sábado, 28 de dezembro de 2013

No espírito das Festas

Acabo de receber colaboração de uma amiga, que pescou a pérola no noticiário do UOL.

Diz o "primor" de título:

"Gugu mostra o filho e o helicóptero que ganhou da Record".

Puxa vida, pensei, que empresa generosa: dá até filhos para os funcionários...

Isso é que é incorporar de verdade o espírito do Natal!

domingo, 22 de dezembro de 2013

Feliz 2015!

Esta é curtinha.

Minha irmã encontrou no Globo de hoje e mandou com prova documental (postada aqui com a nota), juntamente com a pergunta:

"O seu colega é adivinho?"

Bem que andam dizendo que o tempo está passando cada vez mais depressa... Colou?

Que revista é essa?


Ia passar batido pela bobajada gigante que virou a Revista da TV do Globo, mas não resisto.

Uma amiga jornalista postou a respeito da péssima escolha que a equipe do suplemento fez, ao eleger a "mulher do ano" — e eu tenho que concordar (até porque desconheço a atriz).

Infelizmente, faz algum tempo que a revista parece estar sendo editada por menininhas de "high school" dos EUA ("cheerleaders", talvez?).

Na página "Seriais", que eu gostava de ler antes de ela virar um besteirol sem fim, hoje tinha até um título "Queríamos ser BFF" (sei lá de qual personagem).

BFF?!? Tá duro, viu?

Só mesmo mandando um BFF tamanho GG pra galera: Bora Falar Feito Gente Grande?

Afinal, o que aconteceu?

Pérola pescada por um amigo jornalista e publicada em sua página no Facebook, com a observação: "Isso é que é precisão".

Diz o incrível título:

"Acidente em SP
Tudo indica que o motorista do ônibus possa ter dormido
".

Está no Globo Online (pelo menos até que alguém com bom senso corrija).

Pequena dica para os queridos colegas: apurem todos os dados antes de escrever (e titular) a matéria.

Jornalista por temporada

Será que as redações estão contratando profissionais temporários em dezembro, por causa do Natal?

Ou criaram uma nova editoria só para essa época, nos moldes das já existentes, tais como Política, Internacional etc.?

Nunca tinha visto nada parecido, mas é o que se entende que está acontecendo pela nota da coluna do Ancelmo que diz:

"No almoço com os jornalistas de fim de ano (...)".

É a velha história: no Português, a ordem dos fatores altera o produto.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Quando vir o erro, corrija

Encontro, no Facebook, muitas postagens engraçadinhas, interessantes, mas...

Confesso que travo quando penso em compartilhar muitas delas, pois penso que estarei ajudando a propagar erros crassos de Português.

Agora mesmo, bati o olho numa coisa curiosa.

Porém, muito antes de achar o tal cavalo, encontrei esse horroroso "VER", quando o correto, aí, é o futuro "VIR".

Mais atenção, pessoal!

Colapso à portuguesa

Consulta aos amigos portugueses — ou que frequentam muito a terrinha: lá, o verbo "colapsar" tem sentido diferente do que o que ganhou por aqui?

Porque eu acabei de ler a postagem de um site lusitano intitulado "Telhado do Teatro Apollo, em Londres, colapsa".

Na matéria, lê-se, novamente:

"Testemunhas do ocorrido disseram à BBC que ouviram um som parecido a um estalido momentos antes de a cúpula do telhado colapsar sobre os espectadores sentados na plateia."

No Brasil, o verbete não inclui esse significado — e, nos bons tempos, o editor responsável podia ter um colapso ao ler a manchete.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sucessão de erros

Como pode uma empresa "que atua na área de assessoria estratégica de imprensa há mais de 25 anos" (como ela apregoa) anunciar o que reproduzo abaixo?

"A (...) estará em funcionamento de forma soft entre os dias, 24 de dezembro até o dia 05 de janeiro, voltando a operar à partir do dia 06 de janeiro normalmente." (sic)
A companhia também diz que é "de resultados" — e estes são péssimos, pelo menos no Português.

Vejamos:

1) O que são essas vírgulas antes e depois das datas?

