sábado, 30 de março de 2019

'Gracinhas' que 'O Globo' faz

Não ganho um tostão para apontar as "gracinhas" do Globo.

Ao contrário, pago pra ler o festival de bobagem, em meio ao qual, vez ou outra, achamos informação realmente importante.

Procurando um artigo recomendado pelo atento amigo, encontrei manchete em que há erro de concordância — "ação inspirado em (...)" —, falta de artigo — "de Papa Francisco", gente?! É DO Papa, por favor! — e repeteco no subtítulo — "ação" outra vez, pelo menos com o adequado feminino "baseada".

A assídua colaboradora, por sua vez, encontrou "presidente presidente" (no título e no subtítulo) e um "viaja rumo a" que parece jornalismo do século retrasado.

Como estamos regredindo horrores, até faz sentido.

quinta-feira, 28 de março de 2019

'Após' explicar, será que funciona?

Muita gente não entende minha implicância com o "após" que assola a imprensa.

No meu tempo de redação, essa praga horrorosa não existia.

Pessoas morriam DE infarto, NUM acidente, COM um tiro ou NO tiroteio, após os quais eram enterradas. Ponto.

Hoje a assídua colaboradora me mandou um monte de "após" que encontrou no Globo — e há muito tempo eu não trabalho no jornal.

Ou seja, não recebo um tostão pelo copidesque, mas vou me esforçar pra tentar explicar por que essa mania de "temporizar" os acontecimentos é equivocada.

Num dos títulos, cabia dizer que "depois de 44 anos de luta", a rua tal foi reaberta. Faz sentido, é informativo.

O abuso "desmoraliza" o uso acertado.

Vejam na imagem o ridículo do "após durante". Custa muito ser simples, direto e claro? Que tal "Destruído pela chuva, Sheraton dá a volta por cima"?

Quer "temporizar"? "Destruído pelo temporal de fevereiro (...)" é uma sugestão.

Ou ficassem com o subtítulo, que, adequadamente (se não houvesse a bobajada anterior), diz: "Hotel reabre depois de quase dois meses fechado".

É só um trecho. Leiam com atenção.

Se forem usar "também", esqueçam o "além". Se tem "a partir de", prefiram o presente, dispensem o futuro.

E não separem o sujeito ("caixa de força") do verbo ("estourou"), por favor.

Pleonasmo e/ou preconceito

Há dias estou pra comentar a manchete do Extra que circulou pela internet.

Alguém me explica a insistência no "idosa de 104 anos", que está no título e abre o texto?

É "apenas" um caso de pleonasmo ou é preconceito?

A pessoa deixa de ser MULHER ou HOMEM com que idade?!?

Sem justificativa

Até nas manchetes de primeira página, O Globo perdeu totalmente a vergonha de escrever errado, como temos constatado muitos colegas, o atento amigo e eu.

A crase em destaque é de doer a vista.

Caros editores, pensem no masculino: MARCADA A FERRO e FOGO.

Perceberam que não se diz "marcada AO ferro e fogo"?

Caramba, essa é molezinha, não tem desculpa.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Escolha a opção mais segura

Alô, pessoal da BBC News Brasil!

A ilustração está ótima, mas neste país de misólogos aqui fala-se um idioma muito mais complicado que o Inglês.

A concordância dos verbos "SER" e "FALTAR", como usados aí, dá nó até em quem é craque na língua, foi alfabetizado nela etc. e tal.

O QUE NÃO FALTA É exemplos em que tropeçamos diariamente. Feio, não é?

Então, limpe o texto, faça uma frase mais simples, que dispense "rede de segurança".

Que tal "no Português, não faltam formas de proferir ofensas (...)"?  Ou "há muitas formas de proferir ofensas (...)".

As opções são muitas, não faltam. É o que mais se encontra.

PS: evitem o abuso de "nestas", "nestes". Também não ficou legal.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Alguém pode traduzir a manchete?



Vejam o "primor" que uma amiga encontrou cedinho no "maior jornal do país" e me enviou, com o mais que pertinente comentário:

"O calor tá brabo mesmo. Até reforma desidrata!"

Pois é. Nem sei o que dizer.

Reforma vive à base de água e nutrientes? Pensei que o povo precisasse dessas coisas.

Pra não perder o hábito, pergunto também: o que vem a ser "após a crise"?

Após qual crise?

