sábado, 26 de novembro de 2011

Vai que é tua, Zuenir!

Concordo em gênero, número e grau com a coluna de hoje do "Mestre Zu".


Relógio enlouquecido


Deu a louca no canal HBO!

Estão anunciando para "hoje à noite" o filme "Toy Story 3", começando às... "15h15"!

Nem fora do horário de verão dá para imaginar essa matinê infantil como sessão noturna.

'A maremota'

Quando as pessoas vão se convencer de que, usada em português, a palava tsunami é masculina? Hoje foi a vez de a correspondente da Globo em Nova York escorregar na onda, lendo um trecho de livro de Woody Allen.

Dicionários a postos, colegas:
tsunami/ [jap.] s.m. (c1897) vaga marinha volumosa, provocada por movimento de terra submarino ou erupção vulcânica etim jap. tsunami, de tsu 'porto, ancoradouro' + nami 'onda, mar'.

'Potpourri' de falhas

Numa folheada rápida pelo Segundo Caderno, bati o olho em três falhas:

1) hiperespiritualizado é horroroso, mas é assim mesmo, tudo junto (no texto do jornal, está separado);
2) a palavra francesa não é poutpourri, Gente Boa, é potpourri;
3) e o Rene Silva, do Complexo do Alemão, já avisou (até pelo Facebook) que o nome dele não tem acento.

Mulheres idealizadas


Leitura de “Traduzindo Hannah”, do brasileiro Ronaldo Wrobel, inspira releitura de “A mulher das maravilhas”, do italiano Alberto Bevilacqua. Cenários, época, personagens, linguagem, trama, tudo é diferente — mas um lembra o outro pela viagem de seus protagonistas em busca de uma misteriosa mulher. Tentando desvendar suas "esfinges", um sapateiro e um escritor fazem uma viagem para dentro e para fora de si mesmos — e confrontam-se com o próprio passado, reveem o presente e arriscam as fichas no futuro. Clique aqui para ler.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Muito barulho por nada

Podem me chamar de implicante, mas ando sem a menor paciência para textos que usam um monte de polissilábicas para dizer coisa alguma (e, talvez, tentar vender uma imagem de erudição).

Veja, por exemplo, este trecho da crítica da segunda animação em torno do lindo pinguinzinho sapateador, Happy Feet, publicada hoje no caderno Rio Show:

"Sobre o episódio inicial, prevalecia uma visão da predação mais magnética do que as paragens românticas da trama."

O caríssimo leitor entendeu?

Por que o inglês?

Essa não deu para entender. A matéria do "Hoje" a respeito de uma pesquisa com vestibulandos insistiu em usar o vocábulo inglês "stress", tanto na pronúncia afetada da repórter quanto na tela, com todas as letras.

Quer dizer, sem todas as letras, já que a palavra está aportuguesada e dicionarizada há muito tempo. Ou seja, dá para se ter estresse por aqui sem precisar importá-lo de outro país.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Chico Nelson e Leila Diniz

Éramos uma equipe formidável na Enciclopédia Encarta, da qual fazíamos parte, Chico e eu, quando ele nos deixou, cedo demais, em 1998.

Por um desses mistérios insondáveis, o esboço de um texto que ele escrevera a respeito de sua passagem pela casa de Leila Diniz — no período da clandestinidade forçada pela didatura militar no país — ficou com uma das amigas do grupo, que o reencontrou, dias atrás, numa gaveta.

No domingo, ela me entregou a preciosidade sem me dizer o que era. Assim que abri o envelope, reconheci a letra; em seguida, o teor daquelas quatro laudas envelhecidas.

Mas pulemos a parte emocional da história. Sigo o conselho de outra amiga presente no dia da entrega e publico aqui o texto, que, se não me engano, o Chico fez, a pedidos, para um documentário sobre Leila Diniz (acho que o depoimento seria lido por alguém). O rascunho está inacabado, mas é excelente exemplo de como se deve escrever.





