quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Na torcida pelo 'Jornal do Brasil'

Acho que todos os jornalistas, especialmente do Rio, estão torcendo pelo sucesso do novo JB — e eu não sou exceção.

Porém, já vi colegas reclamando da falta de revisão — entre eles, a assídua colaboradora, que mandou uma coleção de falhas encontradas na edição de segunda-feira. Afinal, não há profissional, por mais tarimbado que seja, que não cometa falhas — e um segundo olhar (do redator) e um terceiro (do revisor) são sempre bem-vindos.

A péssima pontuação é um dos destaques: a falta e o excesso de vírgulas se revezam em várias matérias, especialmente nas proximidades da conjunção "MAS".

Tem chamada com uma regência esdrúxula — "(nossa seleção) não é tão favorita à Copa (...)" —, o "saco cheio" ficou vazio — porque o adjetivo desapareceu — e a Luiza Brunet "pousou" para uma foto — tá certo que ela é um avião, mas...

Falando em aviação, estive operando no piloto automático nos últimos dias. Nada grave. Espero retomar o ritmo normal ao longo da semana.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Repita comigo...



No dia 16, comentei aqui o deslize primário do Globo, que não usou o plural em "compram-se armas".

No dia 19, em nota que reunia várias bobagens, havia outra concordância equivocada, quando a frase pedia, novamente, o verbo no plural: "foi um dos poucos que compraram".

Pois o jornal insiste no erro, como constata a assídua colaboradora.

Ontem, em entrevista com um general, estava lá a pergunta do repórter:

"Por que não se vê mandados coletivos em bairros nobres (...)?"

Eu quero saber é: por que não se VEEM mais revisores nas redações?

Hoje, na resposta de uma entrevistada a um colega veterano, temos o repeteco da segunda besteira, muito comum:

"(o Rio) É uma das cidades do mundo que mais me atrai".

Mude a ordem e reflita:

"O Rio está na lista das cidades que mais me atraem no mundo", assim como "poucos compraram o disco; Fulano foi um deles" etc. etc.

Por ser recorrente, esse erro de Português é uma das coisas que mais me incomodam. Ou: entre os erros que mais me incomodam, a má concordância tem lugar de destaque.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Quando não é uma, é a outra

O Globo virou escola do mau Português — e ela está cheia de pragas, como a do "após" e a do "sobre".

Mais um pouco e os professores poderão recomendar sem susto: se o jornal publicou assim, escreva assado.

Coleguinhas do coração, consultem dicionários antes de inventar regências.

Não existe "julgamento sobre", OK?

Deem uma olhada nos verbetes "JULGAR" e "JULGAMENTO" antes de julgar erroneamente o uso das palavras. Julguem de modo imparcial, julguem a necessidade da preposição SOBRE na frase e não façam julgamentos precipitados, por favor. O idioma agradece.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Nem a Esfinge explica

Ontem, a assídua colaboradora encontrou, no Globo impresso, a seguinte frase:

"A assessoria (do inominável) informou que ele tem registrado 41 anos de serviço junto ao INSS (...)".

Que tal fazer a concordância: "tem 41 anos registrados"?

Ai, a falta que faz um revisor. E redator... e editor...

Quem deixou passar a chamada acima, que entrou no meu computador assim que eu cheguei da rua e abri a maquineta? Decifra-me ou...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

E é o 'maior jornal do país'...

A folia pode ter acabado no calendário, mas O Globo continua um carnaval.

Tem singular errado — o correto é "foi um dos poucos que compraram", OK? —, tem plural onde não devia — "os públicos", "as atenções"... eu, hein?! —, tem "pessoas afogando que precisaram ser salvas" e ainda tem texto fechando com listinha de patrocinador! Uau!

Já que é assim, esta nota tem o oferecimento da assídua colaboradora. Nossos "muitos obrigadas" pela chancela.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Texto sujeito a instabilidade

Entra no computador a tarjeta do Globo, com aviso de tempestades, e eu abro a matéria.

