo Esporte.

Um amigo LEVOU SUSTO com o erradíssimo "nada os ocorreu", postou no Facebook e me marcou lá — perceberam que ele levou um susto, não "sofreu" o dito cujo? Poderia ter "tomado um susto" também.

Antes mesmo que os colegas da Globo entendam que susto não é ataque cardíaco (este a pessoa SOFRE), vou logo contando outra "novidade": o verbo OCORRER pode ser indireto e intransitivo.

Não sabem o que é isso? Peçam um dicionário e uma gramática pro patrão.

Com a leitura desses livros sensacionais, garanto que OCORRERÃO A vocês só coisas boas, como aprender a usar verbos e escolher melhor as palavras.

Isso evitará exageros — chamar de "saga" uma situação que durou poucos minutos é forte! — e outras escolhas inadequadas — além do "sofrer" deslocado, "endossar" também não combina muito com a situação em que foi posto.

Alguém ficou interessado no porco que abre o feioso título?

Vá em frente e tente encontrá-lo.

Eu não consegui passar do assustador "nada os ocorreu".

PS: por favor, também não "confiram" o texto, apenas LEIAM.

De derreter os neurônios


O Globo não se emenda e continua firme na sua campanha "Encare um pleonasmo de frente".

Pois é.

Assim começa a matéria "Estou limpo há sete meses e é difícil pra caramba":

"Enquanto encara a câmera de frente (...)".

Como o sol do inverno carioca "me encarou" hoje por todos os lados em Copacabana, quase não me animo a fazer a nota.

Afinal, não há criatividade que resista ao calor dos infernos e às incansáveis repetições de bobagem no jornal.

Mas estou fazendo uma coleção de "apóses" dos colegas, OK? Me aguardem.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Receba esse trem, engula se puder

Nem só de regência estropiada vive O Globo: as escolhas verbais dos colegas de lá também andam uma vergonha.

Vejam na imagem o que me enviou uma amiga que, como eu, trabalhou no jornal.

"Recebe perfurações", gente?!?

Desculpem o humor numa hora dessas, mas... as perfurações chegaram por Sedex?

Daqui a pouco vão dizer que "Fulano acolheu quatro tiros", "embolsou ferimentos diversos"... e por aí vamos, ladeira abaixo.

Tudo isso, é claro, "após" qualquer coisa, como essa "separação" aí, absolutamente sem sentido na frase.

domingo, 23 de junho de 2019

Nota postada 'durante a noite'

Colegas do Globo, não basta a mania de usar erradamente o SOBRE? Agora vai ter besteira com o SOB também?

A assídua colaboradora acaba de me enviar um trecho de matéria que descreve assim o estado de um jovem acidentado:

"(...) estável sob o ponto de vista neurológico e hemodinâmico".

Amores meus, é DO ponto de vista — ou os médicos estão como os personagens da inesquecível cena do Hitchcock filmada SOB a mesa, em "Pacto sinistro"?

E, por favor, expliquem pro leitor o que é "hemodinâmico", OK?

Façam o mesmo com a "oitiva" que a mesma amiga encontrou no mesmo jornal e me enviou no sábado.

A repetição "mesmo mesma mesmo" é proposital e remete ao texto da imagem.

Não tem apenas jargão, "ele" em profusão e frase mal ordenada (que tal "estava em casa de amigos e consumia drogas com a vítima" etc. etc.?).

Tem um horroroso "apontar com um revólver" (sic) e um absurdo "chegou durante a manhã" (?!?).

O que há de errado com o simples e direto "APONTAR UM REVÓLVER"?

E como é essa história de chegar a uma delegacia "durante a manhã"? A chegada durou das seis ao meio-dia ou foi um pouco mais longa?

PS: um "ele" escapou da marcação na imagem e o ridículo "chegou à Especializada" escapou dos meus comentários.

Alguém conhece outro Groucho?

Aproveitando o embalo: alguém sabe se existiu por aqui algum humorista que tenha homenageado o grande Groucho Marx, usando o mesmo nome com "X" no lugar do "CH"?

