quinta-feira, 29 de agosto de 2019

'Embaixo' do 'Globo' há um erro

Pra encerrar o dia, duas do Globo.

Ambas foram enviadas pela assídua colaboradora, que, como eu, não aguenta mais essas coisas "embaixo das pessoas".

O "sob" está NA nossa MIRA. Podemos ter boa MIRA.

Mas ninguém fica sob a "pequena saliência externa na extremidade do cano das armas de fogo que o atirador, ao mirar o alvo, faz alinhar com a alça de mira" (Houaiss).

A amiga também quer saber "O QUE ANUNCIA" o sujeito do texto ao lado.

Alguém sabe dizer? Porque eu não encontrei.

Os suspeitos de sempre



No mesmo G1 em que o ex-colega do Globo achou uma "linda concordância" abrindo matéria da editoria Política — "O aumento das queimadas na floresta geraram crise ambiental e (...)" —, o leitor encontrou os "suspeitos armados".

Estavam ARMADOS. São "suspeitos" de quê?

Os "suspeitos" do crime de lesa-língua eu sei exatamente quem são: os editores do site, é claro.

São eles que deixam passar essas atrocidades, quando deviam ter atenção redobrada devido à atual falta de revisores nas redações.

Leiam o texto e descubram que os "suspeitos realizaram uma tentativa" (é páreo duro com o hoje comum "efetuaram tiros"!), tentaram mais um monte de vezes e, finalmente, viraram "bandidos".

"Conforme", "segundo" e "de acordo" com a Polícia (Militar, Civil etc. e tal) completam o tatibitate.

PS: destaquei o B.O. porque tenho que perguntar mais uma vez ao atento amigo qual é o uso correto da expressão (parece que o documento só é gerado depois do registro da ocorrência, mas não tenho certeza).

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Sugerimos estudo e pesquisa

Foi ouvida em São Paulo a novidade de uma certa autoridade que fala pessimamente pro nível educacional que deveria ter: "sugeramos". (Ui!)

Espero que o quadrinho com a conjugação do verbo SUGERIR, copiado do Houaiss, chegue a Brasília — ou, pelo menos, ajude alguém.

Aproveitando o tema "bobagem ouvida na TV", peço aos jornalistas da Band que tomem mais cuidado com os plurais.

Um ex-colega do Globo pescou essa pérola no telejornal do Rio:

"Os comércios passam dificuldade com o fechamento da Avenida Niemeyer".

"Os comércios", gente?

São OS COMERCIANTES, por favor.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

O sofrimento é interminável

O festival de besteira não acabou, longe disso.

A assídua colaboradora encontrou ontem a coisa feia que está no alto da imagem.

Mesmo botando um pronome — "número se iguala ao de (...)" — o título continua horroroso, "igualaodê" bate estranho no ouvido.

Que tal "número SUPERA o de 2018 e deve ser recorde"?

Sim, porque recorde é sempre superior ao que foi atingido anteriormente, não é?

Hoje, a amiga achou mais um "primor": o "duelo sofre escalada" — e antecedido por vírgula, talvez pra reforçar a dramaticidade, vá entender.

É uma "sofrência" só, gente.

Sofremos ela, eu, a Língua Portuguesa...

Se jornalistas escrevem desse jeitinho estapafúrdio, como reclamar do anúncio que atento amigo viu no Facebook, com excesso de preposição e uma regência — "pesquisar a alguma coisa" — de que ninguém nunca ouviu falar?

Só mesmo se alguém "pesquisar à moda de Diderot", ou "à la Houaiss".

Depois disso, aquilo

Outra que estava aqui guardadinha foi enviada pela amiga querida de Brasília, com a mensagem:

"Hoje eu vi isso aqui e imagina de quem eu me lembrei?"

Pois é, gente. O cara será expulso "depois de cumprir"...

Mas, "peraí".

Se a prisão é perpétua (e eu acho que faltou uma crase em "condenado à"), não há como mandar o terrorista de volta pra casa "após" o cumprimento da pena, não é?

Fui buscar a notícia em outras fontes (como a Exame, cujo texto também está pessimamente escrito) e parece que essa ordem de expulsão da Suécia foi cancelada com a condenação.

Por que mataram os 'parentes'?

Se o "maior jornal do país" não respeita o Português e os mortos, que dirá o Uol?

Vejam essa notícia, enviada por um colega de São Paulo já com algumas marcações.

Aguardava postagem desde ontem.

