quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A isso, àquilo; a esse, àquele

Queridos colegas, são raríssimos os casos de crase com masculino, mas eles existem.

Hoje, na nota "O 'despertar' do carrasco de 82", Gente Boba se esqueceu do detalhe na frase:

"Um dos responsáveis pela cobertura da Copa de 1982, na Itália, (Fulano) voltou aquele país para conversar (...)".

O colega em questão voltou ÀQUELE (A + AQUELE) país, pessoal.

Do jeito que está, parece até que a Itália é que saiu pra dar uma volta por aí.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Jornalismo gagá

Assista ao vídeo em
 https://www.youtube.com/watch?v=uGSL1dt3vaw

Gente, o jornalismo vai mesmo mal das pernas.
 
E da cabeça, a julgar pelo comentário de um colega veterano na Globonews.

Não bastasse fazer piadinha de mau gosto com a morte da Carrie Fisher, o que significa a frase:

"Muitas celebridades marcando essa perda"?!?

Ficou gagá, só pode.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Presentinhos de Natal do 'Globo'

1) Na página 16 (e justamente no título do editorial!), encontra-se a praga do momento: o "alerta CONTRA", que não existe em Português.

Por favor, já não bastam a zika, a dengue e outras mazelas destacadas na frase horrorosa?

2) Na coluna do Ancelmo, em nota grandona a respeito de 2016, citam as mesmas doenças e me saem com um "inclusive com moléstias (...) como a lepra, 'ONDE' somos o campeão mundial (...)".

Caramba! Onde fica Lepra? Alguém conhece esse lugar?

Que tal o jornal providenciar uma aulinha de ADVÉRBIOS, pro pessoal aprender que eles têm funções diversas, como exprimir circunstâncias de tempo, modo, lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição etc.?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Votos demonstrativos

a) estas ; b) essas; c) aquelas frutas
Em 2017, ESTE blog deseja que o pessoal da coluna do Ancelmo aprenda a usar corretamente os pronomes demonstrativos.

É tanto erro que eu até desisto de comentar, mas aqui vão exemplos comuns:

 "Este milionário egípcio que (...)" (Que milionário? Cadê o homem? Não há nem uma foto do Fulano!); "(...) os MPS destes países (...)" (Que países? Sequer há um país citado na nota!); e por aí vamos, ladeira abaixo,

ESTA jornalista que vos escreve informa que ESTE país, no qual vivemos, é o Brasil. E não adianta chorar.

Cacófato presidencial

Quem acha que Temer fala "bonito" desconhece o que são CACÓFATOS.

O Globo devia ter usado um "sic" ao reproduzir a feia declaração, em destaque na capa:

"NUNCA CAÍ de pinguela".

Ou podia ter trocado o som desagradável da frase por um "jamais caí" ou coisa do gênero.

Porque estamos na época...


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Na dúvida, melhor não usar


Recebi com atraso gigante O Globo do dia 17, um sábado, quando sai aquele caderno-jabá de madame.

Numa superficialíssima folheada, encontrei, em destaque, a seguinte crase deslocada:

"(Fulana) pinta de peças de moda à imagens de santos".

Doeu, viu?

Gente metida a nobre tem que saber escrever bem o Português, não é? Nem que seja pra mostrar que cursou bons colégios.

Quem escreveu a coisa feia perdeu as aulas em que foi ensinada a primeira regrinha da crase, em que ela é a soma da preposição com o artigo.

Ou seja, para entrar uma crase naquilo ali, só se a frase começasse a ser construída mais ou menos assim:

"Das peças de moda ÀS imagens de santos, (...)".

Deu pra entender que a preposição "A" foi unida ao artigo plural "AS"?

domingo, 18 de dezembro de 2016

Faz sentido? É importante?

A praga dos irrelevantes — e muitas vezes descabidos — "antes, durante e depois" continua firme no Globo.

Abaixo do Elio Gaspari, encontrei o seguinte título:

"Prefeito eleito no Paraná morre após ser baleado na cabeça".

Esqueça a tragédia e pense na "necessidade" do advérbio.

Não dá pra ser direto?

"Fulano é baleado na cabeça e morre".

Ou havia chance de ele ser baleado na cabeça DEPOIS de morto?

Parafraseando um velho slogan, não basta a notícia ser ruim, tem que esculhambar.

Segmento X Seguimento

O Globo está cada vez pior.

E não é só no conteúdo.

Outros SEGMENTOS da empresa vão mal: o Financeiro faz cobrança indevida, a distribuição falha com frequência...