 

sábado, 19 de novembro de 2011

Está certo, mas...

Pelas regras da nova reforma ortográfica, a palavra "suprassumo" está correta. Mas é tão feia que jamais deveria ser usada em títulos de jornal. Aliás, é horrorosa como as sandálias cor de abóbora que o caderno Ela diz ser moda na página seguinte. Ui!

Animação e decepção em série


Para quem gosta de seriados de TV, a alta temporada já começou. Mas nem tudo é motivo para comemoração em meio à tradicional enxurrada de estreias do período. Uma das boas surpresas é Ted Danson (foto) como novo chefe da equipe de "CSI". Clique aqui para saber mais.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

'Massacre' na Zona Sul

Vira e mexe circulam por aí e-mails recheados de placas com erros crassos de Português, a maioria com cara de trabalho de Photoshop ou foto tirada em beira de estrada.

Pois não é preciso se embrenhar pelo Brasil para ver o idioma ser massacrado em letreiros. Basta um pequeno giro por Copacabana, nas imediações do Posto 4.

Um dos erros mais recorrentes está nos restaurantes à quilo (argh!). Gente, antes de pesar os alimentos, dá para deixar essa crase indigesta de fora?

Vai comemorar onde?

Anúncio da loja Mercatto na TV diz que "você pode comemorar seu fim de ano aonde quiser".

Eu, pelo menos, não vou comemorar nada com Português errado. A Mercatto pode celebrar o que quiser, onde quiser. Mas aonde — ou para onde — ela vai com o mau uso do idioma, eu não sei.

Danilo Caymmi pop

Nos dias 19 e 20, às 19h, o cantor, músico e compositor apresenta seus grandes sucessos na Caxa Cultural do Rio, acompanhado do violão do maestro Muri Costa. Clique aqui para ler.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dúvida atroz com Lupi e Adair

O que é pior? Ver o lombrosiano ministro Lupi aos berros na televisão ou ouvir o empresário Adair Meira rebater suas declarações usando o plural majestático?

Futuro, passado e presente no palco

Não é de hoje que a mulher recorre a artifícios para ficar bela. Mas de que serve uma beleza escultural se a cabecinha for completamente oca? A perfeição poderia estar num ser artificial que aceitasse conteúdos (ou programas) diversos, quem sabe? Esta “viagem” do simbolista Villiers de L’isle-Adam — “A Eva futura”, de 1886 — fez viagem quase tão incrível até aportar em palcos brasileiros, em 2011. Clique aqui para ler.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Fora de foco na Globosat

Ligo a televisão e encontro um ator, ex-"Sob nova direção", comentando animadamente um filme (acho que era "Amanhã nunca mais"). Lá pras tantas, diz ele que uma das coisas interessantes da história é mostrar "profissões constantemente em perigo" — como a de motoboy, entre outras que me escapam.

É claro que o ator queria falar dos profissionais que arriscam a vida diariamente para pagar as contas no fim do mês, mas, no calor da entrevista, jogou o foco em trabalhos que não estão, até onde se sabe, em vias de extinção.

Mais fora de foco descobri que estava eu, que pensava ter sintonizado no Canal Brasil, mas via, na verdade, o Globosat HD — e este anunciava a divertida série canadense "Murdoch mysteries" naquela barrinha da Net. Ou seja, uma salada!

Como pode uma emissora paga ser uma miscelânea dessas? Quando os responsáveis por ela vão tomar vergonha e criar uma grade de programação para fazer um canal de verdade? Não há regras para o (mau) uso de sinal na TV por assinatura?

sábado, 12 de novembro de 2011

Dúvida em dose dupla

Duas dúvidas me assaltaram após a leitura do jornal de hoje. A primeira foi: afinal, caiu ou não caiu o hífen em não ficção e expressões afins?

A segunda veio com as expressões "alentada reportagem" — reforçada em seguida, em nota a respeito de matéria de transplante capilar — e "tropas aliadas" — em referência à invasão da Rocinha: serão os colegas que andam imbuídos de um certo "espírto Cazuza" ou serei eu a exagerada? 

