quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Acho que fumaram unzinho...

O Globo publicou textinho tolo pra contar que a Netflix fez uns potinhos de maconha para promover sua nova série, estrelada pela ótima Kathy Bates.

E lá está:

"Batizada como 'Disjointed', o programa conta a história de uma ex-advogada, que sempre lutou pela causa da canabinoide. Seu sonho, no entanto, sempre foi comandar uma loja de produtos feitos de cannabis".

Hein?!? Batizada "como"? O programa "batizada"? "A" canabinoide?

Pior ainda é ninguém saber usar "no entanto".

Quando a ideia de "lutar pela causa dos canabinoides" se contrapõe à de "ter uma loja de produtos de cannabis"?

Jornalistas deviam saber escrever, mas, porém, todavia, contudo, no entanto, não é o que vemos por aí.

Quando vão aprender?

O título já é horroroso — e bom exemplo da encheção de linguiça que virou O Globo:

"Um namoro que ganhou todos os ingredientes de uma história policial".


No corpo da matéria, a assídua colaboradora encontrou a bendita crase:

"(...) e, quanto à ela, quero que (...)".

A ela, A ele, A quem mais aparecer, informo: aí só existe preposição.

Os responsáveis pelas legendas da HBO também adoram escrever "à todos" (ui!) e outros absurdos.

Como não consigo mais eliminar a legenda dos filmes e séries do NOW, fica difícil não olhar de vez em quando e me desconcentrar.

Não há trama que desligue a minha alma de copidesque.

domingo, 27 de agosto de 2017

O roto falando do esfarrapado


Sempre achei ridícula a coluninha "Entreouvido por aí", em que O Globo esculacha o linguajar do povo como se fosse versado em Português.

Pois hoje um amigo leu lá, nas reproduções de gracinhas sem graça, "numa praçinha do Humaitá" (sic).

Pois é. A pracinha da editora da revistinha tem CEDILHA, acreditem!

Bom, o que esperar de um jornaleco que não sabe que abstêmio é "quem não ingere ou ingere muito pouco bebidas alcoólicas"?

O desconhecimento do idioma pátrio, reproduzido aí na imagem, foi encontrado pelo atento amigo na sexta-feira, em outra coluna, que já foi sóbria, muito tempo atrás.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Um novíssimo idioma


Como se não bastassem os imortais da ABL e suas intermináveis reformas ortográficas — e (des)acordos etc. —, O Globo resolveu reinventar todas as regências do idioma, verbais e nominais.

Vejam mais esta, enviada hoje pela assíduas colaboradora.

De onde tiraram essa preposição "A"?!?

"Pena A alguém", colegas?

Tenho pena do editor que estropiou o Português no título, porque ele certamente estudou menos que o repórter.

Este escreveu que pediram prisão PARA Bendine.

Qual será a pena PARA o ex-presidente do BB? E PARA o titulador?

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Passando a limpo

Alô, Ancelmo!

O que vem a ser essa regência que a assídua colaboradora encontrou hoje na sua coluna?

"Concurso" não é "camisa".

A moça em questão pode dizer que o Google está vinculando seu nome a uma roupa QUE ela sequer PASSOU.

Mas está se falando de um concurso PARA O QUAL ela não passou ou NO QUAL ela sequer ultrapassou a primeira fase.

Com fraude ou sem fraude, a preposição está incorreta.

Mais uma vez, os colegas do Globo não PASSARAM NA prova de Português.

sábado, 19 de agosto de 2017

Mundos, mundos, vastos mundos

A assídua colaboradora encontrou no Globo uma nota pra lá de mal escrita, "Busca desesperada", a respeito de uma criança perdida no atentado em Barcelona.

Vai de coisas como "o furgão SEPAROU ELE (ui!) de sua mãe, quando caminhavam (hã?!)" a "o pai viajou DE SYDNEY para procurar" (não viajou de um lugar a outro, viajou de um lugar, ponto).

Estava aqui fazendo este texto quando recebi mensagem do atento amigo, que, ligado na Globonews, acaba de ouvir o Gabeira, bom conhecedor do Português, repetir o novo cacoete da praça:

"Em vários países do mundo...".

