domingo, 28 de setembro de 2014

Perigoso depois de morto

A distribuidora do Globo me deixou sem jornal esta semana, mas conto com colaboradores que não dormem no ponto.

Um deles encontrou hoje as benditas "VÍTIMAS FATAIS" — e justamente na coluna do Aldir Blanc, de que tanto gosto.

Não custa lembrar: "fatal" — ou "letal" — é o que provoca a morte, não o que morre, OK?

A não ser que possa contaminar outras pessoas com algum tipo de radiação, ou vírus, ou coisa do gênero, quem morre não é letal pra ninguém.

PS: vampiros, lobisomens e zumbis encontram-se na categoria dos possíveis contaminadores, ou seja, depois de mordidos, tornam-se "vítimas fatais". Cuidado com eles!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Duas vezes vítima

Está difícil, muito difícil ler o jornal sem arrancar os cabelos — e não só pelas notícias escabrosas.

Como é que alguém põe na primeira página do Globo uma chamada como esta aí da foto, enviada pela minha assídua colaboradora?

O corpo "ERA"?!? Por quê? Não é mais???

Não basta ser vítima da ignorância do nosso governo, que não legaliza o aborto? O editor achou pouco?

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Fidelização com fidelini

Encontrei a postagem da BBC (anexada aqui) na página de um amigo, no Facebook.

Acho que dispensa comentários.

Segue apenas meu compromisso de não "fidelizar" os queridos leitores — e também de não contar uma coisa no título e outra diferente no texto.

Tá bom assim?

domingo, 21 de setembro de 2014

Um 'singular plural'

Gente Boba não se entende com a concordância.

Antes mesmo de eu abrir o jornal, uma amiga já havia mandado mensagem, apontando dois erros feios na coluna de hoje.

No destaque — a estreia da peça "Uma relação pornográfica" —, a "pornografia gramatical" está no penúltimo parágrafo:

"ERA, aliás, MUITOS os amigos à espera (...)".

Na nota "A guerra das sandálias", ninguém sabe se concorda o verbo com "a marca", singular, ou com o nome dela, plural:

"AS Havaianas PEGARAM o lugar de sua principal concorrente (...) e PASSOU a ter o direito (...)".

Decidam-se, por favor — de preferência, antes de publicar bobagem.

sábado, 20 de setembro de 2014

Isso é coisa que se escreva?

Antes que o sinal do Vírtua desapareça outra vez, tenho que postar a extraordinária colaboração que recebi de uma grande amiga.

A gigantesca pérola foi extraída do G1:

"Um avião da JetBlue com 142 passageiros e cinco tripulantes a bordo teve problemas de motor e voltou para o aeroporto de Long Beach, na Califórnia, Estados Unidos, nesta quinta-feira (18) depois de um curto voo que terminou com passageiros EVACUANDO EM LÂMINAS DE EMERGÊNCIA."

Quase em estado de choque, minha amiga leu a matéria até o fim e descobriu, aliviada, que estão todos bem, apesar da estranhíssima (e certamente traumática) experiência.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Enganação ou ignorância mesmo?



Hoje teve matéria no "JH" a respeito de fraudes na internet.

Segundo o telejornal, erros de concordância são indício de que a mensagem é falsa e contém vírus.

Será que os clientes da TIM — como minha assídua colaboradora, meu filho, minha nora, eu e tantos outros — estamos sendo enganados com este torpedo copiado aqui?

Um dia acerta, quem sabe?

Não satisfeito em usar no texto, quem editou a matéria do Eike Batista no Globo repetiu, com destaque, em "olho":

"Talvez foi muita coisa (...)".

Queridos colegas, o advérbio "talvez" indica possibilidade, acaso, incerteza etc.

Portanto, pede verbo no subjuntivo — o indicativo é usado com ele em raras exceções.

Se o novíssimo representante da classe média falou errado, o jornalista tinha obrigação de corrigi-lo na matéria — com um "tenha sido", talvez.

Recapitulando

Meu atento amigo não perde uma, Gente Boba não decepciona e eu não posso dormir sem postar a preciosa colaboração.

Vejam que "lindo" o que ele achou, em nota a respeito de um circuito de surfe no Arpoador, que acontecia justo na hora dos arrastões:

"A organização chegou a cogitar terminar o torneio mais cedo, mas RECAPITULOU. No fim, que bom, tudo deu certo."

Será que o pessoal da coluna sabe que "recapitular" significa "resumir, sintetizar ou rememorar"?

