domingo, 30 de outubro de 2016

Contribua para melhorar a língua


Mais uma colaboração do atento amigo, esta encontrada ontem no Globo (onde mais?).

Coberto de razão, ele afirma:

"Eu contribuo COM o INSS."

Alô, alô, editor, mais atenção! E não venha me dizer que agora título também é responsabilidade do estagiário, por favor.

sábado, 29 de outubro de 2016

'Bora' comprar um dicionário?

O atento amigo mandou essa ontem.

É do Globo e trata de erro de regência, como sói.

Aos profissionais do idioma (e a quem interessar possa), informo que o verbo ASSEGURAR, no caso em questão, é indireto:

"ASSEGUROU-LHE que", "ASSEGUROU À ATRIZ que", OK?

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Não sabe? Então não inventa

A "criatividade" dos colegas do Globo desconhece limites.

O verbo "ALERTAR", coitadinho, tem sido vítima constante das invencionices.

No dicionário, ele aparece assim:

n verbo
transitivo direto, bitransitivo, intransitivo e pronominal
pôr(-se) alerta
Ex.: <o tenente alertou os soldados (do perigo de novo ataque)> <a tropa alertou ao primeiro tiro> <alertou-se ao primeiro ruído>

No jornal, do suplemento de Turismo à Internacional, é um tal de "alertam sobre", "alerta para"...

Pessoal, isso não existe, tá?

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Este é inominável!

O título aí em cima refere-se ao texto que um amigo encontrou no G1.

Não dá pra explicar como deixam passar um trem desses! (veja ao lado)

Cadê o redator? Cadê o editor? Só tem estagiário do pré-escolar na redação?!?

A tragédia da vida real não merece um texto infantiloide e mal escrito como esse aí.

O que é "começou a se diferenciar do grupo"? O que é "ocupação, ocupa, ocupava", tudo seguidinho?

Se o repórter não entendeu o que disse seu entrevistado (o mais que repetido "secretário"), que pedisse a ele pra se explicar melhor ou traduzisse sua fala pro Português.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Alhos e bugalhos

O atento amigo fez questão de fotografar o confuso título encontrado no Globo de domingo.

Em primeiro lugar, ninguém "preza por" nada.

Em segundo, ele e eu concordamos: o editor devia estar pensando em "PRIMA PELA elegância" — que, aí sim, faz todo sentido —, mas trocou as bolas.

Colegas, não confundam Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão, como dizia meu pai, e, acima de tudo, fiquem atentos à regência, pois hoje, no caderno de Cultura do jornal, tem novamente o inexistente "prezar por":

"(...) é uma mulher que preza pela liberdade (...)". Ui!

Segue o verbete "PREZAR", já que falta dicionário na redação (só pode!):

verbo
 transitivo direto
1 ter apreço por; gostar, estimar, apreciar
Ex.: <p. o bem> <p. os amigos> <prezo nele a sua franqueza>
 transitivo direto
2 ter em alta consideração
Ex.: p. os homens de ciência
 transitivo direto
3 querer para si; desejar, almejar
Ex.: p. a paz de espírito
 transitivo direto
4 ser adepto de; defender, respeitar, acatar
Ex.: <p. a ordem> <p. a liberdade> <p. a natureza>
 pronominal
5 sentir orgulho de si mesmo, ter amor-próprio
Ex.: <p.-se de ser bom profissional> <alguém que se preza não faria esse papel>

domingo, 23 de outubro de 2016

Humor na hora mais errada

Os jornalistas estão cada vez mais criativos — ou serão os bandidos?

O atento amigo achou a notícia do "atirador de facas" no Dia online.

Quantas facas jogaram na moça pra conseguir ATINGI-LA e matá-la a facadas?

Caramba!

Queridos colegas, fazer humor negro fora do Sensacionalista ou do Piauí Herald não pega bem. Mais cuidado, por favor!

PS: a matéria inteira é um pavor, parece texto de criança, como bem definiu o amigo. Quem tiver paciência para ler pode clicar aqui.

Das duas, qual?

O amigo pergunta, coberto de razão:

"Afinal, qual amiga ganhará o presente nesta promoção do Cine Vitória?"

