sábado, 31 de outubro de 2020

Evitem o óbvio ululante


O colega que trabalha com Turismo encontrou a gracinha no Globo online.

Um ciclista tentou atravessar a ponte Rio—Niterói, em que o tráfego de bicicletas é proibido, foi parado pelas autoridades e levado "dentro" de um carro...

As crianças queriam que a equipe da Ecoponte levasse o cara como esse Homem-Aranha aí, talvez?

O assunto é sério


Os editores do site de notícias Mais Goiás precisam ter mais cuidado ao tratar de temas graves como estupro.

Vejam só o que o atento amigo encontrou lá:

"De acordo com a Polícia Militar de Anápolis, a mulher foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) e depois para a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, onde passou por exames e tomou coquetéis. Ainda não há suspeitos (...)".

Os jornalistas precisam explicar CLARAMENTE pro leitor que os "coquetéis" servidos na Santa Casa NÃO SÃO drinques coloridos como esses aí da foto, ao contrário.

Durante um mês a vítima tem que tomar cerca de dez medicamentos por dia, para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DST), como a Aids.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Criança adora falar bobagem


Queridos editores do Jardim Pequeno Jornalista, não basta evitar os erros de Português, que hoje pululam na tal da mídia.

É preciso, também, prestar atenção à sonoridade das palavras, para não publicar besteira como essa aí, que eu pesquei num grupo de ex-colegas de redação.

Uma postou e a outra lembrou: "quod abundat non nocet" ("ter em abundância não faz mal", ou "quanto mais melhor").

Gostaria de poder dizer, de verdade, que o cuidado com o idioma pátrio abunda na imprensa.

Por tudo que é mais precioso

Alô, colegas do G1.

Quem traduziu esse trecho da postagem do Jeff Bridges, diagnosticado com linfoma?

"Essa coisa de câncer está provocando sentimentos de preciosidade, e de gratidão, e do bom amor à moda antiga, e muito disso tudo, de verdade. Estou sentindo tanto do que estão me enviando e, cara, eu agradeço. É contagiante, todo esse amor, como um tipo positivo de vírus."

A assídua colaboradora estranhou os "sentimentos de preciosidade" — e na versão em Inglês que eu encontrei o ator fala em "precociousness" (precocidade).

Querer o quê? O subtítulo já indica que o texto está todo mal escrito.

Leiam e me digam:

"'Essa coisa de câncer está provocando sentimentos de preciosidade, e de gratidão, e do bom amor à moda antiga', escreveu ele, que tem 70 anos, em rede social. Ator promete publicar atualizações em seu site."

"O Cara" tem 70 anos em rede social? Ninguém merece.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Que exame é esse?

Saiu o "boletim médico" da assídua colaboradora.

Brincadeiras à parte, a legenda do Globo é apenas pleonástica, pois, como ressalta a amiga, o profissional da Saúde não carregaria o bebê na cabeça.

(Obs.: a Saúde com maiúscula serve para reforçar a importância do nosso SUS).

A Falha exibe o Português que não se escreve — "EU O EXAMINEI", não é, jornalistas? "Eu examinei ele" soa mal até na linguagem coloquial.

E mostra que em hospital de bacana paciente pode virar malabarista do Cirque du Soleil.

"Ponta-cabeça" significa cabeça no chão e pés para cima, ou seja, de cabeça pra baixo.

Os colegas deviam estar pensando em "da cabeça aos pés", mas "meteram os pés pelas mãos".

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Poesia numa hora dessas?


Às vezes o texto não tem exatamente um erro, mas uma esquisitice, daquelas geradas pelo excesso de "criatividade", de tentar fazer um texto "poético", como parece ser o caso aqui.

A assídua colaborado encontrou a tradução ontem, no Segundo Caderno do Globo, e ficou boba com "a fala que emite uma voz".

Pois hoje, no mesmo suplemento, em entrevista com cineasta brasileira, deixaram de traduzir "road movie".

Pelo visto, a expressão nacional "filme de estrada" foi abolida.

PS: o título é roubado do grande Luis Fernando Verisssimo.

Não inventa, pessoal



Vejam o que estava nos meus guardados.

Foi achado pelo atento amigo no Ancelmo.

Jornalistas do meu coração, parem de criar regências estrambóticas.

Algazarras DURAM VÁRIOS dias, festas DURAM HORAS, a pandemia já DURA MESES... O que faz a preposição "por" aí no meio?

Não sei se rio ou se choro


Uma querida amiga me fez dar risada hoje, ao me mandar essa:

"Chamada do G1 dedicada a Solange Noronha: 'Hospital no RJ retira 200 pacientes após incêndio'."

Em seguida, complementou: 

"Acho meio difícil PRIMEIRO terem acabado com o fogo para só DEPOIS retirarem os doentes, não é?"

Preciso dizer mais?

Antes de ir pra caminha...



Nota rápida pra não passar o dia em branco.

O atento amigo leu no Globo de sábado e até agora estamos os dois nos perguntando: qual é a desse carro cheio de atitude?

