Eu nem vi o texto, publicado no domingo, provavelmente porque me cansei do excesso de anúncio da "revolução digital" do jornal.
Mas o atento amigo leu, no alto da página 7, o relevante artigo de um famoso cineasta, intitulado “Prioridade zero”, e ficou indignado com a falta de revisão.
Diz ele:
"É inacreditável a quantidade de erros e impropriedades no texto, que já começa assim: 'Em minhas duas últimas colunas, escrevi a cerca (...)'. Isso, mesmo, separando 'acerca'."
A lista continua:
· “(...) os problemas que o mecanismo traz para a administração pública faz (...)” — "problemas faz?", pergunta o amigo.
· “(...) operando em todos governos (...)” — “todos OS governos, naturalmente”.
· “Esta e outras questões (...) nada tem haver (...)” — “nada TÊM A VER!” (essa doeu, viu?)
· “(...) deveria ser a defesa de medidas que enfraqueçam ao mecanismo (...)” — “enfraqueçam AO mecanismo?!?”
E a última ainda vai dar em outra regência errada: “(medidas que) afetem A seus partidos”, quando o verbo “afetar” é transitivo direto.
Perto desse festival, até perdem importância as frases "o fato disso ocorrer (...)" e “o fato do mecanismo ter existido” — recomenda-se evitar a contração e usar "de isso" e “de o”.
Pois é. Aí fica tudo separadinho.
Já no caso do advérbio “acerca”, tem que ser junto, ou passa a servir para delimitar terrenos e coisas do gênero, como na imagem lá em cima.
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