sexta-feira, 31 de março de 2017

Desleixo vergonhoso

Cheguei do aniversário de uma amigo na madrugada e encontrei o e-mail da assídua colaboradora, comentando uma nota pra lá de mal escrita na coluna do Lauro Jardim.

Aí está a vergonha, sem conserto até agora.

Tem concordância no masculino que devia ser feminina (relativa), tem crase onde não devia, verbo sem acento (está), repetição de "conta" em pequeníssima frase...

Se o leitor procurar bem, é capaz de achar mais erro ainda.

terça-feira, 28 de março de 2017

Não adianta rezar. Tem que estudar

Passei o dia resolvendo mil coisas e, na volta, encontrei colaborações variadas — todas. claro, encontradas no Globo (onde mais?).

Brincadeiras à parte, antes mesmo de eu sair a assídua colaboradora já tinha mandado um baita título com um "decidir sobre".

Até é aceitável pela regra. mas, como ela, implico com o uso. É feio pra burro!

Na página 4, lendo a respeito das horríveis brigas de torcida, um amigo encontrou a frase:

"A prisão temporária de (Fulano, Beltrano etc.) termina hoje, mas pode ser revogada por mais cinco dias".

Revogada por mais tempo?!? Acho que queriam dizer estendida, ou prolongada, né, não?

Pensam que acabou? Pois tem mais!

A querida amiga foi ler entrevista com a simpaticíssima Octavia Spencer (na editoria Cultura, hein?!) e tascaram lá que ela disse que "está à serviço do papel" (no caso, pelo que entendi, do Deus católico, no filme "A cabana").

Sinto muito, mas ela não disse essa bobagem, porque não existe crase em Inglês e, no Português, ela não antecede o masculino (as exceções são "àquilo" e "àquele", quando há preposição).

Nem rezando pra todo o panteão nórdico, greco-romano, africano...

quinta-feira, 23 de março de 2017

É mesmo impressionante!

Na imagem, fizeram uma coisa menos ridícula


As maravilhas não cessam!

Vejam a manchete extraordinária encontrada pelo atento amigo:

"IMPRESSIONANTE

Astronauta tira fotos da Terra a partir do espaço
".

Mui apropriadamente, ele pergunta:

"De onde mais um astronauta tiraria fotos da Terra?"

Tive que rir.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Deu um branco

O atento amigo mandou ontem as duas pérolas do Globo que reuni em uma só imagem.

A da capa causa estranhamento pela regência: se a gente "fiscaliza as contas", "fiscaliza uma obra" etc., por que a fiscalização seria "A" frigoríficos? O que justifica a preposição?

Já a da nota de Gente Boba é pleonasmo mesmo. O que o pessoal pensa que é "lacuna" por lá?

segunda-feira, 20 de março de 2017

Porções e porções de bobagem

Definitivamente, ou O Globo acha que falamos Inglês no Brasil ou, graças à tão alardeada "revolução digital", usa tradutor gratuito da internet e aboliu até o corretor ortográfico nos computadores.

Só um absurdo do gênero justifica essa coisa que o atento amigo encontrou naquela revistinha chinfrim de domingo:

os produtos orgânicos "já porcionados"!

Acredite! Inventaram o verbo "porcionar" e, em vez de separar legumes e verduras em PORÇÕES, ouviram "portioned" em algum lugar e tascaram no jornal, em título e texto.

Eu não compro um trem desses!

Já basta o tanto de aditivo que estão descobrindo na nossa comida por aí.

sábado, 18 de março de 2017

Aqui se fala Português. Será?!

Sabe aquele jornal EM QUE você procura um erro e acha vários?

Pois é.

Hoje ele tem hífen errado em título da editoria de Esportes (leiam a regra do "anti", colegas); coisas que não são entregues DE UM modo certo, mas "em" ("em um lugar certo", tudo bem)...

