sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Jornalismo X Português

Quase me esqueço das duas pérolas que a assídua colaboradora pescou hoje no Globo.

Campeão em regências estropiadas, o jornal criou a inexistente "aponta caixa 2 A Fulano e Beltrano".

Estão pensando que é algum troféu, entregue A alguém?

Pelo visto, empacaram na preposição e não largam mais a pobrezinha. Que coisa!

Também gostaríamos de saber o que faz uma vírgula no outro título em destaque.

Se a preocupação era o espaço, um "X", indicando "versus", caberia.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

De regências e discordâncias


A dobradinha MSN/O Globo não falha: é bater o olho e encontrar bobagem.

No site, achei a "linda" regência "votar prisão A Fulano".

Pode-se até dar ORDEM DE PRISÃO a alguém — VOTAR, jamais.

Bom, se a pessoa for muito religiosa, até pode "votar uma filha A Jesus", por exemplo, mas a preposição só cabe no sentido de oferecer-se ou dedicar-se por voto ou promessa solene.

No jornal, a assídua colaboradora encontrou a "bela" concordância "número de gestantes que antecipa".

Garotada, mais atenção: não é "o número" que "antecipa", OK? São as grávidas que ANTECIPAM.

E, vamos e venhamos, esse "sobre o risco de fazê-lo" é feio pra burro, não é, não?

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Em vez de segurança...


A pérola foi pescada ontem, no Jornal Hoje, pela queridíssima amiga.

O repórter falava de uma atriz que decidiu denunciar o marido agressor e... "instalou câmeras para reforçar as agressões".

Uau! Terá sido um ato falho, apenas um deslize, ou um reflexo do discurso pró-violência que vemos por aí?

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Perguntar não ofende


A assídua colaboradora e eu gostaríamos de entender certas decisões editoriais do Globo.

Hoje, por exemplo, a primeira página exibe (mais) um título dúbio, comparando os gastos da Alerj com os de dois estados (como assim?!? Não é o que está na matéria), e uma foto gigantesca de um musical da Broadway (!!!).

Crianças, mesmo que a montagem da clássica história do gorilão fosse no Rio, terra do jornal, não há nada mais importante acontecendo no nosso vasto país?

sábado, 24 de novembro de 2018

Pleonasmo ou tautologia?

Mais uma do festival de besteira deste sábado.

Aquela pessoa "entrou por uma entrada", que tal?

Agora, a assídua colaboradora e eu esperamos O Globo nos contar quando alguém "sairá pela saída", "subirá pela subida" e "descerá pela descida".

Obs.: se a "entrada" é inevitável, não seria melhor usar aquela "À QUAL" os jornalistas não têm acesso?

A imprecisão do jornalismo atual

A assídua colaboradora encontrou uma série de bobagens no Globo de hoje.

Começo com uma rapidinha.

Onde foi tirada a foto da capa? "Em muitos lugares"?!?

Esses "muitos lugares" ficam no Brasil, nos Estados Unidos... onde, afinal?!?

Por que o Novíssimo Jornalismo é incapaz de dar as informações básicas?

'Como não escrever', por MSN

Sempre me espanto ao abrir o Edge e dar de cara com o MSN Notícias.

O site tem parceria com um monte jornais, revistas etc. e é campeão em manchetes esquisitas.

Vejam o título da tribo da Índia, que vive isolada, e me digam se a construção não dá margem a dúvidas.

Depois, por favor, me expliquem o que são "tattos".

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Confisca logo todo mundo...

O leitor e eventual colaborador mandou mais cedo uma do UOL que rolou ontem na rede: a da "ereção" do vulcão na Guatemala.

Confesso que, apesar dos absurdos que temos visto e ouvido na tal da mídia, desconfiei da veracidade da imagem e achei que podia ser gaiatice feita com Photoshop.

Pois ele foi ao mesmo site, encontrou mais besteira, agora em Brasília, e me mandou — com comentário irônico, claro:

"Veja só. Confiscaram até o presidente eleito!"

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

'Escorado' no hino

Eu me divirto quando o atento amigo assiste ao programa do "filho do Datena" (é assim que ele chama e eu reproduzo, porque não conheço nem o pai).

Hoje, o apresentador disse que "algumas coisas não estão escritas no hino". 