Jornalista que não lembra as lições da escola deve consultar um dicionário, o melhor companheiro de quem escreve.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Isso é que é assalto

Cheguei aqui e encontrei recado da amiga: "Dá uma olhada nisso!"

"Isso" era o subtitulo da matéria, do Globo online, "Dom Orani sofre assalto à mão armada ao deixar residência no Sumaré".

Dizia lá:

"UM dos homens APONTARAM uma arma para o cardeal (...)".

Parece que já corrigiram a "concordância" no site, mas me espantou ver que o "textículo" parece samba-enredo de escola: são quatro assinaturas! — e nenhum dos colegas viu o erro.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Fora da estação


Aproveitando o ensejo, posto agora uma colaboração do amigo que estava escondidinha nos e-mails.

É da semana passada, quando tive problemas com a internet, mas não perdeu a validade:

"Respeite a SASONALIDADE dos alimentos".

Pois é. Ele encontrou isso aí num título, dentro de uma coluna.

O jornal, claro, era O Globo, em que erros, infelizmente, não são sazonais: dão o ano inteiro.

Calote na língua

Meu atento amigo não é monarquista, mas é fã da regência.

Por isto mesmo, fica fulo quando lê besteiras como esta aqui, encontrada em manchete do Globo de hoje:

"Economia fraca faz calote AO FGTS subir 42%".

Até onde ambos sabemos, uma pessoa dá calote em outra, países dão calote no FMI, picaretas dão calotes no banco, no Fisco, no bar, na família...

A economia tá fraca. E o Português, também.

domingo, 14 de setembro de 2014

Leia antes de publicar II

Acho que os editores do Globo não leem mais sequer as letras grandes antes de mandar os textos pra oficina.

Se dessem ao menos uma olhadinha, não deixariam passar títulos e subtítulos feios de doer, como este aqui:

"(Fulano de Tal) assume no lugar de ex-governador, enquadrado na Ficha Limpa e que teve o registro cassado".

Uma pequena inversão já daria uma melhorada:

"(...) que, enquadrado na Ficha Limpa, teve o (...)". Que tal?

Leia antes de publicar I

A matéria "Plebiscito de incertezas" (Globo, página 40) está tão confusa quanto a cabeça de muitos eleitores escoceses e políticos britânicos, diante possibilidade de um racha no Reino Unido.

Segue uma amostra:

"Mas já há quem diga que as reservas (de petróleo no Mar do Norte) não são infinitas, e talvez até bem menores do que se imaginava."

Então, elas, as reservas, "talvez até NÃO SÃO bem menores do que se imaginava"?

Eu entendi bem?!?

sábado, 13 de setembro de 2014

A morte, antes, durante e depois

Quem será o protetor da Língua Portuguesa? E o do Jornalismo? Se eles existem, devem estar de folga, porque a coisa anda feia, viu?

Olha só (na foto ao lado) o que um amigo encontrou.

Depois, responda, se for capaz: quando começou essa moda ridícula (como costumam ser as modas) de as pessoas morrerem "durante" ou "após" alguma coisa?

Ruim de visão e de educação

Vai mal, muito mal o Português no Globo.

Vejam o que a assídua colaboradora encontrou, online, na matéria "Cinco sinais de que você corre risco de ser demitido", dentro do (pessimamente escrito) item "Relacionamento ruim":

"Dependendo do cargo, não adianta ter um ótimo currículo e dominar a técnica, mas ter um relacionamento ruim com o grupo de trabalho. Pessoas individualistas acabam sendo mau vistas pelos colegas, o que gera um clima ruim para a pessoa permanecer no emprego."

"MAU VISTAS"?!? Vai escrever mal assim em outra profissão!

Jornalista tem a obrigação de consultar dicionário e o VOLP da Academia, pra não ficar malvisto entre os colegas.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Drama passado 'a ferro'

Eu tinha visto a matéria no Globo, mas, quando decidi compartilhá-la aqui, só encontrei a versão online.

Nesta, verifiquei agora, a abertura é diferente e esquisita (o resto eu ainda não conferi).

Vejam só o título e o subtítulo:

"Atuação de Benedict Cumberbatch em ‘The imitation game’ impressiona em Toronto

Protagonista de ‘Sherlock’ interpreta o matématico Alan Turing em drama passado durante a Segunda Guerra
".

PASSADO DURANTE?!? MATÉMATICO?!? Nem o corretor usam mais?

