Folheio rapidamente a revista dominical do Globo, antes de ir comemorar o aniversário da minha irmã, e descubro um estabelecimento de Copacabana (que desconhecia existir na minha vizinhança) sendo transformado em galeria de arte.
Até aí, tudo bem — é mais um espaço cultural para o bairro, pensei. O problema estava na descrição do velho ocupante do lugar. Diz lá, no jornal:
"A termas, que funcionou nos últimos 32 anos, (...) era um expoente no ramo."
Qualquer um com um dicionário à mão sabe que até existe "a terma", palavra pouco usada no singular, e que o mais comum é empregar "as termas", substantivo feminino plural. Misturar é que não pode.
Um pouco das besteiras lidas e ouvidas aqui e acolá.
E um pouco das coisas boas também, que ninguém é de ferro.
(infelizmente, estas estão cada vez mais raras...)
domingo, 9 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Questão de ordem
Hoje, no Segundo Caderno, há uma nota a respeito de uma apresentadora de TV que mudou de hábitos "desde que seu filho de 2 anos nasceu".
Como a criança não veio ao mundo com essa idade toda, não seria melhor escolha algo como "desde que seu filho nasceu, há dois anos"?
Como a criança não veio ao mundo com essa idade toda, não seria melhor escolha algo como "desde que seu filho nasceu, há dois anos"?
Cadê o chapeuzinho?
Dando uma folheada no caderno de turismo do Globo, vejo reportagem a respeito da cidade uruguaia de Colônia, que já foi Colônia do Sacramento, sob domínio português.
O problema é que, no título e no corpo do texto, o nome do lugar está com a grafia espanhola, sem o "chapeuzinho", o que, para nós, soaria como Colonía (com acento agudo no "i").
É bom lembrar que nem todos os circunflexos foram pro espaço com a mais recente reforma ortográfica da República Federativa do Bobajal.
O problema é que, no título e no corpo do texto, o nome do lugar está com a grafia espanhola, sem o "chapeuzinho", o que, para nós, soaria como Colonía (com acento agudo no "i").
É bom lembrar que nem todos os circunflexos foram pro espaço com a mais recente reforma ortográfica da República Federativa do Bobajal.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Esporte equivocado
Definitivamente, a moda agora é praticar esporte com nome errado. A bola da Copa tem "Z" no lugar do (correto) "S", inventaram os Jogos Paralímpicos (uma homenagem aos deuses do Limpo, mundialmente conhecidos como os seres mitológicos mais higiênicos de que se tem notícia) e, como me informou hoje uma amiga, contamos até com uma federação nacional de trampolim.
Evidentemente, achei que ela se referia àquela modalidade (fascinante) em que os atletas dão saltos incríveis e mergulham em piscinas, mas... que nada!Algum preguiçoso traduziu "trampoline" ("a resilient sheet or web — as of nylon — supported by springs in a metal frame and used as a springboard and landing area in tumbling" — ou, em bom português, "cama elástica") pela sonoridade — e deu no que deu.
Alô, Confederação Brasileira de Ginástica! Trampolim de verdade, em inglês, é springboard ("strong, flexible board from which someone may jump in order to gain added impetus when performing a dive or a gymnastic movement. 2. a thing that lends impetus or assistance to a particular action, enterprise, or development: an economic plan that may be the springboard for recovery"). Ou, como diz o Houaiss:
Evidentemente, achei que ela se referia àquela modalidade (fascinante) em que os atletas dão saltos incríveis e mergulham em piscinas, mas... que nada!Algum preguiçoso traduziu "trampoline" ("a resilient sheet or web — as of nylon — supported by springs in a metal frame and used as a springboard and landing area in tumbling" — ou, em bom português, "cama elástica") pela sonoridade — e deu no que deu.
