quarta-feira, 30 de junho de 2021

Quem comporia um trem desses?


Novíssimos jornalistas, não basta denunciar escândalos, é preciso COMPOR o texto sem escandalizar quem tem o hábito de ler, quem estudou Português etc.

A assídua colaboradora quer saber que tempo verbal é esse criado pela Folha: "a gente composse".

Eu vou além e pergunto: qual é o problema dos colegas com as conjugações do subjuntivo?

O futuro do subjuntivo já era um problema sério — e se o editor não COMPUSER a frase direitinho, desanda tudo.

No caso do pretérito imperfeito, se vocês não COMPUSESSEM uma coisa tão esdrúxula, eu até deixaria passar não a propina, mas o montão de "que que que". Eu contei oito.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Erros desconcertantes


Queridos colegas do Segundo Caderno, a assídua colaboradora e eu gostaríamos de saber de onde vocês tiraram o DESCONCERTANTE "S" que nos DESCONCERTOU.

Existe o verbo "desconsertar". Significa fazer alguma coisa parar de funcionar, estragar.

Está na cara que vocês queriam dizer DESCONCERTAR, que nos desnorteia, nos tira do prumo e nos deixa inseguros.

Como está no jornal impresso, não dá mais para CONSERTAR, não é?

domingo, 27 de junho de 2021

A elite veste 'hobby'


 Aquele suplemento "de bacana" do Globo só dá vexame — ou comprova que cultura não se compra, por mais que o leitor tenha grana ou que o "jabá" seja legal.

Uma querida amiga ainda lê a revistinha e descobriu que lá o hábito de usar penhoar, quimono ou robe virou "hobby", um passatempo em bom Português.

De tão criativos, os "hobbies" dos ricos são bordados, vejam só.

E dizer que uma outra amiga tem o bordado como hobby na pandemia, mas não sei se já bordou algum ROBE ou penhoar. Vou até perguntar.

Antes, porém, informamos aos "chiquerésimos" do Ela que o restaurante se chamava Antiquarius

Favor não confundir com o Shopping dos Antiquários, na Siqueira Campos.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Descendo a ladeira sem freio


Preciso achar algum humor para comentar as bobagens da tal da mídia, mas está difícil.

Fiz uma miscelânea com contribuições do leitor de Minas, do colega friburguense e do atento amigo e já nem sei o que dizer sem chover no molhado, encharcado e inundado.

"Após estar perto do adeus", gente? Não me digam que tentaram fazer poesia com a (quase) ida do cara para outro time, porque eu não acredito.

Na Record, mandaram o Português ÀS FAVAS e tascaram uma crase para CONTINUAR AS buscas.

Espero que a emissora encontre uma gramática e um dicionário. É urgente.

Ou será que os jornalistas consideram uma verdadeira odisseia a procura das regências e palavras corretas?

sábado, 19 de junho de 2021

Português em baixa, erros em alta


 O atento amigo e eu queremos saber: quando os colegas da Band e da imprensa em geral vão aprender a diferença entre alto e baixo e caro e barato?

Não estamos falando de adjetivos estrambóticos, ao contrário.

Preços são altos ou baixos, custo de vida é alto ou baixo, produtos são mais caros em lojas metidas a besta e mais baratos em lojas populares... 

Vocês ainda acham muito difícil entender um trem tão básico? 

Tenham uma boa noite, sem pesadelos com o alto custo de vida no país.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Não há mais futuro?


A leitora revisora quase caiu dura ao VER o horror do verbo mal conjugado, mais as regências estropiadas.

Acho que se eu VIR mais uma vez jornalista que desconhece o futuro do subjuntivo desisto de pertencer à categoria.

A publicação é do Grupo Globo, uma vergonha.

O que vem a ser "a multa que ele está sendo penalizado"?

Quem está sendo penalizado? O condutor, a multa, o veículo?

Na hora EM QUE você VIR uma resposta clara à sua frente, pode aplaudir.

Vai ser enrolado assim....


  


A leitora que entende de Estatística também é boa em Português e quer saber:

"Afinal, a mulher é mãe das crianças ou irmã?"

Eu complemento: a companheira também bateu no irmão dela? Dela mesma ou da mãe?

E você, o que nos diz? O que acha desse título horroroso?

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Quem se beneficia com isso?


Mais uma colega revisora entrou na lista de colaboradores com essa regência pra lá de estropiada. Impossível dormir sem postar.

Caso encontrem mais erro além desse horror — "Lira acelera mudança que ele pode se beneficiar" —, me avisem.

Tentarei não ter pesadelos com gente que não sabe (ou teme) escrever "que pode beneficiá-lo", "quer se beneficiar acelerando mudança de lei" e outras opções que não me ocorrem agora, porque o soninho vem chegando.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Não é para humilhar


Ferreira Gullar já dizia: "A crase não foi feita para humilhar ninguém."

Nem por isso devemos usá-la a torto e a direito.

Vejam essa coisinha do Lance enviada pelo colega friburguense.

