domingo, 24 de novembro de 2013

Leitura de tirar o sono

Sou fã dos romances policiais da Ruth Rendell, mas o finzinho do que estou lendo agora, "Lágimas", é mesmo de chorar.

Não pela trama, mas pela tradução, que, apesar de uns cochilos de revisão ao longo de todo o livro, parece ter sido feita por uma pessoa até, mais ou menos, o capítulo 30 e por outra depois.

De repente, comecei a tropeçar em coisas como "três assassinos, Fulano de Tal e seus dois ACESSÓRIOS" (!).

Por aqui esse tipo de "acessório" é conhecido como "cúmplice" — mas cheguei a consultar o Dicionário de Latim Forense que herdei do meu pai para ver se havia precedentes do uso.

Não achei. Cúmplice é cúmplice mesmo e não se fala mais nisso!

Já quanto aos acessórios... encontrei outro igualmente inusitado no estranho hábito de um personagem que gosta de "dormir DE COLHER".

Gente, em Português a expressão é "dormir de conchinha", tá?

Quando o detetive e a namorada "se deitaram COMO COLHERES", perdi o sono e me acabei de rir!

Desse jeito não termino a leitura para passar ao Philip K. Dick que me deram no aniversário, ao Neil Gaiman & Terry Pratchett com que fui presenteada ontem, ao...

2 comentários:

  1. A nossa expressão "dormir de conchinha", em inglês coloquial, seria o verbo, to spoon. Mas, spoon, como substantivo, significa também colher.

    O(a) tradutor(a) leu spoon mas, sem conhecer o verbo, atrapalhou-se com o substantivo e meteu a colher onde não devia. *rs

    Constrangedor. Porém, tem casos ainda mais graves, como traduzir Warner Brothers Pictures por "Fotografias dos Irmãos Avisadores"!!

    "Of crack the pipe", ou melhor, "de lascar o cano", Solange! *rs

    Um abraço,
    André

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    1. Adoro essas traduções ao pé da letra (como humor, claro). O Millôr era craque nisso!
      Abraço, André.

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