domingo, 30 de abril de 2017

Não faz sentido? Apaga!

O momento é triste, Belchior morreu, mas o G1 consegue transformar tragédia em piada.

Vejam só o que a assídua colaboradora me enviou há pouco.

"Nada indicou qualquer coisa" quer dizer... nada, redator!

Nesses casos, a gente copidesca ou elimina o comentário.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

É 'Globo' ou é 'Globinho'?

Só hoje vi a colaboração que o atento amigo enviou na segunda-feira, pelo whatsapp (dá pra notar que eu quase não uso o aplicativo?).

Diz o texto do Globo:

"Ele estava em um estabelecimento da região quando um homem que passava dentro de um carro abriu fogo contra o policial e duas outras pessoas".

Comentário do amigo:

"Tô tentando imaginar como seria passar fora do carro...".

Pois é. Parece texto de criança recém-alfabetizada, não de jornalista.

Também não custa perguntar: se "ele" e "o policial" são a mesma pessoa, que construção é essa?

quinta-feira, 27 de abril de 2017

O código secreto do Google

Inexplicável.

O Google disse que ia mudar a aparência da página inicial do gmail, para torná-la mais prática, mais bonita etc. etc.

Ficou uma coisa horrorosa e sem graça que, além de tudo, pede ao usuário uma "palavra-passe" (sic).

Pessoal, PASSWORD é Inglês.

Em Português do Brasil, a gente usa SENHA, tá?

terça-feira, 25 de abril de 2017

Até tu, Comunique-se?!

A praga do "após" chegou ao Portal Comunique-se, dedicado aos jornalistas.

Em matéria de ontem, em que também achei um "informou sobre", o atento amigo encontrou, logo de cara, as desnecessárias informações de que um homem morreu "após" levar vários tiros e "depois de" ser operado.

Brinquei com ele que ia deixar pra fazer hoje a nota, "após" uma boa noite de sono e "após" acordar.

Ao que o amigo retrucou, também brincalhão:

"Após dormir, você acorda?"

Pois é. A gente ri pra não chorar.

PS: para os colegas que têm preguiça de consultar dicionário e ignoram solenemente as regências, reproduzo abaixo o verbete "informar" do Houaiss, em forma de comentário.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Cultura nas trevas é isso aí

O atento amigo encontrou essa coisa no Globo (vide imagem) e me enviou, exaurido.

A nota horrorosamente escrita sugou-lhe as energias (entenderam que aqui dá pra ser plural, colegas?).

Começa com uma zona que poderia ser melhorada com o uso do ponto e vírgula, feito exatamente para esses casos:

"Teatro Tal, não sei onde; Teatro Aquele, logo ali; Teatro Outro, em Caixa Prego; etc. etc. etc.".

Em seguida, informa que os pobres teatros "tiveram as energias cortadas"!

Quantas energias há nesses lugares, meus deuses?

Eólica, elétrica e solar? Mais alguma?

É de cortar os pulsos, viu?

Nunca um título foi tão adequado ao Português que se pratica hoje no jornal.

terça-feira, 18 de abril de 2017

O que acontece nas redações?

Dia desses, li no Globo:

"Após crise, presidente (...)".

Deu vontade de ligar pra lá e perguntar: 

"Qual delas, senhoras e senhores?"

Em seguida, recebi esta do atento amigo:

"Após buscas, bombeiros encontram corpo de primo de (...)".

Resumo do comentário indignado enviado com o infeliz modismo:

"Se não houvesse buscas, teriam encontrado o corpo? Pra que esse 'após'?"

Pois eu abri o navegador do Windows, que exibe as "principais notícias", e dei de cara com mais um "após" imbecil:

"Após melhora, (pessoa) deixa a UTI".

Por que os colegas não sabem mais escrever sem cortar as irrelevâncias? Qual é o sentido dessa "informação"?