São inúmeras, são diárias. O editor pode explicar?

domingo, 24 de março de 2019

'Após' ler o 'Estadão', desistiu

Quando os colegas (do Estadão e de todos os jornais) vão parar com essa mania de encher os títulos com "após"?

A coisa beira o transtorno obsessivo compulsivo, desenvolvido apenas nos maus conhecedores da nossa língua.

Quem tem intimidade com o idioma sabe que "após incêndio em favela de SP" quer dizer absolutamente nada — e, portanto, não é notícia.

Infelizmente, incêndios em favelas paulistas não são incomuns. E muita gente deve ter morrido depois de todos eles.

Houve um incêndio hoje? Alguém morreu NO incêndio — ou em consequência DO incêndio? Então, por favor, digam isso, informem o leitor.

sábado, 23 de março de 2019

Mais cuidado, Sr. Zuckerberg


Meu Facebook fala Inglês desde uma daquelas baitas "hackeadas" na rede e não escreve bem o idioma de sua terra natal.

De uns tempos pra cá, por exemplo, cismou com a bendita palavra "recentemente", usada pra tudo.

A pessoa faz uma postagem e aparece: "Fulano postou recentemente (...)".

Os modismos de lá são feios, mas os daqui são muito mais horrorosos, a julgar pelo que me mostrou a assídua colaboradora.

"Publicou a publicação" é forte, Mister Zuckerberg.

E "comentar O link" é melhor do que "comentar NO", OK?

A morte e o passado de glórias

O título da matéria já é um espanto:

"Estudo lança cadastro sobre relatos de supostas 'vidas passadas'."

O "estudo lança" — pelo visto, "em cima" dos relatos — e as vidas passadas ganharam aspas — se acham o tema ridículo, por que publicaram a reportagem? O uso da palavra "supostas" não é suficiente para demonstrar descrença?

A assídua colaboradora pegou hoje esse texto de Globo de ontem e não gostou do "quando seguia, onde ia".

Eu detestei quase tudo.

O uso de "familiares" (por que enterraram os "PARENTES"?); o erro de concordância em "a maior parte costuma ser imprecisO e genéricO" (sic, com destaque meu); o excesso de voz passiva ("se deu", "se foi" e outros); e a cereja do bolo (que não "comi" inteiro, pra não ter indigestão):

"a lesão que gerou o óbito"!

Chamem o legista, porque o Português morreu — e teve tratamento melhor em vidas passadas, disso eu sei.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Se sabe o certo, por que inventar?


Não dá pra entender o que leva um editor a inventar a regência "emitir a" quando, visivelmente, ele conhece a forma correta: "EMITIR alguma coisa PARA alguém" (ou "com algum propósito").

Quem encontrou a gracinha foi o atento amigo, que nem reclamou de algo que nos incomoda sobremaneira: o uso de "familiares" em detrimento de "PARENTES" — estes foram finalmente encontrados, na linha abaixo.

Quem pariu Mateus...

O atento amigo embatucou com essa coisa feia aí, assinalada na imagem: "cocriou".

Eu já não gostei das vírgulas antes e depois de "agora", bem no início do texto, mas relevei e fui ao Volp, em que "COCRIAR" INEXISTE.

Pergunto ao pai dessa coisa batizada de Acordo Ortográfico e mais conhecida como Desacordo: se tiraram o hífen do prefixo "CO", a aberração COCRIAR não está correta?

Consta que o Bechara CRIOU o monstrengo e que a Academia COCRIOU o bicho, autorizando o "parto".

Então, por que não há o registro da "criança"?

O cervídeo que virou cachaça

O desleixo do Ancelmo Sempre Ele Gois começa a cansar.

Uma querida amiga interessou-se pela nota "Espaço Candonga", só para descobrir, lá no finzinho do textículo, que a famosa bebida afrodisíaca Cravo Escarlate, que já encantou até autoridades e cuja receita é guardada a sete chaves pela família do sambista, virou "cervo escarlate".

Como é que o animal foi parar na garrafa de Cravinho?

A coluna está sendo feita pelo celular, com aqueles malditos corretores eletrônicos, ou os colegas têm mesmo preguiça de pesquisar?

quarta-feira, 20 de março de 2019

Ai, se a moda pega...

No Ancelmo Sempre Ele Gois, a assídua colaboradora achou nota com o sugestivo título "Se a moda pega".

No texto, temos um horroroso "aquele que aparece agredindo ela" (ui!) e a regência estropiada "anexado no processo".

