terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Nem os deuses escapam!

"Mão CERRADA" é de pão-duro. A da foto está SERRADA
Um amigo mandou três contribuições de uma vez.

Na TV Globo, anunciam, com letras garrafais, uma série de reportagens esportivas intitulada "ForaS de série". (a maiúscula é minha; o "S" é deles, tá?)

Na Globo News, informam que Copacabana deve receber "DUAS milhões de pessoas" no réveillon.

E o Correio Brasiliense "CERROU" a mão de um orixá!

Assim vai ser difícil receber bons fluidos em 2016...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Em busca de alento

Queridos colegas, não tentem "sofisticar" o linguajar. O bom jornalista escreve de forma simples e direta, não tem que inventar moda.

Dia desses o atento amigo leu no Globo, na fala de um entrevistado:

"O cavalo passou enseiado e a gente não montou".

Certamente a pessoa queria dizer "encilhado", ou "arreado".

Se o repórter não entendeu e teve vergonha de perguntar, consultasse o dicionário na redação, não é?

Ontem, na página 4, ele topou com nova besteira.

A matéria sobre a Samarco diz que a mineradora deverá ter condições de arcar com os custos para "dirimir os danos ambientais" em Mariana.
"Dirimir"? Por acaso os danos têm que ser (apenas) "esclarecidos"? Ou "obstruídos"?!

E que tal essa aí em cima, que um outro amigo achou na Folha?

No lugar do ridículo "respiro", ele sugere "fôlego".

Ou "alento", de que a nossa profissão anda precisando um bocado.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Leitura lastimável

Está cada vez mais difícil ler O Globo.

Numa rápida olhada, a assídua colaboradora pegou uma frase que começa assim:

"No caso de quando há (...)".

Pois é. Foi no mesmo Morar Bem em que eu achei um destaque ("olho", para os íntimos) com uma baita vírgula separando o sujeito do verbo:

"Pessoas formadas em (isso e aquilo), dificilmente ficam disponíveis no mercado".

Pessoas que não aprendem Português na escola escrevem as bobagens citadas acima, não sabem quando usar "por que", "porque", "porquê" e "por quê" (vide imagem enviada por um amigo) e inventam coisas como "gente MUITA trabalhadeira", acredite! 

Esta última está no Ancelmo, em nota intitulada "Chinatown no Alemão". Dá vontade de dizer: "muita" e "Chinatown" são o...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Português em colapso

Queridos colegas da Internacional do Globo: a história é triste!

Precisa aumentar a tragédia com a invenção de um tal de "colapsado"???

Assim quem tem um colapso é o leitor!

domingo, 20 de dezembro de 2015

Até tu, MinC?


O atento amigo encontrou uma "beleza" de concordância no site do MinC (acredite!).

Fui buscar ilustração pra nota e descobri a origem do "primor", que ainda tem um excesso de vírgulas esquisitíssimo.

Está aí, citada em sigla e por extenso na abertura do texto:

"Os dois mil metros quadrados de área expositiva do Paço Imperial, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será, totalmente, ocupado, entre 17 de dezembro e 28 de fevereiro por umas das maiores mostras já realizadas neste importante ponto cultural do Rio de Janeiro (RJ)".

Vai mal a língua na cidade-fornalha e no país. Nem a Cultura acerta!

sábado, 19 de dezembro de 2015

A causa das invencionices


Alô, alô, Ancelmo!

Pela enésima vez, NÃO EXISTE a regência "alertar sobre", OK?

Na mesma nota ("Joaquim, o rápido II"), explique-me como "infiltrações foram a CONTA" de o ex-ministro não morar na residência oficial.

Idioma em xeque

Um amigo quer saber o significa esse "EM CHEFE" aí na frase do iG:

"O clube chegou a colocar em chefe a participação no Mundial de Clubes da Fifa depois do acontecido".

Não sei se "pôr em xeque" faria muita diferença... (leia aqui)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Acredite se quiser!

Lendo hoje Gente Boba de ontem, encontro a estranha frase:

"Poder é fazer o que a gente quer ou o que se acredita".

O que se acredita o quê? Bom? Correto? Adequado? Maravilhoso?

Ou queriam dizer "fazer AQUILO EM QUE se acredita"?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Bloqueia direito, por favor



A notícia pode até ser uma piada, sei lá eu (leia aqui).

Nem por isso o Português merece ser maltratado.

"Bloqueio AO (famoso aplicativo de barulho irritante)" só se for "ao redor" dele.

No mais, é "bloqueio DO", "bloqueou O"... Combinado?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Estatização deslocada

A assídua colaboradora está estarrecida, pasma, perplexa ou o quer que exista no idioma para externar o que ela sentiu (e eu, idem) ao ler isto aqui:

Eu sei o que se passa quando se faz uma quimioterapia, uma radioterapia. Eu fiquei meio estatizada. Mas é um risco que toda a pessoa que fuma tem e você acha que está imune (...)".