Notaram o abuso dos vícios "após", "depois", "cerca de" e "familiares", que já incluem os "amigos" e ninguém percebe?

O que foi feito dos PARENTES?

O pobre vocábulo foi enterrado e ninguém foi "se despedir dele pessoalmente"?

domingo, 25 de agosto de 2019

Um pouco mais do mesmo

Os colegas do Globo têm se esmerado para inventar novas regências e novos modismos e usar verbos com os quais não parecem estar muito familiarizados.

É um tal de "pedir para que isso e aquilo" — peçam ALGUMA COISA A ALGUÉM, por favor —; "tarifar à ou ao" — TARIFAR é transitivo DIRETO —; conjugação de "gerir" em título, provocando confusão com "gerar"; e uma profusão de "desferir", "apontar", "assinalar" e outros, quase sempre deslocados na frase.

Amigos e leitores me enviam erros de concordância e outras bobagens. Às vezes, porém, eles (os erros) são tão primários que eu nem tenho ânimo para comentar.

Perceberam o "porém"? A conjunção fez sentido?

Porque, no título que eu recebi de Minas, ela não me soa adequada.

Já o "sob", cujo abuso hoje concorre com o do "sobre", até cabe aí.

Um exemplo dessa acepção é "sob o reinado de Luís XVI, agravou-se a crise na França". (o que veio depois, todos sabem.)

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Totalidade em partes

O leitor que é formado em Administração não entendeu essas contas da Época Negócios.

Nunca fui ruim de Matemática, sempre gostei das Letras e, como ele, aprendi que a ideia de UNANIMIDADE é a de "conformidade com todos os demais".

Mudou a língua ou mudaram os números?

Agora a unanimidade é calculada aos pedaços?!?

O povo morre, a língua morre...

Estou cansada — das bobagens de sempre da tal da mídia e da minha alergia.

Nem por isso, colegas do Globo, sofro "fadigas intensas" e plurais, como a assídua colaboradora encontrou em matéria sobre a angústia de quem precisa e não tem remédio para a depressão.

Pois é. Estão matando o povo e o país de formas diversas — e com requintes de crueldade.

O idioma pátrio também está MORRENDO nas mãos de profissionais mal preparados e empresários gananciosos.

Sim, MORREREMOS todos, mas não "iremos a óbito" como o atento amigo tem ouvido na Globonews.

Deixa de ser bobão, pessoal. Acho que nem no IML falam esse estrupício, ainda que emitam o atestado de óbito de quem MORREU. Durmam, se puderem.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Pontuar, eis a solução


Recebi várias colaborações hoje, de amigos, colegas e leitores, mas a chuva deixou minha alergia animada e a garganta irritada. 

Pra não dormir sem postar nada, segue (aqui "segue" mesmo, não "continua") uma notinha rápida.

A chamada da Globonews seria cômica se a história não fosse trágica.

A conjunção aditiva embanana o sentido da frase.

Um ponto final entre a primeira informação e a segunda resolveria o problema.

Simples assim.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Estão de brincadeira...

Só pode ser piada a chamada do Globo.

 A tarjeta apareceu na tela do meu computador, eu achei que tinha lido mal, mas...

Está lá, no online, com todas as letras.

Colegas do coração, tomem cuidado dobrado com os títulos que redigem nos tempos escatológicos que vivemos, com a autoridade máxima do país usando a coprologia como programa de governo.

E não se enrolem tanto nas palavras.

"A crise pela qual passa o órgão", no subtítulo, parece até coisa do "número 1".

Não dá pra resumir a embromação? Que tal "servidores discutem (ou 'estão discutindo') a crise em reunião"? 

domingo, 18 de agosto de 2019

De onde tiram essas coisas?



O festival de horrores é todo do Globo — e foi enviado pela assídua colaboradora e pelo atento amigo.

O texto do tal "show de realidade" do governo parece coisa de "marquetingue, marquetingue, bem pior e sem suingue".

Leiam os trechos destacados em azul, com "dia, data, dia, dias" — por que simplificar, com "7 de setembro, Dia da Independência", não é? —, "visita a destinos" e o que quer que seja a "ofensiva programática" (a matéria é toda muito ruim).

A moda de pôr tudo "DEBAIXO DE UM TRAÇO" pegou mesmo — e  hoje ainda veio acompanhada de "críticos AO", regência nominal que eu desconheço.

No quesito regências verbais estropiadas, o jornal CONTINUA sendo "o maior do país" (continua, não segue. Só se estiver seguindo pro buraco).