Não deu pra desconfiar nem com o plural, colegas?

Doeu, viu? E o conjunto da obra é péssimo.

Chegaram ao extremo


A incompatibilidade dos colegas com as regências já não se limita a verbos pouco lidos por eles.

Os editores deviam pedir ajuda financeira aos empresários da mídia e promover umas aulinhas na redação, porque não saber usar os básicos GOSTAR e CHEGAR é dose.

As duas gracinhas aí foram enviadas ontem pela assídua colaboradora, que costuma CHEGAR AOS lugares e GOSTA DE várias coisas, entre as quais se destaca a Língua Portuguesa.

domingo, 13 de junho de 2021

Agressão pleonástica


 O atento amigo enviou a nota no início da madrugada, eu só vi muito mais tarde, a caminho da cama, mas nunca é tarde para repetir o comentário que ele fez:

"Gravata no pescoço... Seria melhor se aplicassem em outro lugar? Onde?"

Use a sua imaginação.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Estuda direitinho, gente


Alô, ministros, jornalistas e criançada em geral, que tal consultar o dicionário e ESTUDAR o verbete "ESTUDAR" direitinho, com atenção?

Não é para se sentar EM CIMA do Houaiss ou do Aurélio.

Também não é para estudar "sobre" as máscaras, como recomendam a CNN e as autoridades — o atento amigo viu a bobagem agorinha na TV e eu até botei uma máscara EMBAIXO de um menininho estudioso, para vocês verem que não é assim que se faz. 

Usem a proteção corretamente no rosto, SOBRE a boca e o nariz.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Pequena, mas recheada


 Mais uma da assídua colaboradora — e do Globo, em que ambas trabalhamos.

Começa com a "concordância" — ui! — "a eficácia foram aprovadas".

Em seguida, há um estranho deslocamento de sujeito em "testes apresentaram redução na chance de contrair a doença".

Não serão os PACIENTES testados que apresentaram? 

A amiga e eu achamos que sim. Ou os testes têm chance de adoecer?

A língua reinventada, continuação


Definitivamente, os colegas decidiram dar um nó na língua.

A assídua colaboradora estranhou a "sacerdotiza do templo de umbanda", não apenas porque costumamos nos referir a elas como mães de santo, mas porque preferimos grafar SACERDOTISA (ialorixá, outra opção, é mais usada no candomblé).

Foi ela também que encontrou mais uma gracinha aceita pelos dicionários de internet e não registrada no Volp, no Houaiss ou no Aurélio:  o ser "invisibilizado", eufemismo para "EXCLUÍDO", talvez. Perguntem ao editor do Globo ou ao presidente da Argentina.

Do "Portunhol", passamos ao Inglês e à tradução de "pitch", no parêntese ao lado, como "discurso".

O atento amigo acha que Lulu Santos disse "speech" e o repórter não entendeu muito bem a palavra. Eu nem vou dar palpite.

Um carro do outro mundo



 Hoje eu recebi contribuições sensacionais.

Entre elas, a matéria do incrível SUV capaz de "possuir" coisas que ainda nem aconteceram.

O atento amigo ainda não sabe o que o espantou mais.

Afinal, temos a "posse" de futuras revisões, a "posse" de um seguro — que o dono do bendito jipe pode fazer ou não — e até mesmo "a internet a bordo no interior" do carro.

O amigo ficou imaginando como seria a "internet a bordo no exterior". 

Os donos do carésimo carrão se sentariam no teto ou no capô com seus notebooks, tentando pegar a "internet externa"?

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Caiu no gosto do leiloeiro e...


 O atento amigo comprova: no jornal ou em sua agência de publicidade, o atual Grupo Globo não tem muita intimidade com a Língua Portuguesa.

Os JARDINS viraram "gardens" — e provavelmente dão "flowers".

Como se não bastasse, "caíram na preferência", não NO GOSTO do carioca. Significa que estão em baixa?

Nem obituário escapa. 

O do cineasta Paulo Thiago, no domingo, diz que um filme dele "arrematou" um prêmio internacional.

Estamos tentando entender a participação do Filme num leilão e curiosos para saber por quanto ele arrematou o troféu.

É mais provável o filme do Paulo Thiago ter ARREBATADO a crítica e o prêmio.

'Despiorar'?! Desde quando?


 Os colegas da Folha podem me explicar o que vem a ser essa coisa, criada por um colunista e não vetada pelo editor-chefe?

O cara se intitula "jornalista com mestrado em Administração feito em Harvard", mas não conhece o Volp, ou saberia que "despiora" não existe.

O Dr. Frankenstein das Letras gostou tanto da sua criatura que repete e pluraliza seu nome no texto, dizendo que "houve despioras significativas". Uau!

Em tempo, recebi a invencionice de várias fontes, inclusive meu irmão, que é formado em Administração de Empresa e também fez curso em Harvard.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

E a 'poesia' invadiu o jornal


A "contaminação poética" do Globo de hoje não se restringiu a repórteres e editores.

