domingo, 29 de março de 2020

Planos e recomendações


O Globo parou de me enviar o e-mail "Em quarentena", mas continua a escorregar no Português.

A assídua colaboradora encontrou bobagens variadas em matéria deste sábado (pra mim ainda é dia 28).

Temos a "adoção adotada" — e de "quarentenas" plurais!

Temos o excesso de preposição em "recomenda à população a" — por favor, RECOMENDEM ALGUÉM para fazer alguma coisa e RECOMENDEM ALGUMA coisa A alguém.

Sempre RECOMENDEI-LHES muita leitura, não? Pois é.

Reler o texto também é importante, pra não publicar "ter sido ameças", quando está na cara que queriam dizer "ter sido AMEAÇADO".

E todos já deviam estar carecas de saber que essa outra coisa, encontrada pelo atento amigo, é PLEONASMO dos mais horrorosos e batidos que há.

Ou tem gente fazendo plano pro passado? Algum H. G. Wells no pedaço?

sexta-feira, 27 de março de 2020

Fatal não é quem morre!

Antes de ir pra cama, li o e-mail/relatório "Em quarentena", que O Globo tem enviado diariamente.

Por favor, colegas, pela enésima vez: parem com essa sandice de "vítimas fatais".

FATAL é o que mata, é o vírus, é o erro de quem chama a vítima de ARMA.

FATAL é o que pode levar à ruína, como a "femme fatale", figura clássica do cinema que dá nome a um filme de Brian de Palma.

FATAL é a ditadura que mata a cultura, FATAL é o desgoverno que manda o povo pro matadouro.

Aproveito para lembrar que a situação NÃO segue preocupante, ela CONTINUA.

Pensem bem antes de usar o verbo SEGUIR num momento em que o mundo está paralisado.

E deixem o horroroso "óbito" pro legista.

O número de MORTES CONTINUA crescendo, há "x" INFECTADOS e as VÍTIMAS são hospitalizadas ou enterradas.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Perguntar não ofende (nº 35,8)



O atento amigo e eu queremos apenas entender.

"O texto diz", "Fulano disse, na nota" e, de repente, o ministro vira pasta.

Por quê?

Trata-se de um novo roteiro do João Batista de Andrade, autor de "O homem que virou suco"?

Para que servem os dicionários?

Queridos colegas, eu sei que o momento é difícil e que vocês estão fazendo um tremendo esforço de reportagem.

Por isso mesmo, na falta de redatores e revisores, os editores devem redobrar a atenção, porque bobagem dita ou escrita por jornalista se espalha como vírus.

Vocês já criaram a praga da inexistente regência "pedir para que" (repito: a gente PEDE UM favor A ALGUÉM, os comerciantes PEDEM PELO álcool UM preço abusivo, mas "para que" NINGUÉM PEDE).

Pois o vírus evoluiu e, pelo que leu o atento amigo no Metro Jornal, deu nova cepa: a igualmente inexistente "solicitar para que".

Eu SOLICITO APOIO para a busca do idioma perdido e SOLICITO A categoria A consultar dicionários.

Também SOLICITO AJUDA da Claro/Net e PEÇO PACIÊNCIA, muita paciência, porque confinamento sem internet, em 2020, é duro de aturar.

domingo, 22 de março de 2020

Mais uma do Sempre Ele

A assídua colaboradora achou essa aí no Ancelmo Sempre Ele Gois.

Criançada do Jardim Pequeno Jornalista, se o chefe não revisa o que sai com o nome dele, cabe a vocês consultar fontes confiáveis para saber que ÓBOLO era a moeda grega de pouco valor que passou a significar "esmola" ou seu eufemismo: "pequeno donativo aos pobres".

Aproveito para elogiar o POR CAUSA no lugar do modismo chato "por conta" e para informar que o "novo" coronavírus já foi batizado. É COVID-19, certo?

quinta-feira, 19 de março de 2020

Com o caos, só piora

Dei uma PAUSA aqui no blog não por falta de material, pelo contrário: as contribuições continuam chegando; o que me faltava era um pouco de humor para comentar as bobagens da imprensa.

Eis que hoje leio a postagem de um amigo, com quem aprendi muito quando cheguei à redação do Globo, décadas atrás.

A invencionice estreou na Band — e eu não duvido que já tenha gente copiando amanhã:

"Em virtude dos problemas causados pelo coronavírus, a Caixa Econômica vai pausar as dívidas de pessoas físicas e empresas".

Muitos jornalistas veteranos já se pronunciaram, todos espantados com o novo uso do verbo PAUSAR, mas um, em especial, me levou às gargalhadas ao contar que começou a ouvir repórteres brasileiros falando do "leito carroçável" das rodovias, livre nesses dias de pouco trânsito. 

Uau! Liberou geral mesmo!

sábado, 14 de março de 2020

Tautologia real


Rapidíssima pra melhorar o humor.

O atento amigo quer saber:

"Existem países que não sejam do mundo?"