domingo, 31 de julho de 2016

Sem acidente não tem artigo

Ontem, no Ancelmo, inventaram que uma atriz nasceu "NA Angola".

De onde tiraram a novidade, não sei.

Vai ver o repórter teve um péssimo professor, que dizia "O Moçambique", "A Angola", "O São Paulo" e bobagens afins, sem saber que só se usa o artigo quando o nome do país, ou da cidade etc. está associado a um acidente geográfico (como é o caso DO Rio de Janeiro).

PS: também tem artigo sobrando em várias colunas, antecedendo nomes de artistas. Só se usa dizer "do" Fulano ou "da" Beltrana quando se tem muita intimidade com a pessoa. Do contrário, pega mal.

sábado, 30 de julho de 2016

Apaixone-se corretamente


Fui folhear o Ela, hoje dedicado aos homens, pra quê?

Só para descobrir que, além de continuar se espantando com o fato de eles também serem vaidosos, cuidarem do corpo e usarem tratamentos de beleza (oooohhhh!), o suplemento não sabe que não existe "PAIXÃO AO" seja lá o que for.

Queridas, homem se trata desde os tempos dos "Luíses" da França, pelo menos.

E "paixão AO esporte" (como querem vocês) nunca houve em nossa língua.

Tem-se paixão POR alguma coisa ou alguém, OK?

Olha uma das minhas paixões na foto acima.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Virou esculacho. Mesmo!


Não bastasse "uma lista CHEIAS de sátiras" (nota "Virou esculacho"), o Ancelmo de hoje traz a seguinte construção:

"(...) o qual, para ela, 'tê-lo como aluno foi um presente de Deus'."

"O qual tê-lo"?!?

Consultem os deuses protetores do idioma antes de perpetrar absurdos do gênero, colegas.

Um simples ponto final resolveria essa coisa horrorosa:

"Fulana foi professora de muitos brasileiros, entre os quais Beltrano. Para ela, 'tê-lo como aluno etc.'." Que tal?

Alô, 'Globo'! Regar é irrigar, tá?


Tive que rir ao receber o e-mail do atento amigo, com o título da matéria da despedida do Cunha (pé de pato, mangalô três vezes).

Comentário dele:

"Agora, segundo o Globo, rega-se a seco — e até com carne, imagine!"

Pensem antes de escrever, por favor!

Os colegas nunca regaram plantinhas com água ou saladas com azeite? Não regaram qualquer coisa sempre com líquidos?

Churrasco não rega nada, mas fica uma delícia regado com molho à campanha, por exemplo.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Que língua fala o prefeito do Rio?


A Prefeitura não para de fazer o carioca passar vergonha — e não estou falando "apenas" das declarações infelizes do alcaide.

Vejam só o que acabei de achar na página de uma amiga, no Facebook: "AUTORIZATÁRIO"!

Alguém já viu?

Pois é mais uma criação desse governo que desconhece, entre outras coisas, o próprio idioma.

Parece que, na língua lá deles, significa "taxista". Dá pra acreditar?

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Comissão em cima de quê?

A praga do "sobre" é incontrolável!

Nova colaboradora do blog (eba!) encontrou esta na coluna do Lauro Jardim, hoje, no Globo:

"(Fulano) contou a Sérgio Moro e aos procuradores da Lava-Jato que a comissão especial da Câmara sobre as medidas de corrupção vai receber um projeto (...)".

"Comissão sobre"?

Só se for como aquela do garçom, de 10% SOBRE o valor da refeição.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Uma surpresa de matar!

Uma amiga e um amigo viram, em emissoras de TV diferentes, o sensacional anúncio dos serviços funerários da Santa Casa de Copacabana.

O texto recomenda evitar "SURPRESAS INESPERADAS"! Acreditem!


Estamos os três tentando entender como seria possível ter uma surpresa se ela fosse esperada...

sábado, 23 de julho de 2016

Nem o editor aprendeu?

Atenção, senhor editor responsável pela primeira página do Globo!

Não existe a regência "alertar sobre"!

Portanto, ao contrário do que está na manchete de hoje, o FBI não alertou o Brasil SOBRE coisa alguma.

Ele pode ter alertado O país DA existência de simpatizantes do EI ("apoiadores" do Estado Islâmico também é feio pra burro, vamos e venhamos).

Que tal parar de ensinar erro de Português pros leitores?

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Só dois fazem 'ambos'


Começo a ler a crítica do filme francês "Chocolate", no Rio Show, e encontro a frase:

"Descoberto pelo palhaço Footit, ambos formaram (...)".

