segunda-feira, 29 de maio de 2017

Cuidem do que importa, por favor

Cinco dias atrás, comentei aqui o prurido tolo do Globo, que publica palavrão com todas as letras e comete erros primários de Português, mas morre de medo do PRApra lá de dicionarizado, aliás.

Pois hoje a amiga revisora encontrou nota na coluna de TV, em que, logo depois de um PARA, aparece um "PRA" aspeado!

A preposição não é estrangeira, não é gíria, não é nenhum bicho de sete cabeças.

Então, por que as aspas, gente?

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Freio na tautologia, pessoal!

O Globo receberá em breve o "Prêmio Troféu Pleonasmo de Ouro Dourado".

Nos últimos dias, já tinham sido encontrados "contracenar junto" e "assintomático sem sintomas".

Hoje, a assídua colaboradora achou um baita "Há muito tempo atrás", em título — e na editoria que leva o nome de Cultura!

Pensem, colegas: não dá pra ser "há muito tempo adiante", não é?

Então, escolham: o verbo ou o advérbio. Nunca os dois.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Descendo a ladeira



O Globo é de um ridículo atroz.

Ontem, como viu um colaborador, na editoria de Esportes, reproduziu a fala de um entrevistado e abriu aprênteses para "explicar":

"O atleta se encontra sem dor, assintomático (sem sintomas) e vai iniciar (...)".

Será que o repórter teve que descobrir o que é "assintomático" e decidiu contar pra todo mundo, acreditando que ninguém mais sabia? 

Também não custa perguntar: por que "se encontra"? Não é melhor "ESTÁ sem dor"?

Isso tudo acaba sendo quase nada num jornal que publica palavrão, comete erros horrorosos de regência, concordância etc, mas tem prurido com o informal "PRA", pra lá de dicionarizado.

Hoje, a primeira manchete é:

"Para começo de conversa: Base aliada (...)".

 Não faz sentido! A expressão é "PRA COMEÇO de conversa", gente!

terça-feira, 23 de maio de 2017

A tautologia volta a atacar


Gente Boba ressuscitou um pleonasmo que eu julgava morto e enterrado: o tal do "contracenar junto".

Vejam aí o que o atento amigo achou na coluna, folheando os jornais do fim de semana.

Pessoal, "contracenar" já indica que o ator não está sozinho em cena, fazendo um monólogo, OK?

Fulana CONTRACENA COM Beltrana. E ponto final.

domingo, 21 de maio de 2017

Semana conturbada

Com tanta notícia ruim no país, fiquei até sem ânimo para postar notas aqui.

Colaborações, porém, não faltaram — e todas vieram do Globo, o jornal que torna complicada até a transição da assinatura do impresso para a versão digital.

O atento amigo leu na primeira página, dia desses:

"Anvisa reconhece Cannabis sativa".

Ele (como eu) acredita que queriam dizer "O CANABIDIOL", principio ativo da planta que muitos acreditam ter aplicação apenas recreativa, apesar das muitas provas em contrário.

A assídua colaboradora enviou outras, mas vou ficar com a de hoje, encontrada no Ancelmo:

"(...) é tão grande que, na família, houve quem chegou a pensar em pedir a interdição (...)". 

Caramba! Quatro verbos seguidos?!? E com pretérito perfeito ("chegou") em vez de imperfeito ("chegasse")?

Que tal simplificar? Um opção é "HOUVE QUEM PENSASSE em interdição".

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Em que país estamos?


O atento amigo deu de cara com o título e duvidou que estivesse no Brasil:

"Grávida de 39 semanas foi levada pela PF (...)".

Com razão — e com humor — ele diz:

"Foi como se eu estivesse lendo em Inglês. Tenho que fazer conta pra saber, na nossa cultura, quantos meses representam as 39 semanas e meia de amor pra dar."

Só falta o Globo começar a calcular a altura das pessoas em polegadas, temperatura em Fahrenheit etc.

domingo, 14 de maio de 2017

Não tem ao vivo? Vai de virtual


Caros colegas do Globo, não há crase em "face a face" — ou em "cara a cara", "frente a frente" etc.

Para confirmar, basta usar expressão masculina similar, como "lado a lado" (viram algum artigo aí ou só a preposição?).

Na falta de revisores de carne e osso, recomenda-se o uso de um corretor digital.

O jabazão em que se transformou o jornal deve dar pagar ao menos isso. Ou não?

PS pra galera do Ancelmo: também NÃO há crase em "presidir a ABL" e "dia 24 (vírgula) agora (vírgula)" é o...

Uma coisa 'após depois' da outra

A assídua colaboradora me enviou essa coisa aí do Globo, que eu nem sei como classificar.

