segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Precisa reforçar o óbvio?

Mais uma ouvida pelo atento amigo, agorinha, na Record.

O repórter vai narrando a notícia até que, em dado momento, mostra um automóvel e diz:

"O assassino chegou DENTRO deste carro".

Estou às gargalhadas com o comentário do amigo:

"Imagina se o assassino ia chegar dependurado no retrovisor, ou no para-choque, sei lá!"

Bom, ele mesmo já leu, em matéria de sequestro, que Fulano foi levado "NO INTERIOR do porta-malas".

Vai que os bandidos, cada vez mais ousados, decidiram fazer malabarismos (além de exibir suas vítimas NO EXTERIOR do porta-malas)?

Colegas, pensem antes de dar informação inútil e ridícula, por favor!

domingo, 8 de novembro de 2015

Erro se propaga com rapidez

Há uma nova praga no ar.

O atento amigo ouviu uma, duas, dez vezes — e agora escuta a todo momento "vários países do mundo" e "vários estados do país".

Com razão, ele questiona:

"Existem países FORA DO MUNDO?!? E desde quando Estados estrangeiros (ou nações) podem entrar no mesmo saco que Rio de Janeiro, Tocantins, Paraná etc.?"

Acordem antes que o "vírus" fique incontrolável, colegas!

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Besteira após besteira

Proponho um desafio aos editores do Globo: um dia sem usar "APÓS" nos títulos.

O uso idiota da palavrinha — uma coisa sempre acontece depois de outra, colegas! — hoje chegou a níveis intoleráveis.

Na primeira página, "Mulher morre APÓS ter alta" na chamada e "morreu três dias APÓS começar a procurar socorro" no textículo abaixo; lá dentro, a mesma mulher "morre APÓS gravar denúncia (...)".

Daqui a pouco vão escrever que Fulano morreu após nascer, respirar etc.

Comece pelo bê-á-bá

A assídua colaboradora encontrou no Globo online esse aí espanto — não pelo tema; pelo texto mesmo. (clique aqui para ler)

Há frases sem pé nem cabeça, como:

"A mãe de Ramses Sanguino, que mora em Los Angeles (Califórnia, EUA), é capaz de revelar números que são mantidos em sigilo por ela."

A mãe é capaz de revelar números e os mantém em sigilo?!? Que números são esses? Referem-se a quê?

E o que dizer de ""Eu o ensinei algumas das línguas (...)"?

A amiga sugere que se ensine AO redator o Português, antes de mais nada.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Cadê a informação relevante?

"Por conta" (argh!) do novíssimo jornalismo infantiloide, a "causa" foi pro espaço e a informação inútil ganhou espaço.

Veja este título do Globo de ontem, por exemplo:

"Aluna é esfaqueada por bandido após sair de aula no Santo Inácio".

Qual é a relevância disso?

Se dizer o que ela fazia "antes" do assalto é tão importante, por que não deram destaque, também, para o fato de ela, "após sair de aula" etc., ter passado numa padaria?

O óbvio ululante

Alguém me explica a função da palavra "idoso" neste título? (clique aqui para ler)

A idade está aí, então por que o "idoso de SP"?

Os colegas estão exagerando nas muletas e firulas.

Cadê o bom e velho título direto, claro, objetivo? "Aos (xx) anos, paulista vê o mar pela primeira vez" já ficava melhorzinho.

O caso parece emocionante; o descaso dos jornalistas é preocupante.

domingo, 1 de novembro de 2015

Na dúvida, evite


O Globo mata a "causa" em prol da "conta" (ai, a quantificação!) e está com mania de usar "em" pra qualquer coisa.

Além de um horroroso "tenho direito em fazer" (é "DE", tá?), encontrei hoje no jornal uma enormidade de "sonhar em isso" e "sonhar em aquilo".

Teriam essas pessoas sonhado EM preto e branco, EM cores, NA cama ou NO sofá?

Só há um caso em que o "em" é aceito com o verbo "sonhar". Melhor evitá-lo pra não escrever bobagem, concordam?