Nananinanão! "Um" não forma "ambos", pessoal!

Algumas opções possíveis:

"Fulano descobriu Beltrano e ambos formaram a dupla (...)".

"Descoberto por Fulano, Beltrano formou com ele a dupla (...)".

Deu pra perceber a diferença?

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Um pouco de respeito, por favor

O desleixo do Globo já virou falta de respeito com o leitor.

Não dei conta de ler a matéria "A caminho da delação", na página 3, mas o atento amigo leu e achou, logo no primeiro parágrafo, as coisas horrorosas reproduzidas na imagem.

Não bastasse o "dessa vez" — quando me parece que é "desta" agora, já que finalmente os Santana decidiram colaborar —, o que vem a se "presos, o casal (...)"?!

O jornal não usa nem aquele corretor básico de texto, que põe um vermelhinho nas falhas?

Cadê o sentido, colegas?

Os colegas do Globo estão virando mestres em frases esdrúxulas.

Que construção é essa que um amigo mandou pra mim? (clique para ler)

Pelo visto, está perigosíssimo ter "um relacionamento em Ramos".

No Esporte, a chegada de Diego ao Flamengo tem nariz de cera horroroso e esse trem:

"Se por um lado a calorosa recepção ficará marcada, o caos imperou".

Hein? Ninguém percebeu que a ideia não fecha?

E vamos parar de fazer jogos "para mancos", por favor!  É uma ofensa ao idioma e aos atletas paraolímpicos,

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Tropeço em dose dupla

O Globo continua tropeçando no Português.

Ontem, na página 25, o atento amigo encontrou uma crase de chorar.

Por que alguém atacaria "à" faca se não ataca "ao" facão, "ao" tiro etc.? Onde foi que alguém viu um artigo junto à preposição?

Sentiram a diferença? Dá pra dizer "junto ao verbo", "junto ao adjetivo"...

No outro caso, achado no jornal de hoje, qual é o sentido d explicação "call box", entre parênteses, para telefone de emergência?

Se não for em Inglês, eles acham que o leitor não entende?!?

terça-feira, 19 de julho de 2016

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Decifra-me ou...

Um amigo encontrou o texto ao lado (hoje, na página 3 do Esporte do Globo), assinalou, fotografou, mandou pra mim e perguntou:

"Você poderia me explicar esta frase?"

Sinto dizer que não.

Peço ajuda aos colegas, aos universitários, a quem quer que saiba que língua é essa, por favor.

Decifra-me ou...

Um amigo encontrou o texto ao lado hoje, na página 3 do Esporte do Globo, assinalou, fotografou, mandou pra mim e perguntou:

"Você poderia me explicar esta frase?"

Sinto dizer que não.

Peço ajuda aos colegas, aos universitários, a quem quer que saiba que língua é essa, por favor.

domingo, 17 de julho de 2016

'Exageros' de 'plurais'

Deslizes como o que abria entrevista, ontem, na página 12 do Globo, acontecem nos melhores jornais:

"É obrigatório ter o RioCard Olímpico para chegar a todo os locais de competição?" (sic)
O singular deslocado, porém, (ainda) não preocupa.

Como vem notando o atento amigo, assustadora é a proliferação do plural sem sentido.

Dia desses, estava em manchete da primeira página:

"Mortes de policiais unem (...)".

Sexta, na coluna da página 2 do Segundo Caderno, tinha um "(...) das respirações dos personagens (...)" de doer pulmão.

O amigo já viu "planejamentos de operações", "derrubadas de jatos", "assassinatos de camponeses"...

Agora, diz ele, só falta aparecerem as "armas de destruições". Talvez "em massas". Ui!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Samba do repórter doido

Queridos colegas, decidam-se.

A informação tem que ter precisão absoluta ou... dane-se?

O que são essas coisas que a assídua colaboradora encontrou hoje no Globo?

O texto esdrúxulo diz que Ron Wood teve gêmeas aos 68 anos. "As filhas (...) são a quinta e a sexta do músico".

Caramba!

Pois quem fez questão de explicar isso bem direitinho escreve, logo abaixo, que outra criança, esta de Mick Jagger, é fruto de "um relacionamento que durou de nove a dez meses".

Hã?!?

Ainda bem que, depois da quinta e da sexta, temos o sábado e o domingo.

sábado, 9 de julho de 2016

Parece, mas não é

Gente! As coisas que eu perco por não ter paciência pro Ela!

Ainda bem que o atento amigo pega as besteiras do caderno, como esta, que abre matéria de arquitetura e decoração:

"A EMINENTE chegada de um bebê (...)".