Botar o inexistente "pedir para que" em subtítulo é forte.

Abrir coluna com "prezar por" não fica atrás.

Será que estão confundindo o verbo PREZAR com o verbo PECAR?

Porque há quem PEQUE PELA ignorância. Ou pela preguiça de aprender.

sábado, 17 de agosto de 2019

A pressa é inimiga...


Colegas da Folha, não adianta correr pra dar a notícia da morte do Peter Fonda e publicar essa coisa, dizendo se tratar da sinopse do filme "Sem destino", o mais famoso da carreira do ator:

"A viagem de dois motociclistas que arranjam um negócio de droga e cruzam o país para chegar ao Mardi Gras, espécie de Carnaval em Nova Orleans". (sic)

"Arranjar um negócio de droga", crianças?

Nunca ouviram falar em "tráfico"? Acharam "muito forte"?

Que tal, então, "decidem vender drogas pra curtir o carnaval em Nova Orleans"?

"Mardi Gras" é a "Terça Gorda", único dia marcado no calendário como feriado de carnaval até no Rio ou em Salvador, onde a festa dura quase um mês inteiro.


PS: uma querida amiga viu a bobagem. E os motoqueiros atravessam os Estados Unidos. O "país", sem especificação, seria o Brasil, não é?

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

De 'sobs', 'sobres' e outros horrores




Desde ontem recebo notícias do mau uso (ou não uso) da preposição SOB — do SOBRE, então, nem se fala!

O RJ-TV contou que "um traficante mandou derrubar uma ponte sob o rio (Tal)".

Devia ser um deslumbre arquitetônico. As pontes que eu conheço passam SOBRE rios (tá aí um exemplo de SOBRE no lugar certo).

Quando podia usar, em "SOB pressão", O Globo preferiu começar o título com "após pressão". Quem viu foi a assídua colaboradora.

Na Globonews, o atento amigo ouviu a âncora afundar a regência, dizendo que "(Fulano) suspendeu inquérito que apura sobre as propinas no Rio".

E o leitor mineiro pescou a pérola "(...) mais rico do Brasil reclama sobre os trabalhadores se aposentarem (...)".

Nem vou perder meu tempo comentando as duas últimas atrocidades.

Leiam aí no quadrinho que eu fiz com os verbos APURAR e RECLAMAR.

APUREM A informação direitinho — e podem RECLAMAR DO Houaiss se acharem alguma regência com o SOBRE.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Se tiver visto uma vez, veja de novo

Hoje recebi contribuições de várias fontes (sinal de que o trabalho de formiguinha surte efeito).

A amiga que eu não vejo há tempos leu reportagem de julho (sobre a condenação de um pedófilo) — e o texto continua com erro até hoje no Globo online.

Duvido que algum médico tenha "dobrado a dose de psicóticos".

Pode, é claro, ter dobrado a dose de ANTIPSICÓTICOS, ou de PSICOTRÓPICOS, ou de outro medicamento indicado para um jovem traumatizado por ter sofrido abuso sexual.

PSICÓTICO é quem sofre de PSICOSE, entenderam, colegas?

E há outras bobagens lá, como "menos de 87 casos". Serão 86?!?

De um leitor, recebi o pleonasmo do canal Combate, também do Grupo Globo: "reproduzir novamente".

"Reproduzir" É "mostrar novamente". Deem uma olhadinha no dicionário.

Mas pior mesmo a leitora viu na capa, na principal matéria do impresso: a prova de que nem jornalista sabe mais conjugar o FUTURO DO SUBJUNTIVO.

É assim, crianças: "para quem OBTIVER", "se eu OBTIVER", "quando nós OBTIVERMOS"...

Como o verbo TER, quando todo mundo TIVER aprendido.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Antes que o PC congele



Vocês (e o Pirandello) me desculpem, mas vou publicar seis textos à procura de um redator (a miscelânea dos envios da assídua colaboradora numa nota só deve-se, em especial, ao computador, que "se resfriou e entupiu" com a chuva).

Aos responsáveis pelo site do Ministério da Economia, informo que, em bom Português, o anglicismo "informações classificadas" não é comum. Prefiram "CONFIDENCIAIS" ou "SIGILOSAS".

O mesmo ocorre com "venda a retalho" — fiquem com o "VAREJO", por favor.

E o que dizer da "reunião de almoço" do Globo? Aqui a gente ALMOÇA, se encontra no restaurante etc. etc. Mas fazer "lunch meeting", pessoal?