Minha amiga ANEXA uma coisa A outra, um país pode ser ANEXADO A outro, anexamos um contrato ao processo e não agredimos o idioma pátrio.

Para o bem dele, anexo aqui a contribuição de outra amiga querida, que descobriu que alguém não sabe usar a crase na Casa do Saber.

A bordo dessa canoa furada, não se chega a canto algum.

terça-feira, 19 de março de 2019

Só mesmo a 'mãe suprema'

Ao ler hoje uma reportagem que citava "os braços direitos de Sergio Cabral", o atento amigo se perguntou:

"Quantos braços direitos pode ter uma pessoa? Será a deusa Durga?"

Para quem não conhece a poderosa divindade do hinduísmo, segue ilustração.

domingo, 17 de março de 2019

Uma nota feia, muito feia

Em vez de pérolas, hoje dou a vocês uma flor colhida pela assídua colaboradora no Globo, sempre fértil em textos mal escritos.

"O pé da obra de uns 10 centímetros" nos deixou em dúvida: é o quadro ou é o rasgo que tem essa medida incerta?

O "pé da obra" também não é a melhor escolha. Fiquei pensando no "Abaporu", da Tarsila.

O excesso de plural em "restaurações por danificações" é de doer.

Já que eu cheguei a essa parte do conjunto de feiura, os "óleos", "quadros", "obras" (mais algum sinônimo por aí?) "terão" mesmo "que se submeter" a isso? E se eles se recusarem a fazer a operação?

sábado, 16 de março de 2019

Por que dar voltas no texto?

Haverá um "aumento satisfatório da violência"?

É o que quer saber o atento amigo — e é o que insinua o destaque (ou "olho") reproduzido na imagem.

Canso de explicar que, em Português, A ORDEM dos fatores ALTERA o produto.

"Não há estudos que corroborem, de forma satisfatória, a ligação entre (...)" já fica melhor.

Ideal mesmo é tirar isso e ir direto ao ponto:

"Não há estudos (confiáveis) que corroborem a ligação entre os games e o aumento da violência". O parêntese é opcional.

quinta-feira, 14 de março de 2019

A cada moda, só faz piorar

Podem nos chamar de implicantes, mas o atento amigo e eu não gostamos de modismos e/ou cacoetes da imprensa.

Inclui-se aí a mania de substituir "PRAIA" por "ORLA" em tudo que é texto.

Surgiu há alguns anos e parecia ter vindo pra ficar.

Pois agora, preparem-se! Os colegas descobriram  a "orla da praia".

Se começar a pipocar todos os dias nos jornais, na internet, no rádio e na TV, vai ser duro de aguentar...

Muito erro pra pouco texto




Ontem foi dia de faxina nas casas do Seu Zucka e eu não consegui postar mais uma inestimável contribuição da assídua colaboradora.

Está aí, um pequeno parágrafo com bobagens em profusão.

O uso do artigo na frase "em um café da manhã (...)" sugere que a pessoa faz a refeição várias vezes ao dia.

Também é desnecessário frisar que foi "na manhã de (...)", pois está implícito no nome, não é? Poucas pessoas — e eu sou uma delas — tomam café da manhã à tarde.

O categórico verbo "afirmar" não combina com a incerteza do futuro do pretérito do verbo "ir". Afinal, vai mesmo ou não vai?

Os "postos-chave" (ou "postos-chaves") têm hífen — eu afirmo, porque está no Volp — e é entre ESTES (não "esses") que ESTARIAM — no plural — os Estados Unidos etc.

Depois desse festival, não quero nem ver o resto da matéria.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Acontece. Mas não devia

A julgar pelo título enviado pela assídua colaboradora, a revista Concerto precisa de conserto.

O que faz essa crase antes da palavra masculina SERVIÇO?

Caso houvesse a contração de artigo e preposição, seria "AO serviço" — e essa expressão ninguém conhece, não é?

Aproveito para fazer um pedido aos colegas: não ressuscitem o péssimo hábito de evitar o bom e confiável verbo "DIZER" após uma declaração de entrevistado, em prol de outros nem sempre adequados.

Como o "afirmar" aí da imagem.

A pessoa "afirma que não sabe"? Só eu acho isso esquisito?

PS: usei um "após" para mostrar que ele pode ter função num texto.

terça-feira, 12 de março de 2019

Precisamos de outro tipo de imersão

O que há de errado nos textos em destaque, todos do Globo?