Suspeitíssimo, mas pode ser obra do Stephen King. Christine, é você?

domingo, 25 de outubro de 2020

Jornal de domingo merece capricho

Alguns domingos atrás, o atento amigo leu a matéria do Globo "Em Maricá, todo mundo aceita receber em mumbuca".

Tudo lindo se não tivessem deixado de fora detalhes que enriqueceriam muito o texto, como ele destacou em seu e-mail:

"A reportagem não explica a origem da palavra. Vem do tupi-guarani, é um tipo de abelha, também chamada mulata, virou bairro de Maricá e deu nome à moeda virtual de renda complementar da prefeitura daquele município."

É ou não é interessante?

Desculpem o trocadilho, mas repórter tem que ser abelhudo.

sábado, 24 de outubro de 2020

Pela enésima vez...


Dando continuidade às pérolas pescadas pelo atento amigo enquanto eu estava sem computador, lá vai mais uma besteira "velha como a Sé de Braga", como diria meu pai.

Queridos colegas, aprendam, por favor: nem sempre "possuir" é sinônimo de TER.

"Possuir" é coisa séria, pode ser até estupro.

Ninguém "possui" taxa — ou vírus, ou doença etc. Ou o Rio comprou "a pior taxa" de justiça do mercado?

FAÇAM — não "realizem" — um esforço e pensem antes de USAR — não de "utilizar". Escolham sempre a opção simples e direta.

Um instante, maestro

Como disse o atento amigo, parece que o mau emprego do verbo PAUSAR veio para ficar.

O pessoal deve estar vendo muita TV na quarentena e agora acredita que é só dar uma paradinha em qualquer coisa, enquanto vai ao banheiro ou prepara um lanche, jogo rápido, e está tudo certo.

Larga o controle remoto, gente.

Testes são INTERROMPIDOS. Dá pra entender a diferença?

Bobagens quase poéticas


O subtítulo enviado recentemente pelo atento amigo tem uma estranha regência, "aprovado para Supremo".

Mas foi o que mais me chamou a atenção foi a "faz fala".

Imaginei "fasfálas" fascinantes farfalhando as asas, a realidade me levou a farfalhices, farfalharias fascistas...

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Por que precisam de muleta?


Alô, colegas.

Podem me explicar qual é a dificuldade de escrever uma frase sem o bendito "após"?

Em um segundo consigo pensar em uma opção:

"Butatan faz pressão e Anvisa libera importação  de 6 milhões de doses da vacina chinesa",

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Redescobertas internáuticas


Como acumulei bobagens mil no período EM QUE estive sem computador, decidi reunir três antigas do Globo, todas enviadas pela assídua colaboradora.

Reestreei o Power Point e encontrei novos fundos para as minhas postagens, como esse aí, batizado de "Florescer Floral" (!). 

É tão pleonástico quanto o "encarar de frente", DE QUE (ou DO QUAL) os colegas não desistem.

Como bem lembrou a amiga, se a série fosse com a menina do "Exorcista", quem sabe?

Em mais um caso clássico do descaso com o Português, logo vemos que este é um idioma DE QUE ninguém CUIDA.

Quanto à "antiga sogra", não sei o que dizer.

Tive duas, a primeira e a segunda, e jamais me ocorreu chamá-las de "antigas".

As novíssimas regências

Mais uma da Falha, como bem rebatizou a assídua colaboradora.

Como é pródiga em inventar regência estrambótica a garotada do Jardim Pequeno Jornalista.

"Provoca desgate a", crianças? 

Nem vou comentar a moda do "ao menos" tantos.

Erros para distrair


Uma forma de distração possível em tempos de noticiário escabroso é desviar a atenção para os incontáveis erros de Português cometidos pelos colegas.

Como essa regência "exótica" da Folha, enviada pela assídua colaboradora.

Por que transformar uma frase que poderia ser simples — "levou-o a vários médicos", por exemplo — nesse trem sem pé nem cabeça aí?

( o "s" em "tinha" a gente até releva como deslize de digitiação.)

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

É mais fácil errar?


Abri a newsletter do Globo e não acreditei no cúmulo da preguiça do editor.

É mais fácil demonstrar ignorância e confundir a cabeça do leitor?

Quanto tempo alguém (familiarizado com a internet) leva para consultar o site da instituição e verificar a grafia correta do nome?

Números bem redondos

Mais uma bobagem do Globo enviada pelo atento amigo (estou com uma coleção aqui).

Essa aí chegou ontem e o tema já foi mais que batido aqui.

Jornalistas, só usamos expressões como "mais de", "cerca de" etc. etc. com NÚMEROS REDONDOS.

"Mais de 172" são 173 ou 36.445.973.218?

Bem devagar, devagarzinho

Retomo o blog timidamente, porque ainda falta uma peça para o computador funcionar bem e estou com obra em casa, uma delícia.

Começo com essa regência esdrúxula do Segundo Caderno, enviada pelo atento amigo.

"Canta sobre", colegas? 

De onde vocês tiraram isso?

Canto eu, canta você, cantamos alguém ou alguma coisa, cantamos no chuveiro, na cozinha, em qualquer lugar.

"Sobre"? Só se for em cima do palco.