domingo, 27 de fevereiro de 2011

Não está errado, mas... (2)


Vejam só como a nota comentada ontem estava mesmo confusa.

Uma amiga me escreveu, via Facebook: "Pois já eu entendi diferente. Não são comidinhas que fazem sucesso entre os cariocas nos quisoques... No festival, eles vão oferecer nos quiosques comidinhas que fazem sucesso entre os cariocas."

Definitivamente, na nossa língua, a ordem dos fatores altera o produto!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Acento pirata

É ótimo rever o "TV Pirata" nas tardes de sábado. Mas até em reprise encontra-se erro muito reprisado: o "pra" acentuado.

Pessoal, este acento não existia nem antes das muitas reformas sofridas por nosso pobre idioma. Portanto, nem mesmo no antigo programa cabia no quadro "Já tem prá hoje" (sic).

Se estivesse unindo os dois "a" de "para", tudo bem. Mas o que ocorre em "pra" é a supressão de uma letra.

Será que a intenção dos redatores era também fazer humor com o Português? Se era, um desconto pra eles!

Não está errado, mas...

Errado, errado mesmo, não está. Mas um textinho da coluna "Gente boa" de hoje ficou meio confuso.

A nota informa que três bares "fecharam com o Rock in Rio e vão oferecer comidinhas que fazem sucesso entre os cariocas nos quiosques no festival".

Diga lá se não fica melhor inverter as coisas e dizer que no (ou durante o) festival eles vão oferecer comidinhas que fazem sucesso entre os cariocas nos quiosques?

Não custa lembrar que o português não é como certas operações matemáticas, em que a ordem dos fatores não altera o resultado.

Net HD: não se pode elogiar!

Foi só a coluna "Controle remoto" elogiar a volta da grade semanal dos canais no Guia Net, para os assinantes poderem marcar o que querem ver ou gravar, que a operadora voltou à pobreza de exibir apenas a programação do dia e um pedacinho do que passará no dia seguinte.

Às duas e pouco da tarde deste sábado, por exemplo, não se pode pôr na TV um lembrete para o Oscar de amanhã. Como dizem os mineiros, ô trem!

Oscar: façam suas apostas

Mais filmes, mais apostas: o Oscar na era da internet » Opinião e Notícia

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um tempo que parece esquecido


A repórter do telejornal "Hoje" falava dos benefícios e malefícios dos raios solares. Até que tropeçou no tempo — não aquele que faz lá fora, mas o do verbo: "Se a pessoa se expor (sic) ao sol (...)".

É muito comum ouvirmos essa construção de frase, que pede o muitas vezes esquecido futuro do subjuntivo. Pelo menos era assim que se chamava na "minha época" esse tempo verbal que exprime uma ação hipotética — e o "se" é indicativo disso.

Então, anotem no caderninho: o certo é "se a pessoa se expuser ao sol". Neste caso, o uso de bloqueadores, filtros, chapéus e outros protetores também é recomendável.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Não existem madrilenhos


O caderno "Ela" traz matéria de um evento realizado em Madri, em torno da culinária. Já no título, encontra-se o problema: "Cozinha madrilenha".

Digo "encontra-se o problema" porque não se encontra no Houaiss ou no Aurélio a forma "madrilenho" para o que vem da capital espanhola.

Pode parecer estranho, mas, em português, o que pertence a Madri ou quem nasce naquela cidade etc. é madrileno, madrilense, madrilês e até matritense. Madrilenho, ao menos nos dicionários, não há.

Bruna Surfistinha e a conjunção

Um simples "e" pode fazer toda a diferença.

Em nota de hoje na coluna "Gente boa", que mostra cena do filme "Bruna Surfistinha", a conjunção aditiva escapuliu, entrou de gaiata na frase e a fez ficar sem pé nem cabeça. Vejam só:

Lembranças do velho safado

Hank Moody, que lembra Chinaski, que era Bukowski e não queria fazer TV

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Em terra de cego, quem
tem um óculo é rei...

Tenho uma amiga que diz que eu faço "copidesque oral", porque corrijo as pessoas — claro que só as muito próximas e que me dão essa liberdade — quando elas escorregam no português. Com os óculos, porém, confesso que desisti.

Até atrizes que admiro — caso da Eliane Giardini, dia desses no "Vídeo show" — e, pior, comerciais de óticas insistem em ignorar o plural. E tome de "deixa eu botar meu óculos", "me passa o óculos", "compre um óculos de grau e ganhe um óculos escuro" etc. etc.

O resultado é que quase aplaudo quando ouço alguém falar certo — caso da dupla que apresenta o telejornal "Hoje", em matéria sobre os modelos da estação.

Vale uma olhadinha (com um bom par dos citados apetrechos) no Houaiss, que diz: "(...) a palavra óculos é pluralia tantum, sendo, portanto, erro a discordância de número (um óculos) que se tem vulgarizado no português coloquial do Brasil (formas corretas: uns óculos, meus óculos, um par de óculos)".

Para quem não quer usar os óculos corretamente, talvez por não precisar corrigir a visão nos dois olhos, recomenda-se o monóculo. Fica bem na foto — e no singular. Infelizmente, não há garantias de que o usuário passará a escrever como os dois mestres da literatura de língua portuguesa que ilustram esta nota: os inigualáveis José Saramago e Eça de Queiroz.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Conta de Regina Casé não fecha

Que Regina Casé tem apelo popular, ninguém discute. Nem por isso ela precisa dar o mau exemplo de errar a concordância do plural — especialmente num comercial da Caixa Econômica, instituição financeira do governo federal, que também deveria usar o bom português para falar a seu público.

Não fica bem dizer "as conta" e ainda repetir o erro na mesma peça publicitária. A Caixa devia aproveitar o carisma da atriz para ensinar o brasileiro a pagar suas contas direitinho.

Arcade Fire, a surpresa do Grammy

Festa do country termina com a surpresa do indie rock do Canadá

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sobre uma praga. Ou...
Vamos falar do "sobre"?


Hoje, no "RJ-TV", especialmente na entrevista com o Beltrame, a praga do titulo desta nota atacou feio! Era um tal de "vamos falar sobre" pra cá, "não estamos falando sobre" pra lá, que resolvi dar o alerta.

Pessoal, não durma sobre o dicionário! Consulte-o com carinho e verifique em que casos a preposição "sobre" cai bem. Verifique também o verbo "falar". Fala-se com alguém, fala-se disso e daquilo, fala-se ao ouvido, fala-se baixo ou alto, ou apenas fala-se, pura e simplesmente. Falar "sobre" algo ou alguém sugere imagem quase pornográfica...

Para os eternos fãs de "Friends"

Mudaram os tempos, mudaram os ‘amigos’, ou mudou a TV?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mais sigiloso que no GNT, impossível!


Infelizmente, para cada bola dentro (como a série "Perfil criminoso", com som original e legendas), o GNT manda várias para fora.

Uma delas é chamar quem não lê de preguiçoso, bela desculpa para só passar filmes de quinta dublados e sem o recurso da tecla SAP (isso sim, mais que preguiça, é desleixo com o espectador).

Como se não bastasse, entre os títulos exibidos, hoje me saíram com um "Segredos ocultos"! Alguém bem que podia aproveitar um dos inúmeros e intermináveis intervalos do canal para explicar por lá o que é tautologia...

Veja o filme e, depois, converse
com quem entende do assunto

“Poesia” abre a temporada 2011 do “Filme em foco” » Opinião e Notícia