O texto é todo ruim (leia aqui), mas ficamos "ESTATIZADAS" mesmo foi com esse pedacinho aí em cima.

PS: a moça é famosa por falar besteira, mas repórter, redator, revisor e editor não podem deixar passar!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Chacinaram a regência

O Globo merece nota zero em regência.

Não bastasse o alerta anterior, encontrei no Ancelmo uma "chacina CONTRA moradores inocentes".

O que é isso, gente? Não tem dicionário na redação?

Se eu continuar a chacinar o texto do jornal, não faço outra coisa hoje.

Tem "idolatria SOBRE" (mais de uma vez), "estereótipo SOBRE"...

A incompatibilidade com as preposições é assustadora!

Todo dia ele faz tudo sempre igual

Estarão dormindo os ouvidores do Globo?

Pergunto porque os mesmos erros se repetem no jornal dia após dia. Chega a dar canseira!

Hoje, por exemplo, está lá pela enésima vez, no Segundo Caderno ("Cena nada rosa"), destacado em subtítulo:

"Artistas (...) alertam sobre (...)".

Caramba! Quando vão aprender que NINGUÉM ALERTA SOBRE coisa alguma?

A gente ALERTA ALGUÉM DE UM perigo e ALERTA (ou alerta-se) AO primeiro toque do despertador. E acabou!

Se não entendem o sentido de "sobre" em Português, porque não aprenderam a língua na escola, que tal desenhado e em Inglês, que, pelo visto, os novos jornalistas conhecem melhor que o nosso idioma?

Causando estrago

Falei em "PARA" e me lembrei de algo que vem me intrigando há tempos: por que O Globo não aceita o uso do informal "PRA" (dicionarizado e comuníssimo na boca dos melhores acadêmicos), mas permite (sem aspas!) o abuso da gíria CAUSOU?

É um tal de Fulano causou pra cá, Sicrano causou pra lá que me deixa sempre à espera do fim da frase.

Diga, jornalista, causou o quê? Pânico, espanto, horror?

Para com isso...



Estão mesmo querendo enterrar de vez a preposição "PARA".

O atento amigo acaba de ouvir na TV um "então vou ligar 'a' ela e dizer (...)".

Ui! Não diz mais nada, por favor!

sábado, 12 de dezembro de 2015

É profilático de verdade?!


O amigo fotografou o cartaz aí ao lado numa loja de sucos de Botafogo e está na dúvida: o autor quis fazer brincadeira com profilaxia e inventou a propaganda pro freguês ter a ilusão de que, tomando ANTES, ele evita o vírus, ou não sabe escrever ANTIGRIPAL?

PS: não existe "antegripal" no nosso idioma, OK?

Pra tonga da mironga do kabuletê

Qual será a "conta" de coisas paradas "seguirem" — e "a" todos os cantos, ainda por cima?

O atento amigo gosta de viajar PRA vários lugares, mas, na internet, só encontra "passagens 'a' Brasília, 'a' BH"... Ninguém mais vai PRA (ou PARA) lugar algum?

Como eu, ele também tem saudades dos "abraços PRA todos" e "parabéns PRA você", da CAUSA, do verbo CONTINUAR e de muitas coisas que os colegas não sabem mais escrever.

Para eles, recomendo ouvir cem vezes alguns clássicos da MPB, tais como "Pra você" ("Pra você eu guardei um amor infinito/ Pra você procurei o lugar mais bonito..."), "Por causa de você"("As flores na janela/ Sorriam, cantavam/ Por causa de você...") e "Aquele abraço", que diz: "O Rio de Janeiro continua lindo".

Outro "dever de casa" é descobrir quem fez a versão em Português da musiquinha dos sete anões para o desenho da Disney: "Eu vou, eu vou/  Pra casa agora eu vou (...)".

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Botando as coisas no lugar

Véspera de receber Rio Show novo, dou uma última folheada no da semana passada, antes de jogar fora.

Pois não é que tem pleonasmo feio em título de crítica de filme e erro de concordância em subtítulo da matéria de capa?

O primeiro é o bendito "elo de ligação".

De que mais seria o "ELO"? De separação?

Já em "Casa carioca", a "Agenda intensa (...) RECOLOCAM o Parque Lage em destaque".

Doeu, viu?

Aproveito pra perguntar: por que os colegas têm tanto medo dos verbos "pôr" e "botar"? Acham que "colocar" é mais fino?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A função aqui é outra

Quando "ombudsman" (sim, estamos na Suécia) de jornalão escorrega, é porque a coisa está pior do que se pensava.

Pois o atento amigo leu ontem, na coluna da "ouvidora" da Folha (melhorzinho, não?), que o jornal dera duas "topadas", sendo que a primeira "passou batida" porque...

Nananinanão!

"A gente passa BATIDO por alguma coisa", "a cerveja desce REDONDO", "ela passou muito RÁPIDO" etc. etc..