Cada vez penso mais e mais se devo dar SEGUIMENTO a tanta chateação.

Será que, com essa explanação (só com fatos), o jornal melhora e os editores e repórteres (já que parece não haver mais redatores e revisores) aprendem a diferença entre SEGMENTO e SEGUIMENTO?

Vejam na imagem a coisa feia que a assídua colaboradora encontrou hoje na editoria ridiculamente intitulada Sociedade.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Dois milhões de coisas incorretas

Foi também o atento amigo que pegou mais um erro feio do Globo, na editoria País:

"DUAS milhões de assinaturas"!


Queridos colegas, MILHÃO é masculino. Pode-se pôr qualquer coisa depois dele (pessoas, mulheres, crianças, árvores, flores, o que for) que a concordância será no masculino:

DOIS MILHÕES.

Não confundam MILHÃO com MIL, que é muito mais flexível nessa questão e, com frequência, aceita os dois gêneros, OK?

Por trás de todo erro...

Joguei fora o encarte do Globo, mas o atento amigo pegou a falha da capa.

A imagem pode não estar uma maravilha, mas é suficientemente nítida para se ler:

"Todo O presente tem uma história (...)".

É claro que não queriam se referir a UM PRESENTE específico, que "conta uma história" da embalagem ao conteúdo.

A revistinha tem como objetivo vender PRESENTES, no plural.

Portanto, o artigo não cabe na frase.

O correto é:

TODO PRESENTE tem uma história para contar, QUALQUER presente que se quiser escolher.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Quando ele vier e eu vir

Tenho lido e ouvido muito INFINITIVO em frases que pedem o FUTURO DO SUBJUNTIVO.

Acho que a confusão acontece porque, em alguns verbos, a forma é idêntica.

Por exemplo:

"Se ele falar, quando eu começar...".

Mas não estão corretas as formas "se eu ver", "quando ele propor", "se você manter"...

Pense no tempo da ação: ela ainda não aconteceu, pode vir a acontecer, o sentido é de "caso aconteça".

Então, lembre-se:

se eu VIR; quando alguém TRANSPUSER, PROPUSER ou DEPUSER...

E se a coisa se MANTIVER desse jeito... sei não.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Em sua hora e em seu lugar


Ligo a NET em busca de opções que abafem a festa infantil do prédio (Deadpool, Ant Man, Star Wars VII...).

A primeira coisa que escuto é uma chamada do ESPN, que anuncia uma competição e me sai com um:

"(...) aquele momento ONDE todos (...)".

Pessoal, momento é TEMPO, não é lugar.

Se não cabe o advérbio QUANDO, experimente os "genéricos" EM QUE, NO QUAL...

As possibilidades corretas são muitas — e jornalistas e publicitários deviam conhecer todas, não é?

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Alguém conhece um 'fato fictício'?!?


O atento amigo chegou de viagem e, pondo a leitura dos jornais em dia, encontrou os benditos "fatos reais", com destaque, no Segundo Caderno do Globo.

Coisa de Gente Boba, que até hoje não sabe que isso se chama PLEONASMO.

Se não é fato, é ficção. Entendeu, pessoal?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Os 3% não falam corretamente

Assisti à primeira série brasileira produzida pela Netflix, "3%", e até achei a trama interessante, melhor que a média das trilogias (ou "quadrilogias") para adolescente produzidas em Hollywood (aquelas ambientadas "numa sociedade distópica etc. etc.").

O autor só precisava da ajuda de um "dialoguista".

Fica esquisito ouvir da tal elite do título coisas como:

"Estão te precisando lá fora";

"Não esperava encontrar por isso";

"Não podemos perder isso do controle" e outras pérolas.

Mas fiquemos só nessas aí.

1) Na cena, o sentido é "necessitar", não "ajustar com precisão". Recomendo usar o verbo com preposição: "Estão PRECISANDO DE VOCÊ". É como falamos no dia a dia.

2) Dizemos "não esperava ENCONTRAR ISSO" ou "NÃO ESPERAVA POR ISSO". Juntar as duas coisas numa frase só não dá certo.

3) Mesmo caso acima. Ou "não podemos PERDER O CONTROLE DISSO" ou "não podemos deixar que ISSO SAIA DE CONTROLE".

Se a verba é pouca, roteiristas, tenham a humildade de pedir ajuda aos atores mais experientes (como Sérgio Mamberti e Zezé Motta). Eles sabem reconhecer o que sai mais naturalmente de suas bocas.