A aventura de ler e caçar livros

Sobreviveu ao 11-11-11? O filmeco de mesmo nome (ou número) trouxe à lembrança coisa melhor: "O Clube Dumas", de Arturo Pérez-Reverte que virou filme pelas mãos de Roman Polanski — "O último portal", com bom elenco e muitas mudanças no roteiro — e, como convém ao autor homenageado, tem trama folhetinesca e cheia de reviravoltas.

O discutível herói é um caçador de livros raros, às voltas com duas tarefas: autenticar um original de "Os três mosqueteiros" e encontrar uma obra queimada pelo Santo Ofício e considerada demoníaca. Ilustrações quase idênticas, mas com pequenas discrepâncias, vão montando o quebra-cabeças para o leitor e o mercenário decifrarem o enigma.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Rio, transporte único

Elucubrações na plataforma do metrô — mais precisamente, na estação Botafogo, vindo do Centro e esperando "conexão" para Copacabana, logo ali.

O Rio deve ser a única cidade do mundo com transporte subterrâneo em que o usuário, em vez de fazer baldeação de uma ilnha para outra, para ir aos mais variados cantos do município e arredores, troca de trem para continuar na mesmíssima linha, no mesmo sentido, e avançar apenas umas duas ou três estações.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

No andar de baixo

Ancelmo Gois tanto reclama do abuso de expressões estrangeiras por aí e hoje, logo abaixo de sua coluna, uma das muitas matérias do Globo dedicadas ao traficante Nem traz em título e texto a praga do delivery, sem aspas ou itálico, como se se tratasse de vocábulo do nosso dioma.

Resta cobrar do colega sua tradicional indignação: "Delivery é o..."

Papéis trocados

Nunca é tarde para explicar — e, afinal, “O preço do amanhã” continua em cartaz. Diferentemente do que foi informado na crítica do Globo, Justin Timberlake e Cillian Murphy não são os protagonistas do filme.

O primeiro ocupa este posto, o segundo é seu antagonista — e, por mais que a considerem uma falha de escalação, Amanda Seyfried é a mocinha da história (ou protagonista feminina, como preferirem).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Net, um espanto até nos textos

A Net nos dá sustos frequentes — os piores, claro, quando nos deixa sem internet e temos que trabalhar e na hora de pagar a fatura. Outros chegam a ser risíveis de tão absurdos, como esta sinopse de um filme intitulado "Ninja assassino" (HBO):

"Treinado desde criança para ser um assassino letal, Raizo deu as costas ao clã Ozunu que o criou e que agora busca vingança por seus sanguinários assassinatos." (sic)

Entendeu alguma coisa? Nem eu! Ainda estou rindo com o "assassino letal"...

Viva o povo brasileiro

O logradouro (com o qual minha rua se confunde) é mínimo e tem nome desproporcional ao seu tamanho: Praça Vereador Rocha Leão.

O imóvel recém-reformado é pequeno e tem fachada ainda menor.

Então, deve ter pensado o proprietário (ou sua mulher, ou um operário da obra, sei lá), por que não simplificar as coisas?

Criatividade é isso aí....
(...e como bem lembrou meu filho, o endereço só é um risco para sonegadores.)


Uma hora acerta

Quem escreveu a matéria do novo sistema de bondes de Santa Teresa (hoje, no Globo) fez várias tentativas de acertar os ponteiros com a nova reforma ortográfica, sem sucesso.

Uma hora saiu micro-onibus (com hífen e sem acento); outra, microonibus (sem nenhum dos dois).

O certo agora, porém, é micro-ônibus, com tudo a que o usuário do idioma tem direito.

Plurais, mas não promíscuos

Hoje, logo no início do jornal de mesmo nome, a repórter de campo soltou um "tinha ganho" que bateu mal no ouvido.

Não custa lembrar que os verbos que aceitam diferentes formas de particípio passado são seletivos ao escolher os parceiros de cada uma elas.

