domingo, 28 de agosto de 2016

Muito erro em pouco espaço

Por causa da nota abaixo, acabei dando uma folheada no Ela, só pra encontrar, em matéria com a modelo Lea T., dois erros feios de regência numa pequeníssima frase:

"(...) Agora todo mundo lhe procura, lhe ama (..)". (sic)

De onde tiraram isso?

Cadê o copidesque? Cadê o dicionário?

AMAR é transitivo DIRETO, gente!

Ele a amava, ela ama isso e aquilo...

E PROCURAR só é indireto quando procuramos alguma coisa PARA uma pessoa, ou quando alguém lhe informa que procuraram POR você.

Então, vamos lá, escrever cem vezes no quadro: "agora todo mundo A procura, A ama..."

É um 'agarramento' só!


A amiga revisora foi quem me chamou a atenção para o erro do caderno Ela de ontem.

Está destacado em título e dentro da matéria: "co-autora".

Infelizmente, colegas da velha guarda, o (des)Acordo Ortográfico mandou o hífen pro espaço.

O prefixo "CO" fica agarradinho em tudo, OK?

Não só em "coautora", como em "coerdeiro", "coabitante", "corresponsável" etc. etc.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

O alto preço da falta de revisor

Encontrei no Facebook uma postagem do G1 que me pareceu interessante — "Estrangeiros perguntam: por que os que não vestem verde e amarelo parecem mais brasileiros?", dizia a chamada.

O texto ia bem até que eu bati na frase:

"E destaquei, também, o preço dos ingressos estavam caros".

Além da falta de uma preposição fundamental ("destaquei QUE") e do baita erro de concordância ("o preço estavam"), é duro ver que uma pessoa com qualificações como colunista de Cultura, mestre em Letras, jornalista e escritor não sabe que preços NÃO SÃO caros.

PREÇOS SÃO ALTOS (ou baixos); PRODUTOS SÃO CAROS (ou baratos, claro). Deu pra entender?

A 'campeã mulher'



A coisa vai mal também no Estadão online, a julgar por esta manchete que recebi:

"Japonesa iguala Phelps e é a primeira tetracampeã mulher da história dos Jogos".

O remetente, com razão, estranhou:

"Tem campeã homem?", ele pergunta.

Mesmo que a pessoa mude de sexo, o que interessa é como ela se identifica — e, que eu saiba, os Jogos ainda não são inclusivos a ponto de admitir outros gêneros além de homem e mulher.

Pra completar: na nossa sociedade machista, alguém já viu jornal destacar "campeão homem"???

Construção canhestra

O Globo online diz que, por falta de verba, os russos não participarão das Paraolimpíadas.

E completa:

"Todos os atletas não poderão vir ao Rio de Janeiro".

Eta frasezinha mal escrita, hein?

Mostra que estão sem recursos, também, no jornal, em cuja redação faltam revisores, editores etc.

PS: quem achou a pérola foi a assídua colaboradora e, apesar da repetição incessante (só aí na "home" tem três), aviso que continuarei grafando corretamente os Jogos PARAOLÍMPICOS.

domingo, 21 de agosto de 2016

Faça do seis meia dúzia



Agora eu tive que rir!

Vejam só o subtítulo que encontrei no caderno Morar Bem:


"Faça da rotina um hábito".

Que tal? Merece medalha de ouro de prática de pleonasmo?

Desfez-se e... sumiu?!?

As belas fotos atraíram meu olhar para "Um francês da pajelança", na revista dominical do Globo.

Em destaque, na primeira página da matéria, está o trecho:

"(...) É um imaginário de um ser puro que mora na floresta, que eu mesmo demorei dez anos para me desfazer".

Como a frase não termina — ele levou uma década para se desfazer de quê? Ou ele se desfez e virou... sei lá o quê? —, fui buscá-la dentro do texto, pensando que o editor havia pinçado uma parte e deixado o complemento para trás.

Que nada! O erro está lá, igualzinho (e eu ainda impliquei com o tal de "é um imaginário"...)

Sugestões:

"É uma ideia universal (...) DA QUAL demorei dez anos para me desfazer".

