segunda-feira, 29 de abril de 2019

Cobogós em risco

Na mesma Folha que insiste na absurda expressão "sob risco", um amigo viu hoje a "linda concordância", destacada em subtítulo:

"Cobogós sintetiza identidade (...)".

Colegas de São Paulo, um cobogó pode estar acima ou abaixo de uma linha, muitos cobogós podem formar uma divisória ou preencher uma parede inteira...

Só estarão EM RISCO ou CORRERÃO RISCO cobogós mal colocados, OK?

Parem de botar as coisas abaixo de linhas imaginárias que não existem no Português, por favor.

A preposição "EM" é perfeita para indicar modo e estado (entre outras coisas): cerejeiras EM FLOR; animais EM RISCO de extinção; pessoas EM ANDRAJOS; jornalistas EM PAZ com o idioma...

Talvez ninguém saiba mais



A gripe não me larga — e os erros vão se acumulando nas minhas mensagens, a maioria enviada pela assídua colaboradora.

Um exemplo é a frase pra lá de mal construída, encontrada no Globo:

"Talvez o Fulano achou (...)".

Talvez o colega ache isso lindo, talvez ele (ou ela) tenha achado uma beleza quando escreveu, mas talvez lhe falte bom senso e bom conhecimento da língua.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Português barato

Há dias o atento amigo tem observado: os colunistas do Globo estão cometendo o erro primário de confundir preços com produtos.

E não é só o Ancelmo Sempre Ele Gois.

Outros jornalistas experientes (dos quais até podemos discordar politicamente) estão caindo na esparrela do "preço caro".

Paga um ALTO PREÇO quem não lê e/ou não prestou atenção às aulas do idioma pátrio.

Aulas e escolas podem ser caras ou baratas; o preço, jamais.

Preços estão lá embaixo, lá em cima, pela hora da morte, o que for, menos baratos ou caros, OK? Ou alguém aí já comprou um preço no mercado?

terça-feira, 23 de abril de 2019

A praga se espalha



Aproveitando que falei da linda preposição EM, que pode indicar um monte de conceitos, como tempo e lugar, volto a uma bobagem que está se alastrando com rapidez impressionante: o erradíssimo "sob risco".

Dia desses, o absurdo foi achado na Folha pela assídua colaboradora e suas aparições no Globo já foram comentadas aqui algumas vezes.

Novamente, lembro aos colegas que, se uma pessoa ou alguma coisa corre perigo, ela está EM RISCO.

Debaixo do risco e em cima do risco estão os bonequinhos aí da imagem, compreenderam, crianças?

O que houve com o 'em'?

Vejam só a chamada horrorosa do Globo que a assídua colaboradora me enviou.

Por que essa obsessão dos colegas com "antes, durante, depois, após"?

Por que ninguém mais morre EM acidente aéreo, de trem, de carro, o que seja? Por que não se morre mais EM tiroteio não sei onde, EM enchente, EM terremoto, EM explosão?

A pessoa enfartou enquanto rolava a troca de tiro? Teve um AVC? Sofreu uma queda fatal?

Aproveito para lembrar aos jornalistas da Veja que as "vítimas" só são FATAIS se matarem outras pessoas, OK?

Como mortos-vivos de filmes e séries, que são vítimas de algum tipo de contaminação e saem por aí, carregando o vírus fatal e tentando repassá-lo a mais e mais gente. Ficou claro?

'Encarando cara a cara'


Queridos amigos e leitores, fui derrubada por uma baita gripe, mas, como recomenda hoje o pleonástico Segundo Caderno do Globo, estou "encarando o vírus de frente".

Enquanto eu me recupero, a assídua colaboradora dá tratos à bola, tentando imaginar como seria possível ENCARAR DE COSTAS, por exemplo.

Vou ali encarar meu travesseiro "de ladinho" e volto já.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Orgulho de escrever errado

O Globo perdeu de vez a vergonha, como constatamos a assídua colaboradora e eu.

Nem a primeira página — no outrora sério impresso — merece o mínimo cuidado.

Domingo, na chamada da matéria de "Game of Thrones", tinha um baita "obsessão inspiraram" (vai fazer concordância assim no Maternal!).

Hoje, prédios não ESTÃO EM RISCO, ou CORREM RISCO DE cair: estão "debaixo do risco", provavelmente "submersos" (outra novidade do jornal a cada chuva).

Quem terá sido o infeliz que inventou esse horror de "sob risco"? Em qual escola estudou o editor, que não admite consultas a um dicionário decente?

Melhor nem contar pra vocês o que um leitor viu nas postagens da Rádio Tupi...

terça-feira, 16 de abril de 2019

Cuidado com o verbo 'atingir'

Com a tragédia francesa de hoje alardeada na imprensa, a querida amiga reclama, com razão, do mau uso do verbo ATINGIR na maioria dos casos de incêndio.

A fumaça e as chamas podem atingir muitos metros de altura, a temperatura do fogaréu pode atingir graus altíssimos, em Celsus ou Farenheit.

Até entendo a escolha dos editores em uma hipótese: se o incêndio, iniciado em outro lugar, tiver se alastrado até ATINGIR a bela Catedral de Notre Dame..

Um queixo prático e objetivo

Mais uma novidade do Globo: o "queixo pragmático" — no caso, da Ingrid Guimarães.

O atento amigo acha que a atriz disse "prognatismo", pois é PROGNATA, ou seja, tem o maxilar inferior projetado pra frente.

A repórter, porém, deve desconhecer o termo — e, pior, não achou estranho associar o conceito de "PRAGMATISMO" a uma cirurgia MAXILOFACIAL.

A mandíbula acentuada não é coisa rara no meio artístico: já foi corrigida em Angelina Jolie e é ostentada por Keira Knightley, só para citar dois nomes famosos no cenário internacional.

sábado, 13 de abril de 2019

Uma vírgula! E outra e...