A elegante colaboradora viu nobres que não se encontram COM sobreviventes: do jeito que está, parece que eles "se descobriram sobreviventes", saDispensar
 
be-se lá de quê.

E a assídua colaboradora achou uma incrível em página inteira de anúncio (pode não ser da lavra do Globo, mas está lá e deve ter custado uma baba):

"Nenhuma planta da JBS foi interditada (...)"!

Ninguém esperava tratamento diferente para produtos da horta numa empresa que trabalha com carne.

Ou também havia projetos de arquitetura nas salsichas?

Para de copiar o Inglês, pessoal! No Brasil, de ricas fauna e flora, "planta" não é "fábrica", não é "indústria".

E, não custa lembrar, imagem "gráfica" é essa bagunça que eu fiz aí. Favor não confundir com "forte" e/ou "explícita".

sexta-feira, 17 de março de 2017

Quem fabrica os pássaros?


O amigo que não deixa passar uma me mandou a manchete do Globo com a pergunta:

"O que é uma fábrica de aves?"

Taí uma coisa que eu gostaria de saber.

Sugiro que o editor conserte o subtítulo, em que também falta uma conjunção aditiva e sobra plural, não é?

O 'após-calipso'

Alguém ainda duvida que a irritante modinha do "após" é, na verdade, uma praga?

Dá só uma olhadinha nesta amostra do Globo de hoje.

Não foi preciso mais que uma folheada para encontrar os "após" da foto.

Imagina "após" uma leitura atenta?!

quinta-feira, 16 de março de 2017

É muito desleixo do 'Globo'!

Eu nem vi o texto, publicado no domingo, provavelmente porque me cansei do excesso de anúncio da "revolução digital" do jornal.

Mas o atento amigo leu, no alto da página 7, o relevante artigo de um famoso cineasta, intitulado “Prioridade zero”, e ficou indignado com a falta de revisão.

Diz ele:

"É inacreditável a quantidade de erros e impropriedades no texto, que já começa assim: 'Em minhas duas últimas colunas, escrevi a cerca (...)'. Isso, mesmo, separando 'acerca'."

A lista continua:

· (...) os problemas que o mecanismo traz para a administração pública faz (...)” — "problemas faz?", pergunta o amigo.

·(...) operando em todos governos (...)” — “todos OS governos, naturalmente”.

·Esta e outras questões (...) nada tem haver (...)” — “nada TÊM A VER!” (essa doeu, viu?)

·(...) deveria ser a defesa de medidas que enfraqueçam ao mecanismo (...)” — “enfraqueçam AO mecanismo?!?”

E a última ainda vai dar em outra regência errada: “(medidas que) afetem A seus partidos”, quando o verbo “afetar” é transitivo direto.

Perto desse festival, até perdem importância as frases "o fato disso ocorrer (...)" e “o fato do mecanismo ter existido” — recomenda-se evitar a contração e usar "de isso" e “de o”.

Pois é. Aí fica tudo separadinho.

Já no caso do advérbio “acerca”, tem que ser junto, ou passa a servir para delimitar terrenos e coisas do gênero, como na imagem lá em cima.

quarta-feira, 15 de março de 2017

'Klaatu barada nikto'

A assídua colaboradora encontrou o título cambeta em coluna do Segundo Caderno:

"O dia que paramos a Dutra".

"Pó pará" por aqui mesmo.

E sempre que tiver dúvida a respeito, lembre-se de Raul Seixas, que usou em letra e nome de álbum "O dia EM QUE a Terra parou", que foi título de um clássico do cinema, ficção científica de primeira qualidade refilmada com Keanu Reeves muitos anos depois e... acho que basta, não?

domingo, 12 de março de 2017

Inovação pra inglês ver

A amiga revisora questionou o estranho uso do verbo "achar", ao ler a seguinte frase na coluna do Ancelmo:

"Na Globo, fez muita coisa, com destaque, acho, para o seriado (...)". (sic)

A nota sobre Paulo José (toda mal escrita) está num espaço que leva o nome de um colega, mas está a cargo de quatro.