Alô, Confederação Brasileira de Ginástica! Trampolim de verdade, em inglês, é springboard ("strong, flexible board from which someone may jump in order to gain added impetus when performing a dive or a gymnastic movement. 2. a thing that lends impetus or assistance to a particular action, enterprise, or development: an economic plan that may be the springboard for recovery"). Ou, como diz o Houaiss:
1 prancha longa, e ger. bem elevada, em que nadadores, acrobatas etc., preparam os seus saltos e de onde os executam 2 fig. pessoa ou coisa que vem a constituir o meio pelo qual se obtém ou realiza algo <o marido, dramaturgo renomado, foi o t. para sua carreira teatral>.
domingo, 2 de setembro de 2012
Bola quadrada
Certamente pelos mesmos motivos das "Paralympics", dois anos antes teremos na Copa uma bola chamada Brazuca, com "z".
Uma amigona jornalista me escreveu, estranhando a grafia — e com toda razão. O vocabulário da ABL registra a palavra com "s" — afinal, nosso país é o Brasil, embora haja quem acredite que mora no Brazil.
Se alguém ainda tem dúvida, segue também o verbete do Houaiss:
brasuca - adj.2g.s.2g. P infrm. m.q. brasileiro <a música b.> <um b. solto em Lisboa> etim red. de bras(il)- + -uca; ver 1bras-
Uma amigona jornalista me escreveu, estranhando a grafia — e com toda razão. O vocabulário da ABL registra a palavra com "s" — afinal, nosso país é o Brasil, embora haja quem acredite que mora no Brazil.
Se alguém ainda tem dúvida, segue também o verbete do Houaiss:
brasuca - adj.2g.s.2g. P infrm. m.q. brasileiro <a música b.> <um b. solto em Lisboa> etim red. de bras(il)- + -uca; ver 1bras-
Sem resposta e sem sentido
Infelizmente, no Rio de Janeiro, a qualidade do Pão de Açúcar "Delivery" (que chatice essa mania!) vem descendo a ladeira. E não é só na entrega (viu só? Temos uma palavra para isso), que agora chega sempre atrasada e com mercadorias faltando (mas incluídas na nota) ou danificadas.
Na tentativa de fazer contato com o e-mail falecom@paodeacucar.com.br, recebe-se outro de volta: o noreplay@paodeacucar.com.br. Até então, eu conhecia o "no reply", ou "sem resposta". O "no replay" deve ser uma inovação para avisar o cliente de que ele não deve persistir no erro e tentar outra vez o serviço.
Na tentativa de fazer contato com o e-mail falecom@paodeacucar.com.br, recebe-se outro de volta: o noreplay@paodeacucar.com.br. Até então, eu conhecia o "no reply", ou "sem resposta". O "no replay" deve ser uma inovação para avisar o cliente de que ele não deve persistir no erro e tentar outra vez o serviço.
Imagina nas Olimpíadas
Uma amiga jornalista tenta entender o motivo de os Jogos Paraolímpicos terem virado Paralímpicos. O site da Globo, por exemplo, justifica a mudança como mais uma unificação de grafia em todos os países de Língua Portuguesa, mas termina a explicação usando o termo em inglês.
A bagunça também pode ser um prenúncio do que veremos por aqui em 2016 (quem acompanha o carnaval promovido com a bandeira das Olimpíadas — entre outras coisas menos ou mais graves — tem motivo de sobra para temer o pior).
Se o comitê organizador pediu a troca do nome e foi atendido, alguém esqueceu de avisar a Academia Brasileira de Letras, que adora inventar moda com o nosso idioma, mas continua registrando apenas a palavra "paraolímpico" em seu vocabulário oficial.
E agora? Vão ousar mexer no dicionário dos imortais?
A bagunça também pode ser um prenúncio do que veremos por aqui em 2016 (quem acompanha o carnaval promovido com a bandeira das Olimpíadas — entre outras coisas menos ou mais graves — tem motivo de sobra para temer o pior).
Se o comitê organizador pediu a troca do nome e foi atendido, alguém esqueceu de avisar a Academia Brasileira de Letras, que adora inventar moda com o nosso idioma, mas continua registrando apenas a palavra "paraolímpico" em seu vocabulário oficial.
E agora? Vão ousar mexer no dicionário dos imortais?
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