Nós conhecemos o dito popular que diz que "algumas coisas não estão na Bíblia", mas o cara resolveu inventar um novo só pra ele, fazer o quê?

Quando o repórter entrou no ar e informou que estava "em frente ao lugar onde os escoramentos aconteceram", o amigo deu tratos á bola:

"Assim, do nada, os escoramentos saíram de algum local e se 'posicionaram' lá?", ele pergunta.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Vai ver mal assim na Globo!


Uma pessoa que eu não conheço encontrou o erro crasso, daqueles que machucam a vista, e a assídua colaboradora me marcou na postagem do Facebook. 

Definitivamente, não dá pra passar batido.

"Reveu", colegas da Rede Globo?!?

Vejam e revejam a imagem e me digam: alguém VIU essa conjugação?

Se VIU, me responda: em que tempo do verbo você VIU (e REVIU) o disparate?

terça-feira, 20 de novembro de 2018

É pau, é pedra...

Amicíssima das antigas, que há muito não colaborava com o blog, ontem não resistiu.

A cada intervalo, na Globo, lá vinha a chamada da novela das nove, com a frase de doer os ouvidos:

"(...) o lugar que ela jurou não voltar”.

Será tão difícil encaixar a preposição "A"? "O lugar A QUE jurou não voltar" é uma opção. PARA O QUAL e AO QUAL também estão valendo.

Mas o que tirou a amiga do sério mesmo foi quando, em matéria das reviravoltas de um julgamento, no Jornal Nacional, deram a sensacional informação:

O desfecho ainda está longe do fim”. Fiquei sem palavras.

Quem é a ilustre personagem?

Ontem, o atento amigo sintonizou na Band e ouviu a repórter dizer e repetir que a "Ponte DA Estaiada" estava aberta.

Claro que ele mandou com piadinha:

"Quem será a paulistana homenageada com aquela obra arquitetônica cheia de penduricalho?"

Sim, crianças, PONTE ESTAIADA (ou atirantada, SEM preposição) é aquela suspensa por um monte de cabos.

Há uma ponte estaiada NA capital de São Paulo, entendido? E não me inventem, também, uma ponte DO Pênsil ou DO Cantiléver, por favor.

Apertem os cintos...

Como brincou a assídua colaboradora, "a revisão da Revista da Gol voou".

E voou pra bem longe, viu?

Na entrevista com Anitta, ela "revela" (oh!) que não deixa as coisas saírem do seu controle mesmo quando está de folga, pois "acompanha a distância", sem crase.

No mínimo, a cantora usa uma trena pra fazer o acompanhamento direitinho.

Mas quem dá atenção a um acento quando há um baita "despretenCiosa", com "C", em texto de doutor em Ciências da Comunicação?

É muita PRETENSÃO de uma reles crase, não é, não?

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Vai ser vítima assim na Band!

​O atento amigo estava ligado na Band quando ouviu o repórter dizer:

"(...) a vítima levou um tiro no braço, foi socorrida com vida, mas morreu no hospital, vítima de parada cardíaca (...)".

O complexo de CSI (ou cientista forense, legista etc.) dos novíssimos jornalistas é um espanto!

Às vezes, eles inventam de definir com precisão absurdamente ridícula o momento da morte — "durante a capotagem", por exemplo.

Outras, afirmam que a pessoa foi socorrida com vida — quem garante? E que importância tem isso? — e ainda me saem com o óbvio ululante: morreu porque o coração parou de bater.

Pobre "vítima", de balas, de parada cardíaca e do Português estropiado.

domingo, 11 de novembro de 2018

A coisa está pior do que pensávamos

Para começar, a assídua colaboradora e eu gostaríamos de uma informação: onde fica um lugar chamado CRISE?

A CRISE, com o devido artigo, ambas sabemos que está instalada no Brasil há muito tempo, mas voltar "para crise", assim, sem mais, desconhecemos.

Também não entendemos por que alguém se mobilizaria para ajudar vítimas que não existiriam ANTES de uma tragédia, mas as crianças que fazem jornal hoje em dia ainda não se deram conta disso, não é mesmo?

