sábado, 30 de novembro de 2019

Erros plurais e batidos


Caros colegas, bater na mesma tecla todo dia não tem a menor graça — e eu gosto de manter um mínimo de bom humor neste blog.

Cansei de COMENTAR OS mesmos erros — pois é, nós NÃO COMENTAMOS "sobre". Se vocês estudassem regência, saberiam.

A assídua colaboradora CONTINUA tropeçando na mesma bobajada — CONTINUA, perceberam? Não "segue" pra lugar algum — como ocorre com a garotada que não tem interesse em aprender o idioma pátrio e seus textos cheios de volteio e vazios de conteúdo.

Jornalista não é operador de telemarketing.

Deixem a fala empolada e boba para os profissionais que são obrigados a decorar manuais mal traduzidos.

FAÇAM matérias enxutas — não "realizem" ou "pratiquem".

E não "pluralizem" demais — hoje a amiga pegou um "praticar extorsões" de doer a vista.

Antes que eu me esqueça, também não ressuscitem uma besteira horrorosa que eu julgava morta e enterrada: o excesso de preposição em "dar à luz um filho".

Sim, crianças, parto é isso: o bebê sai do escurinho PARA A LUZ, entenderam?

Na dúvida, consultem o dicionário (ou o adulto letrado) mais próximo.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Sabe o que é 'desaguar'?

A querida amiga me enviou mais um absurdo do Globo:

"(...) O Ibama recolheu 143 animais que desaguaram nas praias, dos quais 102 (...)".

Esqueça o "já-já" (que na minha infância era um picolé de coco) e veja a ilustração para entender o que é "um animal desaguando".

No mar, desaguam os rios. Ficou claro?

Bom, não dá mesmo pra esperar muito de editores que desconhecem a diferença entre "envolvido" e "envolto".

Há quatro dias, em matéria (horrorosamente escrita) sobre o canabidiol, a mesma amiga encontrou uma mulher "envolta há meses no processo" de liberação de um medicamento que contém a substância. 

Caramba! Embrulharam a moça na papelada?!?

Novos países e objetos que andam

Peço desculpas à assídua colaboradora e outras pessoas que me enviaram bobagens perpetradas na imprensa enquanto eu estava em Minas (ou me recuperando do resfriado chato que arrumei, não sei se lá ou cá), mas as duas que o atento amigo enviou ontem vão passar na frente.

Como se não bastasse o desconhecimento do Português, descobrimos que os colegas não estudaram Geografia.

Ou Nova York proclamou independência e virou país enquanto eu comia feijão tropeiro em BH?

No caderno de turismo, outra descoberta sensacional, descrita assim pelo amigo:

"Acharam uma surpreendente luminária de rua que se move. Provavelmente pra iluminar lugares sem luminária..."

Ele tem ainda uma pergunta, pra lá de pertinente:

"Onde estão arranjando óleo de baleia pra mover essas luminárias?"

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Coisas muito estranhas

Pois é. "Foi assim..."

O Vírtua agora é da Claro e desvirtuou de vez.

Por CAUSA dele (ou da sua falta), estava impossibilitada de postar essas duas "gracinhas" do Globo enviadas pela assídua colaboradora.

Uma, do "Sempre Ele", está aqui desde ontem, quando a amiga ESTRANHOU A frase:

"(...) estranhou que ele não disse (...)".

Também ESTRANHEI esse "que" aí.

Por que a moça não "ESTRANHOU O silêncio" do poeta?

TALVEZ o "que ele etc." NÃO TENHA SIDO a melhor escolha, não é mesmo?

Infelizmente, as coisas tendem a piorar, pois o jornal promoveu mais uma demissão em massa (passaralho, pros íntimos).

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Proliferam as barbaridades

Caros colegas do Globo, a assídua colaboradora mandou o horror que era ontem essa matéria aí no online e vejam o título que ela hoje ganhou no impresso.

Assim não dá! "Se" proliferam, editores? PROLIFERAR é verbo intransitivo.

Erros PROLIFERAM na imprensa. Bobagens têm ótimas condições para PROLIFERAR onde falta o ensino do idioma.

E os infantes ainda copiam o Facebook, que, iletrado em Português, diz que "alguém comentou sobre isso ou aquilo".

Ontem tinha destaque no jornal: o roto falou do esfarrapado, mas preferiram usar a regência estropiada "comentou sobre".

Samba do editor bêbado

Essa coisa aí do Globo é tão horrível que eu recebi de um leitor e da assídua colaboradora.

Segundo o editor, a mulher tomou um trago e disse que o irmão foi envenenado.

Uau! Que título, senhoras e senhores!

