quinta-feira, 24 de julho de 2014

Vai, mas não sai do lugar?!

O Globo de terça já ia pra lixeira, quando me interessei pela entrevistinha da nova seção "Conte algo que não sei".

Logo na segunda resposta do entrevistado, um australiano, encontrei o bendito "SEGUE ESTAGNADO".

Querida colega responsável pelo texto, agora pergunto eu, mineiramente: pra onde é segue um trem que está parado?

Ladeira abaixo

Assim eu desisto!

Quem escreve os textos do Globo online?!?

Encontrei, na página de um amigo, o link para a matéria "Chancelaria de Israel chama Brasil de 'anão diplomático'".

Começo a ler e vejam o que encontro:

“ (...) 'A decisão não reflete o nível de relacionamento entre os países e ignora o direito de Israel de se defender. Passos como esse não contribuem para promover a calma e a estabilidade na região. Ao contrário, respaldo ao terrorismo e, naturalmente, AFETA a capacidade do Brasil de exercer influência.(...)'.

O porta-voz da chancelaria, (Fulano), chamou o Brasil de 'anão diplomático'.

— Essa é uma infeliz demonstração DE PORQUE o Brasil, um gigante econômico e cultural, se mantém um anão diplomático (...) — disse à imprensa israelense.

O embaixador de Israel em Brasília, (Beltrano), disse ao GLOBO que o governo de seu país está surpreso e decepcionado. LEMBRADO QUE o principal argumento usado pelo Itamaraty foi a morte de centenas de civis palestinos (...)
."

Parei por aqui. O conhecimento do idioma pátrio está encolhendo mais que a nossa diplomacia.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Repórter bolado

A página Dilma Bolada saiu do Facebook — provavelmente, depois de uma queda vertiginosa.

Só isto pode acontecer depois de uma "ASCENÇÃO", como escreve o pessoal do Globo online.

O achado foi da minha assídua colaboradora e eu reproduzo aqui:

"O perfil Dilma Bolada tem mais de um milhão de curtidas no Facebook e 234 mil seguidores no Twitter. Em outubro de 2013, o perfil foi eleito pela revista americana Forbes como um dos mais influentes do Facebook. A Forbes destacou na reportagem a ascenção da personagem nas mídias sociais, e como a 'Dilma Bolada' poderia (...)“ (sic)

Se um correspondente da Forbes cometesse o erro, eu até entenderia.

Pegando pesado com a língua

Chego em casa exausta, depois de encarar o inverno de 33º nas ruas do Rio, vou dar uma olhada nas postagens do Facebook e...

Eis que vejo a "preciosidade" encontrada por uma grande amiga no Ela online: o "LOOK com PEGADA NAVY"! (sic, com destaque meu)

Pois é.

Acho que as colegas do caderno do Globo — que já foi interessante, num passado nem tão distante assim — desconhecem nosso idioma, ignoram que há Marinha no país (temos "orla", sabiam?) e provavelmente nunca subiram num barco.

Caso contrário, conheceriam a moda náutica e o estilo marinheiro — com ou sem "pegada", ao gosto do freguês.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Mais um pra dizer bobagem

Charge do Aroeira, publicada no Dia

Geralmente reclamo aqui dos colegas; às vezes, de políticos.

A presidente é a primeira a dar o (mau) exemplo de como falar enrolado e não dizer nada (seu antecessor era outro mestre na embromação, embora se pretendesse menos "erudito").

Pois agora me vem o ressuscitado Dunga dizer, na televisão, que vai aceitar "SUGERIMENTOS"!?

Espero que ninguém dê ao novo técnico da seleção esses trens, seja lá o que eles signifiquem.

Ele, de novo


E lá vamos nós outra vez pegar no pé no Globo online, que tem aprontado poucas e boas com o idioma da República Federativa do Bobajal.

Minha caríssima colaboradora leu hoje cedo e acaba de confirmar que o título continua no ar:

"Polícia SUSPEITA QUE sindicatos financiam ativistas".

A gente até fala assim no dia a dia, mas o verbo "suspeitar" só admite que se "suspeite (ou suponha) algo" ou se "suspeite de algo (ou alguém)".

Jornalistas devem trabalhar com dicionários ao seu lado (ou instalados em seus computadores) — e consultá-los sempre, obviamente.

Aulas de regência também são recomendadas, para evitar tantos erros.

domingo, 20 de julho de 2014

Aulas para o Globo online

Tenho me espantado com o péssimo Português dos colegas do Globo online.

Minha assídua colaboradora acaba de me mandar mais uma notícia triste — a da morte de um DJ, em Itaipava.

Já começa mal na chamada:

"Segundo os bombeiros, suspeita é de que houve vazamento de gás".

Não dava pra ser mais direto, como convém ao texto jornalístico?

Que tal "Bombeiros suspeitam de vazamento de gás"?

A matéria tem apenas dois parágrafos, ambos muito ruins, e um "aquecedor À gás".

Gás é masculino, tá, pessoal? Se existissem aí um artigo e uma preposição, seria "aquecedor AO gás". Já pensou?

sábado, 19 de julho de 2014

Voe da maneira certa

Minha mais assídua colaboradora enviou, há não muito tempo, uma notícia publicada no site Melhores Destinos.