Em todos os casos, o adjetivo está funcionando como ADVÉRBIO.

Ou seja, NÃO HÁ CONCORDÂNCIA com o substantivo.

Para evitar dúvidas, leia com o sufixo "MENTE": "ela passou muito RAPIDAMENTE", "a cerveja desce REDONDAMENTE" e por aí vamos.

O estranho idioma da Prefeitura


As "otoridades" se esmeram pra enterrar de vez o idioma!

Fui falar na invencionice do "troncal", que já deixou muito carioca embatucado, e um amigo me mandou mais essa da Prefeitura:

"Quais ônibus vão deixar de existir?" (leia aqui)

Claro que um outro não perdeu a deixa e logo perguntou:

"Ué, os ônibus vão deixar de existir? Vão virar pó?!? Que coisa, sô!"

Pois é...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Cargo inexistente

A amiga não resistiu ao ver o título no Estadão e mandou pra mim:

"Com novo presidente 'moderninho' (...), Canadá muda de cara em 2016".

A falta de cultura é geral e a preguiça de abrir o Google é abissal.

Informamos aos colegas que NÃO HÁ PRESIDENTE NO CANADÁ.

O regime é a monarquia constitucional e o citado rapaz é primeiro-ministro.

Custa dar um clique e pesquisar?

Com que língua que eu vou?

Definitivamente, fala-se no Brasil um idioma que parece se afastar cada vez mais do bom Português.

Sei que a língua é viva e incorpora termos estrangeiros quando não há similares à disposição — por exemplo, acho que devemos exportar "Saudade", só nossa.

Nos jornais, pululam expressões inglesas na ilusão de "sofisticar" o texto.

E as autoridades (authorities?) colaboram. 

Acabo de ler comentários variados a respeito da última novidade do Rio: o troncal.

Não sabe do que se trata? Está pensando onde foi parar a cabeça que deveria estar em cima do tronco mas saiu pra delirar?

Eu explico:

"Gracias al señor (...) por enviarnos este material como colaboración acerca de las vias troncales. a) Su rol principal es establecer la conexión entre las diferentes zonas urbanas de una intercomuna. b) Sus calzadas permiten desplazamientos a grandes distancias, con una recomendable continuidad funcional en una distancia mayor de 6 km (...)".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Como pode?!?

Gente, a notícia já é triste. Não tinha um título melhorzinho, não?

"Demite AO MENOS 40 jornalistas" é dose!

E o Comunique-se é feito para profissionais da área... (clique para ler)

domingo, 6 de dezembro de 2015

As lajes e os Lage

Gente Boba não decepciona.

Às colegas da coluna, informo: não há "orgias lisérgicas numa LAGE do Vidigal". (o destaque é meu.)

O Parque Lage fica no Jardim Botânico.

As LAJES onde hoje são promovidas festas nos morros cariocas são com "J", OK?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Nova moda no ar

Pronto! O Segundo Caderno gerou mais uma praga!

Ontem tivemos o "FEZ ELE". Hoje, Gente Boba foi atrás e publicou:

"Quis TRAZER ELE (...)".

Recomenda-se aulinha de infinitivo flexionado, uso de pronomes etc. !

Ignorância de impacto

Como eu, o atento amigo não aguenta mais o "após" pra cá, "após" pra lá — "não conseguem contar uma história sem usar essa m...", reclama.

Com razão, ele também fica irado sempre que ouve (ou lê) a invencionice "PEDIR PARA QUE", "que estão institucionalizando"; "INTENSO" como "relativização de LENTO"; "EFETUAR DISPAROS" em vez de ATIRAR e outras imbecilidades.

A ignorância chegou a níveis ainda mais assustadores ontem, na CBN, com a seguinte pérola:

"O trânsito SEGUE IMPACTADO".

Foi forte!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A língua aqui é outra

Os colegas mais jovens não devem ter aprendido em casa, ainda bem pequenos, a não dizer bobagens como "vi ela", "boca dela" e cacófatos em geral. Tanto que não têm vergonha de escrever o "fez ela" da nota anterior, que soa malíssimo.

No entanto, devem achar feiíssimo o som de "vírus zika", porque, como notou um amigo, agora só dizem "zika vírus".

Se não é isso, estão todos delirando que vivem em país de língua inglesa.

Acorda, gente! Aqui se fala Português, tá?

'Fez ela', 'vi ela', 'boca dela'...












Vejam na foto o que a assídua colaboradora achou na capa do Segundo Caderno.

E ela me conta que a "beleza de construção" — FEZ ELA — não está só na legenda, que marquei com riscos vermelhos, mas dentro do texto também.

Ou seja, escrevem mal e, não satisfeitos, repetem, com destaque.
Falando em repetir, por que atualmente encontro cada vez mais no jornal o uso deslocado da vírgula antes da conjunção "e"?

Outro dia tinha até no manchetaço da primeira página! Pena que já foi pro lixo sem eu ter comentado aqui.