Gente, onde mais os colegas imaginam que há países?!? 

De disparate em disparate...

Leio na página de uma amiga a abertura de matéria do Globo:

"Solange Knowles não vai mais compartilhar seus pensamentos conosco sob a forma de mensagens de 140 caracteres".

Conosco quem, cara pálida?

Da minha xará, só sei que é irmã da Beyoncé (e mesmo desta, sei pouquíssimo).

Os colegas escrevem coisas incríveis atualmente.

Trocam gramas por miligramas no peso de outra coisa com que tenho pouquíssima intimidade: a bola de beisebol (está hoje no Esporte, como leu um colaborador).

Os das assessorias de imprensa são um caso à parte.

Há até quem escreva direitinho — como uma que vende acompanhamento psicológico para quem vive no vermelho, pelo que entendi.

Mas o comunicado dela, enviado para o atento amigo, tem a seguinte chamada:

"Pessoas financeiramente inteligentes usam o dinheiro para realizar sonhos".

O amigo pergunta:

"O que seriam pessoas 'financeiramente inteligentes'?".

Alguém aí sabe responder?

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Vem cá que a 'tia' ensina

Confesso que não entendo o que vem a ser o novíssimo jornalismo.

É relaxado com o texto e, além de erros primários de Português, traz coisas como esta que assídua colaboradora encontrou na capa do Segundo Caderno:

"Estreia de Fulano (...) estreia hoje (...)".

Custava pensar um tiquinho e fazer uma frase menos repetitiva como "Primeiro longa de Fulano estreia hoje"?

O novíssimo jornalismo também não está nem aí pra consistência do que publica, vide as "notícias" do atentado em Barcelona:

"(...) ao menos 13 mortos" (não bastasse a imprecisão, esse "ao menos" é uma escolha horrorosa);
"um dos autores teria sido morto em uma troca de tiros";
"o motorista teria fugido a pé";
"os autores do ataque teriam alugado uma segunda van com o objetivo de fugir após o atropelamento. O jornal espanhol (Tal) disse que a polícia de Barcelona informa que o autor do crime (...)".

Santo telefone sem fio, Batman!

Vai escrever mal e informar nada assim no pré-escolar.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Pavão mais que misterioso

O amigo me enviou matéria do Globo que endeusa Neymar, tem "Capítulo 1" como antetítulo e título em Francês, fala em "reinvenção" do jogador no subtítulo...

Enfim, é uma presepada só, cujo auge está no seguinte parágrafo:

"Aos 22 segundos, na primeira vez em que tocou na bola, o brasileiro lançou do meio de campo para encontrar Di María na grande área, mas o goleiro Johnsson". (sic)

Assim mesmo, ponto final.

Afinal, o que fazia o goleiro Johnsson?

Vai ver o mistério será desvendado no "Capítulo 2" desse folhetim. Eu, hein?

sábado, 12 de agosto de 2017

Erraram o 'alvo'


A péssima campanha de Dia dos Pais da NET começa assim:

"Para aquele que o dever nunca termina".

O que se segue está OK.

São bobagens no mesmo estilo — "para aquele que nunca para", "para aquele que nunca descansa" e outras —, mas não têm erro.

O problema na primeira é que o sujeito do verbo "terminar" é "o dever", não é "o pai" (aquele que...).

Se a galera da publicidade não quer usar "aquele cujo dever nunca termina" ou "aquele para quem o dever etc.", muda a frase.

Só não estropia o Português, por favor.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Zero em coerência e edição

O Globo se esmera, viu?

Tá legal, a festa é punk, inventaram — e não aspearam — um tal de "balzaco" (o substantivo é feminino, tá? Quem leu Balzac sabe por quê), erraram a concordância "dos veterano" (sic), mas o que mais nos intriga (o colega que me enviou esse trem e eu) é: que diabos significa o subtítulo acima?

A frase não faz sentido, não fecha nem por decreto!

A gente sabe que não tem mais revisor no jornal, mas... cadê o editor???

