segunda-feira, 29 de março de 2021

Se a parte de cima não funciona...


Crianças, por favor, usem o cérebro, aquela "parte de cima", e não publiquem coisas sem sentido como essa "parte de baixo" aí.

Cadê a bendita "parte de baixo" desse trem horroroso?!? 

A querida amiga até procurou, mas a imagem do Globo não mostra.

Aproveito o ensejo para comentar também as infelizes legendas do (des)serviço Clarovideo.

Se não dão a opção de ver séries e filmes apenas com o som original, pelo menos cuidem mais do texto que impingem ao assinante.

Duas de ontem: "policial aéreo" e "noite dos bolos". 

Adivinhem o que são?

"Air marshal" — agente federal armado e à paisana que americano costuma botar em seus aviões comerciais — e "bowling nights" — as noites de boliche às quais nunca faltava um personagem.

Fiquei rindo sozinha, imaginando uma reunião semanal de boleiras ou um incidente histórico, talvez na França, com o povo irado atirando bolos sobre o corpo guilhotinado de Maria Antonieta.

domingo, 28 de março de 2021

Que figura de linguagem é essa?


Tenho ficado muito (mal) impressionada com o baixo nível dos sites de notícias culturais, especialmente os que tratam de séries e filmes, como o Observatório de Cinema.

Foi este que me enviou matéria no melhor estilo "embromation", com a seguinte abertura:

"Dizer que a série original alemã da Netflix, Dark, foi um sucesso é um eufemismo. O suspense de ficção científica é uma obra única, pois mesclou gêneros e narrativas para se tornar um dos principais programas da plataforma de streaming." (sic)

É difícil passar do primeiro parágrafo, mal pontuado, mal escrito, mal tudo.

Não paro de me perguntar: o que os colegas pensam que é EUFEMISMO?

Confundiram com "pouco", com "REDUNDÂNCIA", com "chover no molhado"?

Eufemismo é dizer que eu "ganhei corpo" quando ENGORDEI horrores na quarentena. É dizer que "passaram desta para melhor" os mais de 300 mil brasileiros que MORERAM na pandemia.

Deu para entender ou querem mais?

quinta-feira, 25 de março de 2021

Jargão da polícia, modo de usar


O atento amigo ficou besta com a reportagem do Globo a respeito do tiroteio num supermercado de Boulder, Colorado, em que morreram dez pessoas. 

O chefe da operação policial é tratado o tempo todo como "comandante da polícia de Boulder".

Colegas, o AGENTE (única expressão traduzida corretamente) que chefia ou coordena a ação NÃO É "comandante". Ou vocês chamam o editor-chefe de "comandante" na redação?

"Bolsa mortuária" também não é a melhor tradução para "body bag" ou "corpse bag". Procurem no Google: as primeiras opções que aparecem são "saco para óbito" e "cobertura para óbito". Não melhora muito, mas é o que há.

Lá pras tantas, dizem que a polícia tem sob custódia “uma pessoa de interesse” que se feriu. 

Alguém se lembra da série "Person of Interest"?

Pois é.

Lá fora é assim que costumam tratar quem não é exatamente SUSPEITO, mas é RELEVANTE para o caso, ESTÁ ENVOLVIDO no crime de alguma forma e é IMPORTANTE para a investigação.

Aguardem as próximas aulinhas de CSI.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Queremos. Onde estão vendendo?


A assídua colaboradora mandou essa coisa aí da imagem com a pergunta: "Oi?"

Eu respondi com outra, à moda de Didi Mocó: "Cuma?"

Pois é, crianças. Onde tem posto de saúde à venda? 

Topamos fazer vaquinha para ter um pra gente também.

sábado, 20 de março de 2021

De dar inveja a Stanislaw


Caros colegas, deem uma maneirada, por favor.

Vejam as bobagens do Globo que eu recebi da assídua colaboradora (as duas primeiras) e do atento amigo.

A temperatura não cai no Rio, onde devia, mas "abaixa" no encontro das maiores potências mundiais? 

Os líderes presentes fizeram reverência muito exagerada, ou mexeram no termostato? Como foi isso?

Por aqui, tem ministro achando um "número muito pouco". 

Alguém faz ideia de que número é esse? Queriam dizer BAIXO? Ou BAIXARAM tudo no título de ontem e não tinham mais em estoque pra hoje?

Como não somos "bancarizados", a invencionice da vez, imagino que o banco de palavras do jornal também esteja em baixa. Ih, que confusão.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Vamos cobrar um texto decente?


Chamadinha toda troncha que entrou no meu computador.

"Cobra sobre", meninos e meninas? 

Nos meus dicionários, não há.

"Questiona sobre" até pode ser, mas cobrar... Só se a pessoa subiu em algum móvel pra fazer a cobrança.

Consultem o verbete COBRAR nos bons dicionários de regência, ou no Houaiss ou no Aurélio, e me contem o que encontraram.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Coisas que todos devemos saber


O atento amigo foi à página GOV.BR, "que centraliza todas as informações do governo sobre o cidadão", e encontrou esse texto capenga destacado na imagem.

Colegas assessores de imprensa, o veículo DO QUAL ele é dono e o veículo DE QUE ele é o principal condutor precisam da preposição. Sem ela, não andam, travam e não saem do lugar.

Aproveito para ENUMERAR— ou LISTAR, jamais "elencar" — outros cacoetes do Novíssimo Jornalismo, cujo lema parece ser "Quanto mais empolado e mal escrito melhor".