A crase some e aparece onde não deve — é "A BALA" (ou "A TIROS") e "chegou À SUA maior (...)".

No Ancelmo Sempre Ele Gois, ressuscitaram o "octagenário", com "a", do qual se teve notícia nos anos 1700. De lá pra cá, é OCTOGENÁRIO, tá, galera?

Ah, e tem o "sobre". Alguém ainda aguenta falar do "sobre"?

Antes, durante, após... Para com isso

O atento amigo e eu não aguentamos mais a fixação dos colegas com o tempo da narrativa.

Hoje, chegaram ao cúmulo de botar uma legenda, na capa do Globo, dizendo que (Fulano) e (Beltrano) se abraçaram "durante" o hasteamento da bandeira (!).

Por mais sem noção que sejam as autoridades do país, duvidamos que tenham chegado a tanto.

Afinal, como lembra o amigo, trata-se de um ato solene, "a que se assiste quase contrito, mão no peito, ou mãos estendidas junto ao corpo, ao som do hino".

Até na minha escola era assim.

Por que ninguém mais sabe escrever um puro e simples "abraçaram-se NA cerimônia de hasteamento"? Esse "durante" aí foi forte, viu?

Impactante, impressionante etc.


Meu desânimo com os erros de todo dia é tão grande que deixei de lado várias bobagens do Globo online enviadas pela assídua colaboradora — a maioria repetida no dia seguinte, na versão impressa.

Essa aí da imagem me animou um pouquinho, ainda que o pleonasmo "encarar de frente" seja mais velho que a Sé de Braga, como diziam meu pai e meu avô.

O texto parece ter sido escrito por profissionais de marketing — essa história de "impactar" é bem coisa deles.

Também inventaram um "edulcoramento", vocábulo uma sílaba mais longo do que o correto EDULCORAÇÃO, o que, pra muita gente, "impressiona" mais  — e os colegas do jornal "seguem" impressionados, assim como os "personagens multidimensionais impressionantes e cheios de verdade". Socorro!

Leiam o parágrafo até o fim, se tiverem paciência.

É tão chocante quanto a legenda que o atento amigo achou na página 8.

Segundo o texto, os policiais agora "autuam infrações", não mais os motoristas infratores.

Enfim, temos novidades variadas na praça!

domingo, 11 de agosto de 2019

Em função do desconhecimento...

A moda de incorporar expressões mal traduzidas do Inglês também atinge Portugal.

O atento amigo copiou do site da TAP e me enviou:

"Este processo pode demorar até 60 segundos. Por favor, não tome qualquer ação até que seja exibida a página de confirmação".

"Tomar ação", ó, pá?

Em bom Português, "do not take actions" é "não faça nada", tá?

No caso, também pode ser "aguarde".

Essa história de achar bonito americanizar nossa língua é tão boba (e chata) quanto a obsessão com a expressão "por conta de", que enterrou a muito mais adequada "por causa" disso ou daquilo (há outras boas opções no "mercado").

Está na chamada e no lead de matéria do Globo online, enviada pela assídua colaboradora:

"Alemanha congela R$ 155 milhões de projetos na Amazônia por conta do desmatamento"; "(...) decisão do governo se dá por conta do aumento do desmatamento na região".

Além do ridículo em dose dupla, decidiram usar o verbo CONCERNIR, mas não sabem que ele é transitivo indireto.

O monstrengo está na imagem.

sábado, 10 de agosto de 2019

Tudo muito mal enfocado

Caros colegas do Globo, um pingo de atenção é altamente recomendável na hora de escrever — especialmente no caso do impresso, que não dá pra corrigir ao longo do dia.

A assídua colaboradora achou a frase sem pé nem cabeça em entrevista com Gregorio Duvivier, um cara articulado.

Ou seja, se ele tropeçou na língua em algum momento — o que é comuníssimo quando se está elaborando uma longa resposta entre muitas —, é obrigação do jornalista ajeitar o texto:

"A emoção toca lugares que a razão política não permite acessar" já fica melhorzinho, não?

Falei em "toca" e me lembrei da foca.

Cuidado com ela, crianças!

O neologismo "focar" (do Inglês "to focus") foi tão gozado no "Tá no Ar" (com o bordão "foca em mim") que estava desaparecendo.

Com o fim do programa, começou a ressuscitar — hoje, o colega da área de Turismo encontrou em destaque na IstoÉ, em matéria sobre a Petrobras.