"Eu mesmo demorei dez anos para me desfazer DESSA ideia de um ser puro (...) que está no nosso imaginário".

várias outras possibilidades.

sábado, 20 de agosto de 2016

Para acabar sem 'briga'

O SporTV acaba de postar:

"Poliana justifica erro de francesa ao cansaço: 'Não consegue pensar', Brasileira diz que Kiko Menezes, da TV Globo, foi quem lhe deu a informação da desclassificação de Aurelie Muller por puxa Rachele Bruni, na disputa pela prata."

Entendo perfeitamente a falta do "R" em "por puxa" ("puxar"), um erro de digitação certamente provocado pela pressa.

Mas "justifica AO"?!?

Acho que o redator queria dizer 'ATRIBUI AO cansaço".

Aproveito para pedir aos colegas dos 16 canais da rede esportiva: decidam de uma vez como chamar a pátria dos bielo-russos.

As Olimpíadas estão acabando e tem locutor e comentarista "brigando" horas com "Belarús" pra cá, "Belárus" pra lá.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Evite modinha. Seja original

Nem sempre as frases estão erradas, mas, quando recheadas de modismos (ou pragas), ficam um horror.

Eu quase aplaudo quando um colega escreve "por causa", porque não aguento mais a maldita "conta".

E a "datação" dos fatos?

Folheie O Globo de hoje, por exemplo, e veja quantos "durante" e "após" isso ou aquilo você encontra.

Só na página 27, em destaque, há "Após perder família (...)" e "Foto após resgate de menino (...)" (que tal "Foto de menino resgatado"? Simples, não?)

Ontem a coisa chegou ao ponto de fazer o atento amigo desligar a televisão, irado.

A repórter da Rede TV começou a relembrar detalhes de um assalto a uma firma de segurança em Santos e me saiu com um "(...) Durante a ocasião, (...)". Foi a gota d'água!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Desaprenderam o idioma?

O atento amigo acaba de confirmar: estão deturpando completamente o Português e criando um idioma troncho, à base de tradução canhestra do Inglês.

Só isto justifica o que ele ouviu da apresentadora do programa "Entre aspas", na Globo News.

A primeira foi "(...) essa ideia reinforça a afirmação (...)"; a segunda, "(...) muitos comentadores disseram (...)".

Cara colega, "reinforce", na nossa língua, é REFORÇAR e, embora exista a palavra "comentador", aqui costumamos chamar "commentators" de COMENTARISTAS, OK?

Tropeções nas Letras

Não são só os locutores e comentaristas que estão cometendo "crimes hediondos" contra a língua ao longo das Olimpíadas: diariamente, tem colega fazendo acrobacia pra enfiar preposição onde não deve.

Hoje, um amigo pegou no Globo este título:
"Multas por dirigir AO celular crescem 113% no Rio".

Eu recebi esta manchete do Comunique-se:

"Repórteres Sem Fronteiras quer chamar atenção À violência contra jornalistas no Brasil".

E o atento amigo — que também não aguenta mais o corretor do Word pondo crase onde não há — desistiu de ler um release que, logo no primeiro parágrafo, tinha isto:

"No evento ÀS crianças, funcionários e direção estarão presentes".

Fazendo um esforço, a gente releva a primeira e subentende um "FALANDO" ao celular.

Nos outros casos, não tem jeito: você pode chamar a atenção PARA alguma coisa e fazer festa (ou evento, como eles preferem) PARA as crianças (ou pra quem quiser). E é só.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Para 'O Globo', 2011 não acabou

No jornalismo, aprendemos (ou, pelo menos, aprendíamos) a dispensar informações desnecessárias, a enxugar o texto e evitar encheção de linguiça, nariz de cera etc.

Pois, além de desnecessária, chega a ser risível a "informação" deste subtítulo de matéria do Segundo Caderno de hoje:

"Após morte na primeira temporada de 'Game of thrones', Sean Bean volta à TV como detetive em 'Crônica de Frankenstein'."

Vítima da praga do "após calipso", a tal morte ocorreu em 2011, galera!

De lá pra cá, o ator fez uns dez filmes, pôs sua voz em muitos games e animações e protagonizou várias outras séries, como "Legends", que teve duas temporadas.

Só muita falta do que escrever explica a lembrança velhíssima (e desconexa) em destaque.