2) O que é essa crase em "a partir"?

3) Ou o pessoal folga "de" tanto "a" tanto ou "entre" uma data "e" outra. "ENTRE OS DIAS 24 ATÉ O DIA 5" não dá, né?

4) Deixa pra lá. Melhor nem perguntar o que é um "funcionamento de forma soft".

domingo, 15 de dezembro de 2013

Pompa sem substância

Ontem, num programa em família, comentou-se o exagero de "toda toda", "toda boa" e "beija eu" — entre outras bobagens típicas do que chamamos de "velho babão" — na coluna do Ancelmo.

Pois foi lá que hoje encontrei coisa ainda pior: os "moradores em situação de rua".

Usar linguajar de ONG num jornal popular é dose.

E a expressão "politicamente correta" fala de "pessoas", imagino eu, não de "moradores" — pois, se tivessem onde morar, elas (ou eles) não seriam sem-teto.

Aproveito para sugerir a todos que têm mania (ou gana) de usar jargão e polissilábicas para dar a (falsa) ideia de erudição que leiam, também no Globo de hoje, o Elio Gaspari.

O texto "Natasha e Eremildo numa prova do Enade", do qual reproduzo acima o trecho inicial, é uma aula a respeito do tema.

PS: Madame Natasha é musa deste blog.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Quem aparece? Onde e como?

Demorei tanto para concluir a leitura (dinâmica) dos jornais velhos que me aguardavam aqui que só agora bati o olho numa nota da coluna Gente Boa do dia 8, com o estranho título de "Xixizaço em Ipanema".

Foto de Sally Mann, artista citada na nota
Curiosa, fui ao texto e nele encontrei mais uma prova de que não há mais ensino de regência nas escolas.

Referindo-se aos retratos da prole pelada que tornaram famosa uma fotógrafa americana, diz a frase final:

"Faz sucesso O QUE ELA APARECE fazendo xixi ao lado de duas filhas pequenas."

Que eu saiba, alguém aparece em algum lugar (apareceu ali, na festa, no jornal etc.) e/ou de alguma forma (sem roupa, por exemplo).

Cadê um revisor (ou editor) experiente para explicar que faz sucesso aquele (retrato) em que (ou no qual) a moça aparece?

Como preencher mal um espaço


"Primor" de "textículo" na página 12 do Globo de hoje, intitulado "Brasileira encontrada morta na Itália".

Pra começar, a moça foi achada "dentro de um centro de estética DA qual era proprietária" (seria ela a "dona da estética"?!).

Seu "corpo POSSUÍA lesões no cérebro" (o conjunto da obra é ruim, mas eu queria mesmo saber qual é o problema com o verbo "ter". Vai pro limbo juntamente com o pobre "continuar"?).

Meses antes, uma "OUTRA brasileira TAMBÉM foi achada morta", "grávida do dono da empresa para a qual trabalhava".

Pela lógica, ela teria conseguido a façanha de ter o próprio filho, ainda não nascido, como patrão.

Ou eu aprendi tudo errado, quando me contaram que um homem pode engravidar uma mulher, que, por sua vez, carrega um bebê — e não o pai da criança?

Acho que esse texto está grávido de más escolhas. Tudo em apenas um parágrafo, acreditem!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

De volta, lentamente

Andei longe da internet — e, consequentemente, deste blog — e ainda não botei em dia a leitura dos jornais, o sono, a vida em geral.

Enquanto não volto ao ritmo normal, encontro no Facebook um exemplo de postagem que me recuso a curtir por causa de um erro (ou mais) de Português.

Alguém me explica de onde saiu essa regência "ESCOLHER EM"?!?

Isso não existe, tá, pessoal?

Escolhe-se alguma coisa, escolhe-se entre uma coisa e outra... ESCOLHER EM? Jamais!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Desarranjo geral

Meu atento amigo, grande colaborador deste blog, recebeu hoje um release da Superintendência de Educação Ambiental da Uerj, com o seguinte título:

"ENTREGA DE KITS PARA ORIENTAR EVACUAÇÃO NA REGIÃO SERRANA".