Será que o cara foi morto por uma das "vítimas fatais"?

Ah, essas vítimas assassinas... São um perigo!

domingo, 17 de novembro de 2019

Onde estou e para onde quero voltar


Estou desde ontem pensando numa alternativa para esse "título esquisito", na definição da assídua colaboradora.

"Dar para quem se tem vontade" é mesmo uma má escolha.

A gente entende a ideia, mas ficou ruim. Aceito sugestões.

Empaquei também no texto, que tem coisas como "Leila segue (...)" — segue pra onde, se morreu? — e o jargão, inaceitável em texto jornalístico:

"Mas o lugar de onde Leila fala não é para todas".

Que lugar é esse? Sua casa? Os bastidores das novelas da Globo ou do musical "Tem banana na banda"? Os sets de filmagem?

Se querem ser informativos de verdade, perguntem aos leitores, especialmente os mais velhos, o que eles entendem por essa frase de muitos sentidos: "o lugar de onde alguém está falando".

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Sobre um pleonasmo

Dia desses, o leitor de Mato Grosso viu que eu usei "SOER" sem "ACONTECER" e, gentil e privadamente, me perguntou se a construção não estava errada (ou incompleta).

Como acabei de responder a um amigo com o verbo, aproveito pra explicar abertamente o que já havia explicado em mensagem particular.

Acho que a imagem diz tudo, não?

Se SOER é ACONTECER COM FREQUÊNCIA, pôr os dois verbos juntos constitui um pleonasmo. Ficou claro?

Assassinato pra todo lado


Crianças, não basta a violência noticiada? Tem que assassinar o Português também?

O que vem a ser esse "após durante" encontrado pelo fiel leitor mineiro?

E a "poesia" que a assídua colaboradora encontrou no Globo, em tradução de matéria do Independent sobre os 25 anos de "Entrevista com o vampiro"?

"(...) o tristonho Brad percorria o Bairro Francês durante o dia em sua moto, absorvendo os raios pantanosos da Louisiana".

"Raios pantanosos"?!? Isso não existe nem no "Monstro da Lagoa Negra", garotada!

Se ainda tiverem estômago para mais horrores, leiam um trem do G1 que uma querida amiga mandou pra mim. (clique aqui)

Tem "utilizou vermelho" (ai!), "utilizou a roupa" (ui!)... Enfim, é um espanto!

Ninguém mais sabe USAR ou VESTIR nada?

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Excessos do 'Estadão'

Não costumo comentar esse tipo de erro, mas o achado do colega radialista é duro de engolir.

Está no caderno automobilístico do Estadão: "excessões".

Ele tinha encontrado repetição no texto. Se alguém se animar a procurar, pode clicar aqui.

Crianças, não cometam EXCESSOS. Esta regra não tem EXCEÇÃO!

Quem sabe agora vai?

A Net virou Claro de vez, mas ainda usa impressos com o nome da velha empresa.

Tenho reclamado constantemente do péssimo serviço e me lembrei que tinha visto aviso de manutenção.

Fui conferir no elevador: vai ser na quarta-feira.

E eu nem soube que a minha compreensão havia sido consultada a respeito.

Mas tem um agradecimento a ela aí. Então...

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Skindô, skindô....

Vocês ficam brincando que já é "Natal na loja Tal"?

Sabem nada, nocentes. Já é carnaval no G1, ziriguidum, oba!

A amiga de Brasília viu essa coisa no Facebook e me marcou na postagem

Esqueçam o "após" ridículo, vistam a fantasia — como o historiador — e me expliquem o enredo, porque está difícil "evoluir" com isso aí.

Evitar, pedir e aquele trem

A regência estropiada "evitar holofotes a (quem quer que seja)" é tão horrorosa (pra quem sabe Português) que eu recebi o recorte de duas fontes: a assídua colaboradora e o atento amigo.

Ele ainda viu mais um colunista aderir à ridícula moda do "pedir para que".

Peço A todos UM favor: procurem nos bons dicionários e me contem se encontraram esse "para que" qualquer coisa. Duvido que achem — e o "jardim" do verbete é florido, viu?

Ela descobriu o que não podia faltar: um "após" absolutamente imbecil.

Colegas, todo mundo morre de alguma coisa, não é? As causas podem ser naturais ou não, mas existem.

Então, parem de dizer que Fulano morreu "depois" disso ou "após" aquilo, porque esse tatibitate já encheu. Amadureçam, crianças!

O leitor agradece. O jornalismo, idem.

Que profissão é essa?

Peço desculpas a quem me mandou recortes hoje: o do atento amigo, enviado sexta à noite, vai passar na frente.

