domingo, 27 de fevereiro de 2022

Erro vira praga num piscar de olhos


 Na terça-feira, vários ex-colegas do Globo ficaram pasmos com o erro do jornal, que usou SANCIONAR como sinônimo de "impor sanção", quando ele quer dizer exatamente o contrário.

Pois não teve um editor pra dar um toque na galera da Internacional (ou Mundo, ou coisa do gênero), que hoje voltou a empregar o verbo equivocadamente, como mostra a manchete enviada pelo atento amigo.

Por que é mais fácil copiar bobagem do que corrigir? Por que as besteiras se alastram na mídia e ninguém cuida do Português? 

Dá raiva ver tanto descuido e ignorância. Até copiei o verbete do Houaiss pra ver se alguém se interessa em ler e aprender.

Que língua é essa?


 Desculpem eu meter outro idioma neste blog, mas eu simplesmente não consigo identificar que língua usam nas legendas das séries antigas do canal Clarovídeo.

O péssimo e carésimo serviço, oferecido dentro do Now, tem uma ou outra coisa interessante, mas não dá ao assinante a opção de dispensar a legenda.

Inventei de rever "Lie to Me", com o Tim Roth, e tentei não dar atenção aos disparates que apareciam nas letrinhas amarelas.

Até que entrou um "Caeu Biscayne" na TV. 

Já ouviram falar desse lugar? Pois é.

O ator disse em alto e bom tom: KEY Biscayne — fica na Flórida, eu sei, embora não conheça ao vivo. Em Espanhol, chama-se Cayo Vizcaíno

Alguém sabe de onde tiraram o "Caeu"?

sábado, 26 de fevereiro de 2022

De repetições e invenções

 O atento amigo me mandou a foto que eu incluí aí na imagem com o título: "Esforçados".

Não é pra menos.

Imagino o "esforço de reportagem" do editor para criar essa chamada.

Na mesma emissora, o amigo também não aguenta mais ouvir a palavra "míssel", que simplesmente inexiste em Português.

Alô, Band: o singular de MÍSSEIS é MÍSSIL, com "I".

Quem é o próximo da fila?


 Fiquei tão curiosa quanto o atento amigo ao ler o recorte que ele me enviou: afinal, quem será "o próximo interlocutor de Lula"?

Eu não sei nem quem foi o anterior, como vou descobrir quem virá em seguida?

Se não era disso que estavam falando, deviam aprender de uma vez por todas que a ordem dos fatores altera o produto na Língua Portuguesa. 

Idioma não é conta de multiplicar, colegas do Globo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

'O Globo' e o estropiamento


 O atento amigo encontrou mais uma regência estropiada no Globo de ontem e gostaria de saber por que o Novíssimo Jornalismo tem tanto ódio da belíssima preposição PARA.

"Parabéns PRA você"; boa noite, boa tarde e bom dia PRA todos; beijos e abraços PARA os amantes da Língua Portuguesa.

Não existe a preposição "A" em nenhum dos casos acima, assim como não há na regência do substantivo "reajuste" — a não ser que você queira mandá-lo à m.... ou a qualquer outro lugar.

É possível "avaliar um REAJUSTE DOS salários", "fazer um REAJUSTE NOS salários" e até "pensar num REAJUSTE SOBRE o salário anterior" — e nada disso muda se a intenção é "REAJUSTAR A" polícia mineira, embora eu nunca tenha visto o verbo ser usado dessa forma.

Só não existe ação possível sem "após", não é mesmo? Argh.

Traduzindo em língua estranha


 Enfeitei a péssima tradução do Globo com um arremedo de confete e serpentina para ver se me animo.

O atento amigo já perdeu a paciência com o mau uso do "sob", que agora pipoca em todo canto, mesmo quando não há nada ou ninguém DEBAIXO DE coisa alguma.

"Sob 12º", crianças?!

Aproveito para informar que essas vírgulas separando o nome da mulher da sua condição de "autora de livros de autoajuda" só estaria correta se ela fosse A ÚNICA escritora do gênero NO MUNDO.

Não sabe usar? Ficou na dúvida? Inverte:

"Fulana de Tal, autora de livros de autoajuda, (...)".

