terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Nem os deuses escapam!

"Mão CERRADA" é de pão-duro. A da foto está SERRADA
Um amigo mandou três contribuições de uma vez.

Na TV Globo, anunciam, com letras garrafais, uma série de reportagens esportivas intitulada "ForaS de série". (a maiúscula é minha; o "S" é deles, tá?)

Na Globo News, informam que Copacabana deve receber "DUAS milhões de pessoas" no réveillon.

E o Correio Brasiliense "CERROU" a mão de um orixá!

Assim vai ser difícil receber bons fluidos em 2016...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Em busca de alento

Queridos colegas, não tentem "sofisticar" o linguajar. O bom jornalista escreve de forma simples e direta, não tem que inventar moda.

Dia desses o atento amigo leu no Globo, na fala de um entrevistado:

"O cavalo passou enseiado e a gente não montou".

Certamente a pessoa queria dizer "encilhado", ou "arreado".

Se o repórter não entendeu e teve vergonha de perguntar, consultasse o dicionário na redação, não é?

Ontem, na página 4, ele topou com nova besteira.

A matéria sobre a Samarco diz que a mineradora deverá ter condições de arcar com os custos para "dirimir os danos ambientais" em Mariana.
"Dirimir"? Por acaso os danos têm que ser (apenas) "esclarecidos"? Ou "obstruídos"?!

E que tal essa aí em cima, que um outro amigo achou na Folha?

No lugar do ridículo "respiro", ele sugere "fôlego".

Ou "alento", de que a nossa profissão anda precisando um bocado.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Leitura lastimável

Está cada vez mais difícil ler O Globo.

Numa rápida olhada, a assídua colaboradora pegou uma frase que começa assim:

"No caso de quando há (...)".

Pois é. Foi no mesmo Morar Bem em que eu achei um destaque ("olho", para os íntimos) com uma baita vírgula separando o sujeito do verbo:

"Pessoas formadas em (isso e aquilo), dificilmente ficam disponíveis no mercado".

Pessoas que não aprendem Português na escola escrevem as bobagens citadas acima, não sabem quando usar "por que", "porque", "porquê" e "por quê" (vide imagem enviada por um amigo) e inventam coisas como "gente MUITA trabalhadeira", acredite! 

Esta última está no Ancelmo, em nota intitulada "Chinatown no Alemão". Dá vontade de dizer: "muita" e "Chinatown" são o...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Português em colapso

Queridos colegas da Internacional do Globo: a história é triste!

Precisa aumentar a tragédia com a invenção de um tal de "colapsado"???

Assim quem tem um colapso é o leitor!

domingo, 20 de dezembro de 2015

Até tu, MinC?


O atento amigo encontrou uma "beleza" de concordância no site do MinC (acredite!).

Fui buscar ilustração pra nota e descobri a origem do "primor", que ainda tem um excesso de vírgulas esquisitíssimo.

Está aí, citada em sigla e por extenso na abertura do texto:

"Os dois mil metros quadrados de área expositiva do Paço Imperial, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será, totalmente, ocupado, entre 17 de dezembro e 28 de fevereiro por umas das maiores mostras já realizadas neste importante ponto cultural do Rio de Janeiro (RJ)".

Vai mal a língua na cidade-fornalha e no país. Nem a Cultura acerta!

sábado, 19 de dezembro de 2015

A causa das invencionices


Alô, alô, Ancelmo!

Pela enésima vez, NÃO EXISTE a regência "alertar sobre", OK?

Na mesma nota ("Joaquim, o rápido II"), explique-me como "infiltrações foram a CONTA" de o ex-ministro não morar na residência oficial.

Idioma em xeque

Um amigo quer saber o significa esse "EM CHEFE" aí na frase do iG:

"O clube chegou a colocar em chefe a participação no Mundial de Clubes da Fifa depois do acontecido".

Não sei se "pôr em xeque" faria muita diferença... (leia aqui)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Acredite se quiser!