Gente, o que é isso?!?

Não dava pra fazer uma frase melhorzinha, sem espaço para "confusões intestinas"?

Decifre, se puder

Enigma quase matemático:

Duas ambulâncias saem de uma garagem (talvez numa galáxia muito, muito distante) para pegar, "imediatamente", dois pacientes na Emergência de um hospital.

Horas depois, vem a informação de que uma ambulância sofreu uma "interconversão" e não tem previsão para chegar.

Perguntas:

1) O que aconteceu com a outra ambulância?

2) Que pane é essa tal de INTERCONVERSÃO?

Cartas para o Copa D'Or e para a Express Remoções.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A numeração está 'atento'?!?

Abri minha caixa de e-mails e dei de cara com a seguinte mensagem da minha operadora de TV, internet etc.:

"Fique atento a nova numeração da NET."

Acho que vou mandar pra lá uma cartinha:

"Querida Net,
quando a gente fica atenta é 'a' alguma coisa (ou 'a' alguém).
Ou seja, tem preposição aí.
E quando a preposição se junta ao artigo, vira crase.
Portanto, ficarei atenta à nova numeração, torcendo para que vocês acertem mais na reorganização dos canais do que no Português.
Obrigada."

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Não dá pra tapar com peneira

Não li o texto — cada vez encontro menos coisas interessantes na revista dominical do Globo —, mas meu atento amigo leu.

E me escreveu:

"Na matéria sobre constrangimentos sofridos nas praias cariocas por adeptas do topless, está escrito que a novela 'Água Viva' mostra cenas das personagens de Tonia Carrero, Maria Padilha e Maria Zilda sendo 'achacadas' por banhistas por causa da audácia. Acho que queriam dizer 'acossadas', não?"

Ainda fiz um "esforço de reportagem", encontrando o sentido de "apontar defeito em; censurar, tachar; acusar" para o verbo "achacar".

Mas é muita "forçação de barra". As moças deviam mesmo ser "perseguidas, atacadas e agredidas" pelo hábito. Ou seja: acossadas.

sábado, 30 de novembro de 2013

Endereço certo

Achei nota na coluna do Ancelmo a respeito de "irregularidades (encontradas pela Light) no equipamento de medição da Drogaria Pacheco da Av. Nossa Senhora de Copacabana".

Perguntar não ofende: em qual delas?

Porque, sem pensar muito, eu me lembro de pelo menos meia dúzia de Drogarias Pacheco naquela rua.

Planos para o passado

No "JH", a repórter perguntou a estrangeiros que se hospedam em albergues nas favelas do Rio quais são seus "planos para o futuro".

Sempre soube que a expressão era um pleonasmo, mas comecei a duvidar disso ao ver a capa do Segundo Caderno do Globo de hoje.

Fizeram um monte de planos para o 50º aniversário da mundialmente famosa série "Doctor Who", mandaram até repórter para entrevistar atores e roteiristas na Inglaterra e... publicaram a matéria com, pelo menos, uma semana de atraso!

Ou seja, descobriram como é possível fazer planos para o passado! Incrível!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Releia antes de publicar


Hoje é dia de escorregão em subtítulos do Globo.

Eu peguei um e meu atento amigo pegou outro, na página 45.

Está lá:

"Interdição do local do acidente e dos guindastes não impedirão volta ao trabalho na semana que vem".

Como assim, "impedirão", se a interdição é uma só?

Ah, a falta que um revisor faz...

Reclamando da forma certa

Sou fã do Reclame Aqui!

Agora, porém, uma amiga me chamou a atenção para uma falha do site e sou obrigada a reclamar dele — ou, pelo menos, do seu Português.

O problema está na lista de "EMPRESAS MAIS RECLAMADAS" — e eu tenho certeza de que o pessoal não se referia a empresas mais "solicitadas", "anunciadas", "apregoadas" e outros sentidos que a palavra tem.

Que tal arrumar outro jeitinho de dizer "empresas que mais receberam reclamação"?

Deve ser essa a intenção de quem faz o Reclame Aqui, não?