E há necessidade dessa baboseira de dar o nome do ator em cima e criar um "sinônimo" abaixo?

Agora vou até ler pra ver se, depois de ter o nome substituído por PROTAGONISTA DE "SHERLOCK", o Cumberbatch foi citado, no texto, como "o vilão de 'Além da escuridão: Star Trek', "o Julian Assange de 'O quinto poder'" etc. etc.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Português de ficção

O amigo mandou esta pra mim, com o recado:

"Inovação linguística na Gnews, ainda há pouco."

Estou rindo aqui, imaginando o que seria um "AFICCIONADO".

Uma pessoa afeiçoada à ficção, talvez?

O 'onde' e o 'aonde'

Falei em deslize na nota abaixo e me lembrei de uma frase que li na coluna Gente Boba (só pra variar).

Diz o texto:

"Os dois (Instagram e cartão-postal) estabelecem uma necessidade de dizer AONDE ESTAMOS."

Nananinanão!

Lembrem-se daquelas perguntinhas que tantos gostam de fazer: "De onde viemos? Para onde vamos?"

Pra estas, eu não tenho resposta.

Mas sei dizer "onde estamos": no planeta Terra, por exemplo.

Aonde (ou "para onde") vamos, quem sabe?

Deslizamento na coxa

Quando recebi — da assídua colaboradora — este trecho da página 10 do Globo de hoje, pensei que se tratava de algum texto "pornô soft" — ou seja lá que nome tenha essa literatura da moda, em vários tons de cinza.

Mas a pornografia estava mais embaixo, quando o protagonista "DESLISOU" a mão sobre perna.

Vai ver o autor ou a autora da matéria imaginou uma perna lisinha, lisinha e... deslizou na grafia.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pleonasmo em elogio

A assídua colaboradora andou sumida, mas hoje enviou nota encontrada numa newsletter, com título tautológico:

"Colírio para os olhos".

Amigas e amigos, o medicamento em questão é usado única e exclusivamente no globo ocular,

Explicar sua aplicação, portanto, é desnecessário.

A mesma regra vale para pessoas de ambos os sexos que fazem bem à vista, OK?

Você se lembra?

Gente Boba traz hoje uma nota que me incomodou (como sói, em se tratando da coluna).

Chama-se "O feijão da Tarsila em Paris" e, lá pras tantas, diz assim:

"O livro lembra, por exemplo, das feijoadas de Tarsila Amaral (...)".

O livro LEMBRA DAS feijoadas? Participou de várias?

E, se ele tem tão boa memória, por que não se lembrou do pronome reflexivo?

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Sujeito e verbo andam juntos

O que faz uma vírgula em "VOTAR MAL, MATA", título de nota do Ancelmo, no alto da página?

"Mata" não é vocativo — este encontra-se, usado corretamente, em outro título: "Isto pode, Tombini?".

"Votar mal" é o sujeito da frase — e não pode ser separado do verbo.

Ainda tem dúvida? 

É só relembrar as aulas de Português: "O que mata?" "Votar mal."

sábado, 6 de setembro de 2014

Haja braço!

A amiga enviou a colaboração, encontrada no Terra, "com carinho".

Gente, é sensacional, veja só a chamada:

"Um dos principais favoritos à reeleição como deputado estadual do Rio de Janeiro, político do PSOL vive papel inédito na carreira ao ser o PRINCIPAL BRAÇO DIREITO de Tarcísio Motta na campanha ao governo do estado".

Só podia ser inédito mesmo! 

Quantos braços direitos esse povo acha que o meu candidato tem?!?

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Onde? Quando?

Dia de pôr em dia uma pilha de jornais velhos, encontro nota, na coluna Gente Boba de ontem, que informa:

"Filmado no ano passado, 'O casamento de Gorete' (...) vai ocupar 60 salas (...) em novembro. 'Queria mais (...)', diz (a atriz e produtora), que VAI INTERPRETAR uma 'drag queen cibernética'."

Vai? No futuro?

Então ela já está planejando outro trabalho? Qual?

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Pedágio nas Caimã

Comentando uma nota antiga aqui do blog, um amigo me conta o absurdo que leu hoje na Ponte Rio—Niterói:

"Evasão de pedágio sujeito a multa".

Hã?!

Em que pensava o "criativo" redator quando fez a placa?

Será que o pedágio fugiu pras ilhas Caimã e vai ter que pagar multa se quiser voltar pro Brasil?