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Uma praga depois da outra

Como eu, o atento amigo não aguenta mais a praga do "após", que já chegou às principais manchetes do Globo impresso.

Ontem estava lá, no alto da primeira página, em letras garrafais:

"Após forte reação, (você sabe quem) recua de alta de imposto".

Custa ser direto, galera?

"Forte reação faz (aquela pessoa) recuar de imposto", por exemplo?

Ninguém se lembra daquela Lei de Newton que diz que "toda ação gera uma reação oposta e de igual intensidade" ou coisa do gênero?

Ninguém sabe que todas as coisas acontecem "antes, durante ou depois" de outras e que jornalista não deve apelar pra firula?

O Português direto, "sem escalas", me fez lembrar de outro achado do amigo, no Submarino:

"afim de viajar barato?" (sic)

Eu estou muito A FIM e, em breve, pretendo ir a Minas, visitar parentes com os quais tenho AFINIDADE além da puramente sanguínea.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O Português na Escandinávia

Outra dúvida que chegou de Copenhague:

"Existe 'campeã' homem?"

Respostas para a redação (do Estadão, de preferência).

Violino ainda desafinado

É, não estão acertando uma com essa história do violino perdido.

Primeiro, O Globo botou o instrumento DENTRO da filha do taxista (está registrado umas duas notas abaixo).

Hoje, diretamente da Dinamarca, recebi a notícia do Extra, com o pertinente comentário:

"Fiquei confuso. Parece que o motorista devolveu o táxi."

Pois é, colegas. Ao contrário de certas operações matemáticas, no Português a ordem dos fatores altera o produto.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

O dia da caça e o da cassação

A coisa está feiíssima! No Brasil e no seu jornalismo.

Ontem, o atento amigo enviou foto do seguinte título, encontrado no impresso:

"Sem emprego, mais com trabalho em casa". Ui!

A conjunção adversativa foi substituída por uma "adição" — provavelmente porque a mídia endossa as reformas que acabam com o emprego e forçam o cidadão a se virar na informalidade.

O Globo, pelo que viu outro amigo, gosta tanto de somar que hoje, no Esporte, fez as vagas na Copa América pularem de duas (no subtítulo) para três (no corpo da matéria).

Pensando bem, isso é pinto perto do editorial — sim, EDITORIAL — que diz:

"O TJS da Venezuela tentou caçar a autoridade da Assembleia Nacional". (sic)

Baixou o Hortelino Troca-Letrascom espingarda e tudo!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Dentro da moça havia um violino

Mal cheguei, já encontrei besteira no Globo. Que coisa!

Não bastasse a muleta sem a qual parece que ninguém mais sabe escrever, desta vez ela ainda criou um cacófato brabo:

"APÓS POST" é forte, colegas!

E como é essa história da "filha do taxista ONDE" o cara deixou o instrumento?!?

Já soube de gaze e até tesoura esquecida dentro de paciente em cirurgia.

Mas um violino?!? Socorro!

domingo, 6 de agosto de 2017

Volta pra escola, galera!

Depois de um ótimo episódio de Game of Thrones, vamos às bobagens do Globo.

Ontem, um colega encontrou um "à partir" (sic) com uma crase de partir coração.

Hoje, eu fui ler matéria sobre a queda do técnico do Flamengo e quase caí dura com outra (sem contar com o festival de desnecessários "após", "durante" etc. pelo caminho).

Queridos todos, simplificando a história: existe crase quando há a preposição E o artigo feminino, tá?

Alguém já leu "AO partir do dia tal"? Ou "não resistiu AO mais um fiasco"?

Pois é. Se não há artigo masculino nesses exemplos, por que haveria o feminino em caso similar?

sábado, 5 de agosto de 2017

Morde o Aurélio!

O que têm na cabeça os editores do "maior jornal do país"?

Recebi mensagem de um amigo, indignado com a frase:

"O depoimento do engenheiro da OAS foi antecipado pela TV Globo".

De fato, do jeito que escreveram, dá a impressão de que a emissora é tão poderosa que manda e desmanda na agenda da Justiça.

