domingo, 31 de dezembro de 2017

G1 já viu. O editor, não


O que vem a ser essa coisa ridícula do site do Grupo Globo, que senta o pau na nova temporada de "Black Mirror"?

Não há um crítico assinando o texto: tem, no título, um estrambótico "G1 já viu", que significa... ?!?

No subtítulo, há um cacófato horroroso, "elenca capítulos" — é o que dá escrever mal e queimar a palavra "episódios" na mesma linha.

A falta de pontuação é de tirar o fôlego e a "concordância" é de doer.

Mesmo se usassem o advérbio  direitinho, não faz sentido "diferentemente do seu antecessor são fracas etc.".

As histórias podem ser fracas, a temporada anterior pode ser boa.

Quem é "o sucessor" e com o que ele combina? "Ele parecem"? Ui!

sábado, 30 de dezembro de 2017

Escrita altamente suspeita

Alguém me explica o que se passa nas cabeças infantes que hoje fazem nossos jornais?

A assídua colaboradora encontrou texto pra lá de mal escrito no Globo online, a respeito de acidentes nas estradas.

Entrou de manhã cedinho, foi sendo atualizado até depois de meio-dia e virou uma colcha de retalhos.

Pelo menos, um trecho nos fez rir:

"O carro, (modelo isso, cor aquilo), estava em atitude suspeita e (...)".

Para por aí, que eu já comecei a gargalhar outra vez.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Foi-se o tempo...

Quando trabalhávamos na redação dos (então) dois maiores jornais do Rio, Globo e JB, eu e o atento amigo aprendemos que texto e título deviam claros, sem dar margem a dúvidas.

Pois vejam só o título ambíguo que ele encontrou hoje:

"Juiz nega prisão domiciliar a Maluf por problemas de saúde".

O juiz está com problemas de saúde? O Maluf não pode ir pra casa porque está doente?

E o editor? Faltou ao trabalho porque não se sentia muito bem?

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Os equívocos não cessam

Falei em escolhas erradas dos colegas e me lembrei de dois títulos equivocados (do Globo) que o atento amigo me enviou há alguns dias.

O primeiro foi encontrado na Economia e sugere ao leitor que alguém está de olho EM duas cidades mineiras: Santos Dumont e Congonhas.

Não é isso? São os aeroportos? Estão de olho NO Santos Dumont?

Um simples artigo pode mudar tudo, assim como uma preposição deslocada.

É o caso do segundo título, que nos faz acreditar que um procurador pedirá A vereadores o fim do foro privilegiado.

Só no texto a gente entende que ele quer o fim do foro especial PARA vereadores.

FOROS não são A coisa alguma ou A alguém. São DE algum tipo (como DO DOMICÍLIO, DO DELITO etc.) ou foram criados PARA (privilegiar) alguma categoria — no caso, PARA vereadores.

Antes de sair inventando regência, jornalista, consulte um dicionário, por favor.

O leitor agradece.

Cuidado com as escolhas


Caros colegas, o período é de festa, farra etc., como sabemos a assídua colaboradora e eu.

Nem por isso os textos devem ser escritos com menos cuidado.

Vejam na imagem o título da nota do Ancelmo e, abaixo, o início do texto.

O primeiro sugere que a bailarina não recebeu convite algum e fez questão de frisar isso pro repórter, enquanto o outro deixa claro que ela RECUSOU a oferta.

O verbo NEGAR até pode ser usado como sinônimo de RECUSAR, mas só em certos casos — e, especialmente, quando não confunde a informação.

Aproveito para desejar a todos um feliz 2018!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Descaminhos da Flor do Lácio

Se os jornalistas estão apelando pra linguagem técnica ou jargão de vários setores, o que esperar do atendimento dos (maus) serviços prestados no país?

Dia desses, a assídua colaboradora encontrou matéria no Globo que falava de "tráfico de drogas, descaminho e furto de bebidas no interior de aeronaves em pouso" (sic).

O "descaminho", como usado pela Polícia Federal, é dicionarizado, mas pouca gente conhece. Ou estou enganada?

Não vou nem comentar o "interior da aeronave em pouso" (ou o exterior em voo, quem sabe.)

Já o atento amigo leu hoje, no Dia, a gracinha:

"De acordo com a assessoria de imprensa do Santos Dumont, 11 voos precisaram ser alternados para o Galeão".

O repórter preguiçoso nem se deu ao trabalho de esconder que copiou o release da assessoria — e, muito menos, de trocar o termo técnico por "desviados", "transferidos" ou coisa similar.