Lá, abaixo do link "Após voltar da Europa, (o inominável) avalia que Rio respondeu bem ao temporal", encontro outro horror:

"O município entrou em estágio de atenção a 1h20 de quarta e, depois, em estágio de crise a 0h25 de quinta-feira, devido à atuação de núcleos de chuva forte a muito forte, associados à atuação de áreas de instabilidade. Retornou ao estágio de atenção, que permanece". (sic)

Fica até difícil analisar coisa tão mal escrita, sem crase, com repetição absurda de palavras e áreas de instabilidade "atuando" no pedaço — e isso é um trechinho de nada de um todo pavoroso.

Que tal começar reescrevendo o link, usando a forma direta "(o inominável) volta da Europa e avalia (...)"?

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Alerta: o erro se repete

O Globo corrigiu a concordância ("compram-se armas") que havia estropiado ontem, mas continua enchendo o jornal com a praga do "após" imbeciloide (por desnecessário e óbvio) e errando a regência de "alerta" e "alertar".

Não existe "alerta SOBRE" coisa nenhuma, crianças!

Fiquem ALERTAS!

E ALERTEM OS colegas DOS perigos de não consultar dicionários!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Erro primário é dose!

A primeira página do Globo online de hoje está funesta.

Tem o "enterro da Previdência", o "sepultamento do verniz administrativo", repetições e mais repetições de "intervenção", "chuva" e que tais...

Pois foi no meio do festival de horrores que a assídua colaboradora pescou o erro singular: "compra-se armas".

O antetítulo diz "entenda" — mas o que eu queria entender mesmo é como alguém vira jornalista sem ter aprendido as lições mais primárias do Português.

Tombaços no SporTV


Difícil saber quem é pior na dupla da patinação do SporTV, o narrador "Por Conta" ou o comentarista "Quisito".

Quem curte o esporte é obrigado a ouvir coisas de baixíssimo nível, tais como:

"(...) muitos atletas ainda se utilizam das canções antigas", "uma velocidade que não agregou aos componentes", "coreograficamente muito aflorado", "o foco dele não estava preparado para hoje". "Tchaikovsky foi extremamente inspirado em Shakespeare" (esta depois de uma apresentação ao som de "Romeu e Julieta").

Quer mais? Liga no canal e ri, pra não chorar.

PS: no intervalo, cortaram pra outra competição e alguém me saiu com um "as outras provas são mais devagares". Socorro!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Não foi pra onde, me diz?!

Não basta ter "governantes" dizendo besteira dentro e fora do país: tem que ter bobagem na primeira página do principal jornal do Rio também.

Se alguém conseguir me dizer o que significa a manchete enviada pela assídua colaboradora, ganha um doce.

Em que língua faz sentido esse "rastro não foi" aí?

Por acaso se esqueceram de convidar o Sr. Rastro de Destruição, que, consequentemente, não compareceu à orgia que rola desde ontem na cidade?

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Pragas em textos infantis

O atento amigo não aguenta mais os tradutores de Mr. Zuckerberg no Brasil, de tanto "SOBRE" que tascam no Facebook.

Vejam a última que ele recebeu:

"Diga às pessoas sobre o que é o grupo". Ui!

Meu amigo acha que a máxima, por aqui, deve ser "o que abunda não prejudica".

Eu acredito que "quid abundat non nocere" deve ser, também, o lema do Globo, em que o ridículo "APÓS" continua firme — hoje acompanhado de um monte de "trecho" e de "havia" (nem todos copiados na imagem, porque eu cansei do repeteco).

Há uns dois dias, a dupla Veja/MSN exibia a praga na seguinte chamada:

"Mulher (de não me lembro quantos anos) morre após passar mal no bloco".