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Não confundam as coisas


 Cheguei da rua e o grupo de ex-colegas do Globo já estava comentando a bobagem do jornal, que confundiu a expressão "aplicar (ou impor) sanção" a um país — o que pode significar restrições variadas — com o verbo "sancionar" — cujo sentido é aprovar, dar permissão etc.

Jornalista tem que falar para o público em geral, leigo — e mesmo o termo jurídico "sancionar" é antônimo de "VETAR".

Quem bate o olho nessa chamada aí entende o oposto do que ela quer dizer.

Já o habitual "Rússia começa a SOFRER SANÇÕES" dos países vizinhos não dá margem para confusão.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Na Rússia e em Belarus


 Colegas da Folha, o que é isso que a assídua colaboradora mandou pra mim?

Jornalistas não sabem mais o básico, está vergonhoso.

Dia desses houve carnaval cancelado "em Rio" — o correto é NO Rio.

Hoje é o inverso: botaram tropas "na" Belarus — e o certo é EM Belarus.

Usávamos o artigo quando o país era conhecido como Bielorrússia.

Está na hora de providenciarem uma aulinha de topônimos, não?

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Leia a 'bula' antes de usar


 O colega friburguense está preocupado com a nova praga que ataca a nossa língua na mídia, nascedouro habitual.

É a partir desse foco que a bobagem se alastra pelo país, porque as pessoas ainda acreditam que jornalista sabe Português — infelizmente, não é o que se vê hoje.

Diz o amigo:

"Projeta-se tudo atualmente, parece que todos trabalham num escritório de engenharia. Há dias vi um incrível instituto de meteorologia 'projetar' chuva no fim de semana. Como Gil, quero régua e compasso."

Assino embaixo, quero também e pergunto: os escribas já leram o verbete PROJETAR em algum dicionário decente para saber do que se trata?

'Seção' e 'sessão': não confunda


 A assídua colaboradora não gostou do título do obituário da Folha, que mistura vida com morte e escorrega na concordância: "tradições viva", pessoal?

O som da aliteração também é ruim, leiam em voz alta — mas eu não recomendo tentar falar "manteve viva" (ou VIVAS) com a boca cheia de farofa.

Já o horror que o atento amigo pescou no Globo de quinta (com duplo sentido) é imperdoável.

A "Sessão Eleitoral" vai ser matinê? 

Eu sempre votei em SEÇÃO eleitoral, numa escolinha da minha rua. 

Agora, com vírus solto no ar, terei que ir ao cinema? Posso assistir ao filme só uma vez ou serei obrigada a ver várias SESSÕES?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

'Apesar de' ou 'por causa de'?


 Alô, colegas do Globo.

O atento amigo gostaria de entender essa chamada do jornal de hoje.

Eu também não entendi o que faz esse "a despeito de" na frase.

Como é essa história de que uma "névoa cerebral" pode ocorrer "apesar do estresse causado pela Covid"?

Não seria esse estresse A CAUSA do problema?

PS: notaram o "após" no título? Não podia faltar, não é?

Uma vergonha!


 

 Essa coisa que a leitora amiga encontrou numa revista chamada Ana Maria merece apenas uma nota curta e... 

Bem, não serei grossa, mas o que vem a ser "mecher" com CH, crianças?

Voltem já pra classe de alfabetização.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Menos é mais, aprendam


 Um dos piores modismos que assolam a tal da mídia é o "após" inútil.

Está aí um exemplo dessa muleta sem a qual ninguém sabe mais escrever.

Recebi na madrugada, com uma sugestão simples do atento amigo — e simplicidade é o que há de melhor para o texto jornalístico: 

"(...) É PRESO A PEDIDO DOS EUA".

Vejam a beleza do título claro e direto, sem desvios desnecessários.

Ouçam, leiam as duas opções em voz alta e sintam a diferença do som tropicado da aliteração "Preso aPós Pedido".

Péssimas escolhas


 Como Extra e Globo são da mesma família e os textos mencionam a Rússia, decidi unir os dois numa nota só.