A legenda do impresso deixou o atento amigo indignado, procurando escafandristas.

É a ideia que dá o jornal, ao dizer que os caminhões estão "submersos".

Na matéria do online, há mais "captação" do que caberia na Lei Rouanet.

A querida amiga leu cedo, ficou boba com o uso do verbo "captar" e me acionou.

Fui buscar agora o texto e descobri que continuam lá o carro e os bandidos que "foram captados" (uau!).

Pessoal, mais cuidado. O leitor merece que as coisas sejam bem explicadas pra ele:

CÂMERAS CAPTAM imagens, carros são identificados e APREENDIDOS, bandidos SÃO PRESOS — ou CAPTURADOS.

Também não é preciso reproduzir a fala da autoridade tintim por tintim. A ação é passada, não é presente — e eu já sinto arrepios, imaginando a moda do "teríamos outro desenho do crime".

Modismos à parte, "comentar sobre" não existe, OK? Já COMENTAMOS O ASSUNTO aqui mais de uma vez.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Folia pós-carnavalesca

Estive ausente alguns dias, mas não foi por falta de erro nos jornais e TVs — afinal, a gente sabe que a cobertura de bailes e desfiles é um manancial de besteira.

No Globo, como viu a assídua colaboradora, teve gente que não foi AOS eventos, ou ÀS festas — esteve presente "no" isso, "no" aquilo, coisa mais feia.

Teve mais bobagem, claro, preciso procurar.

Agora, porém, estou rindo com essa aí da imagem, enviada pelo atento amigo.

Fiquei preocupada. O hospital caiu na esbórnia e se perdeu por aí? Pra onde foi? Por onde andará?

O amigo torce pelo seu retorno, pois "hospitais fazem uma falta danada".

Assino embaixo.

sexta-feira, 8 de março de 2019

É cada uma que inventam!

Lamentei muito saber (pela assídua colaboradora) que a praga do "após" absolutamente sem sentido atingiu feio a Folha.

Seus títulos, como os do Globo, se escoram no apendículo — que bem podia significar "apêndice ridículo".

Umas aulinhas de "Advérbios e Suas Funções" cairiam bem no jornal do Rio e no de São Paulo, que hoje também inventou uma ótima pra não repetir a palavra "PIPOCA": a "iguaria de milho", que tal?

É tão besta (e metida a besta) que deve ter garçom pra servir a dita cuja no cinema.

Será que mais abaixo usaram "grão de milho estourado com o calor e que se come salgado ou adoçado"?

terça-feira, 5 de março de 2019

Em vez de 'translator', Volp

Por favor, colegas (da revista Galileu e de qualquer redação), parem de usar tradutores eletrônicos e dicionários não confiáveis, desses que pululam na internet.

O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp, para os íntimos) é gratuito.

Basta entrar neste link — http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario —, digitar a palavra e clicar em "busca".

Em segundos, vocês descobrem que "imparável" NÃO EXISTE no nosso idioma.

Experimentem. Salvem nos seus favoritos. Eu recomendo.

E você, admite ou confessa?

Desde cedo rola um bom debate entre colegas no Facebook a respeito dos verbos ADMITIR e CONFESSAR, que atualmente vêm sendo trocados pelos jornalistas.

Dias desses, abusaram tanto do primeiro, que eu até mencionei o fato aqui em nota (a matéria está neste link e não sei se passou por novas correções).

Para (tentar) acabar de vez com a confusão, fiz uma imagem com os dois verbetes do Houaiss, apenas com seu significado.

Deixei de fora regências e exemplos, ou o quadrinho ficaria ilegível.

A jequice nossa de cada dia

O "camatore" — que está na nota, mas eu deixei fora da imagem — é absolutamente compreensível em tempos de jornalismo carnavalesco (e eu não estou falando apenas da festa que acaba hoje, mas do dia a dia no Globo, com poucos editores cuidadosos e sem revisores).

A assídua colaboradora destacou o erro de concordância:

 "(...) 7 kg (...) que seriam servidas (...)". (sic)

Eu fiquei mesmo espantada com o fato de alguém saber que a comida estava deliciosa — foi pro lixo ou não foi?

Também achei sensacional o "meeting point".

Gastar o Inglês pra pegar busão, gente? Ô breguice!

Escolhas inadequadas

Não achei o crédito, mas parece o traço do Nani


Hoje acordei meio mareada, mas, pra não dizer que não falei de errores, destaco um dos enviados pela assídua colaboradora.