Sobrevivência e músculos

Pirei eu ou piraram os colegas do Globo?

Na página da editoria Mundo, um subtítulo informa:

"Casal manteve três filhas adolescentes presas por dois anos sem banho ou comida" (!)

Alguma coisa está errada, pensei. "Manteve" e "sem comida" não combinam.

Dentro do texto, informa-se que as meninas eram alimentadas, ainda que apenas uma vez por um dia.

Pelo menos dá pra entender como elas se mantiveram vivas durante o longo período de tortura.

Páginas depois, a coluna de televisão diz que esta, no Brasil, "tem musculatura diferente".

Se tivesse aquele aparelhinho que mede massa corporal, ia já fazer um exame na minha TV!

Net: menos informação pra você

O atendimento online da Net enrola, enrola... e não informa nada!

Vem com resposta padrão, pronta, e ainda tem a cara de pau de escrever o infame... 

"MAIORES INFORMAÇÕES no www (...)".

Por qual escola de Comunicação terão passado os responsáveis por essas mensagens irritantes, inúteis e mal escritas?

A Net dá informação de menos!

E não custa lembrar que informações não vêm nos tamanhos P, M, G etc. Ou tem mais, ou tem outras, ou não tem!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A receita desandou

Não é só o prazer da leitura que uma tradução mal feita pode estragar: o de degustar uma bela refeição, também.

Se os interessados nos muitos programas culinários da BBC HD seguirem as receitas pelas legendas, podem estar criando pratos totalmente diferentes dos que são ensinados pelos chefs do canal.

Agorinha, numa chamada, o famoso "sponge cake" virou "bolo de baunilha".

Só que o verdadeiro pão de ló nem baunilha leva!

Mais atenção, pessoal.

Oferece a quem?!?

Fiquei curiosa com a nova propaganda da decolar.com enviada por meu atento amigo, via e-mail.

Diz ela:

"Oferta A Buenos Aires."

O que será que o site de viagens está oferecendo aos hermanos portenhos?

E por que oferece apenas a eles, deixando os brasileiros de fora?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

É uma luta, viu?

As maravilhas não cessam na minha adorável profissão.

A criatividade dos colegas é infindável — e, portanto, este blog, também.

Se alguém ainda duvida, basta ler as duas pérolas gigantescas que recebi de um querido amigo.

Transcrevo a primeira, já com o comentário dele:

"O noticiário sobre os poços do Nordeste construídos pelo Exército está afirmando que eles são MOVIDOS A ENERGIA SOLAR.
Você tem alguma ideia do lugar para onde eles estão indo
?"

Dispensa complementação, não?

Pois a segunda não fica atrás:

"Matéria do Globo de hoje diz que Paes vai comandar o GRUPO QUE COMBATE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
Vão morrer exauridos!", diz meu amigo.

Sei não, mas acho que foram todos assistir ao novo filme do Thor e incorporaram o personagem.

domingo, 24 de novembro de 2013

Leitura de tirar o sono

Sou fã dos romances policiais da Ruth Rendell, mas o finzinho do que estou lendo agora, "Lágimas", é mesmo de chorar.

Não pela trama, mas pela tradução, que, apesar de uns cochilos de revisão ao longo de todo o livro, parece ter sido feita por uma pessoa até, mais ou menos, o capítulo 30 e por outra depois.

De repente, comecei a tropeçar em coisas como "três assassinos, Fulano de Tal e seus dois ACESSÓRIOS" (!).

Por aqui esse tipo de "acessório" é conhecido como "cúmplice" — mas cheguei a consultar o Dicionário de Latim Forense que herdei do meu pai para ver se havia precedentes do uso.

Não achei. Cúmplice é cúmplice mesmo e não se fala mais nisso!

Já quanto aos acessórios... encontrei outro igualmente inusitado no estranho hábito de um personagem que gosta de "dormir DE COLHER".

Gente, em Português a expressão é "dormir de conchinha", tá?

Quando o detetive e a namorada "se deitaram COMO COLHERES", perdi o sono e me acabei de rir!

