Não pela trama, mas pela tradução, que, apesar de uns cochilos de revisão ao longo de todo o livro, parece ter sido feita por uma pessoa até, mais ou menos, o capítulo 30 e por outra depois.
De repente, comecei a tropeçar em coisas como "três assassinos, Fulano de Tal e seus dois ACESSÓRIOS" (!).
Por aqui esse tipo de "acessório" é conhecido como "cúmplice" — mas cheguei a consultar o Dicionário de Latim Forense que herdei do meu pai para ver se havia precedentes do uso.
Não achei. Cúmplice é cúmplice mesmo e não se fala mais nisso!
Já quanto aos acessórios... encontrei outro igualmente inusitado no estranho hábito de um personagem que gosta de "dormir DE COLHER".
Gente, em Português a expressão é "dormir de conchinha", tá?
Quando o detetive e a namorada "se deitaram COMO COLHERES", perdi o sono e me acabei de rir!
Desse jeito não termino a leitura para passar ao Philip K. Dick que me deram no aniversário, ao Neil Gaiman & Terry Pratchett com que fui presenteada ontem, ao...
A nossa expressão "dormir de conchinha", em inglês coloquial, seria o verbo, to spoon. Mas, spoon, como substantivo, significa também colher.
ResponderExcluirO(a) tradutor(a) leu spoon mas, sem conhecer o verbo, atrapalhou-se com o substantivo e meteu a colher onde não devia. *rs
Constrangedor. Porém, tem casos ainda mais graves, como traduzir Warner Brothers Pictures por "Fotografias dos Irmãos Avisadores"!!
"Of crack the pipe", ou melhor, "de lascar o cano", Solange! *rs
Um abraço,
André
Adoro essas traduções ao pé da letra (como humor, claro). O Millôr era craque nisso!
ExcluirAbraço, André.