sábado, 28 de dezembro de 2013

No espírito das Festas

Acabo de receber colaboração de uma amiga, que pescou a pérola no noticiário do UOL.

Diz o "primor" de título:

"Gugu mostra o filho e o helicóptero que ganhou da Record".

Puxa vida, pensei, que empresa generosa: dá até filhos para os funcionários...

Isso é que é incorporar de verdade o espírito do Natal!

domingo, 22 de dezembro de 2013

Feliz 2015!

Esta é curtinha.

Minha irmã encontrou no Globo de hoje e mandou com prova documental (postada aqui com a nota), juntamente com a pergunta:

"O seu colega é adivinho?"

Bem que andam dizendo que o tempo está passando cada vez mais depressa... Colou?

Que revista é essa?


Ia passar batido pela bobajada gigante que virou a Revista da TV do Globo, mas não resisto.

Uma amiga jornalista postou a respeito da péssima escolha que a equipe do suplemento fez, ao eleger a "mulher do ano" — e eu tenho que concordar (até porque desconheço a atriz).

Infelizmente, faz algum tempo que a revista parece estar sendo editada por menininhas de "high school" dos EUA ("cheerleaders", talvez?).

Na página "Seriais", que eu gostava de ler antes de ela virar um besteirol sem fim, hoje tinha até um título "Queríamos ser BFF" (sei lá de qual personagem).

BFF?!? Tá duro, viu?

Só mesmo mandando um BFF tamanho GG pra galera: Bora Falar Feito Gente Grande?

Afinal, o que aconteceu?

Pérola pescada por um amigo jornalista e publicada em sua página no Facebook, com a observação: "Isso é que é precisão".

Diz o incrível título:

"Acidente em SP
Tudo indica que o motorista do ônibus possa ter dormido
".

Está no Globo Online (pelo menos até que alguém com bom senso corrija).

Pequena dica para os queridos colegas: apurem todos os dados antes de escrever (e titular) a matéria.

Jornalista por temporada

Será que as redações estão contratando profissionais temporários em dezembro, por causa do Natal?

Ou criaram uma nova editoria só para essa época, nos moldes das já existentes, tais como Política, Internacional etc.?

Nunca tinha visto nada parecido, mas é o que se entende que está acontecendo pela nota da coluna do Ancelmo que diz:

"No almoço com os jornalistas de fim de ano (...)".

É a velha história: no Português, a ordem dos fatores altera o produto.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Quando vir o erro, corrija

Encontro, no Facebook, muitas postagens engraçadinhas, interessantes, mas...

Confesso que travo quando penso em compartilhar muitas delas, pois penso que estarei ajudando a propagar erros crassos de Português.

Agora mesmo, bati o olho numa coisa curiosa.

Porém, muito antes de achar o tal cavalo, encontrei esse horroroso "VER", quando o correto, aí, é o futuro "VIR".

Mais atenção, pessoal!

Colapso à portuguesa

Consulta aos amigos portugueses — ou que frequentam muito a terrinha: lá, o verbo "colapsar" tem sentido diferente do que o que ganhou por aqui?

Porque eu acabei de ler a postagem de um site lusitano intitulado "Telhado do Teatro Apollo, em Londres, colapsa".

Na matéria, lê-se, novamente:

"Testemunhas do ocorrido disseram à BBC que ouviram um som parecido a um estalido momentos antes de a cúpula do telhado colapsar sobre os espectadores sentados na plateia."

No Brasil, o verbete não inclui esse significado — e, nos bons tempos, o editor responsável podia ter um colapso ao ler a manchete.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sucessão de erros

Como pode uma empresa "que atua na área de assessoria estratégica de imprensa há mais de 25 anos" (como ela apregoa) anunciar o que reproduzo abaixo?

"A (...) estará em funcionamento de forma soft entre os dias, 24 de dezembro até o dia 05 de janeiro, voltando a operar à partir do dia 06 de janeiro normalmente." (sic)
A companhia também diz que é "de resultados" — e estes são péssimos, pelo menos no Português.

Vejamos:

1) O que são essas vírgulas antes e depois das datas?

2) O que é essa crase em "a partir"?

3) Ou o pessoal folga "de" tanto "a" tanto ou "entre" uma data "e" outra. "ENTRE OS DIAS 24 ATÉ O DIA 5" não dá, né?

4) Deixa pra lá. Melhor nem perguntar o que é um "funcionamento de forma soft".

domingo, 15 de dezembro de 2013

Pompa sem substância

Ontem, num programa em família, comentou-se o exagero de "toda toda", "toda boa" e "beija eu" — entre outras bobagens típicas do que chamamos de "velho babão" — na coluna do Ancelmo.

Pois foi lá que hoje encontrei coisa ainda pior: os "moradores em situação de rua".

Usar linguajar de ONG num jornal popular é dose.

E a expressão "politicamente correta" fala de "pessoas", imagino eu, não de "moradores" — pois, se tivessem onde morar, elas (ou eles) não seriam sem-teto.

Aproveito para sugerir a todos que têm mania (ou gana) de usar jargão e polissilábicas para dar a (falsa) ideia de erudição que leiam, também no Globo de hoje, o Elio Gaspari.