Desse jeito não termino a leitura para passar ao Philip K. Dick que me deram no aniversário, ao Neil Gaiman & Terry Pratchett com que fui presenteada ontem, ao...

No interior das mentes jornalísticas

Já ia pra caminha quando resolvi dar uma olhada nos e-mails.

E lá estava a colaboração do amigo, que acha que a Veja encarregou um estagiário da redação da notícia em que se lê, na página 11, o seguinte "preciosismo":

"A gaúcha (Fulana de Tal), de 16 anos, suicidou-se no interior do seu quarto (...)".

Comentário do amigo: "Ainda bem que ela não se suicidou no exterior do quarto, chamaria muito a atenção. E ainda bem que o redator não escreveu 'de apenas' 16 anos."

Pois é. Ele mesmo já havia percebido que as pessoas andavam com a mania de que serem encontradas "no interior de porta-malas, no interior de igrejas, até no interior dos quintais".

E não é que agora estão também sendo encontradas no interior de seus quartos?

A sensacional informação merece essa ilustração ao lado.

E agora, com licença: quem vai para o interior do próprio quarto sou eu (não sem antes ir para o exterior do meu escritório).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Em busca da regência perdida


Já tivemos regência no Bobajal (antes de ele virar República Federativa).

Já tivemos, inclusive, a regência gramatical, que era ensinada nas escolas.

Hoje, não sei mais o que se aprende por lá.

Vejam este anúncio de página inteira que o amigo encontrou no Globo:

"Relação boa é a que você pode contar a todo momento. Seja no jornal, no tablet ou no computador."

Acho que queriam dizer "relação com a qual você pode contar", ou "com que", ou...

Relação que você pode contar é numérica, como a lista de compras de supermercado. Batata, arroz, queijo, leite... Ah-ha, tenho que levar dez (ou cinco, ou 15...) itens pra casa!

A outra... Bem, o completo desconhecimento da outra fica difícil de engolir quando a gente sabe que a tal propaganda institucional foi feita pela Artplan para o próprio Globo.

Não tinha um redator em nenhuma das duas empresas de Comunicação pra corrigir um trem desses?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Nunca (?!?) antes na história...

Quando a gente pensa que já viu de tudo na República Federativa do Bobajal — embora uns e outros gostem de repetir "nunca antes na história desse..." etc. etc. —, recebo de uma amiga a seguinte colaboração, extraída do Diário Oficial da União (!!!):

"(Fulano) da Silva foi nomeado para exercer o cargo de 'substituto eventual' do..."

Quase empaco (às gargalhadas) no sensacional cargo: substituto eventual!

Mas minha amiga pediu:

"Agora, respire fundo, tome fôlego e prepare-se."

Foi o que fiz e... tá-dá! Descobri que temos um SUBSTITUTO EVENTUAL DE...

"Coordenador-Geral de Produção Associada e Desenvolvimento Local do Departamento de Qualificação e Certificação e de Produção Associada ao Turismo da Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do Turismo." (sic)

É assustador!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ruim até pra analisar

Notícia publicada no site Blue Bus, tendo como fonte a Folha Digital:

"Um homem ainda nao identificado atirou e feriu gravemente um assistente de fotografia ao invadir o prédio do jornal francês Libération, em Paris, na manha desta 2a feira. O atirador fugiu. O jornal afirma que o crime aconteceu por volta das 10:15 locais (07:15 em Brasília), quando o homem, armado com uma espingarda, entrou no saguao e disparou duas vezes contra o assistente de fotografia. A vítima, de 27 anos, foi levada em estado grave para 1 hospital." (sic)

Por onde começar?

Pela grafia estapafúrdia? Pelo ridículo "por volta das 10:15"? Pelo complemento "locais"? Pelo "atirou um assistente"? Pelo...

Ah, quer saber? Dessa eu desisto!

domingo, 17 de novembro de 2013

Quem assaltou?

Quem é o sujeito da frase "Guardas detêm menor logo após assaltar turista paulista no Arpoador"?

O redator do Globo não podia tirar do estranho subtítulo, por exemplo, a informação "paulista"?

