segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Dentro da moça havia um violino

Mal cheguei, já encontrei besteira no Globo. Que coisa!

Não bastasse a muleta sem a qual parece que ninguém mais sabe escrever, desta vez ela ainda criou um cacófato brabo:

"APÓS POST" é forte, colegas!

E como é essa história da "filha do taxista ONDE" o cara deixou o instrumento?!?

Já soube de gaze e até tesoura esquecida dentro de paciente em cirurgia.

Mas um violino?!? Socorro!

domingo, 6 de agosto de 2017

Volta pra escola, galera!

Depois de um ótimo episódio de Game of Thrones, vamos às bobagens do Globo.

Ontem, um colega encontrou um "à partir" (sic) com uma crase de partir coração.

Hoje, eu fui ler matéria sobre a queda do técnico do Flamengo e quase caí dura com outra (sem contar com o festival de desnecessários "após", "durante" etc. pelo caminho).

Queridos todos, simplificando a história: existe crase quando há a preposição E o artigo feminino, tá?

Alguém já leu "AO partir do dia tal"? Ou "não resistiu AO mais um fiasco"?

Pois é. Se não há artigo masculino nesses exemplos, por que haveria o feminino em caso similar?

sábado, 5 de agosto de 2017

Morde o Aurélio!

O que têm na cabeça os editores do "maior jornal do país"?

Recebi mensagem de um amigo, indignado com a frase:

"O depoimento do engenheiro da OAS foi antecipado pela TV Globo".

De fato, do jeito que escreveram, dá a impressão de que a emissora é tão poderosa que manda e desmanda na agenda da Justiça.

Pior ainda foi a chamada enviada pelo atento amigo:

"Tumultos e mordida a 'pixuleco' marcam sessão na Câmara".

Não bastasse o jeito chulo de ser, que invenção é essa de "morde A alguém ou morde A alguma coisa"?!?

Caramba!

Mordam A língua antes de falar besteira, mordam OS dedos antes de publicar bobagem, mordam-se de raiva se consideram o Português muito difícil, mas aprendam a escrever, por favor. O leitor agradece!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Estância X Instância

O atento amigo quase caiu do sofá ao ver, na Globonews, o repórter de Brasília mostrar o processo contra você sabe quem num quadro virtual onde se lia:

"(...) corre na primeira estância." Ui!

Já que os colegas da emissora desconhecem o idioma — não sabem sequer usar o advérbio INDEPENDENTEMENTE! — eu explico o termo jurídico:

INSTÂNCIA é "cada um dos juízos hierarquicamente organizados que sucessivamente conhecem da causa e proferem decisão", OK?

Do jeito que escreveram, o amigo sugere que alguma fazendola gaúcha passou a julgar ações de corrupção — e eu vejo nuvens negras sobre a "Estância Brasil".

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Decifra-me ou te devoro

O Brasil vai descendo a ladeira e levando a língua pátria com ele.

O Globo está publicando em capítulos a "novela real britânica", verdadeira comédia de erros com Português de segunda e tradução de quinta (não ponham a culpa no Google, porque ele é capaz de fazer coisa bem melhor, como já demonstrei aqui).

Uma querida amiga (e colega jornalista) tem acompanhado a trama, hoje dedicada ao "marido de 96 anos da rainha" — será que amanhã vão falar dos maridos de 87, 91, 83...?!?

O último trecho em destaque é um primor esfíngico.

Alguém poderia decifrar pra gente, por favor?

Acesso indevido ao idioma

Antes de sair, recebi da assídua colaboradora a chamada sem sentido, reproduzida no cantinho direito da imagem.

Além de fazer "gracinha" no título (o que o peixe tem a ver com o réptil, me explica?), alguém simplesmente extinguiu o pobre tubarão!
Voltei e vi o "textículo" já corrigido, mas ainda sem graça: o bicho acabou "virando almoço".

Como quem procura acha, encontrei também um festival de horrores em matéria de três parágrafos.

Tem dois horários com precisão britânica antecedidos pelo ridículo "por volta de"; "após" em profusão; a "conta" no lugar da "causa", da qual sinto imensas saudades; coisas paradas que "seguem", mas não continuam; e uma frase esquisitíssima, que informa que "uma pessoa acessou indevidamente os trilhos do metrô". Uau!

Tem mais, minha gente. É texto pra ser reescrito do início do fim.
Se alguém quiser, eu refaço — "após acessar minha cama" e "seguir deitada", me recuperando do choque.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

De envergonhar a profissão

Começo a ter vergonha de contar pras pessoas que sou jornalista.

Como se não bastasse a tendenciosidade da chamada mídia, o Português que ela tem usado é de nível pré-escolar (os exemplos a seguir são do Globo).

Hoje, a assídua colaboradora leu matéria sobre o caso chocante do bebê baleado na barriga da mãe e lá está que ele "vestia a toquinha azul (...)".

Colegas, mais respeito! "Toca" é uma coisa e "touca" é outra, OK? A que se põe na cabeça é a segunda.

O atento amigo me conta que dois colunistas famosos de domingo aderiram ao pleonasmo "encarar de frente" — e sugere que se invente a sui generis "encarada de bunda". Vai que pega?

Foi ele também que encontrou, na página 3, perguntas formuladas assim:
"O 'sênior' acredita que (...)?"

Eu só acreditei porque confio no amigo, assim como na amiga que não aguenta mais ler reportagem sobre a família real britânica em que as palavras "pai" e "mãe" são substituídas por "parente".

Criançada, até o Google traduz "parents" direitinho pra nossa língua e sabe que, em Inglês, "parentes" são "relatives".

Não tem um "tio" ou uma "tia" pra corrigir a redação?