Fui conferir e descobri que deve haver por lá alguém que entende de Português, porque a preposição (errada) já cedeu lugar ao verbo (correto).

Mesmo assim, não custa reproduzir aqui o parágrafo (em que se lê "colocou no ar agora A pouco").

Cabe também a pergunta: qual é problema de quem faz esses textos com os práticos, belos, simples e úteis verbos "pôr" e "botar"?

Será que o problema está nas poucas sílabas dos dois? (quem escreve mal adora um polissílabo.) O bendito "colocar" pulula na página!

Daqui a pouco vão enaltecer a "colocação-do-sol", também conhecida como "ocaso". Já imaginou?

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Veio de avião ou veio de trem?

Fábio Assunção salva-se como Bellini
Resolvi ver "Bellini e o demônio", que tinha botado pra gravar, e quase caí do sofá!

Culpa de uma cena passada numa redação de jornal.

Um cara vê a colega olhando a fotografia de um assassinato escabroso — a mesma foto já havia sido mostrada pra câmera, ou seja, o espectador sabe que, no cantinho, sobre uma mesa, há um passaporte.

O rapaz pergunta se ela vai fazer uma matéria com aquilo, a jornalista diz que não e completa:

"Mas já pedi prum contato pesquisar todos os óbitos que chegaram do exterior nos últimos dois meses." (sic)

Hã?!? Como assim?!?

Agora o Brasil recebe mortes ou falecimentos de outros países?!?

O filminho confuso e chinfrim acaba de ir pro ralo de vez!

Distração ou o quê?

Alguém sabe me explicar o que é a "SABERIA curandeira", que está em titulaço daquela editoria vale-tudo que O Globo batizou de "Sociedade"?

Será que queriam dizer "sabedoria" e uma sílaba caiu no "longo caminho" até o parque gráfico do jornal?

Quanta besteira num só lugar!


O atento amigo pegou outra, novamente no Globo online e ainda a respeito do assalto na Gávea.

Segundo o indefectível site, a moça que morreu levou um tiro "NA LATERAL DA CABEÇA".

Na lateral?!?

Vou pôr esta na conta da Copa. Ao que parece, ela ainda ocupa totalmente a cabeça do(a) repórter.

Jornalistas viraram legistas


Que moda horrorosa é essa que os colegas inventaram, que mata as pessoas "antes de, durante ou após" alguma coisa?

Meu atento amigo encontrou hoje mais um exemplar do trambolho no Globo online:

"Idosa morre APÓS ser atropelada por manobrista do (shopping tal)".

Outro modismo insuportável (além da troca da "causa" pela "conta", que já virou praga) é o "seguir" no lugar de "continuar".
No RJ-TV, a repórter disse que "o velório (do grande João Ubaldo) SEGUE até sete da noite".

Segue pra onde, se permanece na ABL?!

Até na primeira página?!

O assassinato que já foi tema de duas notas, ontem, chocou o Rio, é claro.

O que os colegas têm feito com a Língua Portuguesa na cobertura do caso me entristece muito também.

Hoje, peguei o Globo e... lá está, na primeira página:

"O assaltante disparou um tiro CONTRA a CABEÇA DELA (...)".

Como a culpa é sempre do estagiário, pergunto: puseram algum no comando do espaço mais importante do jornal?!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O festival de besteira continua

A morte da dona do restaurante na Gávea, como não podia deixar de ser, é tema de novas matérias no Globo online.

E o site, lamentavelmente, continua trucidando a nossa já tão maltratada língua,

A amiga que é assídua colaboradora acaba de mandar a suíte do caso, em que se lê:

"Meu bar fica HÁ 15 metros do local. Pelo barulho que escutamos (...)".

Gente, o que é que o verbo "haver" está fazendo na primeira frase?!

Mais cuidado, por favor!

Quando fiz faculdade, o professor de Radiojornalismo recomendava:

"Cuidado com os cacófatos! Leiam o texto em voz alta, especialmente se estiverem escrevendo para rádio ou TV."

"Nunca quis" e "vez passada" estavam entre os exemplos citados por ele.

Muito antes, porém, em casa e no colégio, era comum a gente ser alertada para não dizer coisas como "na boca dela", "vi ela" e...

Não é que há pouco uma amiga escutou, na Globo News, uma repórter dizer "VIRAM ELA"?!

A construção, de estourar os tímpanos, foi usada na matéria do assalto a um famoso restaurante da Gávea, onde, segundo o Globo online, a proprietária morreu "APÓS ser baleada".

Pessoal, mais carinho com o idioma, por favor, especialmente num momento triste como este.

PS: a foto acima é do site.

Ressurreição condenável

Achei que este pleonasmo estava morto e enterrado desde os tempos em que eu trabalhava na Revista da TV — lançada como Caderno de Tevê, no século passado.

Mas eis que o encontro na coluna do Ancelmo de uma semana atrás:

"O casal (...) voltará a CONTRACENAR JUNTO (...)"!