Se esse apêndice desnecessário se restringisse ao corpo da matéria, talvez desse pra explicar melhor essa história.

Do jeito que está, parece que os guardas primeiro assaltaram a mulher, depois prenderam o rapaz.

Em tempo: alguém sabe me dizer se ainda se ensina análise sintática na escola?

Causas mais que justas

Convite para quem é amigo do Português: abrace algumas causas!

Uma, por exemplo, pode ser a da "causa" em si, porque a pobrezinha vem sendo banida do idioma pela CONTA.

Esta virou praga por causa de... sei lá! Ignorância? Modismo? Preconceito? (sugestões para a "redação".)

Outra é em prol de palavras nossas que são substituídas por similares estrangeiros sem o menor motivo (e sem itálico, aspas etc.).

Exemplinho do dia, na coluna Gente Boa:

"(...) em cada POINT de aluguel de prancha".

Pois é. O "ponto" ainda cai em desuso como a "causa", por causa da... (complete a frase como quiser.)

Mau caminho, péssima direção

Mais um exemplo de desserviço prestado ao idioma da República Federativa do Bobajal, onde, infelizmente, erro pega com a maior facilidade.

O atento amigo mandou até foto da besteira, com o pertinente comentário:

"Existe uma expressão correta — 'uso exclusivo em serviço' — para veículos que não são de lazer, mas de trabalho.

Simples, não?

Pois é, mas esse pessoal da Construserve achou de criar outra — 'uso exclusivo À serviço'.

Tudo errado.

Preposição errada, sinal de crase indevido. Pra quê? Para desensinar os muitos que vão ler e achar que é assim que se escreve."

Precisa dizer mais?

sábado, 16 de novembro de 2013

A arte de dizer coisa alguma

Hora de percorrer o Guia Net na TV, pra ver o que há e... bato no filme "A oitava página".

Abro a sinopse, para conferir se é o já conhecido "Page Eight" — de 2011, com o Bill Nighy.

Confirmo. Mas quase caio pra trás com o texto:

"Eleito para fechar o Festival de Toronto, o filme foi dirigido por David Hare, realizador de O Leitor. O filme é particular, ainda mais porque se intromete no mundo dos serviços de inteligência, algo nunca feito até agora." (sic)

Hã? Alguém consegue me explicar um trem desses?

PS: se não fosse pelo tamanho diminuto, seria páreo para a encheção de linguiça diária da seção "Filmes de hoje" do Globo.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ignorância na BN é demais!

Citei a Fon-Fon e... vejam que coincidência.

Um amigo estava consultando o site da Biblioteca Nacional e, justamente na página dedicada a revistas e jornais — hemeroteca, para os íntimos —, encontrou a seguinte definição para a histórica publicação:

"Semanário alegre, político, crítico e ESFUSIANTE." (o destaque é meu.)

Tem coisa menos esfuziante e mais "borocoxante" do que ler um trem desses?

Se nem na Biblioteca Nacional sabem escrever, o que esperar dos demais habitantes da República Federativa do Bobajal?

Fã-fan, bi-bi, fon-fon

O que está acontecendo com aquela coluninha de TV do Globo, um festival de pleonasmo nos últimos tempos?

Dia desses, estava aqui com uns "fatos reais". 

Agora, também destacado em título, encontro um "fã fanático"!

Além de a aliteração provocar um som estranho, o "" nasceu exatamente do "fanático".

Ambos têm como sinônimo "admirador" e como antônimo, "adversário".
Tautologia é pouco pra definir a "gracinha".

Uma curiosidade: consta que a versão "enxuta" do fanático apareceu por aqui em 1934, na revista Fon-Fon.

Viagem em bom Português

O amigo jornalista anda farto com os erros de regência que pululam nos jornais, na internet etc. etc.

A escorregada mais recente foi encontrada num anúncio da decolar.com, que diz:

"Voos baratos a Orlando!" (sic)

Por acaso alguém voa AO Rio de Janeiro, A Caixa Prego, A Timbuktu? Não!