Enquanto isso, eu estou sem sinal no celular, aguardando a Vivo "corrigir uma divergência sistemática". Fazer o quê?

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Outro baile, só no gramado

A queridíssima amiga lia o jornal e não acreditou no que viu ao chegar a uma nota da coluna de TV,  que fala da gravação das cenas de um "baile dançante".

Jornalista veterana, ela não se conteve e ironizou:

"E eu que não sabia que há 'baile dançante'! Pensei que era só baile andante, caminhante, rastejante... Graças ao Globo de hoje, estou menos ignorante".

Essa tautologia foi de doer, colegas.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Não se mirem no exemplo

Passou pela minha linha do tempo, no Facebook, uma página que diz ter o objetivo de dar informações úteis e já contar com 8 milhões de seguidores.

Se é pra ser útil, peço que não ensinem 8 milhões de pessoas a escrever errado, como no título copiado na imagem.

O médico (que devia ser "esse", não "este") tem que "explicar POR QUE escreve (etc. e tal)", bem separadinho, porque está explicando o motivo PELO QUAL (ou POR QUE razão) ele faz isso ou aquilo.

Corrijam, por favor, mas tomem cuidado para não manter no site a informação nova juntamente com a velha, como faz "o maior jornal do país".

Essa coisa ridícula (que a assídua colaboradora encontrou no Globo online) é mais um exemplo do relaxamento absoluto no jornalismo atual.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Saudades de um texto claro


O texto horroroso que se pode ver aqui foi encontrado pela assídua colaboradora, que o enviou pra mim com o pertinente comentário:

"Não basta ter que ler sobre a uretra presidencial, né?"

Pois é. A gente ainda tem que dar de cara com um "foi consultado pelo urologista" que é de matar!

Coleguinhas do Globo online, o cara CONSULTOU UM UROLOGISTA.

CONSULTEM UM DICIONÁRIO, por favor!

E releiam as bobagens antes de publicá-las.

Quantas vezes é necessário usar a palavra "presidente" pra nos convencer de que o cidadão ocupa o cargo?

Por que tanta repetição em apenas dois parágrafos? Por que ninguém mais FAZ uma cirurgia, só "realiza"? Eu, hein!?

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Quem leva o troféu?

Fiz  o "três em um" aí da imagem, porque não sabia o que escolher pra comentar primeiro.

Ontem, a assídua colaboradora enviou o anúncio do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) do Rio Grande do Sul, publicado em jornal de lá, o Zero Hora.

Nele, além do "marquetinguês castiço", tem um "são quem verificam" de incomodar a vista. 

Quem conhece a língua e verifica o que escreve com cuidado sabe que o pronome não combina com o plural.

Perguntem ao copidesque e ao revisor. SÃO ELES QUE VERIFICAM se está tudo direitinho no texto — e, infelizmente, não têm mais emprego no Globo.

A prova está na tirinha que a amiga mandou hoje cedo, com um baita "vou contá-la para eu mesmo". 

Não vou guardar segredo para MIM MESMA: é assim que se usa o pronome nesses casos, OK?

Agora, EU ME pergunto: o que dizer da invenção do Tribunal Eleitoral, encontrada pelo atento amigo?

Que história é essa de "biometrizar" as pessoas?!?  Esse verbo não existe! Quem é o Guimarães Rosa do TSE?

Começou na Bahia. Vai se alastrar pelo país? Nada contra biometristas ou métodos biométricos, mas me recuso a ser "biometrizada".

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Português não é Matemática

Costumava-se dizer que quem fazia Comunicação estava fugindo da Matemática.

No entanto, alguns colegas parecem adorar certas operações básicas, aquelas em que "a ordem dos fatores não altera o produto", sem se lembrar de que o resultado pode ser desastrosamente diferente quando lidamos com palavras.

Seguem aí dois exemplos que o atento amigo achou ontem na CAPA — sim, na primeira página! — do Globo, um jornal que já foi mais bem cuidado.

Como pode "morto há cinco anos" fechar com "obra"? A obra morreu?!? Se assim fosse, ela estaria MORTA, no feminino, não é?

E desde quando o "dia 19" é um lugar? Como assim, uma "data onde"?!?

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Qual é o sentido da ilustração?


Ainda estou rindo com a legenda que o atento amigo encontrou ontem no.jornal O Popular, de Goiânia.

Gente, que jornalismo é esse que se faz hoje em dia? O que vem a ser essa identificação do edifício sede do Banco Central ANTES do anúncio da Selic?

Com razão, o amigo ironiza:

"Tô curioso pra ver a foto do prédio DEPOIS..."