Que me desculpem os envolvidos na triste história, mas, até não muito tempo atrás, notícia seria alguém passar mal DEPOIS DE MORTO.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Bloco da língua suja

Comentei dia desses que carnaval e Olimpíadas são um manancial de besteira. Nas duas situações, os jornalistas não sabem o que dizem.

Pelo visto, não sabe o que dizem, nem o que escrevem.

O Ancelmo (de novo!) me saiu com essa, que não escapou da assídua colaboradora:

"O lugar não cabe um superbloco". (sic)

Não, pessoal. Copacabana pode NÃO COMPORTAR um superbloco — ou NO BAIRRO, não cabe etc. etc.

Como cabe tanto erro num jornal? E como cabe tanto erro num titulo só?

Os do G1 me foram enviados por duas amigas, de tanto que chamam a atenção:

"(o sujeito) viaja À Europa e confirma AUSÊNCIA DE DESFILES".

Pra começar, pessoas viajam PARA A Europa — ou VÃO À Europa.

E, pra fechar, que eu saiba os desfiles estão acontecendo normalmente.

Os colegas queriam dizer que o cara confirmou sua ausência NOS DESFILES? "Prestenção" que ainda tem muita folia pela frente, OK?

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Por trás das notícias que me trazem

No Terra, um amigo descobriu que um "passado revelado TRÁS surpresas".

Uau! Imagine o que mais é possível encontrar por TRÁS do verbo TRAZER...

Será que o pessoal do site também TRAZ notícias desencontradas, como a que a minha família encontrou no Ancelmo?

Eu recebi cópia da nota por e-mail — e o descuido no impresso está quase idêntico ao do online: o bilhete diz uma coisa, o jornal diz outra.

Decidam-se, por favor, coleguinhas: o absurdo é semanal ou é mensal? Os erros, eu sei que são diários.

Tombos feiíssimos no gelo

É uma vergonha a falta de preparo da dupla de comentaristas da patinação artística no SporTV.

O especialista pode entender muito do esporte que eu adoro, mas fala "quisito" — fica esquisito, viu? — e acredita que tudo é lugar — "a pirueta onde ele fez isso", "a idade onde ela conquistou aquilo", "o momento onde"... Afe! Alguém conta pra ele, por favor, que há "quando", "na qual", "em que" e muito mais no nosso idioma?

Como se não bastasse, o cara ainda me sai com coisas como:

"A câmera está excelente posicionado!" Que tal?

Já o colega jornalista desconhece a palavra "CAUSA": tudo é "por conta" disso, "por conta" daquilo, assim, seguidinho, sem parar. E inventa umas pronúncias de doer, como "Paul Enca".

Alguém aí conhece? No meu tempo, o cantor se chamava (e soava) Paul Anka.

Aguardem novos tropeços até o fim das Olimpíadas de Inverno 2018.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Difícil de entender

Leia na foto o recorte do Globo.

Como o atento amigo e eu, você entenderá que o sujeito da enrolada frase está tentando evitar que o ex-presidente seja preso.

A matéria, no entanto, diz exatamente o contrário.

"ENTENDIMENTO" está no subtítulo, com um festival de repeteco. Se o editor tivesse prestado atenção à palavra, talvez tivéssemos um título claro, objetivo, direto.

Foi-se o tempo em que, com uma vista d'olhos nas manchetes do jornais, o leitor podia ter noção do que se noticiava.

Assim a raiva aflora


Foi na editoria Rio do Globo que a assídua colaboradora encontrou o título mal escrito:

"Crise aflora a criatividade".


Lágrimas quase ME AFLORAM aos olhos mesmo quando o tema "descuido com o idioma" apenas AFLORA numa conversa.

Nadadores AFLORAM À superfície; jornalistas despreparados BROTAM nas redações. Uma lástima!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Mau gosto começa no pedantismo

A página de chamada na versão online do Globo é a pior "cantada" do mundo!