Assim, ganho e ganhado, por exemplo, não vão com qualquer um. O primeiro "anda" com ser e estar; o segundo, com ter e haver.

O mesmo vale para limpo e limpado, gasto e gastado etc. etc. etc. Veja esta frase: "Ele disse que tinha limpado o chão, mas nem parece que foi limpo." Agora experimente o contrário e me diga se não soa estranho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Obra gráfica de Scliar em SP

Até 8 de janeiro do ano que vem, o público terá a oportunidade de ver o trabalho do artista na Caixa Cultural da Av. Paulista. Para o curador Marcus Lontra Costa, Carlos Scliar foi, entre muitas outras coisas, “um cidadão espetacular”; “um artista de vanguarda que deixou de lado esta imagem para ser o representante da consolidação do mercado de arte brasileiro”; e “integrante de uma geração que sabia a importância do que fazia, que tinha um projeto cultural para o Brasil e a ideia clara de que estava construindo o país”. Clique aqui para ler.

domingo, 6 de novembro de 2011

Fim de ano 'fake'

Se jornalistas, publicitários etc. etc. não conseguem evitar o uso de termos estrangeiros em seus textos, que pelo menos tomem o cuidado de escrevê-los sem erros.

Hoje, na "nova" revista do Globo (que só mudou, para pior, a qualidade do papel), o Portobello Resort (chique, não?) gastou duas páginas coloridas para anunciar, em letras garrafais (e mais de uma vez), seu "reveillon".

Só que a palavra francesa, já incorporada ao nosso vocabulário, tem acento: réveillon. Já que o Português não está na moda, que tal criar o hábito de consultar dicionários para grafar as palavras "gringas" direitinho?

PS: até pela reprodução do pequeno pedaço da publicidade, dá para ver como está ruim a impressão no novo papel.

sábado, 5 de novembro de 2011

Cuidado com a ordem

Frases longas costumam ser inimigas de quem escreve (a não ser que o redator em questão seja um Saramago, por exemplo).

No afã de dar, de uma só vez, todas as informações ao leitor, podem ocorrer coisas como um mês virar "lugar" ("em fevereiro, onde", quando o correto seria "em Berlim, onde"). Aconteceu na matéria de hoje do Segundo Caderno, a respeito do filme "Submarino", em trecho reproduzido aqui:


Pelo menos o texto usa o bem mais adequado "falar de" alguma coisa, do que o "falar sobre" encontrado em título da coluna Gente Boa. Será porque as moças estão "sobre" suas motos na fotografia?

Herança portuguesa, com certeza

Os escândalos políticos da vez e a doença do ex-presidente Lula suscitaram farto troca-troca de mensagens na internet e algumas conversas em torno do jeitinho brasileiro de ser. Com razão, criticaram-se as piadas de mau gosto. Também foram alvo de comentários na rede nossa velha falta de memória, o hábito de acender uma vela para Deus e outra para o Diabo e umas tantas coisas mais, a maioria pouco lisonjeira. Mas de onde vem o jogo de contura nacional e outras marcas brasleiras? Dois livros lançam luz sobre o tema. Clique aqui para ler.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Muso?!? A sério?!?

Perguntar não ofende: o Globo resolveu usar a sério "o muso", sem aspas ou itálico? Estava assim ontem na crítica de "A pele que habito", em referência à relação de Antonio Banderas com Pedro Almodóvar.

A continuar assim, a próxima palavra a ser adotada pelo jornal será "ídala".

Que saudade, pleonasmo!

Andava eu tão distraída, mais atenta a outras leituras que as diárias, que nem percebi minhas saudades do pleonasmo. Mas eis que ele hoje me atingiu em cheio em título garrafal do Segundo Caderno do Globo:

"Aos 90 anos, Zé Menezes faz show e planos para o futuro".

Parabéns ao artista e me desculpe o responsável pela tautologia, mas cabe aqui a pergunta: tem como alguém fazer planos para o passado?