O texto "Natasha e Eremildo numa prova do Enade", do qual reproduzo acima o trecho inicial, é uma aula a respeito do tema.

PS: Madame Natasha é musa deste blog.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Quem aparece? Onde e como?

Demorei tanto para concluir a leitura (dinâmica) dos jornais velhos que me aguardavam aqui que só agora bati o olho numa nota da coluna Gente Boa do dia 8, com o estranho título de "Xixizaço em Ipanema".

Foto de Sally Mann, artista citada na nota
Curiosa, fui ao texto e nele encontrei mais uma prova de que não há mais ensino de regência nas escolas.

Referindo-se aos retratos da prole pelada que tornaram famosa uma fotógrafa americana, diz a frase final:

"Faz sucesso O QUE ELA APARECE fazendo xixi ao lado de duas filhas pequenas."

Que eu saiba, alguém aparece em algum lugar (apareceu ali, na festa, no jornal etc.) e/ou de alguma forma (sem roupa, por exemplo).

Cadê um revisor (ou editor) experiente para explicar que faz sucesso aquele (retrato) em que (ou no qual) a moça aparece?

Como preencher mal um espaço


"Primor" de "textículo" na página 12 do Globo de hoje, intitulado "Brasileira encontrada morta na Itália".

Pra começar, a moça foi achada "dentro de um centro de estética DA qual era proprietária" (seria ela a "dona da estética"?!).

Seu "corpo POSSUÍA lesões no cérebro" (o conjunto da obra é ruim, mas eu queria mesmo saber qual é o problema com o verbo "ter". Vai pro limbo juntamente com o pobre "continuar"?).

Meses antes, uma "OUTRA brasileira TAMBÉM foi achada morta", "grávida do dono da empresa para a qual trabalhava".

Pela lógica, ela teria conseguido a façanha de ter o próprio filho, ainda não nascido, como patrão.

Ou eu aprendi tudo errado, quando me contaram que um homem pode engravidar uma mulher, que, por sua vez, carrega um bebê — e não o pai da criança?

Acho que esse texto está grávido de más escolhas. Tudo em apenas um parágrafo, acreditem!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

De volta, lentamente

Andei longe da internet — e, consequentemente, deste blog — e ainda não botei em dia a leitura dos jornais, o sono, a vida em geral.

Enquanto não volto ao ritmo normal, encontro no Facebook um exemplo de postagem que me recuso a curtir por causa de um erro (ou mais) de Português.

Alguém me explica de onde saiu essa regência "ESCOLHER EM"?!?

Isso não existe, tá, pessoal?

Escolhe-se alguma coisa, escolhe-se entre uma coisa e outra... ESCOLHER EM? Jamais!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Desarranjo geral

Meu atento amigo, grande colaborador deste blog, recebeu hoje um release da Superintendência de Educação Ambiental da Uerj, com o seguinte título:

"ENTREGA DE KITS PARA ORIENTAR EVACUAÇÃO NA REGIÃO SERRANA".

Gente, o que é isso?!?

Não dava pra fazer uma frase melhorzinha, sem espaço para "confusões intestinas"?

Decifre, se puder

Enigma quase matemático:

Duas ambulâncias saem de uma garagem (talvez numa galáxia muito, muito distante) para pegar, "imediatamente", dois pacientes na Emergência de um hospital.

Horas depois, vem a informação de que uma ambulância sofreu uma "interconversão" e não tem previsão para chegar.

Perguntas:

1) O que aconteceu com a outra ambulância?

2) Que pane é essa tal de INTERCONVERSÃO?

Cartas para o Copa D'Or e para a Express Remoções.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A numeração está 'atento'?!?

Abri minha caixa de e-mails e dei de cara com a seguinte mensagem da minha operadora de TV, internet etc.:

"Fique atento a nova numeração da NET."

Acho que vou mandar pra lá uma cartinha:

"Querida Net,
quando a gente fica atenta é 'a' alguma coisa (ou 'a' alguém).
Ou seja, tem preposição aí.
E quando a preposição se junta ao artigo, vira crase.
Portanto, ficarei atenta à nova numeração, torcendo para que vocês acertem mais na reorganização dos canais do que no Português.
Obrigada."

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Não dá pra tapar com peneira

Não li o texto — cada vez encontro menos coisas interessantes na revista dominical do Globo —, mas meu atento amigo leu.

E me escreveu:

"Na matéria sobre constrangimentos sofridos nas praias cariocas por adeptas do topless, está escrito que a novela 'Água Viva' mostra cenas das personagens de Tonia Carrero, Maria Padilha e Maria Zilda sendo 'achacadas' por banhistas por causa da audácia. Acho que queriam dizer 'acossadas', não?"

Ainda fiz um "esforço de reportagem", encontrando o sentido de "apontar defeito em; censurar, tachar; acusar" para o verbo "achacar".

Mas é muita "forçação de barra". As moças deviam mesmo ser "perseguidas, atacadas e agredidas" pelo hábito. Ou seja: acossadas.