O primeiro foi enviado pela leitora camarada, que não se conforma com o uso do "Poder Executivo" desse jeitinho aí. 

Concordo plenamente — o "Executivo" volta pro Brasil, gente? Que horror! — e acrescento: a redação que antecede o vocábulo é ridiculamente mal escrita e diz absolutamente coisa alguma.

O recorte abaixo, com a "aderência" no lugar da velha ADESÃO, eu recebi do atento amigo, com o irônico e pertinente comentário:

"Parece que a palavra pegou, ou melhor, aderiu. Será que estão todos operando o intestino?"

Pois é. Pode não estar errado, mas é feio, como costumam ser os modismos — lembram-se da morte do "incluído", substituído pelo "incluso"?

Aqui em casa eu garanto que não cola: uso panelas com teflon.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Prêmio Regência Estropiada


 Acho que vou criar aqui um Troféu Regência Estropiada para os "inovadores" da Língua Portuguesa, que, por desconhecer o básico, tascam qualquer invencionice nos jornais.

As regências sofrem nas mãos dos "inventores", incapazes de consultar um dicionário para escrever decentemente, como convém a um profissional do idioma.

O estropiado de hoje, encontrado pela assídua colaboradora, é o verbo transitivo direto VETAR

É tão simples que eu vou copiar o verbete no corpo da nota.

Procurem aí um caso de "Fulano veta Beltrana de" fazer qualquer coisa. 

1 opor veto a (projeto de lei, proposta etc.)

Ex.: <os países ricos sempre vetam A participação dos pobres nas decisões internacionais> <o congresso aprovou, mas o presidente vetou A lei da anistia>

2 Derivação (por extensão de sentido): proibir ou não autorizar; impedir, vedar

Ex.: o pai acabou vetando O casamento da filha com aquele malandro.

Um espanto atrás do outro


 Ontem foi um dia atarefado. Quando vi essa coisa aí, enviada pelo colega de Minas, custei a entender o que havia de errado com o título.

Até que a ficha caiu e... uau! O bando de pássaros que sobrevoa e os animais que caem são os mesmos bichos, acreditem.

Alguém sabe onde se esconde a lógica das mentes de humanos intitulados jornalistas? O Sombra sabe? Acho que nem ele.

E os pobres pássaros, também chamados animais quando morrem, foram intoxicados com um trem tóxico, tá? A fumaça não era limpinha.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

A voz interior estudou?


 Falei em pronome mal colocado e na assídua colaboradora e me lembrei que há dias ela me enviou o esdrúxulo título encontrado em livro da Sextante.

O nome do tal capítulo estranho está aí — e é interessante notar que no texto é usada a forma a que estamos habituadas: 

"Qualquer um que já (...) recordou uma conversa imaginando o que deveria ter dito ou debateu CONSIGO MESMO sobre como resolver um problema (...)". (sic, com destaque meu)

O tiro mal dado parece ter atingido o Português.

Ou só as duas jornalistas aqui não temos essa experiência de vida de "falar com nós mesmas"?

Será pura desatualização do léxico ou um caso para psicólogo profissional?

Bote com carinho


 A assídua colaboradora enviou essa gracinha que encontrou na Falha.

A colunista que perpetrou a bobagem não é jovem, mas jamais deve ter ouvido em casa recomendações para evitar "falar feio" — e eu não estou me referindo apenas a palavras de baixo calão.

Os conselhos incluíam "na boca dela" e "vi ela", este último da mesma família da "colocarela", digo, "colocar ela". Ui!

Pronome na frase e criança no berço: ponha com cuidado.

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Mais um estranho caso do 'Globo'


 

 Criançada do Globinho, não faz isso com a tia, não.

O que vem a ser esse "sairá a senador" que a assídua colaboradora mandou pra mim?

A bendita regência só é usada em caso de transporte. 

Senador é um novo modelo de carro?

Se não for, recomendamos que ele SAIA A cavalo ou SAIA A pé mesmo, para evitar acidentes no caminho.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

E agora, jornalista?


A jovem amiga viu essa gracinha no Facebook e me avisou.