A assídua colaboradora percebeu o "fenômeno" também nas colunas do jornal.

Numa, ela encontrou gente "esgrimindo as sílabas", vejam só que lindo.

Obviamente, a amiga acredita que queriam dizer ESCANDINDO as sílabas, falando devagar e enfatizando cada uma delas.

Na outra, ela boiou e eu, também.

Alguém aí sabe o que é "um à beira-mar"? Dá pra sentar nele, isso nós vimos.

Tragédia em todos os sentidos



O trecho destacado na ilustração é apenas um exemplo dos horrores encontrados na matéria do Globo sobre o desabamento de um prédio na comunidade Rio de Pedras. 

A assídua colaboradora, uma querida amiga e eu não demos conta de todas as besteiras publicadas no impresso e no online.

Dos "escombros" — palavra repetida à exaustão — retiraram até "uma criança feminina" (!?!).

Há uma profusão de plural desnecessário — "Os enterros de Fulano e Beltrano estão previstos (...)" —, de "após" e de "seguir internado", parado num leito de hospital.

A tentativa de ser poético, com bobagens como a da imagem e até aliteração — "está em estado estável" —, só piora o texto e faz mais triste a tragédia.

Concordância estropiada também?


O atento amigo mandou essa aí cedinho.

Pessoal, não basta estropiar as regências? Tem que fazer "concordância" esdrúxula também?

"Cidades vacinou"?!? O que é isso, Globo?

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Escolhas inadequadas


Os colegas do Grupo Globo continuam "caprichando" na hora de escolher os verbos — CONTINUAM, não "seguem", porque estão empacados nos erros de sempre.

Para começar, a querida amiga e eu lembramos que repórter FAZ perguntas, não "realiza" perguntas.

Se algum editor mandou a pessoa ir pra rua e "realizar perguntas", o erro é dele.

Falando em "pessoa", seria estranho se o fato tivesse sido filmado por alguém que NÃO ESTIVESSE no local.

Para o caso ao lado, a colega revisora sugere opções variadas.

Afinal, ninguém "acredita" que engordou. Eu, por exemplo, sei que engordei na pandemia, CONSTATO o aumento de peso a cada subida na balança, PERCEBO os efeitos do sedentarismo e da ansiedade a cada olhada no espelho, a cada roupa menos confortável de vestir.

Abandonai eufemismos e palavras empoladas, vós que entrais na redação.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Estranhos deslocamentos


Um dos muitos defeitos do Novíssimo Jornalismo é o desconhecimento das coisas mais básicas.

No exemplo (do Globo) enviado pela assídua colaboradora no fim de semana, confundem "filhos" com "procriação".

É recomendável ESTIMULAR OS FILHOS durante a pandemia. Crianças não devem ficar paradas, elas precisam de atividade.

Mas imaginamos que a intenção do título era dizer:

"Crise demográfica leva países da Europa a ESTIMULAR PROCRIAÇÃO".

Abaixo, a chamada (do Dia) enviada hoje pela colega revisora transforma PÚBLICO em "web" e ADOECE uma ELIMINAÇÃO (certamente "participante" de algum "reality", coisa a que não assisto).

Vejam bem "quem" é o sujeito da frase mal escrita.

"Eliminação com problemas de saúde" não me comove, mas assusta.

As primeiras vítimas da Copa


A tal da Copa América já começou a fazer vítimas: o Português foi pro espaço nessa manchete enviada por uma querida amiga.

"Em Rio", colegas do coração?

Dá para ser "em Cuiabá", "em Brasília", mas é NO RIO, não se esqueçam.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Onde os governantes pensam


 Bastou comentar "O Globo" e "regência estropiada" que logo apareceu novo exemplo, enviado por um querido ex-colega de redação.

"Cidades que governantes se manifestaram contra", galera?!?

Qual é o problema com a opção corretíssima "cidades CUJOS governantes se manifestaram"?  Vale também "cidades EM QUE os governantes se manifestaram". E há outras.

Não temam o pronome relativo CUJO, jornalistas. Ele não ataca como aquele são-bernardo raivoso do Stephen Jing. Podem usar sem susto.

Ruim de mira e classificação


É impressionante a quantidade de regência estropiada que o Globo publica todos os dias — e eu estou falando do impresso, que temos a ilusão de ser mais bem cuidado por não permitir correções horas e horas depois, ao contrário da versão online.

Vejam os dois exemplos da ilustração.

O do alto foi enviado ontem pelo atento amigo, com o comentário irônico:

"No meu tempo, CLASSIFICAVA-se COMO e se CHAMAVA DE."

Então, crianças, aprendam: o médico CLASSIFICA COMO irresponsabilidade criminosa ou CHAMA DE irresponsabilidade criminosa... (vocês sabem o quê).

Abaixo, uma de hoje.

A assídua colaboradora MIROU O erro e acertou de cara.

"Mirar em" não existe, colegas. MIREM O verbete no dicionário.