Lendo hoje Gente Boba de ontem, encontro a estranha frase:

"Poder é fazer o que a gente quer ou o que se acredita".

O que se acredita o quê? Bom? Correto? Adequado? Maravilhoso?

Ou queriam dizer "fazer AQUILO EM QUE se acredita"?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Bloqueia direito, por favor



A notícia pode até ser uma piada, sei lá eu (leia aqui).

Nem por isso o Português merece ser maltratado.

"Bloqueio AO (famoso aplicativo de barulho irritante)" só se for "ao redor" dele.

No mais, é "bloqueio DO", "bloqueou O"... Combinado?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Estatização deslocada

A assídua colaboradora está estarrecida, pasma, perplexa ou o quer que exista no idioma para externar o que ela sentiu (e eu, idem) ao ler isto aqui:

Eu sei o que se passa quando se faz uma quimioterapia, uma radioterapia. Eu fiquei meio estatizada. Mas é um risco que toda a pessoa que fuma tem e você acha que está imune (...)".

O texto é todo ruim (leia aqui), mas ficamos "ESTATIZADAS" mesmo foi com esse pedacinho aí em cima.

PS: a moça é famosa por falar besteira, mas repórter, redator, revisor e editor não podem deixar passar!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Chacinaram a regência

O Globo merece nota zero em regência.

Não bastasse o alerta anterior, encontrei no Ancelmo uma "chacina CONTRA moradores inocentes".

O que é isso, gente? Não tem dicionário na redação?

Se eu continuar a chacinar o texto do jornal, não faço outra coisa hoje.

Tem "idolatria SOBRE" (mais de uma vez), "estereótipo SOBRE"...

A incompatibilidade com as preposições é assustadora!

Todo dia ele faz tudo sempre igual

Estarão dormindo os ouvidores do Globo?

Pergunto porque os mesmos erros se repetem no jornal dia após dia. Chega a dar canseira!

Hoje, por exemplo, está lá pela enésima vez, no Segundo Caderno ("Cena nada rosa"), destacado em subtítulo:

"Artistas (...) alertam sobre (...)".

Caramba! Quando vão aprender que NINGUÉM ALERTA SOBRE coisa alguma?

A gente ALERTA ALGUÉM DE UM perigo e ALERTA (ou alerta-se) AO primeiro toque do despertador. E acabou!

Se não entendem o sentido de "sobre" em Português, porque não aprenderam a língua na escola, que tal desenhado e em Inglês, que, pelo visto, os novos jornalistas conhecem melhor que o nosso idioma?

Causando estrago

Falei em "PARA" e me lembrei de algo que vem me intrigando há tempos: por que O Globo não aceita o uso do informal "PRA" (dicionarizado e comuníssimo na boca dos melhores acadêmicos), mas permite (sem aspas!) o abuso da gíria CAUSOU?

É um tal de Fulano causou pra cá, Sicrano causou pra lá que me deixa sempre à espera do fim da frase.

Diga, jornalista, causou o quê? Pânico, espanto, horror?

Para com isso...



Estão mesmo querendo enterrar de vez a preposição "PARA".

O atento amigo acaba de ouvir na TV um "então vou ligar 'a' ela e dizer (...)".

Ui! Não diz mais nada, por favor!

sábado, 12 de dezembro de 2015

É profilático de verdade?!


O amigo fotografou o cartaz aí ao lado numa loja de sucos de Botafogo e está na dúvida: o autor quis fazer brincadeira com profilaxia e inventou a propaganda pro freguês ter a ilusão de que, tomando ANTES, ele evita o vírus, ou não sabe escrever ANTIGRIPAL?

PS: não existe "antegripal" no nosso idioma, OK?

Pra tonga da mironga do kabuletê

Qual será a "conta" de coisas paradas "seguirem" — e "a" todos os cantos, ainda por cima?

O atento amigo gosta de viajar PRA vários lugares, mas, na internet, só encontra "passagens 'a' Brasília, 'a' BH"... Ninguém mais vai PRA (ou PARA) lugar algum?

