terça-feira, 30 de junho de 2020

Casos de arrepiar

A julgar pelas contribuições de amigos e leitores fiéis, ambas achadas em veículos do Grupo Globo, há taras variadas no atual governo.

No primeiro caso, em que Fulano "possui" Beltrano, ou é estupro ou escravidão — vejam que a "compra" não é de um cargo, é da pessoa mesmo.

O segundo é o que se chama "stalker" em Inglês. O sujeito "persegue" ou "assedia" o ministro? Qual é a melhor tradução em Português?

Enfim, são temas para o noticiário policial, não político.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

As bodas impossíveis

Dei outra risada graças ao atento amigo, que descobriu mais novidade na praça: automóveis, crimes e o escambau agora celebram "bodas", pode?

Há pouco, ele ouviu a besteira do âncora do jornal da Band.

A matéria tinha a ver com um carro roubado e encontrado na Bahia 25 anos depois, completando, assim, "bodas de ouro".

Dou a palavra ao amigo:

"Como o carro se casou no período em que esteve sumido o cara não falou. Manteve segredo pra poder manter a expressão que não cabe no caso. Não sabe que poderia — e deveria — usar 'jubileu'. Uma bobagem dessas, dita para mais de 10 milhões de pessoas, produz sequelas, um monte de gente copia (...)".

Aproveito pra lembrar ao colega da Band e outros que QUEM COMPLETA 25 anos de casamento faz BODAS DE PRATA. Bodas de ouro, só aos 50, tá?

domingo, 28 de junho de 2020

No meu interior, não!

Está difícil fazer nota bem-humorada com as baboseiras da imprensa, mas eu tive que rir com o horror ouvido hoje cedo pelo atento amigo.

Dirigindo-se a espectadores que enviaram mensagens, o âncora da tal CNN nacional me saiu com essa:

"Vocês aí que estão nos seus interiores..."

Ui! Que plural é esse, "jornalista"?

Nem juntando o interior do Brasil com o interior da casa, com o interior do indivíduo. Vai pluralizar assim lá fora.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Zero em desenvolvimento

Recebi uma vez, deixei passar.

Agora recebi de novo, não dá.

Um grupo empresarial como o Fleury, que reúne os maiores laboratórios do país, devia contratar uma assessoria de imprensa mais competente pra cuidar da sua imagem nas redes sociais.

No site, o texto está um tiquinho melhor. Mas o que circula por aí, nos whatsapps da vida, diz:

"(...) O Grupo Fleury fornecerá cerca de dois mil exames de diagnóstico da COVID-19 do tipo sorológico, utilizado para detectar o desenvolvimento de anticorpos contra o novo Coronavírus, durante a seleção de candidatos. Quem já foi infectado pela doença não poderá integrar o experimento, pois acredita-se que esses perfis produzem certa forma imunidade contra doença." (sic)

Deixa eu ver se entendi.

Os anticorpos se desenvolvem durante a seleção de candidatos?

Perfis produzem ("uma certa") imunidade?

Esses perfis são do tipo analisado por especialistas como aqueles da série "Mentes criminosas" ("Criminal Minds")? Ou são como esse aí do Sherlock?

Bagunça geral

A assídua (e também querida) colaboradora tem me enviado muitas bobagens dos colegas, mas eu estava com o computador lotado, precisando de uma faxina urgente — e ainda em curso.

Para facilitar as coisas, juntei três com uma de hoje da querida amiga, que vinha relevando muita coisa POR CAUSA da pandemia, mas ficou curiosíssima pra saber que tipo de reprimenda o tal tuíte "trampesco" recebeu. "Terá o texto ficado de castigo?", ela pergunta.

No Globo e no Correio Braziliense, entre outras coisas, está sobrando "H".

POR ORA (ou POR AGORA, NO MOMENTO etc.) as pessoas agem assim ou assado. Vou começar a cobrar minhas aulinhas por hora, tá bem?

E prefiram "além de CONVERSAR, construíram". A frase fica mais limpinha, não? (ah, o momento faxina...).

No outro caso, a pessoa mora A tantos metros do local, apenas com uma preposição, sem o verbo HAVER no meio, por favor.

