Ler a (ótima) coluna do colega João Ubaldo Ribeiro me fez refletir em muitos temas, em campos diversos.
Um deles foi a ocasião em que ouvi (num passado não tão distante quanto eu gostaria) alguém defender uma pessoa execrável com a definição: "Mas ela (a pessoa) é honesta!" — o que muito me espantou, pois acreditava que honestidade era qualidade intrínseca ao ser humano e que sua existência era regra, não exceção. Santa ingenuidade, Batman!
Outro, entre vários, foi o que muitos devem considerar banal, ou até mesmo ultrapassado: o prazer de ler um texto com todos os pronomes e preposições em seus devidos lugares. Além do tal "conteúdo" — hoje na moda —, dá gosto ver coisas que andam rareando, tais como: "no que exercem direito", "que se eximam", "em que incorreram", "que se revelaram", "a que já nem prestamos atenção", "em que se deixaram"...
A quem se sentir incomodado com a ênfase nos verbos reflexivos e pronominais, explico: seu mau uso anda incomodando muito mais (os amigos colaboradores volta e meia retornam ao assunto em seus e-mails).
Hoje mesmo, em simpática materinha com a grande Fernanda Montenegro, encontrei o deslize em "aí a situação complica". Alguém me explica o que foi complicado pela situação? A resposta é: nada! A situação fica mais complicada, é passiva, não provoca qualquer ação. Ou seja, ela se complica. Deu para entender?
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