Como eu, ele também tem saudades dos "abraços PRA todos" e "parabéns PRA você", da CAUSA, do verbo CONTINUAR e de muitas coisas que os colegas não sabem mais escrever.

Para eles, recomendo ouvir cem vezes alguns clássicos da MPB, tais como "Pra você" ("Pra você eu guardei um amor infinito/ Pra você procurei o lugar mais bonito..."), "Por causa de você"("As flores na janela/ Sorriam, cantavam/ Por causa de você...") e "Aquele abraço", que diz: "O Rio de Janeiro continua lindo".

Outro "dever de casa" é descobrir quem fez a versão em Português da musiquinha dos sete anões para o desenho da Disney: "Eu vou, eu vou/  Pra casa agora eu vou (...)".

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Botando as coisas no lugar

Véspera de receber Rio Show novo, dou uma última folheada no da semana passada, antes de jogar fora.

Pois não é que tem pleonasmo feio em título de crítica de filme e erro de concordância em subtítulo da matéria de capa?

O primeiro é o bendito "elo de ligação".

De que mais seria o "ELO"? De separação?

Já em "Casa carioca", a "Agenda intensa (...) RECOLOCAM o Parque Lage em destaque".

Doeu, viu?

Aproveito pra perguntar: por que os colegas têm tanto medo dos verbos "pôr" e "botar"? Acham que "colocar" é mais fino?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A função aqui é outra

Quando "ombudsman" (sim, estamos na Suécia) de jornalão escorrega, é porque a coisa está pior do que se pensava.

Pois o atento amigo leu ontem, na coluna da "ouvidora" da Folha (melhorzinho, não?), que o jornal dera duas "topadas", sendo que a primeira "passou batida" porque...

Nananinanão!

"A gente passa BATIDO por alguma coisa", "a cerveja desce REDONDO", "ela passou muito RÁPIDO" etc. etc..

Em todos os casos, o adjetivo está funcionando como ADVÉRBIO.

Ou seja, NÃO HÁ CONCORDÂNCIA com o substantivo.

Para evitar dúvidas, leia com o sufixo "MENTE": "ela passou muito RAPIDAMENTE", "a cerveja desce REDONDAMENTE" e por aí vamos.

O estranho idioma da Prefeitura


As "otoridades" se esmeram pra enterrar de vez o idioma!

Fui falar na invencionice do "troncal", que já deixou muito carioca embatucado, e um amigo me mandou mais essa da Prefeitura:

"Quais ônibus vão deixar de existir?" (leia aqui)

Claro que um outro não perdeu a deixa e logo perguntou:

"Ué, os ônibus vão deixar de existir? Vão virar pó?!? Que coisa, sô!"

Pois é...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Cargo inexistente

A amiga não resistiu ao ver o título no Estadão e mandou pra mim:

"Com novo presidente 'moderninho' (...), Canadá muda de cara em 2016".

A falta de cultura é geral e a preguiça de abrir o Google é abissal.

Informamos aos colegas que NÃO HÁ PRESIDENTE NO CANADÁ.

O regime é a monarquia constitucional e o citado rapaz é primeiro-ministro.

Custa dar um clique e pesquisar?

Com que língua que eu vou?

Definitivamente, fala-se no Brasil um idioma que parece se afastar cada vez mais do bom Português.

Sei que a língua é viva e incorpora termos estrangeiros quando não há similares à disposição — por exemplo, acho que devemos exportar "Saudade", só nossa.

Nos jornais, pululam expressões inglesas na ilusão de "sofisticar" o texto.

E as autoridades (authorities?) colaboram. 

Acabo de ler comentários variados a respeito da última novidade do Rio: o troncal.

Não sabe do que se trata? Está pensando onde foi parar a cabeça que deveria estar em cima do tronco mas saiu pra delirar?

