terça-feira, 1 de agosto de 2017

De envergonhar a profissão

Começo a ter vergonha de contar pras pessoas que sou jornalista.

Como se não bastasse a tendenciosidade da chamada mídia, o Português que ela tem usado é de nível pré-escolar (os exemplos a seguir são do Globo).

Hoje, a assídua colaboradora leu matéria sobre o caso chocante do bebê baleado na barriga da mãe e lá está que ele "vestia a toquinha azul (...)".

Colegas, mais respeito! "Toca" é uma coisa e "touca" é outra, OK? A que se põe na cabeça é a segunda.

O atento amigo me conta que dois colunistas famosos de domingo aderiram ao pleonasmo "encarar de frente" — e sugere que se invente a sui generis "encarada de bunda". Vai que pega?

Foi ele também que encontrou, na página 3, perguntas formuladas assim:
"O 'sênior' acredita que (...)?"

Eu só acreditei porque confio no amigo, assim como na amiga que não aguenta mais ler reportagem sobre a família real britânica em que as palavras "pai" e "mãe" são substituídas por "parente".

Criançada, até o Google traduz "parents" direitinho pra nossa língua e sabe que, em Inglês, "parentes" são "relatives".

Não tem um "tio" ou uma "tia" pra corrigir a redação?

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