Quem "acha" alguma coisa aí?

Vai ver essa manifestação de opinião faz parte da "revolução digital" que, mais uma vez, ocupa páginas e mais páginas do Globo.

A palavra de ordem do jornal é inovação, mas tem produto "novo" intitulado "PARA começo de conversa".

Pessoal, a contração está dicionarizada há zilênios e a expressão popular é "PRA começo de conversa", OK? Cadê a modernização?

Jornalismo desfigurado

Cuidado!

A imagem contém "cenas gráficas"!

Esta imbecilidade — que O Globo começou a usar no lugar de CENAS EXPLÍCITAS, FORTES, por desconhecer o Português e/ou achar que o Inglês é "mais chique e muderno" — está hoje na capa do Segundo Caderno.

No jornal, não faz o menor sentido.

Aqui, talvez faça, porque eu usei recursos gráficos para juntar as frases inspiradas — e com erro brabo de concordância! — de uma "matéria" que a assídua colaboradora encontrou no G1.

É tamanha a criatividade para falar de "make" — sim, não é mais maquiagem ou "make-up", acredite! — que o que mais tem é "outro exemplo", "mais uma transformação" etc.

Como sugere a colega, estão usando "mão de obra desqualificada"...

sábado, 11 de março de 2017

É agora! Já! Agorinha!

Alguém pode me explicar a moda do "agora" na coluna do Ancelmo?

 De uns tempos pra cá, virou praga o "dia tal (vírgula) agora", "segunda agora" etc.

Será que ninguém se tocou disso? Ninguém lê o jornal e vê que essa chatice é desnecessária (e, às vezes, até errada)?

Juntei uma nota de hoje com outra de quinta-feira só pra exemplificar.

Sem o bendito "agora", algum leitor acharia que o dia 16 a que se refere o repórter é de novembro ou, quem sabe, de qualquer mês em 2020?

Ginástica cerebral

Não foi um simples deslize: a besteira se repete na coluna lateral
O amigo me enviou essa aí na madrugada e eu quase perdi o sono.

Porém, mesmo depois de dormir sobre a ideia de fazer ginástica "em meio à rotina" e ganhar um "corpo metafísico", continuo confusa.

Já pensei até se a prática dos exercícios é dividida em categorias, tais como aristotélica, para quem quer um corpo com formas mais suaves, quase etéreas; kantiana, para quem quer músculos mais definidos... e por aí vamos.

Tá feia a coisa, viu?

E a matéria fala também de dieta e saúde em geral. Ou seja, é séria, apesar de o site em questão ter um espaço dedicado ao humor.

sexta-feira, 10 de março de 2017

O que é 'destribuir'?!?

Queridos colegas, um pouco mais de cuidado com o que publicam online.

Não é porque dá pra corrigir, ao contrário do que sai impresso, que se pode ser completamente relaxado com o idioma.

Onde estava o editor de Economia quando isto aqui entrou no ar?

Na "dEstribuição"?!?

PS: Quem enviou foi a "assídua" colaboradora, que andava sumida.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Por que não se calam?

Num dia em que nossas autoridades deram um banho de imbecilidade em seus discursos, o atento amigo encontrou a seguinte frase do ministro da Previdência reproduzida sem "copy" no Globo:

"Não dá para não pensar em não ter idade mínima de 65 anos". (sic)

Com três negativas seguidas, é pra dar nó na cabeça de qualquer um.

Se eu fosse a Madame Natasha do Gaspari, dava uma bolsa de estudos já!

terça-feira, 7 de março de 2017

Geração de bobagens


Não sou só eu que não aguenta mais a praga do "após" nos jornais.

Veja essa coisa aí da imagem, extraída da Folha online.