A assídua colaboradora encontrou a grafia em matéria do Globo sobre O Pasquim e, como ela, eu só conheço o autêntico Groucho, de quem sou fã.

O que vem a ser 'Ela'?!?

Confesso que há muito, muito tempo perdi a santa paciência pra ler aquele suplemento do Globo chamado "Ela".

Foi lá que a assídua colaboradora encontrou mais essa "sensacional criação", o "performam" melhor, típico de quem desconhece o idioma — nunca ouviram (ou leram) as opções nacionais AGEM, ATUAM etc. etc.

Não vou nem tentar descobrir o que são os "shots", recomendados para o café da manhã.

Em filmes e séries, os "shots bebíveis" costumam ser de tequila, mas acho que o pessoal ainda não enlouqueceu a esse ponto.

Tudo invertido no 'Globo'

Abro o computador e encontro algumas contribuições para este blog.

Como a do amigo, que pergunta:

"Agora os jornalistas estão fazendo piada dessa natureza nos títulos do Globo? E o que é 'massacrar um time no embalo de alguém'? Que 'conceito' é esse? Qual é a ideia?"

Pois é. Fazem essa coisa de mau gosto, mas continuam evitando as contrações "pra", "pro", "pras", "pros", os verbos"botar" e "pôr"... 

Estou absolutamente desencantada com o jornal.

sábado, 22 de junho de 2019

O 'enigma antropomórfico'


Rapidinha que eu recebi no dia 14 e foi encontrada na capa do Uol Notícias.

É no estilo "Esfinge": decifra-me ou te devoro.

Que língua é essa?

Português, eu garanto que não é.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Reserva errada e reserva em excesso

Não vou discutir aqui o destaque da Folha, que vi em postagem de um colega.

Nem sequer li o texto, pois não sou assinante do jornal.

Mas esse "reservas ao" aí foi de doer a vista.

RESERVO-ME O DIREITO de fazer críticas ao Português ruim.

EM RELAÇÃO À estranha REGÊNCIA, minha RESERVA é total.

PS: não preciso RESERVAR AS razões que me fazem detestar o uso da palavra "suspeito" para definir uma pessoa que aparece em baita close cometendo um roubo. Uma amiga viu pela enésima vez essa coisa ridícula no telejornal Hoje — e reclamou, coberta de razão. Afinal, é RESERVA despropositada e excessiva, típica do jornalismo atual (em certos casos).

Não escreva alcoolizado

"Só pode estar de porre", disse assídua colaboradora, ao me enviar mais essa do Ancelmo Sempre Ele Gois.

Concordo.

O pileque devia ser tão forte que ninguém da coluna se lembrou que, em Português, a "bebida, geralmente alcoólica, que se toma antes ou no intervalo das refeições; aperitivo, trago", se chama DRINQUE, com "QUE".

Vem do Inglês DRINK, que no século XII já significava "um líquido próprio para engolir, um gole ou porção de líquido, bebidas alcoólicas, consumo habitual ou excessivo de bebida alcoólica".

"Bebida de bebida" é muito mais que um simples pleonasmo, não é, não?

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Resumão de besteiras

Quem viu foi a assídua colaboradora.

Em vez de CEDER ÀS pretensões de Fulano, quatro herdeiros simplesmente "cederam parte das pretensões" do viúvo — não me perguntem pra quem.

É de hoje, está em nota do Ancelmo Sempre Ele Gois e, pela expressão "no frigir dos ovos", não parece coisa de gente jovenzinha.

Ao longo da semana em que eu pouco vim ao computador, a amiga encontrou coisas feiíssimas — a maioria no Globo e na Folha e em destaque, com letras garrafais.

Teve "chegar em" — costuma-se CHEGAR A algum lugar, tá? —; "ele não deixava eu sair de casa" — ele não ME DEIXAVA sair, por favor —; "aplicar multa em barcos" — é como aplicar EM AÇÕES? O rendimento é bom? —; o título "Mudou não apenas coberturas jornalísticas, mas jornalistas" — QUEM mudou? Se foram as coberturas e os jornalistas, ELES MUDARAM —; teve texto pra lá de mal escrito a respeito de uma nova série com o Jude Law...

Enfim, foi um festival.