Eu explico:

"Gracias al señor (...) por enviarnos este material como colaboración acerca de las vias troncales. a) Su rol principal es establecer la conexión entre las diferentes zonas urbanas de una intercomuna. b) Sus calzadas permiten desplazamientos a grandes distancias, con una recomendable continuidad funcional en una distancia mayor de 6 km (...)".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Como pode?!?

Gente, a notícia já é triste. Não tinha um título melhorzinho, não?

"Demite AO MENOS 40 jornalistas" é dose!

E o Comunique-se é feito para profissionais da área... (clique para ler)

domingo, 6 de dezembro de 2015

As lajes e os Lage

Gente Boba não decepciona.

Às colegas da coluna, informo: não há "orgias lisérgicas numa LAGE do Vidigal". (o destaque é meu.)

O Parque Lage fica no Jardim Botânico.

As LAJES onde hoje são promovidas festas nos morros cariocas são com "J", OK?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Nova moda no ar

Pronto! O Segundo Caderno gerou mais uma praga!

Ontem tivemos o "FEZ ELE". Hoje, Gente Boba foi atrás e publicou:

"Quis TRAZER ELE (...)".

Recomenda-se aulinha de infinitivo flexionado, uso de pronomes etc. !

Ignorância de impacto

Como eu, o atento amigo não aguenta mais o "após" pra cá, "após" pra lá — "não conseguem contar uma história sem usar essa m...", reclama.

Com razão, ele também fica irado sempre que ouve (ou lê) a invencionice "PEDIR PARA QUE", "que estão institucionalizando"; "INTENSO" como "relativização de LENTO"; "EFETUAR DISPAROS" em vez de ATIRAR e outras imbecilidades.

A ignorância chegou a níveis ainda mais assustadores ontem, na CBN, com a seguinte pérola:

"O trânsito SEGUE IMPACTADO".

Foi forte!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A língua aqui é outra

Os colegas mais jovens não devem ter aprendido em casa, ainda bem pequenos, a não dizer bobagens como "vi ela", "boca dela" e cacófatos em geral. Tanto que não têm vergonha de escrever o "fez ela" da nota anterior, que soa malíssimo.

No entanto, devem achar feiíssimo o som de "vírus zika", porque, como notou um amigo, agora só dizem "zika vírus".

Se não é isso, estão todos delirando que vivem em país de língua inglesa.

Acorda, gente! Aqui se fala Português, tá?

'Fez ela', 'vi ela', 'boca dela'...












Vejam na foto o que a assídua colaboradora achou na capa do Segundo Caderno.

E ela me conta que a "beleza de construção" — FEZ ELA — não está só na legenda, que marquei com riscos vermelhos, mas dentro do texto também.

Ou seja, escrevem mal e, não satisfeitos, repetem, com destaque.
Falando em repetir, por que atualmente encontro cada vez mais no jornal o uso deslocado da vírgula antes da conjunção "e"?

Outro dia tinha até no manchetaço da primeira página! Pena que já foi pro lixo sem eu ter comentado aqui.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Evite danos à língua

Em mensagem fechada, o veterano colega me mandou nota, publicada hoje, no Ancelmo. Está lá:

"A prefeitura do Rio, pela primeira vez, vai usar peças de madeira plástica, oriundas de reciclagem e que dispensam manutenção (e evitam a maresia), em uma de suas obras. (...)"

Pra começar, deviam explicar que o material é sintético e imita madeira, porque esta sai sempre de árvores de verdade.

Mas eu estou curiosíssima mesmo é pra saber se o plástico se abana, emite algum tipo de radiação ou coisa do gênero pra "EVITAR A MARESIA". Inteligente essa novidade, né?

Não dá pra acreditar

Agora alguém me diga o que se passa na cabeça de alguém que escreve isto (no Extra):

"Os outros três rapazes que FALECERAM APÓS A ABORDAGEM POLICIAL são (...)".


Dispensa comentários.

PS: o destaque, claro, é meu, não é do jornal.

Pobre Jornalismo...