Muda o foco, pessoal! E deixa a fauna em paz.

Mulheres têm patentes masculinas


O leitor ouviu um narrador dos Jogos Pan-Americanos repetir ontem e hoje, no SporTV, que uma lutadora é "terceira-sargento" da Marinha.

Estranhou o feminino, me consultou e eu fui confirmar: NÃO HÁ concordância de gênero nas Forças Armadas brasileiras.

Existem AS PRIMEIROS-TENENTES, AS SEGUNDOS-SARGENTOS etc.

Aos poucos as mulheres vão alcançando postos mais altos nas três Armas, mas as patentes mantêm-se masculinas.

Falta de criatividade até pra errar

Recebi muita bobagem nos últimos dias, mas estava às voltas com mil coisinhas e, confesso, desanimada com a falta de ineditismo dos erros da tal da mídia.

Porém, a pescaria de ex-colegas de redação, da assídua colaboradora, do atento amigo e outros merece um "esforço de reportagem".

Ontem, em twitter do Dia, uma senhora que me é estranha "foi inciciva" (sic) — e a correção, INCISIVA, demorou horas para ser feita.

O mesmo ocorreu hoje no site do Extra, cujos profissionais custaram a perceber o erro na chamada:

"Homem é executivo a tiros ao deixar motel (...)". (sic, mais uma vez. Preciso dizer que o certo é EXECUTADO?)

Teve cacófato e muleta em "Duas pessoas morrem após parte de viaduto cair sobre (...)".

O pós-parto, digo, "após parte" é do Globo, que desconhece as palavras MOTOCICLISTA (preferível) e MOTOQUEIRO — então, publica a "lindeza":

"Um assalto ao motorista de uma moto (...)".

No mais, é aquele festival de sempre: o inexistente substantivo "desmate" dando o ar de sua (des)graça de novo, pessoas que "possuem indícios" (elas TÊM certidão da compra?) etc. etc.

Já que ninguém se interessa pelo prazer de ler LIVROS — ou quer ter o trabalho de consultar BONS dicionários —, que tal usar o cérebro para, pelo menos, criar uns erros novos, merecedores de notas divertidas?

Tá ficando chato, gente.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Ruim em qualquer língua

Coberta de razão, a assídua colaboradora estranhou a chamada do Globo.

Aos colegas inventores de moda, que pensam que sabem Inglês e desconhecem o Português, informo que, mesmo na língua de onde vocês tiraram o "supremacism", a palavra original é SUPREMACY.

Quem procura no Volp NÃO ACHA o "supremacismo", mas SUPREMACIA está lá, eu garanto.

A amiga também encontrou bobagem no Segundo Caderno — e eu dou uma dica para quem tiver dúvida em frases similares: o título do filme "O dia EM QUE a Terra parou".

Portanto, "no dia EM QUE eu parar", "o ano EM QUE (..)", sempre!

Aproveitando, no dia EM QUE conseguirmos viajar no tempo, talvez possamos fazer "projetos para o PASSADO".

Até lá, evitem o pleonasmo "projetos para o futuro", os únicos — e óbvios — que temos, OK? (a pérola foi pescada no Ela pelo atento amigo.)

Explosão global


O desrespeito do Globo com o leitor e com acidentados — e com o idioma, é claro — seria cômico se não fosse trágico.

Quando os colegas vão aprender que horário de trem britânico não combina com as expressões "em torno de", "por volta de" e similares?

A frase "nas fotos, no local do acidente, que correm as redes etc." é de lascar.

Mas o que deixou a assídua colaboradora de queixo caído, "após o após", foi essa coisa que "(...) teria o acertado". Ui!

domingo, 4 de agosto de 2019

'Embaixo do risco' outra vez

Tá certo, eu sei que o Uol Notícias é "o ó" (desculpem o inevitável trocadilho), mas a primeira reportagem que eu vi, ao abrir o Facebook, foi:

"Sob risco de perder a fala, general (...)".

Não me perguntem quem pariu o monstrengo, que deu cria e se espalha na imprensa, mas já comentei muitas vezes as formas corretas:

"a pessoa está EM RISCO", "o militar CORRE O RISCO DE perder a fala", "o acidentado CORRE RISCO DE VIDA", "a VIDA de Fulano ESTÁ EM RISCO" etc. etc.

O general não está "sob risco" algum.

Quem está "sob risco" aí na imagem é o Capitão América.

