terça-feira, 25 de agosto de 2020

Esdruxulices à moda carioca

O atento amigo me enviou o link com o comentário:

"Olha que título esdrúxulo."

Cliquei e — socorro! — vi além.

Já começa com um estranho "Perante" e continua no "uso uso" "do" veículo (qual?).

Temos pais, trabalhadores, estudantes e "meninos" (como assim?).

E eles não se adaptam A UMA nova normalidade, devem se "adaptar em" (ui!).

Será preciosismo meu esperar que comparem a tal nova normalidade à ROTINA dos tempos pré-Covid?

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A voz elevada e a piracanta


As duas gracinhas vieram pra mim com muitos pontos de interrogação.

Não era pra menos.

Ao tentar reclamar pro Facebook do seu novo (e horroroso) layout, o atento amigo encontrou essa "área" aí como opção.

Como o meu "fala" Inglês, fui buscar o item correspondente pra tentar entender a história, mas isso inexiste no idioma original da antiga "rede social", hoje com cara de site de compra.

Ou seja, boiamos os dois.

Já a assídua colaboradora se espantou com a "piracanta" da tirinha do Globo.

Não é pornografia, não, eu juro.

É apenas um "angiosperma do gênero Pyracantha, da família das rosáceas, que reúne nove espécies nativas do Sudeste da Europa e da Ásia, geralmente de arbustos com espinhos e pomos avermelhados, cultivados como ornamentais, com muitos híbridos e variedades cujos frutos persistem durante o inverno".

Alguém me explica por que o tradutor não usou "PLANTA"?

Quadrinhos deviam ser uma distração pro leitor, colegas.

PS: o amigo desconfia que a área tem a ver com o chamado "lugar de fala". Pode ser, mas inexiste no original.

sábado, 22 de agosto de 2020

Façam suas apostas

O parágrafo está no Globo online assim mesmo, sem ponto final ou concordância.

A assídua colaboradora e eu estamos apostando que sai igualzinho amanhã, na versão impressa.

Será que algum editor vai notar que falta uma preposição primordial na frase?

Ou passaram a vida torcendo o nariz PARA AS aulas de Português?

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Faça uma pausa e pense

O atento amigo descobriu nova moda na praça (ou na mídia, como preferirem).

Ao que parece, os verbos "interromper", "sustar", "paralisar" e similares foram todos substituídos por "pausar".

Dois exemplos:

"Se você tem anúncios de (xxx) reais no Mercado Livre, você deve alterá-los para (xxx). Caso contrário, eles serão pausados".

"Por causa da pandemia, (...) teve que pausar temporariamente esses trabalhos para não colocar nenhum dos seus cliente em risco". 

Este segundo é da Agência Brasil, que ainda comete pleonasmo, porque PAUSA é INTERRUPÇÃO TEMPORÁRIA, e poderia resumir o resto num simples "não pôr seus clientes em rico".

De qualquer forma, merece aplausos, porque não fez "conta".

Estou na metade do livro "Máquinas como eu — e gente como vocês", do Ian McEwan, e quase desisti de ir adiante INCONTÁVEIS vezes.

A CAUSA? Nada tem CAUSA na tradução de matemático que só sabe fazer conta. Tudo acontece sem uma CAUSA, as coisas acontecem "por conta". Qual é "a conta" disso?

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Rir é o melhor remédio



Está rolando na internet.

A assídua colaboradora achou que eu merecia dar uma gargalhada e me enviou.

Vocês também merecem.

Besteira em penca

Fiz um apanhado de pérolas pescadas pela assídua colaboradora e, como é possível verificar na imagem, os colegas não se acertam com a bendita crase.

Onde tem, não põem — renunciou À cadeira, renunciou AO trono, renunciou AO cargo, renunciou À chefia.

E onde não tem, fazem questão de pôr — oferta A amigos, oferta A Fulana; e foi A pique, porque foi por água abaixo, não foi passear em algum lugar que peça o uso do artigo com a preposição.

Na história do bielorrusso, ainda mudam o sujeito em pleno título — e eu aprendi que não se faz isso nem no meio da matéria.

Pra fechar, "informamos que as informações" serão passadas "em gráficos". Falta decidir se será no formato pizza, em colunas etc.

Violência EXPLÍCITA vocês jamais verão aqui.

PS: o verbo "renunciar" pode ser  transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo no sentido de "desistir da posse de; abdicar". Eu gosto mais de "renunciar AO trono", mas o Duque de Windsor "renunciou O trono por amor". Correção feita.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Bobagens em dose tripla

Decidi reunir numa nota só três contribuições, enviadas pelo leitor de Minas, por uma queridíssima amiga e pela assídua colaboradora.

O primeiro descobriu que o pessoal do G1 não gosta apenas do "após": é fã do "durante" também.

Bem, em matéria de muleta, o bendito "ele" causa espécie no pedacinho destacado aí. É um festival!

Usei o ponto de exclamação porque a amiga que fotografou o cartaz da imagem acha que ele cabe muitíssimo bem acima da regência pra lá de estropiada.

Pois é. Hospital cinco estrelas  também precisa de revisor pra não escorregar no LOCAL EM QUE MAIS acontece acidente.

Pra finalizar, a outra amiga, que é também colega, ficou tristíssima ao ver essa crase horrorosa num site dedicado à literatura.

