Outro modismo insuportável é ninguém ter família, marido, mulher, filhos ou namorada(o) na revista. Só existem "clãs", "herdeiros" e "eleitos", um espanto! Ao mesmo tempo em que me sentia vivendo nas Highlands e numa monarquia, imaginava quantas eleições teriam havido por aí para qualquer carguinho de nada, já que o(a) "eleito(a)", como observei, pode ser um "pequete" (ou "ficante"), como também é moda hoje em dia.
No quesito "Português de doer e delírios variados", os exemplos são muitos. Destaco alguns:
- "Fulana antes foi namorada dos roqueiros Beltrano e Sicrano. Já seu primogênito é fruto do relacionamento com (...)". Já?!? Qual é o sentido disso?!?
- "Ator envolvido em polêmica". Alguém se deu ao trabalho de ler o significado da palavra? Porque o texto dizia apenas que o cara tinha batido levemente num carro. Cadê a controvérsia?
- Além de continuarem fazendo "planos para o futuro", os entrevistados da publicação agora estão, muitas vezes, "em crescente ascensão". Acho que, se fosse decrescente, se chamaria decadência, ou estou enganada?
- No mesmo exemplar no qual se lê esta joia rara em texto-legenda — "A atriz (casada com sei-lá-quem) e Fulano, garoto adotado por ela em 2001, a quem ele assumiu" —, ressuscitaram "os filhos de Irineu Marinho", que teriam comparecido ao lançamento da biografia do fundador do Globo. Obviamente, a livraria não promoveu uma sessão espírita: estavam lá os netos do jornalista, estes sim herdeiros de um império, construído por Roberto Marinho.
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