segunda-feira, 30 de junho de 2014

Narrador de desfile?


Não entendi essa do narrador da ESPN:

"Alemanha joga EM branco, Argélia joga EM verde."

É Copa, é cassino, ou é desfile de moda?

Alemanha desfila num longo da cor tal, Argélia aposta tudo no preto — ou no vermelho...

Ou ele queria dizer que a Alemanha passou em branco, antes mesmo do início da partida, e a Argélia jogou no verde do gramado?

domingo, 29 de junho de 2014

Mais preciosidades da Copa

Esta foi ouvida por um amigo hoje à tarde, no SporTV, pouco antes de começar o jogo entre Costa Rica e Grécia:

"A temperatura está praticamente entre 29 e 30 graus", disse o repórter, diretamente de Atenas.

Eu acho que ele "praticamente" errou de profissão.

Besteiras em tamanhos variados

Dois amigos encontraram bobagens distintas, que decidi reunir aqui.

Um reclama da placa que viu (e fotografou) em Goiânia.

Por lá, acertaram no Inglês e erraram no Português, ao grafar o nome da praça com inicial minúscula.

O outro está sem entender (como eu) a novidade da Danone, que criou um "TAMANHO FAMILIAR"!?

Será um tamanho que vive na casa do consumidor, que é seu parente, ou que lhe é habitual e mesmo íntimo?

Só sei de uma coisa: na minha geladeira esse trem não entra! Não quero laticínios sem cerimônia no recinto. Vai que acaba em promiscuidade?

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Contaminação atinge chefias

O atento amigo está preocupado com a escalada dos erros no uso do verbo "pedir".

Diz ele:

"Está subindo de nível, já alcançou os editores. Estão estropiando (estuprando?) a regência com a preposição PARA."

Meu amigo desconfia da contaminação do substantivo ("fez um pedido para que...") —, o que não justifica os escorregões.

Ontem, ele pegou dois: de manhã, leu na capa do caderno Mercado, da Folha, o subtítulo "Governo pede PARA QUE corte dos EUA suspenda (...)"; à tarde, o editor e apresentador do JH saiu-se com o tal do "PEDIU PRA QUE" no noticiário esportivo.

Com razão, o amigo adverte:

"Que não me venham supostos linguistas dizer que é 'evolução natural da língua'. O que está acontecendo é indução a mau uso por parte de quem, desconhecendo o idioma, opera seu linguajar em mídia de alcance imensurável."

Assino embaixo.

Falha não corrompe a verdade

Concordo com a nota do Ancelmo na ideia, mas não no uso do pronome demonstrativo:

"ESTAS alianças políticas no Rio, com gatos e ratos no mesmo saco, mostram (...) que o modelo partidário brasileiro, com dezenas de partidos, quase todos inodoros, insípidos, assexuados, sem ideias ou ideologia, é uma farsa."

Fora do tempo

A mania de Gente Boba misturar passado e presente em suas notas grandes dá em besteiras como esta:

"A atriz não bebe uma gota de álcool durante a partida (...), veste calça jeans, blusa da seleção e uma sandália de plataforma salto dez".

Dito assim, parece que a moça em questão faz (e usa) essas coisas em todos os jogos, num tal camarote na Lagoa que pode custar R$ 6 mil.

Tem gente boba pra tudo, né?

sábado, 21 de junho de 2014

Questão de responsabilidade

Lendo a matéria de capa do Segundo Caderno, encontrei um estranho "caminhar PELAS próprias pernas".

Não seria "caminhar com as próprias pernas"?

Já vi bicho caminhando por pernas alheias, viajei por terra, água e ar, passeei pelo meu país...

Mas nunca experimentei andar PELOS meus pés.

Em tempo: mesmo que a fala seja do entrevistado, cabe ao redator o copidesque.

Linguagem falada e linguagem escrita não são a mesma coisa.

Se o repórter é incapaz de usar, lá no início, "jogou tudo pro alto" (prefere um cerimonioso e deslocado "jogou tudo PARA O alto"), por que relaxou no fim do texto?

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Salada de laranja e abobrinha

O advérbio "inclusive" vem se firmando como o cacoete máximo desta Copa.

