terça-feira, 7 de agosto de 2012

Traduttori, traditori

Grande amiga, tradutora de primeira linha (e localizer, ou seja, especializada em coisas como Pacote Office e outros "bichos internáuticos"), fez hoje o que eu não tive tempo de fazer: dar uma olhada nas notícias. O resultado foram algumas contribuições, a começar pela matéria do Globo Online sobre o fracasso brasileiro no handebol feminino. Diz ela:

"Só li por alto, mas deu para pegar um 'não resistiu a força' e um ' dez minutos do fim'." Ui! O pessoal ainda não se tocou que não pode ter havido uma coisa que ainda não aconteceu? No futuro, é só preposição, a tantos isso, a tantos aquilo. O verbo só existe depois: estou no trabalho  tantas horas, anos escrevo mal o Português etc.

Até então, estávamos na seara jornalística, mas, na sequência da troca de e-mails, ela comentou erros muito encontrados em traduções:

"Poucos sabem usar o 'quando + futuro do subjuntivo' (não dá para dizer 'quando eu acabá-lo', porque também não dá para dizer 'quando eu fizé-lo'). É comum, também, encontrar 'ingenuity' traduzido como 'ingenuidade', quando significa 'engenhosidade' (ouvi ontem na dublagem do 'Doctor Who', na TV Cultura). E assim por diante..."

Concordo em gênero, número e grau. Redatores e tradutores precisam ficar mais espertos. Quando fazíamos a Enciclopédia Encarta, era um absurdo o que aparecia de "sencillo" ("simples", em espanhol) traduzido como "sensível". E esta semana vi na BBC (que até tem boas legendas) um "vice squad" virar "vice-delegado". Gente, vice é vício e aqui diríamos Delegacia de Costumes, OK? Ah, e "casualty" não é "casualidade"!

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