Todos apareceram no Facebook, na postagem de uma queridíssima amiga e nos comentários que se seguiram a ela — e eu vou pular alguns dos quais me cansei, de tanto que já falei deles aqui.

1) "Ser abusado" é ser INTROMETIDO, ATREVIDO. "Sofrer abuso" é coisa bem diferente e pode significar que a pessoa foi ESTUPRADA — e, portanto, POSSUÍDA por outra. Entenderam também a diferença entre TER e POSSUIR?

2) Ninguém apura nada "junto a" coisa nenhuma. APURE a informação COM os envolvidos no caso, NA delegacia, NO gabinete da autoridade, NO lugar que bem entender, COM quem estiver disponível. 

3) Sim, alguém pode ESTAR DISPONÍVEL e DISPOSTO a falar com você, mas NÃO "disponibiliza" informações, certo?

4) Nascemos sabendo que vamos MORRER. "Vir a óbito" — ou, pior ainda, "evoluir a óbito" — é coisa de quem só leu texto jurídico na vida ou é legista. Se você estudou COMUNICAÇÃO e NÃO fez estágio no IML, não há motivo para usar esse horror. 

Tem mais, muito mais, mas bateu a fome e eu preciso de um café.

Aguardem o próximo capítulo da saga brasileira "Os jornalistas que não amavam o Português". É grande, mas é útil, vai por mim.

terça-feira, 16 de março de 2021

'Inclusive' tem tudo isso aí


Que língua praticam os jovens colegas? Onde estudam? O que leem? 

Não há mais editor para orientar os focas?

O leitor viu na Monet um "desassociar a imagem de Fulano ao" e quase caiu duro.

Eu fui ler a matéria e quase tive um treco também. "Inclusive" destaquei alguns trechos para vocês verem que eu VENHO A PÚBLICO sem crase e "com a presença não de uma cena", mas de um monte de bobagem.

É "possível que possa" chocar alguns. O texto, ao que parece, queria apenas explicar por que é difícil a Vanessa Kirby levar o Oscar de melhor atriz, mas tropeçou nas letras.

Como diria O Globo (vide chamada enviada pela assídua colaboradora), "medidas de revisão são fracas e receitas" para o pior Português que há.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Alturas e tamanhos variados



A assídua colaboradora enviou o primeiro título da imagem há poucos dias e eu recebi a chamadinha abaixo agorinha. 

As bobagens são do mesmo jornal, onde trabalhamos nos áureos tempos.

Eu ando meio preocupada com o peso adquirido na quarentena, mas nem por isso meço vírus e casos de Covid por altura e tamanho. 

Os casos ficaram "mais altos" e o risco agora é GG ou EG?

Em busco do nexo perdido


Caros amigos, estou muito implicante e/ou sem paciência para texto mal escrito ou essa coisa aí, extraída de um um site dedicado a séries de TV, não faz mesmo sentido?

"Afirmou como se sente"?!? 

Cadê a AFIRMAÇÃO?

Os colegas gostam tanto do verbo "afirmar" que o repetem logo abaixo, não sem antes usar um igualmente inadequado "entretanto".

O recorte seguinte é da Folha e foi enviado pela assídua colaboradora.

Alguém explica pra gente o que faz a preposição "por" na frase?

quinta-feira, 11 de março de 2021

Para, respira e lê


Num texto confuso do Globo, enviado pela assídua colaboradora, "duas chegou na filas" e muito mais aconteceu.

HOUVE DUAS interrupções é muito simples? Em texto jornalístico, menos é mais, colegas.

Estou desanimada até para fazer humor com essa bagunça.

Um dos motivos é ver cada vez mais distante a minha hora de ir ao posto, encarar a desorganização e tomar a tão sonhada vacina.


sexta-feira, 5 de março de 2021

Sexta-feira recheada


Abro meus e-mails e encontro, de cara, a chamada do Globo:

"Melhor da semana: A explosão da pandemia". Hein?!?

Penso logo em voltar pra cama. Se o "melhor da semana" é isso, não quero nem imaginar o pior.

Mas prossegui e um pouco abaixo tinha mensagem do atento amigo, com um exemplo de como os colegas tentam nos empurrar a bobagem do "preço caro, preço barato" por vias transversas.

Não cola, crianças. 

Continua sendo BARATEAR OS PRODUTOS e ABAIXAR OS PREÇOS, aprendam de uma vez por todas.

Vou para o Facebook e encontro mais bobagem, enviada pela assídua colaboradora.

Viveu "por" tantos anos, jornalistas? Conta "sobre"?

Tirem essas preposições daí.

A mulher já está "ao lado" de um cara. Tem que ficar "em cima" dele também?

segunda-feira, 1 de março de 2021

Ninguém dá a mínima


Já vimos que ninguém revisa os textos dos classificados do Globo.

As cartas dos leitores, idem. É só ver o que virou A SEARA encontrada pelo atento amigo.

Bom, vamos ser realistas: está todo mundo se lixando para o que escreve e publica no jornal.

Basta ver o que uma querida amiga encontrou por lá: a "alfaiataria" como sinônimo de roupas antigamente reservadas aos homens.

Crianças, alfaiataria é A LOJA (ou oficina) onde trabalha o alfaiate e ninguém sai carregando uma alfaiataria nas costas.

As pessoas de qualquer sexo carregam paletós, vestem ternos, usam coletes e gravatas etc.

A escritora francesa George Sand já era adepta do estilo dândi nos anos 1800. Acordem, por favor.