Vai ser difícil pôr no blog tudo que eu recebi, mas estou me esforçando.

PS: acabam de chamar minha atenção para o uso do verbo "alastrar" na nota da coluna. Ele pode ser usado como sinônimo de "estender", mas nunca vi desse jeito, no sentido de "se arrastar por anos e anos". Como exemplifica o Houaiss, o sol alastra seu calor, a fumaça pode alastrar e provocar sufocamentos, a mancha de óleo alastrou-se por todo o oceano.

Que tal viajar corretamente?



Depois das "férias a Rio e São Paulo" que eu recebi da Decolar.com (clique aqui para ler), foi a vez de o atento amigo ser premiado com uma regência estropiada em oferta de viagem.

O titulo do e-mail da Viajala começa com "Voos a Rio de Janeiro" e a besteira é repetida no texto:

"Voos mais baratos a Rio de Janeiro (...)".

Ninguém "voa a Rio", "viaja a Rio", "paga (ou tira) férias a Rio", gente!

Recomendo pegar um VOO PRO Rio, VIR PRO Rio, VIAJAR PRO Rio, TIRAR FÉRIAS NO Rio...

Aproveitem o raro refresco na quentíssima cidade.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Deixa a construção pro Chico

Ontem falei de alguns verbos que viraram modismos esdrúxulos e me lembrei de um e-mail do atento amigo, que dizia:

"Estão construindo de tudo em Brasília, de discursos a maiorias, passando por acordos e projetos. Haja tijolo!"

Caros colegas, deixem a "construção" para o Chico Buarque, que hoje completa 75 anos e sabe usar as palavras muito bem — basta clicar aqui para ouvir (e ler) a canção.

Aproveito para informar ao pessoal da Globonews que se chama PALAVRA DE ORDEM (ou slogan) a "locução ou pequena frase, não raro rimada, usada para ser repetida, gritada, cantada ou reproduzida por escrito, e que expressa uma reivindicação, um incitamento à luta, um apelo à mobilização, ou resume uma posição ou doutrina de um grupo". (Houaiss)

Na sexta-feira, o mesmo querido amigo me mandou a seguinte mensagem:

"(...) Segundo a repórter, os manifestantes em Belo Horizonte gritavam 'frases de ordem'. Eram palavras de ordem antigamente. Acho que resolveram agrupá-las."

Podem rir. Ou chorar. Vocês decidem.

terça-feira, 18 de junho de 2019

O ataque dos verbos malditos

A querida amiga, colega e vizinha encontrou mais um modismo horrível em destaque no Globo, postou no Facebook e me marcou lá.

O título estrambótico?

"Angela Merkel apresenta tremor em cerimônia oficial em Berlim". (sic)

Antes que o verbo APRESENTAR se transforme no novo COLOCAR, como ela teme, informamos que pessoas TÊM tremores, ou crises de tremor, ou tremedeira, ou...

Ninguém "apresenta" tremores, mas tivemos APRESENTAÇÃO de "Tremors", com Kevin Bacon.

O filme estreou no Brasil em 8 de junho de 1990, fez o maior sucesso e ganhou várias sequências.

Não estão reconhecendo? Aqui se chama "O ataque dos vermes malditos".

Tremei, crianças.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Que língua é essa?

Infelizmente, O Globo virou uma fonte inesgotável para este blog.

Vejam o que a assídua colaboradora acaba de me enviar.

Se a pessoa que fala desconhece o sentido do verbo "nominar" em Português, cabe ao jornalista pôr um "sic" ao lado da frase, mostrando que está apenas reproduzindo a bobagem.

Ninguém aqui é "nominado" a cargo ou prêmio: é INDICADO, OK?

O mesmo ocorre com o jargão empresarial "compliance", que não existe no idioma pátrio e foi copiado do Inglês em manuais mal traduzidos.

Aqui, dizemos CONFORMIDADE. E muitas coisas mais. 

O título que é um susto


Colegas do Globo, um pouco mais de atenção, por favor.

Um querido amigo viu o seguinte título na página 22 e ficou estupefato, como eu.

Leiam e julguem por si mesmos:

"Câncer de próstata: mais sobrevida à metástase".