Gargalhei com o comentário dele:

"Essa criança deve ser importante."

Pois é, colegas. "EMINÊNCIA" é sinônimo de excelência — e o tratamento "Vossa Eminência", geralmente, é dado a cardeais.

Quem escreveu o texto queria dizer "IMINENTE", prestes a acontecer, próximo, na IMINÊNCIA de.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Beijos e abraços PRA todos...

Até tu, Verissimo?

O atento amigo viu ontem: o grande escritor pegou o vírus, que teve seu primeiro foco na TV Globo, e tascou um "Parabéns A você" em sua crônica.

Só pode ter sido um deslize, porque é claro que o Verissimo sabe que mandamos "beijos", "abraços", "parabéns" etc. PARA alguém. Sempre!

Eu li o texto hoje e espero que o fato de a bobagem ter escapulido da pena de um dos meus escritores favoritos não sirva de munição para mais gente perpetrar (e perpetuar) o erro.

Cheguei até a fantasiar que algum colega resolveu "copidescar" o mestre e cometeu a besteira.

Vai ver foi a mesma pessoa que fez o obituário do querido Guilherme Karam e me saiu com um "ator que se iniciou pelo teatro". Empaquei.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Nem a Justiça escapa do massacre


A coisa está feia também no Estadão, a julgar pela matéria enviada por um amigo. (clique pra ler)

Vejam o "primor" de construção que está logo no primeiro parágrafo:

"(...) notifica ela sobre a ação penal a qual é acusada de (...)".

"Notifica ela"? "Notifica sobre"? "Ação a qual é acusada"?

Gente, ninguém sequer pensa antes de escrever?!

Pobre chef Jamie Oliver...

Os repórteres do Globo não têm se entendido bem com alimentos ultimamente.

Depois do infeliz "pedaço de comida" entalado, me saíram com um "tomou à frente do movimento" que é quase pornográfico.

Quem encontrou a pérola foi a assídua colaboradora, na Economia.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Ancelmo para infantes

O atento amigo quer saber (e eu faço coro): o que vem a ser o "pedaço de comida" que engasga?

Jornalismo tatibitate é isso aí.

sábado, 2 de julho de 2016

Aulas na redação. Urgente!


Já que não contratam revisores, os donos dos jornais podiam, pelo menos, pagar umas aulinhas de Português pros seus repórteres. Demonstrariam um pinguinho de preocupação com os textos que publicam.

Sugiro começar com regências e preposições, que estão um caos.

No Globo, como já notamos o atento amigo e eu, ninguém mais escreve biografias DE Fulano ou Beltrano: inventaram a "biografia SOBRE" — e o leitor que engula o erro.

Outra é o "chegar EM" (a assídua colaboradora encontrou exemplo feio hoje mesmo: "Ex-dono da Delta chegou NO aeroporto").

Não custa lembrar: chega-se À casa, AO aeroporto, AO lugar da sua escolha, desde que com a preposição correta.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Mais uma invencionice na praça

Recebi aquela revista do Casa Shopping, dedicada, claro, à decoração, que é o que eles vendem.

Mas também tem culinária, outra área que adora inventar modismos como a "gourmetização".

Prepararem-se para começar a ler e ouvir por aí o "empratamento" fino, que nada mais é que um neologismo criado para designar aqueles pratos metidos a besta, em que o visual é mais importante que a comida.

Em tempo: nenhuma dessas palhaçadas está no VOLP da Academia, OK? 

Redação de (e para) adultos

É impressionante ver que os colegas não sabem mais escrever nada sem os malditos "antes", "durantes" e "depois".

Na página 12 do Globo de hoje, a pobreza de vocabulário se repete no título:

"Adolescente morre APÓS ser baleado na cabeça no Borel". (esse "na cabeça no Borel" também é um horror!)

Vamos ser criativos e escrever como gente grande?

Algumas sugestões:

"Morre adolescente baleado no Borel"; "Jovem morre em tiroteio no Borel", "Rapaz é morto em troca de tiros entre polícia e traficantes" etc. etc. etc.

Por favor, parem de usar muletas e façam uma redação decente, não infantiloide. 

Jornalistas descobrem a pólvora

Não tive tempo de ler o jornal de hoje, mas o atento amigo leu — e as maravilhas não cessam!

Na página 15, o titulaço diz que moradores de rua estão morando sob o novo elevado do Joá.

A sensacional informação está no subtítulo:

"Eles se alimentam de peixes retirados do mar". Uau!

Os colegas queriam que eles pescassem no concreto? Ou acham que só há peixe nos rios?