Também gostaria de saber.

Pelo pose no cartaz, até a personagem da Sonia Braga está na dúvida.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Gente Boba volta a atacar

Fazia tempo que Gente Boba não aparecia por aqui (ou eu estava só passando os olhos, ou o Português da coluna melhorou).

Hoje, porém, depois da menção à agressão sofrida por um empresária em Ipanema, achei lá:

"A foto de seu rosto QUASE desfigurado chocou a internet".

QUASE?!? 

O que será que as colegas consideram DESFIGURAÇÃO? Quadro de Picasso?!?

Deem uma lida no verbete "DESFIGURADO", por favor.

Ele inclui "alterado em seu aspecto exterior, em suas feições; tornado feio; afeado; modificado em seus traços essenciais; deturpado".

O rosto da empresária estava tudo isso aí e mais um pouco.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Só pode ser o próximo!

Começa a surgir mais uma modinha no Ancelmo.

É "domingo agora" pra cá, "dia 21 agora" pra lá... Não gosto nem de imaginar essa praga se espalhando pelo jornal e por aí afora.

Vai que "agora" vira o novo "após"? Socorro!

Que tal "próximo" ou simplesmente nada? Afinal, está implícito que o texto não se refere a uma data longínqua, não é?

Larga a muleta, jornalista! O leitor agradece.

Culinária indigesta

Elegante leitora deste blog encontrou matéria no Globo online que começa assim:

"NA COZINHA AO LADO
Chefs contam os restaurantes que gostam de ir come
r".

Educadamente, ela perguntou: "Não ficou estranho?"

Não é só isso: está tudo errado!

Vamos por partes.

Chefs contam os restaurantes: um, dois, três, quatro...?

Restaurantes que gostam de ir: eles gostam de ir pra onde? São restaurantes móveis? Acho que queriam dizer os restaurantes DE QUE os chefs gostam.

Gostam de ir comer: os caras COMEM os restaurantes?!? Obviamente, não. Então, que frase é essa?

Que tal entrar no Google e fazer uma consulta? Tem matéria idêntica na Folha online e começa menos mal escrita. (clique para ver)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Vai entrar ou prefere ingressar?


O atento amigo encontrou ontem, no Globo (sempre ele!), um sério candidato ao troféu Pleonasmo de Ouro: o "ingresso de entrada"!

Se o sujeito for cobrado, como sugere a matéria, será caso de dupla tarifação: ele paga para ENTRAR e paga para INGRESSAR. Ou seja, duas taxas pela mesma ação.

O Português sofre, viu?

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Batatada à Portuguesa

Alguém me explica a frase "masmorras ao comunismo"? (clique para ler)

Não é apenas delirante. (o que será que servem nessas reuniões?)

Ainda que fizesse algum sentido, o Português está errado.

Ou você manda alguém "PARA A" masmorra ou deseja a masmorra "PARA" alguém.

O "pessoal do compasso" entendeu direitinho?

Vendo bobagens país afora


Não tive muito tempo para dedicar ao blog nos últimos dias, mas o período eleitoral foi farto em besteiras (estou falando apenas do Português; este espaço é feito de notas, não de tratados).

Na Globonews, uma das mais frequentes foi a moda do "movimento estacionado": "a apuração SEGUE PARADA na cidade tal", "o candidato 'Y' SEGUE NA MESMA POSIÇÃO" e por aí vamos (ou não vamos, sei lá).

A maioria das colaborações foram encontradas no Globo, como essa aí da imagem (coluna política de ontem, terça-feira).

O certo é "QUEM VIR", OK? A ação ainda não aconteceu e o futuro do verbo "VER" é "VIR". Ou seja, quando VIR os resultados, não pense etc. etc.

Outra do jornal foi o tal do "acontece por TODO PAÍS" referindo-se, por exemplo, à derrota do PT.

Bolas, o PT é um partido brasileiro. Portanto, não pode perder eleições em qualquer país, mundo afora.

Quando estiver falando de UM país específico, caro colega, escreva POR TODO O PAÍS, com o devido artigo, por favor.