Vamos a qualquer lugar, mas voamos para a Europa, para os EUA, pra Conchinchina e assim por diante.

Só espero que o serviço da empresa seja melhor que o seu Português, porque muita gente tem sido atraída por suas promoções.

Que tal decolar com o idioma no rumo certo?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quando o nível do idioma desce

Mal cheguei aqui, encontrei uma colaboração à minha espera.

O amigo a ouviu no canal NatGeo (mais conhecido pelo nome completo: National Geographic).

Disse o dublador:
"Quando o calor SOBE (...)".

Eu, claro, já imaginei uma girafa na menopausa, com uma onda de calor percorrendo-lhe o pescoço, em pleno Serenguéti.

Porque na África, nas Américas, onde for, sobem (ou descem) os ponteiros dos termômetros e termostatos, a temperatura, o grau ou o nível do dito calor.

Sozinho, que eu saiba, ele não tem independência pra ficar andando pra cima e pra baixo por aí.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Proibido para menores

Minha nossa! Já ia dar uma "pausa para meditação", quando abro os e-mails e encontro duas pérolas preciosas — pescadas ontem e enviadas hoje por meu atento amigo.

A primeira está na editoria Mundo da Folha de SP:

"Sobe para mais de 138 o número de mortos por tufão nas Filipinas".

Comentário do amigo:

"Mais de 138 deve ser 138,5..." Pano rápido! 

A próxima "cena" é gráfica. Melhor tirar do recinto crianças, cardíacos e velhos, pois nem estes jamais viram o horror do "cadafalso com 'c' cedilha", cujo único registro é de 1492! 

Ou melhor, era. O Globo está sempre inovando...

sábado, 9 de novembro de 2013

Afinal, está livre ou o quê?

Acabo de ouvir no "JH" que, com a passagem devastadora do tufão Haiyan, as estradas "seguem bloqueadas" nas Filipinas.

Por alguns momentos, esqueci a tragédia e pensei:

"Como é possível uma coisa 'seguir' se está 'obstruída, impossibilitada de passar, entrar ou sair, devido a algum obstáculo físico ou impedimento externo; impedida de se movimentar ou deslocar livremente' etc, etc."?

Jogadores de futebol americano sabem o que é tentar furar um bloqueio para seguir jogando. O novo correspondente da Globo no Japão, jornalista que sempre admirei, pisou na bola.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Acorda, tratativa, vem cantar...

Estou dizendo que o Bradesco resolveu lançar a palavra da moda no atendimento ao cliente?

Acabo de ver nos e-mails a gracinha:

"Segue número de protocolo aberto pelo SAC (...) para tratativa da sua manifestação junto à seguradora."

Alguém pode doar um dicionário à empresa, que deve estar passando dificuldade?

Nem vai tomar muito tempo dos funcionários a consulta ao verbete em questão. O Houaiss, por exemplo, é sucinto:

"s.f. m.q. 1trato ('acordo') ¤ etim rad. do part.pas. lat. tractat- sob a f.tratat- + -iva; ver traz-"

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Idioma? 'Bradesquês'

Acabo de descobrir que não é só de saúde (dos seus associados) que o Bradesco Saúde (do bolso do empresário) não entende. De Português, também.

A pobre moça do SAC que me ligou — para pegar detalhes da reclamação que fiz no site, devido ao descredenciamento do meu clínico geral — tinha um discurso decoreba saído do mais mal traduzido manual de telemarketing do planeta.

O Bradesco não só ressuscitou o excesso de verbos auxiliares + gerúndio, que parecia enterrado — "vou estar fazendo" isso, "vamos estar acompanhando" aquilo etc. etc. — como parece achar linda a palavra "tratativa", repetida à exaustão no tal telefonema.

E ainda inventa frases que começam com longas perguntas do tipo:

"Os últimos procedimentos que a senhora fez com esse profissional foram de (...)?"

Como eu me perdi mais de uma vez no meio do monte de jargão que vinha em seguida, comecei a questionar o que era exatamente que ela queria saber.

Custou, mas consegui uma resposta objetiva: era o endereço do consultório do médico, acreditem!