Como querem atrair o leitor com essa coisa, que já abre com uma expressão popular — "PRA começo de conversa" — grafada de forma pedante, como se estivéssemos no século retrasado?

Bem que o jeitão empolado me fez dar boa risada com a "inteligência" da polícia, porque essa história de chamar assim "serviço de informação" não cai muito bem na nossa língua, não é? O fato de a expressão estar dicionarizada não redime o editor.

A mesma pedantice encontra-se mais abaixo, em "colocar" um filtro, porque o jornal tem pavor dos verbos PÔR e BOTAR.

Obviamente, não podia faltar o desnecessário "após".

Que tal aprender a escrever sem o penduricalho imbecil, crianças?

Não é tão difícil fazer uma frase direta, sem muleta. Vejam um exemplo:

"Especialistas ajudam pais a evitar ciladas da internet como o 'desafio do desodorante', que matou menina de 7 anos". (daí pra frente, é pura apelação mórbida, um "contraponto" para o elitismo de fachada.)

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Se está parada, como é que segue?

Falei na língua espanhola e o amigo que, como eu e outros, não aguenta mais o espanholismo "seguir" usado como "continuar" me enviou o título da materinha mal traduzida do El País

Pra ficar ainda "melhor", não podia faltar um "após", não é mesmo?

Vejam só a "tontería".

Censurar pra quê?

Ainda bem que os meus ouvidos estão se acostumando rapidamente ao Espanhol outra vez.

Quando a gente entende uma língua, legenda dá nervoso.

E nem sempre é por causa dos erros que os profissionais da área cometem no nosso idioma, mas porque o distorcem na maior cara de pau.

Encontrei exemplo disso em "El Ministerio del Tiempo", série exibida na Netflix.

A maior parte do segundo episódio é ambientada no porto de Lisboa, onde o escritor Lope de Vega ouve alguns palavrões de uma taberneira portuguesa com certeza (e por bons motivos).

Pois quem "traduziu" o Português de lá pro Português de cá censurou o texto!

Até "paneleiro", que a gente sabe bem o que significa na terrinha, quase vira "cavalheiro". Dá pra acreditar?

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Não há nada sobre o rádio

Na nota anterior, falei de bobagens de jornais e TV e deixei de fora o rádio, mídia que chega aos quatro cantos do país.

Dia desses, o atento amigo ouviu, na Band News FM, a seguinte chamada:

"(...) a professora vai explicar sobre (...)".

Espero que a mestra tenha dado uma aulinha pros colegas da emissora.

Eles precisam aprender que ninguém explica nada "sobre" coisa alguma.

É como a recém-citada besteira do Facebook, que insiste em dizer que as pessoas "comentam sobre" as postagens alheias.

Só se a gente escrevesse EM CIMA do texto original, não é?

Uma tribo na fronteira do delírio

Preparem-se para ler e ouvir muitos absurdos no carnaval.

Passei algumas horas sem luz, devido a uma obra no prédio.

Mal ela voltou, encontrei um festival de besteira à minha espera no Facebook.

Em nota sobre o Rei Momo, no Ancelmo, a assídua colaboradora achou um "fazer mal uso do direito" (sic) de doer a vista. Recomenda-se não fazer MAU USO do idioma no jornal.

Um amigo reclama da praga do SEGUIR usado como CONTINUAR:

"A via segue interrompida", "o trânsito segue parado"... 

Caramba! Ninguém percebe que há uma ideia de movimento embutida no verbo?

O outro amigo ouviu, de um repórter da Globo, a seguinte explicação de parte do enredo de uma escola:

"(...) tribo que fica na fronteira do Marrocos com a Índia".

Já é estranho uma tribo FICAR numa fronteira, como se fosse uma cidade.

O mais intrigante, porém, é tentar descobrir onde o país africano se encontra com o asiático.

A gente sabe que alguns carnavalescos deliram, mas os colegas jornalistas não ficam atrás.