Os demais estão "sobre o risco".

sábado, 3 de agosto de 2019

Bobagens que 'O Globo' faz

Acordei e encontrei três "lindezas" do Globo, enviadas pela querida e assídua colaboradora.

Ri muito com a "possível ambulância" e logo imaginei como seria uma "ambulância IMPOSSÍVEL".

Crianças, se a intenção era dizer que acharam partes de um veículo que "possivelmente", "quem sabe", "talvez" tenha sido usado num roubo, por que o título afirma que É e o texto faz o mesmo logo abaixo?

Não dá pra entender.

Também é incompreensível a "abreviação" (?!?) "desmate".

O que é "o desmate"?

DESMATE só existe como conjugação do verbo DESMATAR (presente do subjuntivo e imperativo afirmativo).

Vocês usaram DESMATAMENTO bonitinho, com todas as letras, na legenda.

Por que inventaram moda no título?

Se tirassem o indefectível "após", aposto que cabia tudo.

O que não cabe de jeito algum é a bendita crase antes do MASCULINO "linfoma", OK?

Demissão na 'Veja' é diferente


É "de doer os olhos", como disse o amigo, que deu um print na imagem para eu acreditar nessa "outra coisa" inaceitável.

Como ele bem lembrou, no tempo em que fomos colegas de redação uma chamada dessas dava DEMISSÃO.

Não contente, a Veja ainda "vê risco à Amazônia".

Não entendi se o risco vai À Amazônia de barco ou de avião. 

Ou queriam dizer "VÊ AMEAÇA À Amazônia"? Ou "VÊ Amazônia EM RISCO"?

Os redatores da revista devem ter entrado na competição ora liderada pelo Globo e pela Folha, nos quais a assídua colaboradora tem pescado pérolas como "apesar de documentos, (...)", Fulano "marcou de ir" etc. etc.

Se não me falha a memória, essa ideia de jerico de começar título com "apesar de documentos (vírgula)" não é inédita aqui. 

Não é mesmo. Achei duas rapidinho, uma lástima. (clique aqui e aqui para ler)

PS: na madrugada, deixei passar o "inconformismo de dados", apontado por uma amiga em comentário. Não são os dados que não se conformam: o inconformismo é do diretor.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Parem de 'possuir'. Tenham!

Queridos colegas, pela enésima vez: POSSUIR e TER nem sempre são a mesma coisa.

Ontem, a assídua colaboradora encontrou um parágrafo de matéria em que, além do plural esdrúxulo "sem contatos (sic) com os amigos há anos", havia a seguinte "informação":

"(Fulano) possui histórico de problemas com drogas".

Caramba! "Possui" histórico? "Possui" problemas?

O cara pode até TER drogas EM SEU PODER, porque é disso que se trata o verbo POSSUIR: ser possuidor, ser o senhor de alguma coisa (ou de alguém), tomar posse de, apossar-se, assenhorear-se, invadir, ocupar...

Os jornalistas copiam os pessimamente traduzidos manuais de telemarketing, que (des)ensinam: "a senhora possui endereço?"; "você possui e-mail?"; "o senhor possui um tempinho para avaliar o atendimento?".

Eu TENHO tudo isso, mas, por mais que o(a) atendente seja gentil, eu não "possuo" a menor paciência para esse linguajar ridículo das empresas.

PS: TEM quadrinho pra ajudar.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Estagnado ou em movimento?



Confesso que estou cada vez mais desanimada e sem humor pra comentar bobagens cometidas diariamente pelos colegas.

Em um site de notícias, um amigo encontrou isso:

"Pai com Alzheimer reconhece filho após óleo de cannabis".

Como assim, "após óleo"?!?

Quantos gramas de cannabis fumou o redator "antes" de fazer esse título?

No Globo, em "Após o Pulitzer etc.", a assídua colaboradora pescou a seguinte "não tradução":

"(...) inclusive um que mora a cinco blocos da minha casa".

Já vi gente reclamando do bendito "inclusive", que parece estar virando a bengala da vez, mas o pior aí é o bloco — que não é carnavalesco, não é parte de um conjunto de prédios, não é nenhuma das coisas que a palavra significa em bom Português.

É QUARTEIRÃO que se chama, tá, moçada? "Block" é Inglês.

Achou pouco? Em coluna do mesmo jornal, o atento amigo encontrou o indefectível "segue parada".

Pessoal, PARA pra pensar e SEGUE em frente sem escrever besteira, por favor.