Nem Sherazade conseguiria embromar tanto...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Situação 'de' sem teto e sem nexo

Tenho parentes — que são também amigos queridos — na Austrália. Estão lá há anos, mas não perdem o interesse pelo que se passa em sua terra natal.

E não é que acabam de achar a besteira que reproduzo abaixo, justamente no site "Brasil de Fato"!?

Leiam a nota que postei agorinha e vejam se não tem tudo a ver com esta "magnífica informação", encontrada em matéria (cheia de cacoetes) sobre moradores de rua (os antigos mendigos):

"A AUSÊNCIA dos documentos EVITA que pessoas em situação de rua NÃO TENHAM acesso a políticas sociais." (o destaque é meu.)

Deu pra entender???

Em breve, o 'fato ficional'

A tautologia está solta!

Hoje mesmo um amigo viu o seguinte título, abrindo coluna no Segundo Caderno do Globo:

"Baseado em fatos reais".

Enquanto ele aguarda o título "Baseado em fatos ficcionais", eu fico aqui pensando: de tanto ouvir histórias da carochinha que nossos governantes querem nos vender como verdades, será que perdemos de vez o pé na realidade?

domingo, 3 de novembro de 2013

Reportagem do outro mundo

Quando a gente pensa que já viu de tudo no jornalismo, a Gazeta do Acre consegue inovar — como se pode ver no recorte enviado por uma grande amiga e, também, no site da publicação.

Se pensarmos que "degola" pode ser apenas "corte, incisão no pescoço", em vez da radical "decapitação", até que dava pra engolir.

Porém, o texto informa que o pobre homem teve "morte instantânea".

Onde então arrumou tempo pra dar entrevista? Foi invocado pelo repórter-médium no além?

Imaginação à solta

Será que estou muito exigente? Ou delirante?

Porque eu viajei no título do Globo que diz "Jovem (...) queria tirar mãe do aluguel".

Ele teria alugado a mãe pra alguém?!? Teria penhorado e não conseguia mais resgatar?!?

Quando cortei as asas da minha imaginação e pensei em "casa própria", procurei-a no corpo da matéria e... também não a encontrei lá.

Alguém se anima a decifrar esse mistério?

sábado, 2 de novembro de 2013

Sem pé nem cabeça


O festival de bobagens na programação da TV não tem fim.

Acabo de bater o olho na sinopse do interessante filme "Ronin":

"Ex-agente da CIA, contratado para liderar equipe em missão perigosa afim de recuperar uma valise de conteúdo não identificado em poder de assassinos." (sic)

Não bastassem o "a fim" junto e o "conjunto da obra" (a construção é horrorosa!), cadê o verbo para o suposto sujeito "ex-agente da CIA"?

Responda corretamente

Dou uma olhada na programação da Net e encontro o filme "Responda isto!" ("Answer this!").

Mas... peraí. De acordo com a regência do verbo "responder", não devia ser "responda a isto"?

Ou a resposta correta para a pergunta (que desconheço qual é) seria "ISTO"?


Decidam-se, por favor

Mal acabei de comentar o estranho relacionamento dos novos jornalistas com o tempo e, diante da TV, ouvi essa pérola, no "JH":

"A perimetral será fechada em definitivo, por enquanto."

Já tenho implicância com o "em definitivo" — prefiro "definitivamente" —, mas não importa.

Quero saber é como pode uma coisa de caráter "irrevogável, decisivo, final" ser, simultaneamente, "temporária"?!?

Acertem o passo com a hora

Meu amigo encontrou essa de madrugada, no Globo online, na matéria de um tiroteio no aeroporto de Los Angeles:

"(...) Com exceção do terminal 3, os demais voltaram a operar às cerca de 21h de Brasília, seis horas após o incidente."

Já perguntei outras vezes e torno a perguntar: o que é esse novo problema dos colegas com o tempo? Que tal discutir a relação, que vai mal, muito mal mesmo?

Não sei se serve de consolo ver que o Globo "de verdade", que recebi hoje, não repetiu o trambolho "às cerca de 21h de Brasília".