Continuo "por conta" por causa do excesso de "por conta" usado pelos colegas (ontem mesmo mencionei o assunto) e desafio o leitor mais paciente a contar quantas vezes a bendita palavra aparece numa reportagem com a Penélope Cruz, publicada no Ela. Mas acabei de voltar pra casa, depois de me fartar de camarão, e estou num estado de espírito muito bom para desperdiçá-lo com o tema, que já provoca certa irritação.
Então, prefiro comentar uma notinha do Ancelmo que tinha deixado aqui separada, antes de sair, e que diz o seguinte:
"Roberto de Regina, (...) a quem se atribui a construção do primeiro cravo no país, com 26 discos e cinco DVDs (...)".
Sempre achei o cravista o máximo. Agora, o considero um espanto, por ter conseguido fazer o belo instrumento com material tão inadequado.
O jornal de hoje estava um horror!!! A matéria de Penélope Cruz tinha por título a falta de temor da atriz quanto ao envelhecimento, como se isso fosse algo importante. Pelo que li, ela é uma mulher inteligente, que se recusa a falar sobre aspectos pessoais da própria vida, mas a matéria é um oba-oba ridículo em torno de uma atriz premiadíssima, que trabalhou com Woody Allen e com Almodóvar. E a matéria sobre urbanismo no Prosa e Verso? Um caderno que deveria dedicar-se à Literatura, "abre" para temas que podem entrar em qualquer outra editoria ... Isso porque literatura, claro, tem uma cobertura excelente no Segundo Caderno, ou melhor, na editoria que cultura o Rio Bossa-Nova (coluna do Joaquim), as egotrips da maioria dos colunistas (exceções honrosas de nosso Edu Graça, do Wisnik e do Caetano), o deslumbramento em relação à moçada branca e de classe média que faz samba, jazz, qualquer batuque, artes plásticas e teatro modernoso. Ou seja, não há cobertura cultural que resista a tanta gente blasé. Aí, quando entramos em cadernos que poderiam cobrir cultura, vemos o uso de três páginas ou mais para discutir o Rio enquanto metrópole ultrapassada na modernidade? Tenha dó!!!!
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