domingo, 15 de dezembro de 2013

Pompa sem substância

Ontem, num programa em família, comentou-se o exagero de "toda toda", "toda boa" e "beija eu" — entre outras bobagens típicas do que chamamos de "velho babão" — na coluna do Ancelmo.

Pois foi lá que hoje encontrei coisa ainda pior: os "moradores em situação de rua".

Usar linguajar de ONG num jornal popular é dose.

E a expressão "politicamente correta" fala de "pessoas", imagino eu, não de "moradores" — pois, se tivessem onde morar, elas (ou eles) não seriam sem-teto.

Aproveito para sugerir a todos que têm mania (ou gana) de usar jargão e polissilábicas para dar a (falsa) ideia de erudição que leiam, também no Globo de hoje, o Elio Gaspari.

O texto "Natasha e Eremildo numa prova do Enade", do qual reproduzo acima o trecho inicial, é uma aula a respeito do tema.

PS: Madame Natasha é musa deste blog.

11 comentários:

  1. Boa noite!!
    Aparece cada coisa e principalmente em jornis.
    Não sei se já lhe disse mas publiquei meu primeiro livro " Lúdico Mundo Lúdico" no Amazon http://www.amazon.com.br/ que é apenas no formato digital e no Club de Autores https://clubedeautores.com.br/ que é no formato digital e impresso afinal tanto tempo afastado tem que ter alguma novidade,rsrsrs,
    Beijos

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  2. Moradores "em situação de rua" é dose. Igual a "portador de Síndrome de Down". Eu sou "portadora de miopia" e estou "em situação de edificação", então? Eh, besteira!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Eu, no momento, sou portadora de uma tendinite, mas já estou em situação de fisioterapia. rsrsrsrs

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  3. Empresa potencial entrante consegue agregar valor? Empolação sem significado é dose também.

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  4. Tópico muito interessante, Solange. Penso até mesmo já ter falado disso de utilizar uma linguagem aparentemente pomposa, quando citei a tendência francesa de substituir palavras como mendigo por "SDF" (Sem Domicílio Fixo), salário-mínimo por "RMI" (Renda Mínima de Inserção(!)) etc.

    Imagino que a lógica deva ser do tipo "se podemos complicar, para que simplificar?"

    Isto me remete àquela conhecida piada entre Ruy Barbosa e o barqueiro filho de escravos... (ou, pelos tempos que correm, deveria eu dizer "o punt-chauffeur afro-descendente"?) Saudades do Ponte Preta...

    Excelente, Solange, um abraço.
    André

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    1. Infelizmente, vira e mexe e esse tema se repete, André.
      Grande abraço!
      PS: gostei da definição do barqueiro.

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