Do jeito que escreveram, parece que São Paulo vai viajar PARA alguma capital ou coisa do gênero. 

Não é isso, gente. A cidade está se candidatando a um título, sem crase; ela quer ser A capital do livro. Será que eu me fiz entender?

domingo, 16 de agosto de 2020

O velho tradutor traidor

Alguém pode explicar — para a assídua colaboradora e pra mim — o que se passava pela cabeça de quem fez a tradução dessa tirinha do Globo?

Começa com um "querido" meio estranho, embora seja comum ouvir, entre amigos, um "fala, meu querido!" ou similar.

Desse jeito aí, entre colegas de trabalho, é falta de "localizer", aquele tradutor que conhece bem os hábitos locais.

O segundo quadro é puro horror.

"Estou economizando almoços então eu posso colocar meus filhos através da faculdade", em bom Português, poderia ser algo assim:

"Estou economizando para poder bancar a faculdade dos meus filhos."

As opções aí são muitas e nós conseguimos imaginar o original em Inglês.

Já no caso do "desenhe-me para 2035" — que poderia ser "agende-me" —, nossa ignorância é absoluta. Qual é a origem desse trem? Alguém sabe dizer?

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Será que lemos mal?

A colega da Região dos Lagos mandou sua primeira colaboração pro blog.

Está no G1 e vale por 12. Pois é. 

Doze ataques, de bicho peçonhento, parentes e outros tantos que picaram um estudante em Brasília.

Ou não é isso que diz o "lindo" título?

Mistérios da quarentena


Perguntar não ofende: como funciona essa "entrega de festa"?

O atento amigo "registrou o flagrante" na sua TV e quer saber.

Eu também fiquei curiosa.

Na pandemia, deve ser legal pedir o serviço: 

"Por favor, vocês entregam festa pra uma pessoa? Não? Só com mais de um participante? Qual é o número mínimo?"

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O óbvio ululante

É impressionante o baixo nível do Novíssimo Jornalismo.

Vejam a "criatividade" da equipe do SBT, flagrada pelo atento amigo na tela da TV.

"Foragidos após fuga", crianças? 

FORAGIDO e FUGITIVO são a mesma coisa, não sabiam?

Vocês queriam dizer que a polícia ainda não pegou os caras? Que os detentos continuam foragidos? Digam. É fácil e não dói. Eu garanto.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Jargão é sempre um horror


Outro mistério sensacional foi encontrado pela assídua colaboradora na Folha de segunda (ou foi na terça?).

De que idioma nasceu o jargão arquitetônico-ecológico "vegetado"?

Os autores da obra chamam isso de túnel? Não seria um viaduto?

E onde foram parar a vírgula depois de "fluminense" e o artigo antes de "travessia"?

Mistérios do Novíssimo Jornalismo


Vejam as pérolas enviadas por duas amigas queridas, uma do Rio, outra de Brasília.

Essa tubulação feia, boba, chata e virou manchete porque feriu "um rapaz de 45 anos". Pois é, esta segunda informação está na matéria e indignou a colega:

"Rapaz?!? Aos 45?!?"

Nem sei o que responder, porque estou preocupada com outro mistério: o dos homens e mulheres que desaparecem e não têm "mitos sobre", porque só os que somem têm.

Melhor nem comentar a pessoa que morreu e piorou, não é mesmo?

A ordem dos fatores é tudo na escrita, crianças. Não aprenderam a lição no Jardim Pequeno Jornalista?

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Não ceda à preguiça. Resista!

Estou acumulando bobagens aqui, como essa da imagem, enviada pela assídua colaboradora.

Não satisfeito em escrever uma frase troncha, o jornalista do Globo ainda estropiou mais uma regência.

"Resistir de", crianças? O que é isso?

Por favor, RESISTAM À tendência de achar que vale tudo na Língua Portuguesa e consultem um dicionário.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A luta continua

A imprensa tem prestado um grande desserviço ao ensinar erros de Português para o povo.

O destaque aí na imagem, uma das muitas contribuições da assídua colaboradora, é só um exemplo.

Quem é o sujeito da frase horrorosa? Quem é "este"? Julho? "O" tendência? O Rio de Janeiro?

Um manchetaço do Globo informa: 

"Com ruas fechadas ao lazer (...), domingo é de aglomeração na orla (...)". (praia não existe mais.)

Não seria "com as ruas fechadas ao TRÂNSITO e abertas para o lazer"?

E segue a boiada catando e espalhando vírus, enquanto os que têm bom senso CONTINUAM em casa — o atento amigo, a amiga e eu não aguentamos mais essa gente que "segue parada", "segue internada", "segue empacada" no espanholismo, porque desconhece o sentido do verbo por aqui.

No site da Polícia Civil do Rio, ele encontrou a prisão "de um dos maiores roubadores da Zona Oeste". (sic) Gostaram do "roubador"? O gajo existe, mas virou LADRÃO há séculos, não é, não?

Os jovens jornalistas também faltaram às aulas de regência e não sabem até hoje que SUSPEITAMOS DE alguém ou DE alguma coisa — não "suspeitamos que" —,  RESPONDEMOS ÀS perguntas que nos são feitas etc. etc. etc.

Mas CONTINUAMOS a amar e zelar nossa língua.

Só não reparem a colcha de retalho. É domingo, é madrugada, o soninho vem chegando... Amanhã tem mais.