Eu queria ver como o Lázaro Ramos e a Taís Araújo (foto) conseguiriam "contracenar separados". Isto sim seria uma façanha!

PS: a demora para encontrar a tautologia acima deve-se à Copa, que atrasou a leitura dos jornais.

sábado, 12 de julho de 2014

Isto não é uso: é abuso

Marca mal usada
Depois reclamam que o país não vai pra frente!

Minha amiga e colaboradora assídua encontrou isto no site do Banco do Brasil:

As marcas e patentes são protegidas pela Lei (...). Assim, qualquer uso das marcas 'BB' e 'Banco do Brasil' (ou ainda da expressão 'Ouro', atribuída a produtos e serviços do Banco do Brasil) que não possua autorização ou licenciamento formal (...) será objeto de processo judicial.

Para formalização de autorizações desse tipo e para denúncias de MAL USO das marcas e expressões (...)
."

Se é assim que estão usando (mau) o Português, imagino o que fazem com o dinheiro que está lá.

Ah, e não custa acrescentar "POSSUIR licenciamento" é quase um estupro. O idioma não merece!

Tombo feio na arrancada


Mal abri o computador, já encontrei colaboração da amiga me esperando.

A crase escandalosamente errada veio de Brasília para a coluna política que existe no Globo há zilênios — e que, pelo visto, agora entra na habitual página 3 sem revisão.

Pessoal, "arrancando" À partir (!!!) ninguém chega a lugar algum!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Nariz de cera é isso aí!

Recebi mais uma colaboração da amiga que lê o Globo online — um trem, pelo visto, mal escrito que só.

O "nariz de cera" (jargão jornalístico para encheção de linguiça no início da matéria) é horroroso e ainda tem erro de concordância.

Preparem o fôlego para a leitura do parágrafo:

"Neste 66º nighttime Emmy Awards, da Academia de Televisão Americana, a estrela de Julia Roberts, por exemplo, brilhou mais uma vez. Mas a ‘linda mulher’, que faturou a estatueta dourada e careca por 'Erin Brockovich' (2000) interpreta uma médica paraplégica sem grandes vaídades, a dra Emma Brookner, uma das poucas que parece levar a sério o vírus da Aids na distante década de 1980. O telefilme da HBO que mostra a descoberta do HIV abocanhou nada menos do que seis indicações para atores: além de Julia, Mark Ruffalo como ator principal de telefilme/minissérie, e Jim Parsons, Joe Mantello, Alfred Molina e Matt Bomer como coadjuvantes. Isso sem falar de direção para Ryan 'Glee' Murphy, roteiro e telefilme." (sic)

"Nightime"? "Por exemplo"? "Vaidades" com acento? "Das poucas que parece"?

Tá duro, gente. E este último erro tem sido frequente.

É um dos muitos que pululam na imprensa. (deu pra sacar?)

Em tempo: ninguém disse o nome do filme, mas eu sei que é "The normal heart". Muito bom.

Jabá difícil de engolir

O pessoal do caderno-jabá Ela fica tão preocupado com os nomes das marcas — todos escritos corretamente lá e omitidos cá — que se esquece do Português.

Olha só:

"RIO - O jogo da Bélgica contra a Rússia, no dia 22 de junho, no Maracanã, vai ser inesquecível para a jovem belga (Fulana). Não pela vitória do seu país por 1 a 0, mas sim porque ela foi clicada durante o jogo e chamou atenção de ninguém mais ninguém menos que a gigante de beleza (tal), que A ofereceu um contrato com a filial em seu país para estrelar vídeos tutoriais de beleza."

Com este texto (e eu só reproduzi um parágrafo!) e este erro horrível de regência, estou pensando seriamente em outro contrato: o da minha assinatura do Globo.

PS: esta colaboração me esperava desde cedo, nos e-mails, e o erro está no site até agora (são 18 horas).

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Falta grave — e oficial

Encontrei o link na página de uma grande amiga, que lamentou outro tipo de falta: a de redatores e revisores na Fifa — e em todos os veículos que divulgaram seu comunicado, é claro.


"Em nota oficial, a Fifa lamenta a lesão de Neymar, mas afirma que não tem condições de estabelecer uma pena ao agressor, segundo o código disciplinar da entidade.

No sábado, o colombiano se desculpou com Neymar e reafirmou que não teve a INTENSÃO de machucá-lo ou deixá-lo fora da Copa do Mundo." (o destaque é meu, mas não só o erro, como o conjunto da obra, merece ser admirado.)

O pior é que não há notícias de qualquer tratamento previsto para salvar o lesionado idioma pátrio.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Ex não é igual a viúvo

Assim fica difícil.

Os colegas parecem não saber a diferença entre viuvez e divórcio (ou separação) e confundem a cabeça do leitor.

Caríssimos, se uma pessoa viveu com outra, mas a relação terminou, ela é "ex"; se, no entanto, elas viviam juntas quando uma morreu, a que sobrevive é sua viúva.

Deu pra entender?

Agora, alguém sabe dizer quem está certo: O Globo, que chamou a Tereza Bulhões de "ex-mulher" do João Saldanha (foto), ou o site do SporTV, que a trata como "viúva" do saudoso jornalista?