Não se combate o clima

Foi também o atento amigo que me chamou a atenção para o ridículo título do Globo de anteontem que mencionava uma "rede de combate às mudanças climáticas", ideia idiota que o jornal tem repetido à exaustão.

Ele e eu concordamos que é uma guerra perdida. Dou-lhe a palavra:

"Você pode, e deve, combater as CAUSAS das mudanças climáticas (desmatamento, queima de carbono, poluição etc. etc.). Os ambientalistas usam palavra mais sábia, resiliência, que significa ADAPTAR-SE às mudanças climáticas (sem deixar de atacar suas causas)."

Já estamos imaginando nossos governantes chamando Exército e Aeronáutica para sair atrás do responsável por uma seca prolongada, um tornado ou coisa do gênero, e enfrentá-lo em combate.

Vergonha na TV, no jornal...


De que cabeça estropiada saem títulos com absurdos como os inexistentes "Planos A credores (...)" e "Relações Exteriores suspende passaporte diplomático A pastor (...)"?

Que diabos são planos "a" credores e suspender "a"?

Não bastasse isso, também tem anúncio com "(...) de (tanto) À (tanto) de agosto", com uma baita crase —  e esta é patrocinada pelo Ministério da Cultura!!!

As vergonhas acima foram encontradas pelo atento amigo.

Eu tenho ouvido tanta besteira no SporTV e na ESPN que estou em estado de choque e mal consigo ler o jornal.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Bate o sino pequenino...


Caramba, HBO!

"Cininho" com "C" na sinopse do filme "Peter Pan"?!?

Dói mais do que sino falso de igreja e (ressaca de) uísque idem!

domingo, 7 de agosto de 2016

Propondo mudanças urgentes!


Alguém sabe dizer quando foi que "reprise" (ou coisa que o valha) virou "recuperação de imagem"?

A novidade está em todos os canais "olímpicos"!

Aproveito para informar aos comentaristas de ginástica artística da rede gigante SporTV (ô equipe matraca!) que "a série que ela estava se PROPUSENDO a fazer" é a...

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Apoteose é pouco pro Rio!

Até o cansativo discurso do nosso representante no COI (quando dei esta pausa e vim ao computador), ia tudo bem na festa de abertura dos Jogos.

Houve um deslize aqui, outro ali no desenvolvimento do enredo, mas nada grave.

Aí, encontro as próximas atrações, em postagem da assídua colaboradora no Facebook.

Ela descobriu que vamos ter ainda uma "grande apoteose" — uau! Alguém já viu APOTEOSE pequenininha?!?

E eu gostaria de lembrar ao pessoal da prefeitura que o plural correto é mestres-salas, tá?

Agora, com licença. Vou voltar à TV, tentando digerir, também, "pela primeira vez, de uma só vez". Ô frase feia, sô!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Peça com carinho

Mais uma moda equivocada do Globo, que Gente Boba adora: o inexistente "pedir para que", que o atento amigo encontrou hoje duas vezes na mesma nota da coluna.

Peça qualquer coisa, repórter. Peça aumento salarial, peça pelos colegas...

Pedir "para que" isso ou aquilo é que não dá, porque não há.

Consultem dicionários antes de inventar e propagar bobagens, por favor.

Não ajudem a deseducar os leitores!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Deu a louca na Geografia!

Um amigo encontrou o absurdo aí da foto na página 8 do Globo e me enviou, com a pergunta:

"Vale erro de Geografia?"

Bom, este blog é dedicado a erros de Português cometidos por profissionais do texto, mas, como estamos em época de Olimpíadas, recebendo o mundo no Rio, é bom lembrar aos jornalistas: pesquisem antes de deslocar países de um continente para outro.

O Principado de Andorra fica na Europa, entre França e Espanha, e não tem nada a ver com a América Central.

Nesta, aliás, fica Antígua e Barbuda, chamada de "Antígua e Barbudos" na Globonews, dia desses.

Os colegas ficam "lavando jato" com a Odebrecht e viajam! Eu, hein?!

PS: no parágrafo abaixo, o certo é "a maior parte deles RELACIONADA", OK? Substantivo feminino concorda com complemento idem.