O atento amigo me enviou esta coisa, encontrada no Globo online:

"RIO —A polícia investiga a morte de cinco jovens que estavam dentro de um carro em Costa Barros, na noite de sábado. (...) De acordo com o comando do batalhão, foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer as circunstâncias do crime.
O crime aconteceu na noite de sábado. Os rapazes estavam dentro de um carro, na (...)".

E por aí vai, numa indigência de dar dó.

Colegas, imagino que vocês estejam saindo diretamente do Jardim de Infância para a redação.

Então, aprendam: geralmente, quem anda FORA DO CARRO é acrobata ou destaque de escola de samba, OK? (se quiser ler o texto, clique aqui)

sábado, 28 de novembro de 2015

Dá até agonia!

Hoje não recebi O Globo, mas sempre há um colaborador de plantão.

Por e-mail, uma amiga diz que achou esquisita a regência na seguinte frase, encontrada no Segundo Caderno:

"(...) me deu uma agonia EM saber qual seria (...)".

Pois não é apenas estranha: inexiste!

Procure num dicionário.

Tem "a agonia DO Império Romano", "VIVER EM agonia"; ou "NA maior agonia"; "saia DESSA agonia"...

Agonia "em" alguma coisa, neca!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Leitura aos tropeços

"Por conta", "por conta", "por conta" do excesso de Português ruim no Globo, em que quase não há título ou subtítulo sem um "após" "após" outro "após" (tem até dois coladinhos na página 26 de hoje), resolveram "mudar", tentar um (igualmente desnecessário) "depois" e... tomaram um "TO TOMBO".

É isso mesmo.

Na página 29, "ações do BTG" tiveram "queda de (x)% DEPOIS TO tombo" da quarta-feira.

Ainda bem que não contaram o que aconteceu "antes" e "durante", ou o tropeço poderia ser pior.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Creche Globinho de Jornalismo

Nem Freud explica a obsessão do Globo com o "após", o "antes" e o "durante" — todos inúteis (quando não ridículos) em matérias mal escritas e pessimamente tituladas.

O atento amigo encontrou mais uma:

"Jato russo invadiu espaço aéreo turco antes de queda, diz Otan".

Bolas! Não invadiu "durante"? Não invadiu "depois"? Que coisa, hein?

Santa infantilidade, Batman!

sábado, 21 de novembro de 2015

Feminismo em bom Português


Fazia tempo que Gente Boba não aparecia por aqui. Pura preguiça.

Hoje, porém, não pra deixar passar essa regência horrorosa que inventaram na nota "O 'revenge porn' em questão":

"Temos que mostrá-los que aquela piadinha (...)".

As bobagens não param aí, mas essa doeu.

Colegas, temos QUE MOSTRAR A ELES, os homens. Se é indireto, o pronome é "LHE", OK?

E não existe vingança pornô ou coisa que o valha em Português, não?

O tempo ridículo do Globo


Parece piada!

Vejam o que o atento amigo achou ontem, "antes" do "após" de hoje, "durante" a falta de editor, redator e revisor no Globo:

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Besteirol global

"Após" o Globo, o jornalismo nunca mais foi o mesmo.

Vejam aqui o título trambolhesco que eu encontrei:

"Parte da árvore de Natal da Lagoa é destruída após ventania no Rio".

Será que os repórteres descobriram a identidade dos vândalos que esperaram a ventania passar pra entrar naquela água poluída e destruir um pedaço da árvore?

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Globo sem dicionário

Os últimos dias foram movimentados — e a colaboração do atento amigo me espera nos e-mails desde sexta-feira.

Como a praga, infelizmente, continua solta no Globo — a tal da temporização dos fatos — vale a nota.
Em matéria do acidente com o Citation que matou a cúpula da Bradesco Seguros, diz o repórter que a carcaça da caixa preta se desprendeu do gravador "durante a queda".

O amigo entende de aviação e garante:

"É impossível! Só o choque com o solo pode ter produzido isso."
Mais adiante, o "informativo" colega me sai com outra: o avião "ficou soterrado numa cratera de cinco metros de profundidade". 