Quanto à morte "depois do acidente, após os procedimentos", só resta prantear a vítima e lamentar de longe o fim do nosso jornalismo.

Ou alguém conseguiu entender o que queriam dizer o repórter e o editor?

terça-feira, 23 de junho de 2020

Tradutorzinho de quinta

O leitor bem-humorado me mandou esse título da Folha, duvidando (com ironia, é claro) da própria capacidade cognitiva.

Gente, o que vem a ser "revolta com caso Floyd mostra ponto de não retorno contra racismo"?

Até o tradutor do Google dá opções mais razoáveis para a expressão inglesa "point of no return".

No caso da declaração da viúva de Mandela, o que ela diz é que não dá mais para ignorar a questão, uma vez que as muitas manifestações contra o racismo uniram etnias e foram vistas em todo o mundo.

Em bom Português, não dá mais pra "tapar o sol com a peneira". 

Advérbio de modo

O erro já foi comentado aqui algumas vezes (achei nota até de 2015!).

Agora, o atento amigo o encontrou no Ela, em entrevista com uma jornalista conhecida — e ele acredita que a moça tenha dito, corretamente, que CHOROU ESCONDIDO.

Sim, isso mesmo, sem concordância de gênero, porque a moça ESCONDEU O CHORO, não "se escondeu pra chorar".

Os exemplos que sempre nos vêm à cabeça são "a cerveja que desce REDONDO", "as meninas que passam BATIDO sem olhar pros lados"...

Perceberam que as palavras não funcionam como adjetivo aí?

É baixaria ou o quê?

O leitor de Minas me enviou essa gracinha aí, com um "sobre" que faz da nota uma coisa quase pornográfica.

A intenção era essa, crianças?

Piadinha de mau gosto numa hora dessas?

Quero crer que o editor não chegaria a esse baixo nível.

Pelo textículo mal escrito abaixo, com um festival de "ela", acho que o baixo nível é mesmo do Português da equipe.

sábado, 20 de junho de 2020

Venho por meio desta...



O ex-colega de faculdade encontrou essa pérola, mas desconhecia a fonte.

Fui atrás na internet e, pelo que vi no UOL, é do Estadão.

No site, eu descobri também que o sujeito da matéria não apenas "acessou o país", mas chegou lá "por meio de avião".

É ou não é sensacional o Novíssimo Jornalismo à moda brasileira?

'I rest my case'


Crianças, o que vem a ser essa "construção" que o atento amigo me enviou?

"Intencionar interferir"?

Não tinha nada ainda mais feio, não? Assim eu jogo a toalha.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Essa dá vergonha da classe

Reproduzo aqui as palavras do atento amigo, que ficou besta com isso aí que vocês podem ver na imagem:

"No meu tempo de jornal quem escrevia os editoriais eram os redatores mais experientes. Acho que O Globo demitiu todos. O de hoje é criação coletiva do jardim de infância. Escrever 'projetos de investimentos' (aquele tal plural pluralizado...) e logo em seguida 'bastante empregadores' é pra dar na moleira."

Acrescento a observação de que o tempo dele é também o meu e, de quebra, um puxão de orelha nos infantes colegas.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Pra rir um pouco

Vejam essa gracinha que o colega de São Paulo me enviou hoje com a mais que pertinente pergunta:

"Como é que se 'reinaugura uma mania'?"

Alguém aí sabe responder?

O pessoal do Estadão é mesmo criativo, viu?

Imprensa sem crédito

Que tal essa regência estropiada que a assídua colaboradora encontrou ontem na "Falha de SP"? (a brincadeira com o nome do jornal é dela. Eu gostei.)

"Crédito a", colegas?

Não é à toa que o jornalismo tem cada vez menos crédito no Brasil.

Essa bobagem deve ter vindo da mesma fonte que os terríveis beijos "à" família, entre outros estrupícios.

Abraços PARA TODOS.

E parabéns PRA VOCÊ, que CONTINUA (não "segue") no confinamento. Eu LHE DOU crédito. O crédito É SEU.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Comprar gato por lebre é isso

Enquanto o atento amigo busca uma forma delicada de explicar pra mulher que, de acordo com a Receita Federal, ele "a possui", a assídua colaboradora tenta destrinchar essa nota do "Sempre Ele" Gois.

