Há tempos parecia morta e enterrada a mania de encerrar a fala de um entrevistado com delírios do tipo "elucubra Fulano", "argúi Beltrano", "averigua Sicrano" e por aí vamos, com invencionices ainda piores. No entanto, a Revista da TV do Globo parece disposta a ressuscitar o feiíssimo modismo, que tem cara de muleta usada para passar (falsa) ideia de erudição.
Fã de "Arquivo X", encarei a matéria com o roteirista Frank Spotnitz. Para começar, Spotnitz é definido como o showrunner de "Hunted", o que ele desmente parágrafos adiante, afirmando que tal função não existe na Inglaterra, onde a série é feita — aliás, custava "traduzir" para o leitor menos familiarizado com esse universo que showrunner é quem lidera a equipe de escritores e decide os rumos dos seriados?
Mas eu mereço, porque não parei a leitura na frase:
"(...) O que falta é encontrar um estúdio — deseja."
Faz sentido? Pois é... O trem acaba num triste "Há desafios, mas também alegrias — explica". E eu estou aqui tentando achar explicação para a aversão ao bom e velho verbo "dizer".
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