Há pouco, no SporTV, no meio daquele monte de abobrinhas com que os narradores insistem em rechear as partidas, ouvi:

"(...) o laranja do uniforme, que hoje é azul, mas tem o laranja que é o símbolo da realeza da Holanda, que, INCLUSIVE, o rei e a rainha estão aí na plateia (...)".

Por que não se calam?!

Sucessão de besteiras


Ainda nem abri o jornal e já sei que Gente Boba fez o de sempre: bobagem.

O atento amigo mandou pra mim as duas pérolas encontradas na nota a respeito daquele casal que reúne um jogador (que ontem não se achou em campo) e uma atriz:

"PASSAM das dez e meia da manhã e os dois ainda não pediram café da manhã. O check out no hotel, o mesmo que hospedou Amy Winehouse, está MARCADA para as 18h de hoje."

Passam?!? "Eles" passam?!? Que plural é esse?

E que concordância é essa logo em seguida?

Vamos e venhamos, repetir "manhã" na mesma frase também não é nada bonito.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Cadê o futuro, pessoal?

PS: pro verbo VER, vale "quando ele VIR..."
O amigo passou pela TV Globo só para ouvir esse horror:

"Se a Bélgica não IMPOR outro ritmo (...)".

E se "impuser", nada?

A cada dia mais eu me convenço de que eliminaram o futuro do subjuntivo das aulas de Língua Portuguesa.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Imposição X probabilidade

Parei até de dar uma olhada em Nigéria X Irã por causa da nota "Adoeceu no dia errado", encontrada na coluna do Ancelmo.

Diz lá, a respeito da falta de médicos num hospital de Angra dos Reis, no dia da abertura da Copa:

"(...) Todos deveriam estar em casa assistindo ao jogo do Brasil contra a Croácia".

Todos DEVERIAM?!? Por quê?

Isto foi exigido deles pela chefia, pelo governo ou sei lá quem?

O futuro do pretérito não cabe na frase.

Acho que queriam (pretérito imperfeito) dizer "deviam estar" — ou seja, a hipótese mais provável era...

Chute pra fora na CBN

Meu atento amigo ouviu esta, hoje, na CBN:

"Os turistas estão hospedados DENTRO do navio".

Pergunta para a repórter que está em Natal: há necessidade disso?

A colega diria que está "DENTRO da capital potiguar"? Bola fora!

De Evas, Andréas, Adrianas...


Esta nota não trata de um erro de Português — embora a desatenção provoque vários, especialmente de concordância, como no título "Estudos tenta prever reações no Facebook"  (já corrigido na versão online) e em "O cineasta TÊM" (Gente Boba, domingo)

O Globo tem uma redação cada vez mais jovem, mas parece que as cabecinhas de alguns repórteres funcionam como se estivessem na terceira idade.

Confundir a alvíssima francesa Eva Green com a morenaça americana Eva Mendes, de origem cubana, já é dose.

Mas entrevistar uma Andréa e depois chamá-la de Adriana o tempo todo na matéria é demais.

domingo, 15 de junho de 2014

Do 'inclusive' ao 'onde'

Falando em advérbios — e no (mau) uso e abuso de certas palavras —, aproveito para lembrar:

ONDE indica lugar.

Competição, partida, jogo, campeonato etc. não são lugares.

Portanto, está errado dizer "a jogada ONDE não teve gol", "a narração ONDE o locutor se enrolou todo" e outras bobagens do gênero.

O advérbio cabe, por exemplo, em "no Maracanã, onde (...)" e "no gramado, onde a bola rolou".

Use com moderação

Começa o segundo tempo.

O narrador do ESPN Brasil vai bem, até...

"O juiz marcou a falta do 'Fulanovic' no argentino. Inclusive, muitos desses jogadores bósnios começaram a carreira em outros países da Europa (...)".

INCLUSIVE?!? Alguém me explica a relação?

"Inclusive", notei um certo exagero do advérbio no canal. Será a bola da vez?

Dói muito, viu?

Essa foi forte!

A coluna do Ancelmo erra a crase, mesmo mostrando, em seguida, por que ela não podia estar ali.

Vejam só:

"(...) meio À brinca, meio a sério (...)".

Ora, bolas! Se não tem A+O (preposição + artigo) no masculino, por que haveria A+A no feminino?!?