Encontrei a chamada no Twitter, mais sucinta, e ela deixa a questão de gênero completamente no ar.

A do site TV Foco vai um pouco mais além, mas parece indicar que há um preconceito contra jornalistas na área.

Detalhe: a novidade do gênero "jornalista" não dispensa o "após" nos dois casos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Lições não aderentes


 
 Caros "reinventores" da Língua Portuguesa, ora trabalhando na redação do Globo, por favor, não exagerem.

O atento amigo mandou duas de uma vez.

A primeira é erro mesmo, a regência não existe.

Se não queriam repetir "de de de", que tal começar a frase com "Investigações DE CASOS" etc. etc.?

O que não pode é tascar aí a preposição "a".

No segundo caso, "aderência" pode significar ADESÃO no sentido figurado, mas perguntar não ofende: o Brasil virou panela de teflon? 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Não ensinem besteira às crianças


 Amiguinhos da Falha, a assídua colaboradora me enviou esse recorte e eu quase caí dura. 

Há 80 anos os brasileiros cantam bonitinho "Parabéns PRA você" e justamente no aniversário da letra vocês esculacham tudo?

Caramba! Ninguém merece tanta ignorância.

A autora escreve certo, passam-se oito décadas e agora o jornalão quer mudar o Português? Que tal bater palminha e estragar a festa em outra freguesia? Tenho algumas sugestões.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Discordâncias em penca


 Os colegas do Uol Notícias mandaram ontem isso aí pra leitora amiga. Ela viu a crase horrorosa e logo me acionou.

Peço desculpas pela demora, estava distante do computador e vou me ausentar novamente por um brevíssimo período, mas não dá pra deixar passar o erro crasso.

Crianças, pensem assim: se é no futuro, é preposição "A"; se já passou, é verbo "HAVER".

O diagnóstico saiu quatro meses.

Eu não saía de casa tempos e acho que vou sair de novo daqui A alguns dias.

Mudando para o tema CONCORDÂNCIA, O CASAL agradeceu o apoio que RECEBEU, tá?

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

'Sob' é a nova posição


 Uma nova moda "brotou" no farto jardim de bobagens do Globo: o "sob" — fora do seu "habitat", obviamente.

Já tinham inventado o tal do "sob risco".

Agora, o atento amigo encontrou mais essa: "perder o controle sob alguma coisa".

Já vi gente perder o controle "sob os lençóis", mas quando se trata do trabalho que a pessoa devia fazer e não faz, ela perdeu o controle SOBRE O ORÇAMENTO, perdeu o controle DE SUAS FUNÇÔES e assim por diante.

Explica isso direito, Detran

 O amigo encontrou essa coisa aí e acha que o Detran precisa contratar revisores para o site.

"A não ser" — como ele sugeriu, gaiato — "que ‘mau súbito’ seja um bandido que fica escondido, pronto pra assaltar os motoristas."

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Eu tenho uma dúvida


  Caros amigos, jamais me supus infalível, sabe-tudo ou coisa do gênero. Vivo aprendendo e jamais deixei de consultar meus dicionários.

Por isso, peço a ajuda de vocês, porque estranhei o uso do substantivo "positividade" nessa chamada (está no texto também).

Sempre entendi POSITIVIDADE como sinônimo de virtude pessoal e otimismo.

Agora, vejo-a associada à triste notícia do aumento de testes reagentes ao vírus que nos assola — positivos que não trazem alento, pois todos torcemos por resultados negativos.

A pandemia mudou a palavra ou ela sempre teve esse sentido também?

Esculacha, mas não exagera

 
 Editores do Globo, não passem vergonha diária, esforcem-se para melhorar o nível dos títulos e textos.

Vejam essa coisa que vocês botaram em manchete de primeira página no jornal impresso. De tão ridícula, chegou às minhas mãos em dose dupla, em recortes da assídua colaboradora e da colega revisora.

"Covid cai em Rio"? Qual rio, o Amazonas? Afogou-se ou conseguiram salvar a safada ainda com vida?

Uma dúvida: vocês diriam "Covid cai em Globo"? Mas se "cair no Globo", vocês ajudam a danada a se levantar e seguir em frente?