Está impresso na Folha, em matéria sobre o carnaval do Rio:

"Me disseram que eu era os córneos do Queiroz (...)". (sic)

Os colegas me desculpem, mas a expressão correta — que pode ser substituída por "cuspido e escarrado" ou "cara de um focinho do outro" — é OS CORNOS.

O regionalismo, no Brasil, é rosto; em Portugal, é cabeça.

Aproveito pra recomendar aos responsáveis pela Uber Brasil que não usem "preços maiores" em suas mensagens aos usuários.

Prefiram "preços mais altos", ou, mais chique ainda, "valores mais elevados" (fino, não é, não?).

Vai dizer que, em Inglês, a empresa também não acha mais adequado falar aos clientes de "higher prices"? É melhor que "bigger prices", concordam?

sábado, 2 de março de 2019

'Possuir' nem sempre é 'ter'

O texto reproduzido na imagem está nos autos, nos jornais, nas redes sociais.

Mostra uma juíza que NÃO TEM senso de justiça, NÃO TEM vergonha de escancarar seu racismo.

E, como sói entre os praticantes do Direito, NÃO TEM noção de como é horroroso seu empolado linguajar.

Peço aos jornalistas que não se empolguem com as palavras mais compridinhas e prefiram as mais simples, claras, diretas.

"TER" é sempre melhor e mais seguro do que "POSSUIR".

"FAZER" dá de mil em "REALIZAR".

"DAR" é muito mais do que "CONCEDER".

E por aí vamos...

Usar polissílabos não denota erudição. Geralmente, passa ideia justamente oposta.

Quem sabe, logo pensa:

"Essa pessoa NÃO TEM um bom conhecimento da língua".

sexta-feira, 1 de março de 2019

O poço não tem fundo

Acabo de ler o triste e realista comentário a respeito da crueldade nossa de cada dia e da constatação de que o fundo do poço inexiste: quando pensamos tê-lo atingido, a tal da humanidade nos prova errados e se supera.

Daqui, tento, ao menos, melhorar o nível do Português, com a ajuda de amigos como a assídua colaboradora, que me enviou o trecho da matéria da Folha online.

Alô, pessoal de São Paulo, dá pra corrigir a EXPECTATIVA antes que ela vá parar no impresso com o erro?

Não basta a notícia ser ruim?

Caros colegas do Estadão, não basta dar notícia triste? É preciso fazer título esdrúxulo também?

Desde quando se "DESEJA" condolência na nossa língua, editores?

CONDOLÊNCIA é um sentimento — de pena, de pesar, de compaixão.

Quando quer se solidarizar com alguém que sofreu uma perda, a gente ENVIA (ou dá) CONDOLÊNCIAS à pessoa — no plural, único acerto encontrado.

PS: fui marcada na postagem do Facebook por um amigo jornalista. Não consigo abrir o texto, porque não assino o jornal.

Nem tão eventual assim

Um colega postou matéria do Uol Notícias, na qual já há errata — ou seja, eles jogam o texto na internet de qualquer jeito e, EVENTUALMENTE, corrigem uma coisinha aqui, outra ali.

Infelizmente, os erros no site não são EVENTUAIS, casuais, ocasionais. São frequentes.

Que tal escrever direitinho "no dia EM QUE ia voltar ao trabalho, acordei (...)".

Não apenas falta a preposição EM, mas essa ordem — "acordei no dia (...)" — dá a ideia de que ele não acorda diariamente.

Lembro, mais uma vez, que não se comenta "sobre" nada.

Se for fofoqueiro, você pode COMENTAR A vida alheia com o público, combinado?

Quanto ao abuso do verbo "admitir", que está no título e é repetido várias vezes, não entendi. Será uma obsessão do tradutor?

Abaixo da linha do Equador

Acordei, encontrei "presentinho" da assídua colaboradora à minha espera e decidi escrever logo a nota.

Não que ela esteja EM RISCO.

Não corre o RISCO DE ser esquecida, não está EM RISCO de extinção como o Inea (vide postagem do dia 25)...

Principalmente, não está "debaixo do risco", como o pessoal do Globo imagina ser o caso do Sambódromo.

Queridos colegas, alguma coisa só fica sob risco se a gente traçar uma linha e puser o trem abaixo dela, entenderam?

Mais ou menos assim:

"———————————————————————————
Oi, estou sob o risco. E tenho 'após', plurais estranhos..."