Nova intervenção do meu amigo:

"O avião não ficou soterrado, ele abriu uma cratera de cinco metros de profundidade! E se despedaçou, evidentemente. Ninguém foi lá com um trator para jogar terra por cima e soterrar os restos. Seria uma maldade, no mínimo."

Preciso dizer mais?

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Precisa reforçar o óbvio?

Mais uma ouvida pelo atento amigo, agorinha, na Record.

O repórter vai narrando a notícia até que, em dado momento, mostra um automóvel e diz:

"O assassino chegou DENTRO deste carro".

Estou às gargalhadas com o comentário do amigo:

"Imagina se o assassino ia chegar dependurado no retrovisor, ou no para-choque, sei lá!"

Bom, ele mesmo já leu, em matéria de sequestro, que Fulano foi levado "NO INTERIOR do porta-malas".

Vai que os bandidos, cada vez mais ousados, decidiram fazer malabarismos (além de exibir suas vítimas NO EXTERIOR do porta-malas)?

Colegas, pensem antes de dar informação inútil e ridícula, por favor!

domingo, 8 de novembro de 2015

Erro se propaga com rapidez

Há uma nova praga no ar.

O atento amigo ouviu uma, duas, dez vezes — e agora escuta a todo momento "vários países do mundo" e "vários estados do país".

Com razão, ele questiona:

"Existem países FORA DO MUNDO?!? E desde quando Estados estrangeiros (ou nações) podem entrar no mesmo saco que Rio de Janeiro, Tocantins, Paraná etc.?"

Acordem antes que o "vírus" fique incontrolável, colegas!

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Besteira após besteira

Proponho um desafio aos editores do Globo: um dia sem usar "APÓS" nos títulos.

O uso idiota da palavrinha — uma coisa sempre acontece depois de outra, colegas! — hoje chegou a níveis intoleráveis.

Na primeira página, "Mulher morre APÓS ter alta" na chamada e "morreu três dias APÓS começar a procurar socorro" no textículo abaixo; lá dentro, a mesma mulher "morre APÓS gravar denúncia (...)".

Daqui a pouco vão escrever que Fulano morreu após nascer, respirar etc.

Comece pelo bê-á-bá

A assídua colaboradora encontrou no Globo online esse aí espanto — não pelo tema; pelo texto mesmo. (clique aqui para ler)

Há frases sem pé nem cabeça, como:

"A mãe de Ramses Sanguino, que mora em Los Angeles (Califórnia, EUA), é capaz de revelar números que são mantidos em sigilo por ela."

A mãe é capaz de revelar números e os mantém em sigilo?!? Que números são esses? Referem-se a quê?

E o que dizer de ""Eu o ensinei algumas das línguas (...)"?

A amiga sugere que se ensine AO redator o Português, antes de mais nada.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Cadê a informação relevante?

"Por conta" (argh!) do novíssimo jornalismo infantiloide, a "causa" foi pro espaço e a informação inútil ganhou espaço.

Veja este título do Globo de ontem, por exemplo:

"Aluna é esfaqueada por bandido após sair de aula no Santo Inácio".

Qual é a relevância disso?

Se dizer o que ela fazia "antes" do assalto é tão importante, por que não deram destaque, também, para o fato de ela, "após sair de aula" etc., ter passado numa padaria?

O óbvio ululante

Alguém me explica a função da palavra "idoso" neste título? (clique aqui para ler)

A idade está aí, então por que o "idoso de SP"?

Os colegas estão exagerando nas muletas e firulas.

Cadê o bom e velho título direto, claro, objetivo? "Aos (xx) anos, paulista vê o mar pela primeira vez" já ficava melhorzinho.

O caso parece emocionante; o descaso dos jornalistas é preocupante.

domingo, 1 de novembro de 2015

Na dúvida, evite


O Globo mata a "causa" em prol da "conta" (ai, a quantificação!) e está com mania de usar "em" pra qualquer coisa.