Colegas da Comunicação, que tal usar a vírgula com mais atenção?

A assídua colaboradora está colecionando vírgulas fora do lugar.

Na peça publicitária do Detran paulista, decidiram inventar e ferraram tudo.

Qual é o problema com o tradicional "Se beber, não dirija", que faz todo sentido?

A bobagem aí do anúncio, além de ter vírgula esdrúxula, insinua que não há problema em beber ENQUANTO dirigir.

É isso mesmo, galera? Não dá pra viver sem os "antes, durante e após"?

Nas matérias do Globo, fizeram uma espécie de aposto.

O ajudante de pedreiro Fulano de Tal só recebe vírgulas se for o ÚNICO ajudante de pedreiro da cidade, do estado ou do mundo, OK?

Pra facilitar: "a primeira-ministra britânica, Theresa May, diz que (...)"; "o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair diz (...)". Exercendo o cargo, só tem um (ou uma), mas "ex" há um monte — todos sem vírgula.

Também não dá pra entender o "destaque" em "construídos de forma irregular".

Muito menos a "poesia" que se segue, com "construções serpeantes" a permear a tragédia anunciada. Eu, hein?!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Só mesmo rindo pra relaxar

Piada do dia, quer dizer, do Globo.

Então o Botafogo só pode empatar com o Juventude?

Quando enfrenta outros times, tem que ganhar ou perder?

Com os devidos agradecimentos ao atento amigo e ao "colega" Agamenon Mendes Pedreira.

terça-feira, 9 de abril de 2019

O Português afogado


Se o jornalismo nosso de cada dia já está uma pobreza, imagine quando acontecem tragédias provocadas por autoridades que ignoram solenemente as cidades que deviam governar?

O atento amigo voltou a encontrar "escafandristas" no Globo.

Os colegas ignoram o radical "SEMI" — ou advérbios como "parcialmente" — e botam tudo "submerso" (ou seja, "mergulhado") mal começa a chover.

No online, a assídua colaboradora foi "informada" da morte de dez pessoas APÓS o temporal.

Traduzindo: a chuva parou e então, SÓ ENTÃO, elas morreram, por um motivo qualquer.

É isso, crianças?

E o que dizer desse tatibitate enviado por um leitor?

O trecho aí na imagem tem, entre outras gracinhas nada engraçadas, uma regência que não existe.

Ninguém "é socorrido PARA algum lugar", gente.

A pessoa é LEVADA PARA algum lugar, onde espera-se que seja socorrida.

Pelo lido, o texto já foi atualizado várias vezes. 

Que tal aproveitar e fazer uma boa revisão?

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Ter e possuir não são a mesma coisa

Crianças e editores que fazem O Globo, por favor, aprendam de uma vez por todas:

"TER" e "POSSUIRnão são sinônimos, OK?

Dizer que "núcleos de chuva POSSUEM deslocamentos" é de um mau gosto absoluto.

Além de soar ridículo — parece estupro coletivo —, demonstra total falta de intimidade com o idioma — e o verbo "POSSUIR" TEM tudo a ver com INTIMIDADE.

Os núcleos de chuva são PROPRIETÁRIOS dos deslocamentos? São CARACTERIZADOS por eles? DOMINARAM os deslocamentos? TIVERAM RELAÇÕES CARNAIS com eles?

Não?

Então como é que OS POSSUEM?!?

A assídua colaboradora sabe que eu TENHO pavor do mau uso do verbo, por isso mandou pra mim a bobagem.

domingo, 7 de abril de 2019

Colisão pra lá de enrolada




Há dois dias os colegas do Globo "colidem" com o verbo COLIDIR — basta ver os títulos enviados pela assídua colaboradora.

O de ontem já começa com uma aliteração que inclui o (aparentemente) indefectível "após":

"Parte de Ponte cai no Pará aPós (...)"

E lá vem a balsa, colidindo contra a estrutura — achava que este uso exigia um agente externo, que provocasse a COLISÃO CONTRA; um vento forte, uma onda, sei lá.

Hoje, no impresso, a situação se inverteu: ao que parece, foi a PONTE que colidiu com a balsa.

Vai dizer que não é isso sugere a frase?

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Acumulada da semana

Enrolada com mil coisinhas chatas, acumulei bobagens do Globo, todas enviadas pela assídua colaboradora.

A imagem do alto é apenas uma amostra da falta de revisor e de cuidado — o que havia depois de "folia", fechando a frase, é um mistério.

Já a transformação de um "marchand" como Pietro Maria Bardi em "mercador de arte" denota falta de cultura.

Um tradutor eletrônico pode fazer isso, mas soa pejorativo — e a palavra "marchand" foi dicionarizada há séculos.

Logo abaixo, lembramos aos colegas que eles devem corrigir a fala alheia antes de publicá-la. Se a intenção é mostrar que o locutor escorrega na concordância, usem sic entre parênteses, para indicar que se trata de uma reprodução exata.

E nunca, jamais, em tempo algum transcrevam "um MAU começo" com "L".

Pega MAL, muito MAL.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Presentes no aniversário

Obviamente, O Globo continua publicando as besteiras deles de todo dia.

A assídua colaboradora encontrou vírgula separando sujeito de verbo e o agora comum "presentes no evento", porque ninguém mais comparece À festa, AO compromisso, A nada. É "no" mesmo e dane-se a língua.

Presente NO evento só se for NO meu aniversário. Muitos regalos.

Eu quero, eu gosto.

O que não me agrada é regência estropiada.

Como essa aí da Exame, "abre processo por impeachment".

Uma pessoa ser processada POR um delito, tudo bem.

Mas abrir processo "por" alguma coisa é muito esquisito.