quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adotar é bom, mas sem preposição

Ontem foi dia de ir ao cabeleireiro (tarefa mais ou menos trimestral) e, consequentemente, dia, também, de folhear Caras e, às vezes, outras revistas do gênero. Digo folhear no sentido literal, porque é raro encontrar nessas publicações algo que me desperte real interesse.

Quando decidi ler uma nota ou texto-legenda, já não lembro bem, lá estava a informação de que a moça na foto era a atriz Fulana, carregando a filha Beltrana, "a quem" ela adotara — e desisti.

Adotar uma criança, ou mesmo um bichinho abandonado, é atitude louvável. Pode-se também adotar um nome, um estilo de vida, o que for. Mas não dá para adotar uma preposição quando se usa um verbo transitivo direto.

sábado, 21 de maio de 2011

Mãe trocada

Muito boa a coluna do Mestre Zuenir hoje, no Globo. Só pecou por um detalhe: a protagonista de "Law & order — SVU" é filha de Jayne Mansfield (foto), não de Mae West.

Quanto à série, já tem nova temporada garantida, como outras citadas no texto anexado abaixo, que traz sugestões de boa diversão no cinema e na TV.

Clique aqui para acessar Por uma vida melhor, rir é o mais apropriado

terça-feira, 17 de maio de 2011

Nós, os Eremildos

Conhecem aquele personagem do colega Elio Gaspari batizado de Eremildo, o idiota? Pois é, somos nós.

Pagamos para “educadores” ensinarem nossas crianças a falar errado (não digo nem escrever, porque a maioria chega à idade adulta mal sabendo assinar o próprio nome).

Compramos o melhor jornal do Rio (que já foi “o maior do país”) para ler coisas como “a tradução aparece tipo milagrosamente” (“tipo” é usado como vírgula); nunca quis (a temporada da fruta é interminável na publicação); assistir à “Bonitinha, mas ordinária” (e outras zilhões de crases que não deveriam existir).

E assinamos TV também para ler atrocidades nas legendas ("à bordo" é uma das mais comuns) ou para ver os canais descerem a ladeira, dublando tudo e ainda chamando analfabeto de preguiçoso.

Não, queridos, nós, brasileiros, não somos preguiçosos. Apenas somos "educados" por “professores” como uma tal Heloísa Ramos e demais responsáveis pela distribuição de “Por uma vida melhor” (melhor para eles, é claro). E seguimos com a dieta de engolir ao menos um sapo por um dia (pagando — caro — pelo indigesto bicho, obviamente).

sábado, 7 de maio de 2011

Dr. Lídio Toledo e a Globo

Morreu o Dr. Lídio Toledo — e meus joelhos ficaram sem pai nem mãe.

Minhas homenagens a ele (que, além de tratar de mim, resolveu o problema de coluna da minha mãe, tempos atrás).

Ouvi a notícia na TV Globo, que pisou na bola: no "RJ", disseram que ele tnha 78 anos; no "Globo esporte", que ele estava com 75.

Malvados e maluquinhos para
todos os formatos de telas

O vilão-mor da vida real pode ter morrido, mas os da ficção continuam fazendo a festa e marcam a carreira de muitos atores

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Febre de Beatles. E de crase

Nos últimos dias, pululam as crases fora do lugar no Globo. Hoje, no Rio Show, há um ótimo exemplo para ilustrar a dica para evitar o mau uso da dita cuja, dada por uma amiga no Facebook.

Está na matéria de capa, em que os Beatles e seus "covers" brasileiros são as estrelas: "Já fomos à Liverpool oito vezes (...)."

Experimente usar a preposição "para". Alguém aí já foi para a Liverpool alguma vez? Então, a crase não cabe nessa viagem.

Vai-se para a Inglaterra (ou à Inglaterra) e para a França (ou à França), mas não para a Londres ou para a Paris.

Portanto, na hora de arrumar a bagagem rumo a Londres, Paris e Liverpool, entre tantos outros belos lugares, lembre-se de deixar a crase em casa, muito bem guardada. O Português agradece.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Reportagem perigosa

Socorro! A matéria "O sal na berlinda" não ficou somente no "baixo costumo" da nota abaixo,. Logo no primeiro parágrafo, diz o texto que "especialistas americanos vieram à público (...)".

Ui! Essa crase é de elevar a pressão...

Baixo 'costumo' mata!
Economia, também

Amiga dos tempos do Globo faz questão de ligar antes de sair para um compromisso, para falar dos absurdos encontrados ns páginas 29 e 36 do jornal de hoje.

O da segunda está gritante. A foto gigantesca de um saleiro traz, em letras garrafais: "Estudo polêmico associa baixo costumo da substância (...)".

Parei aí mesmo, já preocupada, pois adoro sal, mas nunca o costumi! O que será isso?!? Um híbrido de "ter o costume" e "consumir"? Não me admira que esteja provocando polêmica...

Na página 29, de Economia, logo no lead, temos: "As investigações (...) centrada na China, está se ampliando (...)".

Passada com o erro de concordância, a amiga comenta, sem medo do trocadilho: "Fazer economia na redação dá nisso."

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Na dúvida, derrube (urgentemente)

Nota da coluna Gente Boa informa que Rodrigo Pimentel "só não vai à favelas sem UPP". Doeu!

Se não me engano, era o saudoso Aloísio Branco, dos velhos tempos da redação do Globo, quem dizia da crase: "Na dúvida, derrube." Afinal, fora do lugar devido, a bendita chama muito mais atenção do que sua ausência...

A mesma nota termina com a frase "é a favela mais urgente para instalar UPP". Não ficava melhor dizer que a favela é a que tem mais urgência de uma UPP ou precisa urgentemente da polícia pacificadora?

Novo nome após a morte?!?

É impressão minha ou nos últimos dias mudaram a pronúncia do nome do Bin Laden? Sempre ouvi Osama, mas agora (pelo menos no "Hoje") é só "Ossama" pra cá, "Ossama" pra lá.

Vai ver Freud explica e os colegas estão associando o homem a "ossada"...


Ainda o "s"

Falando em "s" a mais, a moça do tempo do mesmo supracitado telejornal deu uma escorregadela ao falar das enchentes no Nordeste, comentando as "pontes de madeiras improvisadas".

Foi um lapso, certamente, mas vale lembrar que as pontes são improvisadas, não a madeira.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

'RJ' piora e contamina

O jargão policial invade cada dia mais o “RJ-TV” — e fica cada dia mais difícil de aguentar. Hoje, o comentarista da área me saiu com um “realizar furtos” (lembrei-me novamente de João Ubaldo e dos verbos terminados em “izar”).

Até o Eduardo Tchao, que não é de falar bobagens, disse, numa matéria, que os suspeitos ficaram “de costas para uma parede”, quando a imagem mostrava um bando de homens de frente para ela, com as mãos apoiadas na dita cuja e, portanto, de costas para a rua, para os policiais e também para o público em casa.

Eco no estúdio da Globonews

Está certo que a notícia da morte de Osama Bin Laden repercute no mundo intero. Mas não precisava o repórter da Globonews, que recebia convidados para debater o assunto, usar a todo momento o verbo “repercutir” referindo-se ao programa ou à emissora.

Coisas como “vamos repercutir aqui” ou “continuaremos a repercutir” não cabem num noticiário. Ou o estúdio está com sérios problemas acústicos?