Aproveito pra perguntar o que são essas duas regências encontradas na mesma página: "transferido a outro hospital" e "apoiar a tratar".

Achei que a gente fosse transferido PARA algum lugar e apoiasse alguém, alguma causa... e até SE apoiasse SOBRE qualquer coisa, só pra usar uma preposição amada pelos praticantes do "novíssimo jornalismo".

sábado, 15 de abril de 2017

O canto do cisne

Caro editor da primeira página do Globo,
"faz alerta sobre" é de doer!

Não há mais dicionários na redação? O jornal gastou tudo que tinha na tal revolução digital?

Acho que vocês estão trabalhando até sem aquele corretorzinho básico do Word, que assinala em vermelho erros simples (só para citar um exemplo, hoje tem singular "concordando" com plural em título de nota de Gente Boba).

A pouca concorrência, a pressa e a economia porca, entre outras coisas, estão fazendo muito mal à imprensa carioca.

Uma lástima.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Mistérios insondáveis

A nota de Gente Boba se chama "O mistério continua...".

Aponta erro em nome de papa polonês, diz que "gematria" (palavra também grafada como "gemátria" no Houaiss) se pronuncia "guemátria" (?)...

Enfim, corrige o texto alheio, mas não as próprias bobagens.

Vejam este exemplo:

"(...) é a arte cabalística de extrair valores numéricos as letras hebraicas e, assim, chegar à conhecimentos profundos". (sic)

Na primeira parte, acho que queriam dizer "extrair valores DAS letras".

O caso da crase vergonhosa, porém, só se resolve com aulas de Português.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O álcool faz mal à escrita

O amigo anglófilo, como eu, sabe que na terra de Sua Majestade as pessoas gostam de cerveja, uísque etc.

Também como eu, acha BOA a recomendação: se for escrever, não beba.

O MAU Português que ele encontrou na BBC Earth só pode ser coisa de quem não estava BEM das ideias.

sábado, 8 de abril de 2017

Receita indigesta e singular

Voltando ao jardim de infância: "um caipira, dois caipiras"; "um ovo amarelinho, dois ovos amarelinhos" etc. etc., OK?

A assídua colaboradora descobriu, em título e texto, que o Globo também desaprendeu o plural.

Do jeito que está, a receita desanda, pessoal.

Detenha (e retenha) o poder

A assídua colaboradora encontrou mais um grave indício de que o jardim de infância se instalou na redação do Globo, como desconfia o atento amigo.

Afinal, o que mais justificaria o desconhecimento absoluto dos verbos "ter", "reter", "deter" etc.?

"TEU", amiguinhos, é um pronome possessivo.

Da mesma forma que não existe na conjugação do verbo TER, não entra na do verbo DETER.

Bora voltar à escola e repetir cem vezes o pretérito perfeito: 

eu detive, tu detiveste, a polícia DETEVE...

quinta-feira, 6 de abril de 2017

À moda da 'Veja'


É duro abrir o navegador da Microsoft e dar de cara com um baita erro da Veja.com.

"À" triplex, colegas? Com crase? Sério?!?


"Visita à triplex" é algum novo prato? Onde é servido?

Tem "à la duplex" também?

terça-feira, 4 de abril de 2017

O livro está sobre a mesa

Há poucos dias, reclamávamos, a assídua colaboradora e eu, do "decidir sobre", que deve ser evitado, por horroroso, ainda que a regra admita seu uso.

Pois hoje eu recebi coisa muito pior, encontrada pelo atento amigo no Globo de domingo — e igualmente destacada em título!

O editor, que parece desconhecer a dupla Aurélio e Houaiss, tascou na Internacional, em letras garrafais:

"(...) estudantes e políticos debatem sobre educação e questões nacionais".

Essa moda de enfiar a bendita preposição em tudo parecia ser coisa do passado, mas está voltando com força total.

Fica o conselho:

SOBRE — use com moderação; se for usar, consulte um especialista.