Além de um horroroso "tenho direito em fazer" (é "DE", tá?), encontrei hoje no jornal uma enormidade de "sonhar em isso" e "sonhar em aquilo".

Teriam essas pessoas sonhado EM preto e branco, EM cores, NA cama ou NO sofá?

Só há um caso em que o "em" é aceito com o verbo "sonhar". Melhor evitá-lo pra não escrever bobagem, concordam?

sábado, 31 de outubro de 2015

A passos rápidos

Só agora li na página de um amigo essa "belezura" dita na TV.

Ao ouvir o repórter da Globonews informar que "a Dutra está andando bem", o amigo se espantou:

"Pra onde vai essa aloprada?!?"

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Uma quantidade de bobagem

Um ex-colega do Globo encontrou hoje, no pé de matéria sobre gastos absurdos do governo com mordomias, a seguinte pérola:

"A quantia de servidores autorizados a estender o horário de trabalho (...)".

Como ele, eu me espantei.

"QUANTIA" de servidores?!? O que é isso, minha gente?

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O que eles têm contra o idioma?

O que é isso, gente?

"Violência à mulher" em chamada de capa, "se confraternizaram" na primeira nota do Ancelmo...

Onde os novos colegas aprendem esses disparates?

Relembrando a lição de casa:

1) O verbo "confraternizar" pode ser transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo e NÃO É pronominal. A gente confraterniza. E ponto!

2) Um ato violento parte "DE" alguém "CONTRA" outro alguém ou alguma coisa, OK? Campanhas pelo fim da violência CONTRA as mulheres acontecem faz tempo.

O Globo não fornece mais dicionário pros jornalistas?

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Cadê o texto de gente grande?

A coisa está feia no Globo. Vejam os títulos:

"Segunda fase da redução dos ônibus começa neste sábado".

"Integração ônibus-trens aumenta amanhã".

"Após extradição, Henrique Pizzolato retorna a Brasília".

Agora, vamos por partes:

1) a frota terá micro-ônibus no lugar dos grandões habituais?

2) haverá maior número de veículos integrados?

3) ainda não perceberam que TUDO acontece depois de alguma coisa e que essa bengala ("após") já encheu?

Dou a palavra ao atento amigo, que ainda comenta o subtítulo desta última pérola, "Com escala em Guarulhos, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil foi levado à capital federal em jato da PF (...)":

"Pra que falar na escala em Guarulhos? Desembarcou para alguma coisa? Claro que não. É que não existe voo direto da Itália pra Brasília. O parque de diversões do jornal está cheio de crianças." Pois é...

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Desatenção gera desconforto

Vírgulas separando sujeito do verbo e frases como as duas que reproduzo abaixo viraram rotina no Segundo Caderno:

"Essa é uma história da qual não me canso de contar".

"Não é o tipo de cena que fico mais confortável".

Na primeira (que deveria começar com "ESTA", já que está colada à informação), inverta e me diga: alguém conta DA história?

Não. Conta-se UMA história (ou A história). O que faz o "DE" no texto é inexplicável.

Na segunda, não é a cena que fica ou não fica confortável. Então, o ator (ou o repórter, em seu lugar) deve dizer:

"Não é o tipo de cena EM QUE fico (...)".

Um tiquinho de atenção pode melhorar muito as coisas no jornal — e tornar a leitura mais confortável.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Adjetivo certo na língua idem

Antes que eu me esqueça — e que vire praga: bora parar com essa bobagem de chamar cenas EXPLÍCITAS (de sexo, violência etc.) de "gráficas"?

A língua é viva, incorpora elementos de outros idiomas, mas tudo tem limite.

Se uma palavra em Português, por que substituí-la por outra, em Inglês?

Os jornalistas estão exagerando na demonstração de que a profissão exige muito mais que se seja fluente na língua alheia.

São EXPLÍCITOS. (ou preferem que eu desenhe?)