Foi enviada por uma querida amiga, também jornalista, que reclamou:

"Estou indignada com o uso abusivo, abusado e errado do advérbio de tempo 'após', popular como o 'onde' na utilização vulgar e imprópria.
'Filho gerado após barriga de aluguel' quer dizer o quê? A criança foi gerada em outra barriga depois que uma locadora não recebeu o embrião?
'Nasceram após processo de barriga de aluguel?' Como assim?"

Ela completa — e eu endosso:

"Que falta fazem redatores, revisores, editores e alguém que saiba escrever Português, poxa vida!"

segunda-feira, 6 de março de 2017

Peça as coisas direitinho

O atento amigo está impressionado com a escalada da errônea regência "pedir para que" isso ou aquilo.

Hoje, ela já estava destacada em legenda:

"(...) Guido Mantega pediu a Marcelo Odebrecht para que partidos (...)".

O amigo teme que, com as constantes demissões dos colegas veteranos e a ascensão dos textos tatibitate, essa construção ridícula vá parar na capa do Globo.

Em tempo: pede-se o valor X por alguma coisa, pede-se algo a alguém... e chega, OK? Mais exemplos podem ser encontrados em qualquer dicionário.

domingo, 5 de março de 2017

Revistinha recheada

Na mesma matéria em que encontrei a crase errada ("à uma imprensa", ui!), a amiga revisora viu o "nem tão pouco" aí da imagem.

Para quem ainda não sabe, faz tempo que se usa o advérbio com a contração "tampouco".

E "nem tampouco" é um tremendo pleonasmo: use "Tampouco algo" ou "Nem algo". E basta.

Pra não "perder a viagem", informo também que o (des)acordo ortográfico não se meteu com a "meia-idade": ela continua com hífen, OK?

Ignorância, preguiça ou machismo?

O que é essa criação do Ancelmo, "um doidivano", na nota "A conta é nossa"?

Colegas, ou o cara é um doidivanas ou um doidivana, OK?

Com "o" no fim não há no idioma pátrio.

Custa consultar um dicionário?

'Macacos' e 'botos' deslocados


A revista dominical do Globo passou um longo período dedicada aos jabás, mas finalmente voltou a publicar algumas matérias.

Só que, talvez pela falta de hábito de lidar com eles, descuida do copidesque nos textos.

Depois de ver uma horrorosa crase errada em "à uma imprensa" — que caberia perfeitamente em "à uma (hora) da tarde" —, pulei para a entrevista com o ilustrador franco-brasileiro Jean-Claude Alphen (autor do desenho aqui reproduzido, feito para o livro "Macacada").

Num único parágrafo, vejam o que encontrei:

"Estou a dois anos e meio só com livros autorais. Eu que decido de boto mais desenhos (...)".

Está na cara que o "de boto" foi erro de digitação — o correto era "SE boto".

Mas a preposição "A" no lugar do verbo HAVER HÁ dois anos... — é imperdoável.

Truquezinho simples: se for passado, use o verbo (há séculos...); se for futuro, use a preposição (daqui a pouco...).

PS: não custava também, no parágrafo seguinte, flexionar o feiíssimo "ajudar ela". "Quero ajudá-la" soa muito melhor, não é?

sábado, 4 de março de 2017

E a Lei Áurea?

Queridos colegas, todo cuidado é pouco na hora de escolher os verbos para construir suas frases.

Nem sempre o que parece sinônimo se aplica a qualquer caso.

Um exemplo é o tal do "colocar", que não substitui adequadamente o "pôr" e o "botar" em muitas situações — que o digam as galinhas, que jamais "colocaram" ovos.

Outro é o "possuir", que significa muito mais do que apenas "ter".

Vejam aí a coisa feia que o atento amigo encontrou no Globo de ontem.

Coberto de razão, ele pergunta:

"Voltamos aos tempos da escravidão?"

Pois é. Essa história de ser "dono do trabalhador" não acabou em 1888?