Como ele bem lembrou, o saudoso Luiz Garcia, que cuidava do idioma quando estávamos na redação, sempre dizia que o título tem que ser entendido de cara — e esse aí é um convite à má interpretação. 

domingo, 16 de junho de 2019

Um pouco de cada vez

Devagar, devagarinho, como recomenda Martinho da Vila, tentarei postar as escorregadas feias dos colegas que recebi nos últimos dias.

Mesmo sabendo que eu estava enrolada, os amigos — obrigada! — continuaram mandando pérolas, todas arquivadas aqui com carinho.

A assídua colaboradora, incansável, achou duas bobaginhas numa coluna da Folha: "Fulano voltou a sua sala" — é preferível VOLTOU À SUA SALA — e "Beltrano viajará à Brasília" — é VIAJARÁ PRA BRASÍLIA, OK? (ou "a Brasília", sem crase, mas fica meio pedante.)

Uma das "melhores", porém, só chegou hoje.

Vejam aí na imagem o que O Globo mandou pro celular dela.

Temos a redundância de "sua própria", o ridículo "entrassem dentro" (ui!) e o plural esdrúxulo "sob efeitos".

Como não vi o início da frase, nem vou comentar a estranha vírgula entre "marido, e também pastor" (?!).

No mais, recomendo "A própria vida", "entrassem EM SUA CASA" ("residência" é coisa de documento jurídico) e "SOB EFEITO de medicamentos" (os "efeitos colaterais plurais" são típicos de bula de remédio).

Mais cuidado com o idioma pátrio, pessoal.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Uma 'problematização' só

"Se  um dia eu escrever o verbo que está nesse título que nada diz, podem me internar".

Com estas palavras, o ex-colega de redação fez a postagem no Facebook e me marcou lá.

Como "vírus ainda não identificados problematizaram a rotina da minha família", divirtam-se com a bobajada do Globo de hoje. 

Vou "desproblematizar" a vida e postar aos poucos as outras besteiras enviadas pelos amigos nos últimos dias.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Vaza erro pra todo lado

Não se pode passar um fim de semana sem entrar na internet, ligar a TV etc. que não só a gente descobre que o mundo descobriu o que gente atenta já sabia e os erros da imprensa, enviados por amigos diversos, se acumulam.

Todo mundo já deve ter lido o absurdo do "Fulana também se contradizeu".

Vejam o verbo DIZER aí na imagem. Procurem um "dizeu".

Se alguém encontrar, eu juro que não vou contradizer o Houaiss.

Muita gente mandou pra mim o erro do crasso do Globo, no qual a assídua colaboradora achou ontem um igualmente brabo "eu vi como a fez bem chamar pelo nome (...)".

Crianças, eu vi como LHE FEZ bem, ou eu vi como FEZ BEM A ELA, tá?

E não copiem o Facebook, que inventou mais uma: "Fulano publicou a publicação de Beltrano".

Vai entender de Português assim na Argentina. Esconjuro!

sábado, 8 de junho de 2019

Como marcar um encontro

A assídua colaboradora estranhou a frase que abre nota do Ancelmo Sempre Ele Gois:

"No domingo, às 16h30, está marcado um abraço simbólico (...)".

"Está marcado no domingo?"

De fato, a construção ficou muito, muito estranha.

"Encontro marcado" é o que não falta na literatura (a começar pelo livro do Fernando Sabino), em título de filme, de programa de TV...

Mas o mesmo compromisso que está marcado NA AGENDA costuma ser marcado PARA O DIA tal. Vai dizer que não soa melhor e faz mais sentido?

Agora, com licença, porque eu tenho um encontro marcado com Morfeu.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

O Rio de Janeiro acabou mesmo

Eu sei que a situação do Rio é pra lá de péssima, mas não imaginava que estávamos tão a perigo, com apenas UMA delegacia funcionando.

Gente, o prefeito mandou fechar tudo? Demitiu todo mundo?

Se não foi isso, como se explica a manchete da ESPN, que diz que aquele garoto chato foi depor NA delegacia da cidade?

A crase indica exatamente isso.