PS: o Português antigo aceita "à brinca", mas acho que não faz sentido. É como aquela "crase machadiana" — "até à (qualquer coisa)" —, que hoje fica ridícula no idioma falado no Brasil, porque ninguém diz que vai, por exemplo, "subir até AO topo".

Pérolas da Copa 2

O Globo tem abusado dos trocadilhos nos títulos, especialmente no caderno de Esportes (e mais especialmente ainda na Copa).

Hoje, me saíram com esta:

"Lío de Janeiro".

Doeu, viu?

É muita forçação de barra pra fazer gracinha com o Messi.

sábado, 14 de junho de 2014

Pérolas da Copa


Primeiro foi o Felipão, logo depois da estreia:

"A arbitragem é do árbitro."

E de quem mais seria?!?

Hoje, Gente Boba abre a nota "Do lado direito do peito" com a frase:

"Das 32 seleções que disputam a Copa do Mundo, dez TERÃO a marca da (...) estampada na camisa".

Por que o verbo está no futuro? (e justamente numa coluna que insiste em usar o presente para falar do passado?)

Pensei que a Copa já tivesse começado — e com o Brasil exibindo o patrocínio no uniforme da seleção.

domingo, 8 de junho de 2014

Um pouco de bom senso, por favor

Gente Boba nunca desaponta.

Olha só a frase que abre a nota principal de hoje:

"Irene Ravache achou que era trote quando Fábio Porchat ligou a convidando para viver a mãe de seu (...)".

LIGOU A CONVIDANDO?!? Ô construção horrorosa, sô!

sábado, 7 de junho de 2014

Coisa feia, gente!

De onde foi que a coluna Gente Boba tirou o verbo "ENFEIAR"?!

Está lá, na nota intitulada "Grafite nos postos da orla" (ah, a bendita orla!):

"(...) Os postos de salvamento estão sendo sempre pichados, ENFEIANDO a paisagem. (...)"

Pessoal, "enfear" só ganha "i" no presente (do indicativo e do subjuntivo) e no imperativo afirmativo, tá? E não em todas as flexões.

No mais, é "enfeando", "enfeado"... e por aí vamos.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Os 'bowls' da senhora sua mãe

Por que meter a mão em cumbuca alheia? Será assim tão grande o desconhecimento da Língua Portuguesa no Globo?

Terá sido por medo de errar a grafia de "tigela" que Gente Boba usou hoje (sem itálico, sem aspas etc.) "BOWLS" como se fosse coisa comum por aqui?

Até no apelido, a coluna do Segundo Caderno é o representante máximo da República Federativa do Bobajal.

Ou não é idiotice escrever que "os artistas comeram massas servidas em BOWLS brancos"? Não sabe que "tigela" é com "G"? Use vasilha!

Nota de apenas 123 palavras

O mesmo amigo está com olhos e ouvidos exaustos de tanto ler e ouvir “apenas”, palavrinha usada pra tudo.

Diz ele:

"Como se desperdiça esse advérbio em nossos noticiários. Tudo é relativizado pelo 'apenas'. O garoto de 'apenas' 4 anos toca piano — ou morre atropelado. Um rapaz de 'apenas' 23 anos é morto a tiros — ou é preso por contrabando. Não consigo perceber o critério. Talvez devêssemos instalar, nos computadores das redações, um corretor que eliminasse esse advérbio dos textos sempre que ele fosse empregado com tanta subjetividade."

Entre pasmo e irritado — reação comum a quem é exposto aos modismos da incansável "mídia" —, meu amigo espera ler ou ouvir, a qualquer momento, algo como: “Um idoso de 'apenas' 50 anos foi deixado...”.

Que concordância é essa?

O atento amigo está espantado com o G1, que já nem se assusta com os horrores que publica.

Vejam o que está lá hoje:

"Os inúmeros avisos de acidentes PARECEM que ainda não surtiram efeito para pedestres e motoristas".

Parece que as (inúmeras?) aulas de Português também não funcionaram pros colegas.

terça-feira, 3 de junho de 2014

O redator sugou muito álcool

Chego aqui e encontro a mensagem da amiga me esperando, com a imagem que reproduzo.

Em meio a um monte de bobagens do Globo online, sob o rótulo "Cultura", encontra-se, em chamada no pé, uma "SUGADA" inexplicável.

Em tempos de Copa, se a gente "jogar sugando" vai ser duro ganhar, viu?