Diante de bobagens como essas, nem causa espanto uma entrevista com o Verissimo trazer a frase "talvez as coisas SE clareiem outra vez", como se elas clareassem sozinhas, e o editorial do Ela NÃO exibir crases onde deveriam estar, como em "quando cheguei À nossa revista",  "que chega À sua quarta edição" etc. Tá difícil, viu?

sábado, 10 de novembro de 2018

Os bons também escorregam


O mesmo Globo que ontem ostentava o título "SUSPENSÃO de serviços do Detran CAUSAM (...)" — um "primor de concordância" encontrado pela assídua colaboradora — hoje tem bobagem na crônica do Agualusa.

Em se tratando do escritor angolano, a amiga e eu acreditamos ter sido um deslize o uso de "descriminação", com "e", quando o texto pedia "DISCRIMINAÇÃO", COM "i" NA PRIMEIRA SÍLABA.

Mas não custa postar um vídeo que explica a diferença, no Português de lá e de cá. Clique aqui para ver.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Decifra-me ou pare de ler jornal


Gente, essa nem Édipo matava.

Dá só uma olhada no que a assídua colaboradora me enviou.

Consegue decifrar?

Pois é.

Enquanto você pensa, a Esfinge já devorou o leitor e o editor do Globo online.

O acento que foi ser nunca ter sido

O epíteto Ancelmo Sempre Ele Gois passou a ser usado pela assídua colaboradora, que achou a nota aí da imagem na coluna.

Não basta a obviedade do título, pessoal? Tem que tascar uma "convalescênça", com um acento circunflexo que não existia nem nos tempos pré-Desacordo Ortográfico?!?

Pior só mesmo o Globo online de ontem, na matéria da entrega do 60º Prêmio Jabuti.

Diz lá que, na categoria Crônicas, o escritor Rubem Braga, morto em 1990, "DIVIDIU, postumamente, o troféu com (Fulano e Beltrano), organizadores do livro (...)".

Embatuquei. Obra póstuma, vá lá. Homenagem póstuma, OK.

Mas dividir um troféu depois de morto é meio estranho, não é, não?

Festival de regências estapafúrdias

Abro o Edge, porque o Chrome estava travando, e lá está mais uma chamada horrorosa da parceria MSN/Estadão.

"Contra REAJUSTE AO Supremo", pessoal? Engoliram o verbo?

Falando da língua, não da cretinice, um reajuste CONCEDIDO AO STF, tudo bem. Mas ninguém "reajusta AO" nada. O governo pode reajustar orçamentos, salários etc. AO, nunquinha!

É como o "massacre A uma sinagoga", que o atento amigo só leu no Globo ao voltar de viagem.

Houve massacre EM uma sinagoga, massacraram (ou chacinaram) pessoas, sem preposição — e sem a "informação" armas "manuais", por favor. Ou há armas que são disparadas com os pés?

O amigo — que acha queriam dizer "armas curtas", mas desconhecem o termo — encontrou o Português massacrado em outra matéria do jornal, na qual "comentaram sobre".

COMENTAMOS ESTE ERRO à exaustão. Ele, a assídua colaboradora e eu perdemos a conta de quantas vezes nos DEBRUÇAMOS SOBRE essa invencionice do jornalismo infantil.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

As colaborações florescem

Por um lado, é muito triste ver a nossa pobre língua ser tratada com total descaso na tal da mídia. Por outro, fico feliz de ter cada vez mais colaboradores, ajudando a rechear este blog.

A colega que trabalhou no JB em seus tempos de glória me marcou na página dessa casa de decoração paulistana, que, pelos comentários postados, tem preços bem salgados.

Compra quem quer, compra quem pode, mas NINGUÉM "anfitria" no Brasil!

O pessoal do marketing da loja delirou.

De onde brotou esse "anfitriar"?!? Será coisa de quem morou muito tempo nos EUA, onde qualquer palavra pode dar origem a um verbo assim, sem mais?

Eu já achei uma certa forçação de barra essa história de "florescer a mesa", acho que FLORIR fica melhor na frase.

Posso florir minha casa pra receber os amigos. "Anfitriar", jamais.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Qual é a justificativa?

Hoje, a assídua colaboradora inovou e me mandou manchetes do Dia online.

Na maior e mais surpreendente, a "PM JUSTIFICA reunião de chefes do tráfico" (sic + um monte de exclamações).

Ou seja, a Polícia Militar argumentou a favor dos criminosos, deu razões válidas para o comportamento dos bandidos e legitimou o encontro dos traficantes.