Se a pessoa VAI A UMA delegacia, o leitor fica sabendo que há várias.

Se vai À DELEGACIA do LOCAL, é porque não há outras.   

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Será que é pedir muito?


Em nome da assídua colaboradora, do atento amigo e de todos os amantes do idioma pátrio, peço aos jovens e velhos jornalistas que estão nas redações que façam textos e títulos decentes. (Repararam que eu PEDI QUE, não pedi "para que" nada a ninguém?)

O descuido com as regências tem sido comentado aqui quase diariamente. (Repararam que eu COMENTEI O DESCUIDO e não comentei "sobre" este tema ou outro qualquer?)

A cada edição surge uma novidade, como um horroroso "opinou pelo", que está no Globo de hoje. A gente LUTA PELA Educação e OPINA A FAVOR dela.

Os colegas estão escrevendo vergonhosamente MAL — e eu vou bater três vezes na madeira para afastar da imprensa o MAU OLHADO e o MAU PORTUGUÊS.

O primarismo é tanto que já estão confundindo "espólio" (ou herança) com "HERDEIROS" (ou legatários).

Bens não planejam coisa alguma, seja ela BOA ou , entenderam?

terça-feira, 4 de junho de 2019

Lojinhas inconvenientes

Pausei a cena de uma série americana, porque apareceu na tela a fachada de uma "Convenience store".

O que tem isso a ver com o Português? Já explico.

O atento amigo começou a encontrar por aí "lojas de conveniências" (!), acreditem.

Para simplificar a compreensão do que é CONVENIÊNCIA e do que são as "conveniências", copio o verbete do Houaiss:

CONVENIÊNCIA
substantivo feminino
1 qualidade do que é conveniente
2 aquilo que atende ao gosto, às necessidades, ao bem-estar de um indivíduo
Ex.: para a conveniência dos hóspedes, puseram frigobar nos quartos
3 aquilo que é útil, que simplifica uma rotina, que economiza o tempo etc.; utilidade, vantagem
Ex.: a conveniência de um serviço em domicílio
4 interesse ou vantagem material, social etc.
Ex.: casamento de conveniência
5 decoro, decência, distinção
Ex.: comportamento que ultraja a conveniência pública
CONVENIÊNCIAS
substantivo feminino plural
6 convenções; normas
Ex.: atitudes que ferem as conveniências políticas
6.1 convenções sociais
Ex.: <guardar as conveniências> <respeitar as conveniências>

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Sem Educação, a praga se alastra

Evidentemente, com o caos na Educação, a tendência é vermos cada vez mais nosso lindo idioma ser maltratado na imprensa.

Vejam a estrambótica regência que um amigo me enviou ontem: desautoriza "DE", gente?!?

De onde o editor do Globo sacou esse trem? De qualquer dicionário sério, eu garanto que NÃO foi.

É muito triste acompanhar o estropiamento das regências e ver esse jornalismo chinfrim fazer escola.

Hoje, recebi um e-mail da Decolar.com, com o título:

"Pague suas férias a Rio de Janeiro e São Paulo em parcelas!"

Eu não tiraria férias "A" algum lugar nem se ainda tivesse emprego e grana.


PS: marquei a minúscula "pasta" do subtítulo (vide imagem) porque já se recomendou o uso de maiúscula nesse caso. Como está tudo apequenado mesmo, acho que faz sentido a caixa baixa.

Onde foi parar o respeito?

Definitivamente, os colegas não têm o menor respeito pelo Português e pela desgraça alheia.

A amiga me marcou na postagem do Globo, mas, quando eu cliquei no link, o absurdo já tinha sido retirado do Twitter. Afinal, faz algum sentido dizer que "uma pessoa desaparecida vai ser enterrada"?!? Onde estava a cabeça de quem escreveu o disparate?

Quando tentei achar a matéria no jornal online, caí na capa do G1 e confirmei: ninguém se preocupa com mais nada.

Dane-se se o ridículo, a imbecilidade, o que for. Os jornalistas desconhecem o ÓBVIO ULULANTE: alguém precisa sumir para ser encontrado.

Quanto à morte, ficou perdida na lamentável história.