E a nota será breve, porque estou ritmo de descanso dominical — e o sinal da Claro, idem.

Em primeiro lugar, gostaríamos de entender o subtítulo:

"Investigadores e saíram dez minutos depois"?!? Assim? Ponto final?

Melhor ainda foi a "criatividade" que gerou o "profissional da guarita".

Não conseguiram pensar em nada menos estrambótico para não repetir a palavra "porteiro"? Caramba!

sábado, 9 de novembro de 2019

A maneira como fazem os textos






Recebi da assídua colaboradora, está no Globo de hoje e eu não vou me estender muito, porque hoje é sábado.

Por favor, não usem QUE quando falarem da forma COMO uma coisa foi feita.

Cabe na locução DE FORMA QUE — ou DE MODO QUE —, mas não cabe na explicação do jeitinho de se fazer qualquer coisa.

Façam a pergunta:

COMO SE DEU a liberdade?

Agora tentem usar o "QUE".

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Quer que eu entenda? Jura?

Como comentei há pouco, está difícil acompanhar o ritmo.

Leiam o título do Globo e... Eles ainda querem que a gente ENTENDA! (faço minha a expressão da foto.)

A assídua colaboradora encontrou isso e muito mais. O leitor de Minas, idem.

Tem pedido de liberdade "a" Fulano — é PARA, colegas! As crianças nunca ouviram falar da peça e do filme "LIBERDADE PARA AS BORBOLETAS"? Procurem.

Tem "democracia sob risco" — alguém sabe quem rabiscou em cima e deixou a pobrezinha embaixo da garatuja?

Tem título da Folha com exagero de "sobre" —  "(...) diz Ministro, sobre falta de questões sobre a ditadura" — e título do R7 com excesso do já excessivo "após" — "Após 580 dias preso, Lula pode ser solto após decisão do STF".

Nem sei mais o que comentar a respeito dessas bobagens. Viraram rotina. Na imprensa e aqui.

No Jardim Pequeno Jornalista

Recebi coisas "lindas" da assídua colaboradora e do atento amigo, encontradas no Globo.

Seguem duas amostras do tatibitate dos praticantes do Novíssimo Jornalismo.

Tal qual crianças, eles não descobriram ainda como usar os pronomes — e tascam um horroroso "denunciou ele" na frase — e se encantam quando aprendem um verbo novo.

Se não é isso, por que abusam dos polissilábicos, geralmente não adequados ao contexto?

"Realizar depoimentos", pessoas?! Qual é o problema de "dar", "tomar", "prestar" etc. etc. etc.? Acham feio? 

PS: tem mais, muito mais. Está difícil acompanhar o ritmo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Agraciada com a nictofilia

Antes de ir pra caminha, mais uma do Globo de quarta-feira.

Foi enviada pela assídua colaboradora, que estranhou a regência "agraciados pela paisagem".

A escolha do adjetivo "agraciado" já é esquisita, porque ele costuma ser usado em relação a pena, indulto, condecoração, título honorífico — COM os quais pessoas são agraciadas.

Indo pro finzinho do recorte, uma dúvida: o Volp não registra "altinha" ou "altinho" e parece que as duas formas são comuns na imprensa e na linguagem popular.

Mas quando a preferem "altinha", a palavra continua sendo masculina, "o tradicional altinha"?

Cartas para a "redação", por favor. Boa noite.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Os seres com poder


O atento amigo encontrou isso aí no Globo e me enviou com o título:

"Podendo serem?"

É no que dá fazer frases longas.

O autor do texto começa bonitinho, com um "possam ser", e tasca em seguida um "podendo serem" (ui!).

Só li esse trechinho e espero que o colega que escreveu a matéria explique, em algum momento, o que são os "entes" no jargão da Petrobras.

Afinal, para a maioria dos mortais, ente é o que existe, é um ser qualquer — fantástico, querido, supremo, imaginário etc. etc., provavelmente sem acesso aos "recursos da companhia".

PS: pra quem gosta que eu dê sugestões, que tal botar um ponto depois de "petróleo" e começar outra frase com "Até 70% dos royalties poderão ser transferidos (...)"?

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Hífen em 'on-line'


Por favor, desconsiderem todos os meus "online".

O Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) registrou a grafia "on-line", com hífen, mas é tarefa hercúlea buscar e corrigir todos que escrevi neste blog sem ele.

Grata pela compreensão.

Que língua falam na ESPN?

Quando eu saí de casa, por volta de uma da tarde, essa coisa esquisita da ESPN já tinha sido enviada pra mim pelo fiel leitor mineiro — e eu achei que não tinha entendido porque estava com pressa.