Jura que foi isso mesmo, garotada? Porque é o que está escrito aí.

Perto desse absurdo, a sra. "Árvore" (com maiúscula e tudo) "fora do Natal" é só uma frase feiosinha, coitada, mesmo com o bendito "após". E, pelas minhas contas, foram três Natais SEM a árvore da Lagoa (não é melhor esta construção?): 2015, 2016 e 2017.

Estão pensando que O Globo escapou da pescaria? Que nada!

Na Economia, tem "à reboque", com uma baita crase antes do masculino — que vem A REBOQUE, porque não está À TOA.

A mesma coluna insiste no "erro estratégico" — um contrassenso inimaginável, pois estratégia implica eficácia. Pode haver, sim, um erro DE estratégia, em que esta foi mal calculada.

E tem matéria dizendo que "o dólar SE valorizou", pode?

A amiga acha que a moeda americana anda fazendo psicanálise e aprendendo a se dar mais valor.

Que tal os colegas da editoria levarem o idioma pátrio pro divã?

sábado, 3 de novembro de 2018

Foi feito, trazido e chegado


A amiga de longa data ligou a TV no canal GNT e ouviu a apresentadora do programa de beleza perguntar:

"Você está feliz de ter chego até aqui?"

Ela ainda nem tinha se recuperado do golpe e o entrevistado respondeu:

"Ter chego aqui foi (...)".

Fiquei curiosa. Que língua se falava na casa dessas pessoas enquanto elas cresciam? Que idioma os dois (não) aprenderam na escola?

Minha amiga diz que tem percebido um aumento absurdo de particípio inexistente, do tipo "se soubesse que ia esfriar, eu tinha 'trago' um casaco". Se está na televisão, deve estar certo, não é?

Não, minha gente. Infelizmente, não é assim que funciona.

E o particípio IRREGULAR, como diz o nome, foge à regra. Ou seja, é raro, OK?

São poucos os verbos que têm duas formas de particípio, como PAGAR, por exemplo: o boleto foi PAGO; eu já tinha PAGADO o boleto.

O que tem de bobagem sendo dita e escrita por aí é um espanto!

Um caso de perda total


A concordância anda mesmo em baixa.

Vejam essas do Ancelmo Sempre Ele Gois, como escreveu a assídua colaboradora (mui pertinentemente, devo acrescentar).

Começa com um "completou-se dois meses" — COMPLETARAM-SE, não é, galera? São DOIS!

E continua com um "políticos parecem que perderam" — oi?!?

PARECE que os jornalistas, assim como os políticos, perderam o prumo.

Traduções que são uma piada

Decidi fuçar o cardápio do Fox Premium, cujo sinal foi aberto pela Net neste fim de semana.

Comecei pelas séries e não consegui ir muito adiante, às gargalhadas com as besteiras das sinopses.

Há "planos que Fulana planejou", "Beltrana (tida como interesseira) veio de razões muito humildes"...

Cadê a razão? Cadê o sentido?

O canal tem "raízes tão humildes" que não conseguiu incluir no "planejamento" nada melhorzinho do que um robô tradutor?

PS: a Net mentiu. O sinal não está aberto coisíssima nenhuma. Tentei experimentar "Medici", porque achei estranho o áudio constar como "Espanhol", e apareceu um valor na tela. É pagar ou largar. Fiquei com a segunda opção.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Vaidade e detalhe sem tamanho

Alguma dúvida quanto ao pavão nada misterioso do judiciário? Eu não tinha.

Só não sabia que aquele moço com ares de galã de novela venezuelana é ruim de Português, como comprova a íntegra da nota que o G1 reproduziu e uma amiga querida me enviou.

Ele cai na esparrela do "após" e do "seguir" com o sentido de "continuar"; esquece vírgula e acento; usa "honrado" onde "honroso" cairia melhor, pra não parecer muito cheio de si; e erra concordância.

"A perspectiva levaram-me", senhor juiz?

Além disso, a gente aprendia na escola, cedinho, que informações e detalhes não vêm em tamanho P, M, G, GG...

Os segundos são minudências, coisas sem muita importância

Dê apenas mais ou menos detalhes — e sem tanta escorregada, por favor.

PS: só agora reparei que falta o "R" em "perspectiva" e tem muito plural em "riscos de retrocessos". A cada olhada, um erro a mais.