Afinal, não bastasse o desnecessário "após" — sem o qual os colegas não sabem mais viver — seguido de um "depois" (!!!), cadê a notícia? Alguém sabe dizer?

Ninguém conseguiu pensar uma pauta decente pro Dia das Mães? A moça do título é parente de algum editor do jornal? Ou este assumiu sua porção "Caras" com força total?

A continuar assim, concluo a transição pra versão digital (que deve começar a vigorar em uma semana) e não demoro muito a mandar a assinatura pro espaço de vez — ou "em definitivo", outro modismo ridículo muito apreciado, especialmente por certos colegas da TV.

Só pra lembrar: "após depois" do Dia das Mães vem o Dia dos Pais. Comecem já a bolar algo melhorzinho, por favor.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Repórter 'viajandão'

Depois de um dia agradabilíssimo, dei mais uma sonora gargalhada ao abrir a seguinte mensagem do atento amigo:

"Repórter da Globonews subiu numa sacada pra fugir de hostilidades. Lá de cima, disse que agora tinha imagens aéreas...".

Preciso acrescentar alguma coisa?

terça-feira, 9 de maio de 2017

Quero ver de costas!

Tinha que ser a Globonews!

Conta-me o atento amigo que uma peça institucional da emissora vem enchendo a tela da TV com o seguinte slogan:

"Se o mundo mudou, encare de frente".

Os colegas do canal acham que mudou também a anatomia humana ou simplesmente desconhecem o que é tautologia?

sábado, 6 de maio de 2017

São tantos escorregões...

Difícil começar uma nota com tantas coisas "lindas" que recebi hoje.

A assídua colaboradora constatou que, no Globo, ninguém chega mais A lugar algum: "chega no", ou seja, chega mal pra burro! (hoje, naquela editoria genérica, a tal de "Sociedade".)

O atento amigo achou outras derrapadas feias.

Uma estava destacada em subtítulo:

"Fissura põem em risco uma das maiores plataformas (...)".

A fissura "fazem" o quê?!?

Na página 2, alguém "pediu para que Zico autografasse (...)".

Não faça isso com meu ídolo, por favor! Pede o autógrafo e joga o "para que" no lixo, que é o lugar dele (antigamente, na redação, dizíamos "vai pra cesta página").

Tem mais.

O amigo ouviu o Datena reclamar que a Justiça está soltando "bandidos de altas periculosidades" — dei altas gargalhadas ao ler esse plural.

E "APÓS" tanta besteira, a "cereja do bolo", enviada por um novíssimo colaborador:

"APÓS morte de passageira, motociclista TAMBÉM MORRE em Goiânia".

Caramba!

Ainda vou abrir a matéria pra ver quantos outros "após" e "depois" sem sentido eu encontro lá dentro.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Preze sua ferramenta de trabalho

Definitivamente, o ensino de regência verbal e nominal desapareceu das aulas de Português — e o domínio do idioma há muito não é exigido dos colegas.

Só isso justifica a festa de erros nos jornais — e não só nos veículos online, em que jogam qualquer coisa e corrigem aos poucos (se alguém reclamar!).

Hoje, a assídua colaboradora me mandou um baita título com um "chegou em Brasília" de doer.

Recomenda-se que as pessoas cheguem a Brasília, ao Rio, a qualquer lugar (mesmo que não seja o de sua preferência),

Já o atento amigo encontrou esta semana, no Globo, "assista o vídeo do depoimento de (Fulano) a (Beltrano)" e ficou preocupado com a saúde do pobrezinho.

Não custa lembrar: um médico pode assistir um doente, mas, na hora do lazer, ele assiste à TV, a um filme, ao futebol etc. etc.

Outra que o amigo está vendo com frequência é o tal do "prezamos pela".

Não prezamos por coisa alguma!

Devemos prezar a língua pátria, meus amigos prezam o sossego, entre outras coisas, e eu prezo neles a generosidade de colaborar com este blog.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Cerca de mil, às 17h49


O atento amigo comprovou que o rádio está ensinando bobagem para os ouvintes.

De um deles, começou a ouvir coisas como "por volta das 12h15", "cerca de 17 bandidos", "umas 56 pessoas compareceram"....

Queridos colegas, de todos os veículos: "cerca", "por volta de", "em torno de", "uns", "mais ou menos", "aproximadamente" e outras expressões do gênero são usadas apenas com números redondos, OK?

Na dúvida, pense em esportes olímpicos, em que cada fração de segundo faz diferença e o número de competidores tem que ser exatinho pra cada modalidade.

No mais, informo que cerca de 400 pessoas leem minhas postagens, esta aqui foi escrita em torno de quatro da tarde e eu voltarei ao computador às 18h37, porque funciono em horário de trem britânico. Combinado?