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Depois do 'após', vem o 'durante'


Não sei por que ainda não inventaram uma vacina pra acabar de vez com essa praga de jornalista "situar no tempo" toda ação.

É tanto "após" isso, "após" aquilo — com alguns "durante" no meio — que a leitura se torna irritante.

Gente, para com isso! TUDO acontece em algum momento e não é preciso usar linguagem tatibitate pro leitor entender.

Sejamos diretos: pessoas MORREM EM confronto; mulher VÊ foto comprometedora do marido e pede divórcio; Fulaninho É solto; e assim por diante.

Essa bobajada toda, reproduzida aí na imagem, está na "home" do Globo online, em que a assídua colaboradora encontrou uma "montanha com mais de mil anos", o que é nada em termos geológicos.

Só clicando lá pra coisa fazer algum sentido: o local é "considerado sagrado" há esse tiquinho de tempo. Um pingo de atenção evitaria o título ridículo.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Não inventa, galera!


O atento amigo botava a leitura em dia quando bateu o olho neste título da Folha de ontem:

"Empresas criticam INSS de intermitente".

Colegas, existe um INSS cobrado de um "cidadão intermitente"?

Não li o texto, mas imagino que os empresários criticam a "intermitência do INSS", ou seja, "CRITICAM O INSS COMO INTERMITENTE".

Não cabe na linha?

Que tal "CHAMAM INSS DE INTERMITENTE"?

Só não vale inventar regência que não existe no idioma, OK?

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A falta que faz um profissional


A assídua colaboradora pergunta:

"Será que a Clínica Felippe Mattoso não tem grana pra pagar um copidesque que seja?"

Pois é.

Nós, jornalistas desempregados, somos legião — e muitos jamais deixariam passar essa ridícula "taxa gratuita" aí. Eu garanto!

domingo, 3 de dezembro de 2017

Os modismos não cessam

Como tenho vindo pouco ao computador nos últimos dias, resolvi fazer um combinado de duas pérolas enviadas pela assídua colaboradora com uma pescada por mim.

Todas tratam de infelizes modinhas (desculpem o pleonasmo) que poluem nossa língua, na imprensa e na tal da mídia, em geral.

Desde ontem me esperava guardadinho um baita exemplo do horroroso do uso do verbo "SEGUIR" como no Espanhol, ou seja, com o sentido de "CONTINUAR".

Foi achado no Globo, que pegou feio o vírus e conseguiu tascar logo quatro num parágrafo, no qual o desprezado "CONTINUAR" é usado uma só vez.

Atentem para o detalhe: tudo que "segue" no texto não segue pra lugar algum, está paralisado!

Como o que já está ruim pode ficar pior, ontem eu vi no Comunique-se a palavra "influencers", termo "marketinguês" recente até no Inglês a que pertence.

Pois não é que a amiga encontrou hoje outro exemplo do que já se anuncia como a praga de 2018? Não bastam os "formadores de opinião"? Não dá pra usar "influenciadores", em Português?

Resta saber se a novidade vai enterrar o feioso "alavancar" e se virá sempre acompanhada do cacófato "uma marca".

sábado, 2 de dezembro de 2017

Mais uma sinopse de arrepiar

É um espanto o que se lê nas sinopses 
da NET.

Fui conferir o horário de uma reprise recomendada pela minha irmã, que assistiu ontem à atração do canal Curta e se lembrou
de mim.

Pois vejam aí na imagem o que eu encontrei.

De cara, quem seria o sujeito da primeira frase?

"Chomsky & Cia"? Impossível, porque o verbo está no singular, como tudo mais.

"Documentário"? Nem forçando a barra.

O Noam, coitado, ficou de fora e, "possivelmente" — quem sabe? —, se tornou um pensador influente, porque o redator parece não ter muita certeza a respeito e. claramente, não tem ideia do que escreve.

Quem não sabe o quê?

O atento amigo encontrou postagem na página da Lupa, no Facebook, e me marcou, mostrando o nome do estudo que incluiu a agência:

"Espaços de mudança: QUEM SÃO AS MARCAS que mudam o Brasil pra melhor?" (sic, com destaque meu)

Que me desculpe a Interbrand, autora do estudo, mas ela própria está mudando o país pra pior com essa invencionice.

"MARCA" não é gente, ainda que seja feita por pessoas.

Troquem o QUEM por QUAIS e ajudem a melhorar o Português, por favor.

PS: "fazer existência" também é esquisito, não? Ou estou ficando muito exigente? Eu usaria "completar dois anos de existência ".