Pelo visto, escrever um texto com fluidez é tão difícil quanto fazer um burocrata entender que "ter" e "possuir" não são a mesma coisa em toda e qualquer situação.

E O Globo ainda tem a cara de pau de mandar o leitor que assina o impresso procurar internet pra continuar a ler mais besteira no blog. Ui!

As frases "engasgam" em pontuações tronchas, o sujeito não fica claro no "posicionamento" (do papa ou do padre?) e a gente tropeça num bendito "porquê" (junto e com acento) pra chegar num "foi retirado como professor da instituição tal".

Eu quero saber por que contratam como editor do jornal alguém que deixa passar um "Português" assim.

Não jogue a foca em mim!


A assídua colaboradora viu esse trem aí no sábado e se espantou. Eu, também.

Afinal, pensávamos que dívidas fossem como preços: ou são ALTAS ou são BAIXAS. Caros ou baratos são os produtos.

Vai ver estamos "desfocadas". Mostra, Febraban, mostra.

sábado, 13 de junho de 2020

O comércio e as lojas

Alô, colegas da TV.

O atento amigo quer saber de onde vocês tiraram a novidade do "comércio plural".

É um tal de "comércios isso", "comércios daquilo", "comércios" a dar com o pau.

Antes que vire praga, informo: temos LOJAS de artigos variados, mas o COMÉRCIO é singular.

Pode ser COMÉRCIO de rua, COMÉRCIO varejista, COMÉRCIO atacadista... e por aí vamos, sem "pluralizar" — e sem abrir antes da hora, tá?

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Está ficando cansativo

O ex-colega de faculdade e a assídua colaboradora são incansáveis e me mandam pérolas com frequência.

Hoje a amiga encontrou uma promoção com probleminha de regência — "para esquentar e dar mais sabor ao Dia dos Namorados" — e a sensacional informação:

"Os grãos do Café (Marca Tal) são colhidos diretamente do pé (...)".

Ela pergunta e eu faço coro:

"De onde mais seriam colhidos, gente?"

Há coisas mais escabrosas, como a "simulação da morte do menino morto", um caso revoltante que já teve outras "informações" inacreditáveis, entre as quais a "quarta aleta, onde houve a projeção acidentalmente".

Tudo isso no Globo, em que o amigo achou o título:

"Sob forte emoção e muitas homenagens, George Floyd é enterrado em Houston".

Deem uma olhadinha na nota anterior do blog e me digam: quando é que vão parar de pôr tudo "debaixo", "embaixo", ou "em cima"? 

Muda a preposição, pessoal.

SOB e SOBRE já passaram das medidas e atingiram o nível do APÓS.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Assim eu morro. De raiva

Crianças do Globo, por favor, o interior NÃO ESTÁ EMBAIXO de risco algum.

Pode ESTAR EM RISCO, pode estar ABAIXO DA LINHA do Equador.

A assídua colaboradora e eu gostaríamos de saber quem teve a infeliz ideia de criar essa praga que se alastra com uma rapidez alarmante.

Não bastasse isso, que construção mais estranha é essa?

"Mortes chegam a crescer mais de (...)"

Tá tudo bem riscadinho aí pra vocês ficarem felizes.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Uma loja pra lá de sensual

Alguém pode explicar para a assídua colaboradora (e para mim) como é que se sensualiza uma loja?

As prateleiras devem ficar praticamente nuas, ou são os vendedores que se insinuam para os clientes, recurso nada recomendável em tempos de pandemia?

A loja "sexy" aparece numa legenda corretamente, como "sex shop", mas no masculino, estranho quando "shop" quer dizer "loja", feminina.

Como se não bastasse, as empresárias plurais viram uma só dona no subtítulo.

Quero crer que o singular cairia bem melhor nos "kits" — achei esquisito conterem "experiênciaS".

Mas quem sou eu pra discutir com os colegas que hoje fazem O Globo, jornal em que partidos, pessoas etc. chegam "nos" lugares ou "nas" situações.

Quando eu trabalhava lá, CHEGÁVAMOS À redação, ou chegávamos AO deadline. E assim por diante.