Pior ainda foi a chamada enviada pelo atento amigo:

"Tumultos e mordida a 'pixuleco' marcam sessão na Câmara".

Não bastasse o jeito chulo de ser, que invenção é essa de "morde A alguém ou morde A alguma coisa"?!?

Caramba!

Mordam A língua antes de falar besteira, mordam OS dedos antes de publicar bobagem, mordam-se de raiva se consideram o Português muito difícil, mas aprendam a escrever, por favor. O leitor agradece!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Estância X Instância

O atento amigo quase caiu do sofá ao ver, na Globonews, o repórter de Brasília mostrar o processo contra você sabe quem num quadro virtual onde se lia:

"(...) corre na primeira estância." Ui!

Já que os colegas da emissora desconhecem o idioma — não sabem sequer usar o advérbio INDEPENDENTEMENTE! — eu explico o termo jurídico:

INSTÂNCIA é "cada um dos juízos hierarquicamente organizados que sucessivamente conhecem da causa e proferem decisão", OK?

Do jeito que escreveram, o amigo sugere que alguma fazendola gaúcha passou a julgar ações de corrupção — e eu vejo nuvens negras sobre a "Estância Brasil".

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Decifra-me ou te devoro

O Brasil vai descendo a ladeira e levando a língua pátria com ele.

O Globo está publicando em capítulos a "novela real britânica", verdadeira comédia de erros com Português de segunda e tradução de quinta (não ponham a culpa no Google, porque ele é capaz de fazer coisa bem melhor, como já demonstrei aqui).

Uma querida amiga (e colega jornalista) tem acompanhado a trama, hoje dedicada ao "marido de 96 anos da rainha" — será que amanhã vão falar dos maridos de 87, 91, 83...?!?

O último trecho em destaque é um primor esfíngico.

Alguém poderia decifrar pra gente, por favor?

Acesso indevido ao idioma

Antes de sair, recebi da assídua colaboradora a chamada sem sentido, reproduzida no cantinho direito da imagem.

Além de fazer "gracinha" no título (o que o peixe tem a ver com o réptil, me explica?), alguém simplesmente extinguiu o pobre tubarão!
Voltei e vi o "textículo" já corrigido, mas ainda sem graça: o bicho acabou "virando almoço".

Como quem procura acha, encontrei também um festival de horrores em matéria de três parágrafos.

Tem dois horários com precisão britânica antecedidos pelo ridículo "por volta de"; "após" em profusão; a "conta" no lugar da "causa", da qual sinto imensas saudades; coisas paradas que "seguem", mas não continuam; e uma frase esquisitíssima, que informa que "uma pessoa acessou indevidamente os trilhos do metrô". Uau!

Tem mais, minha gente. É texto pra ser reescrito do início do fim.
Se alguém quiser, eu refaço — "após acessar minha cama" e "seguir deitada", me recuperando do choque.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

De envergonhar a profissão

Começo a ter vergonha de contar pras pessoas que sou jornalista.

Como se não bastasse a tendenciosidade da chamada mídia, o Português que ela tem usado é de nível pré-escolar (os exemplos a seguir são do Globo).

Hoje, a assídua colaboradora leu matéria sobre o caso chocante do bebê baleado na barriga da mãe e lá está que ele "vestia a toquinha azul (...)".

Colegas, mais respeito! "Toca" é uma coisa e "touca" é outra, OK? A que se põe na cabeça é a segunda.

O atento amigo me conta que dois colunistas famosos de domingo aderiram ao pleonasmo "encarar de frente" — e sugere que se invente a sui generis "encarada de bunda". Vai que pega?

Foi ele também que encontrou, na página 3, perguntas formuladas assim:
"O 'sênior' acredita que (...)?"

Eu só acreditei porque confio no amigo, assim como na amiga que não aguenta mais ler reportagem sobre a família real britânica em que as palavras "pai" e "mãe" são substituídas por "parente".

Criançada, até o Google traduz "parents" direitinho pra nossa língua e sabe que, em Inglês, "parentes" são "relatives".

Não tem um "tio" ou uma "tia" pra corrigir a redação?