Voltei e o trem continuava à minha espera no site da emissora, do mesmo jeitinho incompreensível  — e eu culpei o calorão que peguei na rua etc. etc.

Agora, passando um tiquinho da meia-noite, já descansada, fiz nova tentativa e... desisti.

Esqueçam a chamada "crase machadiana" ("até à") que eu detesto e não uso, mas ainda tem defensores.

Preciso de tradutor para "Adidas e não para parceira Nike", inexplicável mesmo para quem conhece a negociação que se esconde atrás do enigma.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Rapidíssima do 'Globo'

O que vem a ser essa regência inventada pelo Globo?

A chamada apareceu na tela do meu computador, dia desses.

Ainda não digeri esse "gerar a". Então, divido "o fardo" com vocês.

De volta ao sábado



Rapidíssima de Finados, enviada pela assídua colaboradora.

"Alvo de devoção" é forte. Seguido de "alvo de preconceito", fica pior ainda.

Afinal, o que queriam dizer os indecisos colegas da Folha

Domitila é "centro de interesse", "algo a ser alcançado" ou um "objetivo físico visado para destruição parcial ou total"?

sábado, 2 de novembro de 2019

Respeitem a família do morto

O colega que também é músico me enviou esse trecho aí da matéria do G1 — e já estou até com medo de ler o resto.

Eu ficaria com muita vergonha de usar a palavra CHOQUE — e ainda destacá-la com aspas, para dar um tom irônico — na notícia da morte de um jovem que foi ELETROCUTADO.

É de um mau gosto indesculpável!

Pra completar, crianças, recomendo aulas urgentes de regência e conto mais uma vez pra vocês: é OBRIGAÇÃO do jornalista corrigir a fala do entrevistado, especialmente num momento de dor e estupefação.

Se é "morte", é "fatal". 

Custava gastar um segundo e trocar por "brutal", "inesperada", "trágica"... Sei lá, qualquer coisa. É só pôr a cabeça para trabalhar.

Quando você vir, me conte



Em nome de Santo Aurélio, Santo Houaiss e demais protetores do idioma pátrio, peço aos jornalistas que aprendam a conjugar verbos, especialmente o bendito VER, no FUTURO DO SUBJUNTIVO.

O atento amigo encontrou essa besteira inadmissível na revista Superinteressante, cujo editor deve achar interessantíssimo ensinar erros de Português aos leitores.

Se a empresa (ou o que quer que seja) "só SERÁ saudável quando algo acontecer", significa que esse "algo" AINDA NÃO ACONTECEU, concordam?

Prestem atenção: SERÁ, no FUTURO do PRESENTE do INDICATIVO.

Só quando SE VIR livre do despreparo de seus profissionais o Jornalismo FICARÁ saudável outra vez.

PS: bom fim de semana PRA todos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Contra a própria profissão

Alô, G1, não faz isso comigo, não.

Eu quase tive um troço ao abrir a mensagem do amigo e ler esse negócio aí, da moça "enterrada após morrer antes" de alguma coisa.

Por um segundo, achei que ela tivesse sido enterrada viva — mas duvido que os colegas tenham lido Edgar Allan Poe.

É no que dá esse desrespeito com os mortos e com a Língua Portuguesa. É no que dá não saber escrever sem "após", "antes", "durante"....

Quando os editores vão reaprender o idioma pátrio e ressuscitar o Jornalismo, que parece morto e enterrado?

Hoje, também no G1 — e no Globo e em outros veículos do mesmo grupo —, a assídua colaboradora também achou essas "variações sobre o mesmo título":

"PF prende 8 em operação contra contrabandistas (...)"; "PF prende 8 em operação contra contrabando (...)"... e por aí vamos, descendo a ladeira.

Nem a Dra. Nise escapa



Enquanto isso, naquele jornal que se intitula o maior do país...

Desculpem a brincadeira. Tento fazer graça pra não chorar.

Vejam o que me enviou a assídua colaboradora.

Veio com comentário irônico, é claro:

"Pobre Nise. Revolucionou 'tratamentos mentais' e, em seguida, morreu."

Pois é, crianças. Leiam as bobagens antes de publicar.

Que "após" é esse "há 20 anos"?!? E por que inventaram esse plural?!?

Qual é a novidade?

O ex-colega de redação encontrou isso aí na revista Galileu e me enviou, intrigado.

Afinal, somos ambos do tempo em que todo "drive-in" era "a céu aberto".

E o que é "Espaço que fica em Interlagos" sem pontuação e "exibindo" as coisas assim, sem mais nem menos?

No dia em que fizerem um "drive-in indoor", me chamem, porque isso é notícia.